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Principais Notícias da Semana no Mundo Agro

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GERAIS

Estimativa do Valor Bruto da Produção Agropecuária para 2023 é o melhor resultado obtido nos últimos 34 anos

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) para este ano, com base nas informações de janeiro, está estimado em R$ 1.265,2 trilhão. Este é o melhor resultado obtido nos últimos 34 anos para esse indicador.

Em relação ao ano passado, que foi de R$ 1.189,7 trilhão, representa um acréscimo previsto de 6,1% em termos reais. As lavouras têm um faturamento previsto de R$ 900,8 bilhões, e a pecuária com R$ 364,4 bilhões.

O VBP das lavouras cresceu 10,5% em relação ao observado no ano passado, e a pecuária deve ter retração de 2,7%. Há expectativas favoráveis para o clima neste ano, com exceção para o estado do Rio Grande do Sul que se encontra num período de falta de chuvas. Lavouras como soja, milho e feijão já revelam perdas acentuadas de produtividade no estado.

A previsão de safra recorde de grãos em 2023, anunciada pelo IBGE e pela Conab, explicam as estimativas de produção de grãos – da ordem de 302,0 milhões de toneladas segundo o IBGE, e de 310,6 milhões conforme a Conab.

As lavouras de milho e soja são as que mais devem contribuir para esse crescimento, sendo que a soja representa 44,5% do VBP das lavouras, com VBP previsto de R$ 401,0 bilhões. A cana-de-açúcar projeta um crescimento recorde em 2023, o que contribui com o valor total de produção das lavouras neste ano.

Também estão previstos resultados positivos para o VBP de algodão, arroz, batata-inglesa, cacau, feijão, laranja, mandioca, tomate e uva. Juntamente com milho e soja, esses produtos estão puxando o faturamento da agropecuária. A pecuária mostra-se mais favorável apenas para suínos e leite, enquanto os demais itens como carne bovina, de frango e ovos apresentam valor negativo para a previsão de crescimento do VBP deste ano.

Soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão lideram o faturamento dos 17 produtos analisados no relatório, representando 83,7% do VBP das lavouras estudadas.

O que é o VBP

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.

O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

Fonte: Mapa

O montante do desembolso do crédito rural chegou a R$ 222,8 bilhões no Plano Safra 2022/23

Os financiamentos de custeio tiveram aplicação de R$ 136,6 bilhões. Já as contratações das linhas de investimentos totalizaram quase R$ 60 bilhões, as operações de comercialização atingiram R$ 15,6 bilhões e a industrialização, R$ 10,8 bilhões.

De acordo com a análise da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram realizados 1.234.957 contratos no período de sete meses, sendo 891,7 mil no Pronaf e 150, 6 mil no Pronamp. Os valores contratados pelos pequenos e pelos médios produtores foram, respectivamente, de R$ 36,8 bilhões no Pronaf e de R$ 36,3 bilhões no Pronamp, em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização).

Em relação às fontes de recursos do crédito rural, a participação dos recursos obrigatórios, no total das contratações ficou perto de R$ 53 bilhões, e a de recursos da poupança rural controlada atingiu R$ 49 bilhões. As duas fontes somam 46% do total dos financiamentos (R$ 102 bilhões).

A demanda por recursos não controlados somou R$ 83 bilhões, com destaque para os recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) com R$ 47,8 bilhões ou 21% do crédito rural.

A região Sul continua com o destaque nos financiamentos do plano safra com R$ 75,3 bilhões. Centro-Oeste está em segundo lugar no desempenho do crédito, com R$ 57,7 bilhões.

Os valores apresentados são provisórios e foram extraídos, no dia 3 deste mês, do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural.

Fonte: Mapa

Estudos indicam que a farinha de arroz pode ser uma alternativa alimentar e econômica para o país

Os experimentos realizados na Embrapa Arroz e Feijão abrem sempre portas para outras formas de se aproveitar, aplicar ou utilizar recursos tecnológicos, propondo caminhos novos, especialmente às cadeias dos dois principais objetos de estudo da Unidade, cujo nome já indica. Exemplo disso são a farinha e o farelo de arroz, subprodutos ricos em nutrientes, sais minerais, fibras, e vitaminas ‘E’ e ‘B6’, que foram tema de estudo desenvolvido pelos pesquisadores Priscila Bassinello, Tamillys Luz, e Carlos Magri Ferreira. Encontrados em abundância no país, são alimentos muito baratos, que o pequeno produtor pode obter diretamente em sua propriedade, mas, são normalmente descartados, mesmo sendo boa fonte de nutrientes, de baixo custo, e até opção como suplemento alimentar em trabalhos sociais com populações carentes.

Produzida pela moagem do grão do arroz branco e sem gosto muito acentuado, são muitas as formas de utilização da farinha de arroz na complementação alimentar, podendo ser adicionada ao feijão, massas de tortas, ensopados, molhos e pães. Nesses casos, também, o uso em substituição à farinha de trigo proporciona alternativa a diversos alimentos para portadores da doença celíaca (alérgicos ao glúten, composto de proteínas encontrado em cereais, como trigo, centeio e cevada), que afeta cerca de dois milhões de pessoas no país impedidas de consumir itens que contenham essa substância em sua formulação.

O glúten é responsável pela elasticidade das massas e sua troca pela farinha do arroz na confecção de bolos, doces, pães, biscoitos e macarrão, promove qualidade de vida aos celíacos. Tudo isso já se comprovou em receitas produzidas na Cozinha Experimental da Embrapa, em Santo Antônio de Goiás, e que podem ser encontradas no livro Delícias com Arroz e Feijão.

 

FAST FOOD X ALIMENTO SAUDÁVEL
Enquanto 7% das pessoas acima de 18 anos substituem ao menos uma das refeições por sanduíches, salgados, pizzas ou outro alimento de alto valor energético, ricos em açúcar, sódio e gorduras (IBGE-2012), 21% dos consumidores brasileiros (Fiesp/Ibope-2013) consideram em suas escolhas valores relacionados a saúde, bem-estar, sustentabilidade e ética, observando nas embalagens informações que expressem trazer algum benefício, como selos de garantia atestando a origem e a proposta de promover qualidade de vida, incluindo a relação da sociedade com o meio ambiente.

Isso demonstra o crescente número de pessoas em busca de alimentação equilibrada e saudável, seja por opção de estilo de vida ou restrições de ordem fisiológica ou médica, desmistificando a ideia de que alguns alimentos serão desconsiderados com mudanças de hábitos culturais, como a farinha do arroz, por muito tempo tratada como desprezível e sem valor nutricional ou social. Percebe-se que, muito mais que conceitos de status, os ganhos reais são o que passa a importar.

Entre os cereais mais produzidos e consumidos no mundo, o arroz é o principal alimento para mais da metade da população do planeta, especialmente nos países em desenvolvimento. Com isso, exerce importante papel estratégico, tanto econômico quanto social, apresentando-se como fonte de amido (cerca de 90% da matéria seca do arroz polido), proteínas, vitaminas e minerais, sendo excelente fonte de energia e açúcares livres, com baixo teor de lipídios. A farinha é formada essencialmente de fibra, contendo pequenas quantidades de outros carboidratos.

O uso da farinha de arroz ainda está bem abaixo do potencial, de acordo com estudos realizados em 2017, pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Entre os fatores limitantes, segundo a Embrapa, estão questões mercadológicas relacionadas à colocação do produto no varejo, a concorrência com produtos substitutos e problemas com o manuseio e a estocagem, devidos à fragilidade desse alimento.

Entretanto, pelo resultado obtido, percebe-se vantagem em transformar o arroz quebrado e a quirera em farinha, com importantes propriedades funcionais de interesse da população e com versatilidade de emprego, inclusive na alimentação infantil. Além disso, pode ser uma opção de atividade para empresas de pequeno porte, em razão do processamento simples, da pouca exigência de equipamentos e do consequente baixo investimento.

PRODUÇÃO

Safra de grãos é estimada em 310,6 milhões de toneladas

Mesmo com o clima adverso registrado durante o desenvolvimento da primeira safra, principalmente no Rio Grande do Sul, a produção de grãos para o ciclo 2022/23 está estimada em 310,6 milhões de toneladas. A nova projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sinaliza um incremento de 38,2 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. Quando a comparação é realizada com o volume divulgado no mês passado, o resultado é um leve ajuste de 0,1%. “O início da colheita de milho e soja no estado gaúcho confirmam as previsões de queda de produtividade acentuada devido às baixas precipitações ocorridas durante o ciclo da cultura no estado. Por outro lado, o desempenho das lavouras no Centro-Oeste foi beneficiado pelo clima favorável. Em Mato Grosso as produtividades obtidas para a soja, por exemplo, têm sido superiores às previstas”, explica o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.

Principal grão cultivado, a oleaginosa deve atingir uma produção de aproximadamente 152,9 milhões de toneladas. O plantio foi praticamente finalizado e a colheita da safra 2022/23 teve seu início em várias regiões do país. Porém, o ritmo ainda é lento com apenas 8,9% da área colhida em todo o Brasil, atrás dos 16,8% registrados na safra passada, conforme indica o Progresso de Safra publicado nesta semana pela Conab. “Mato Grosso lidera o avanço, com 25,6% de sua área colhida. No entanto, as chuvas volumosas registradas causaram atrasos nos trabalhos de colheita se comparados com a última safra, que na mesma época contava índice de 42,1%. Além do intenso volume das precipitações em importantes áreas produtoras, há registro de alongamento do ciclo da cultura em virtude de ondas de frio”, pondera a superintendente de Informações da Agropecuária da estatal, Candice Romero Santos.

As chuvas também atrasam o início do plantio do milho 2ª safra, registrando apenas 10,7% de área plantada. Ainda assim, a Conab espera um aumento tanto na área quanto na produtividade, o que deve resultar numa colheita na 2ª safra de 95 milhões de toneladas, variação positiva de 10,6%. Já na 1ª safra do cereal, o incremento estimado na produção é de 5,7% em relação ao volume obtido na safra 2021/22, podendo chegar a 26,5 milhões de toneladas. Os ganhos só não são maiores em virtude dos problemas climáticos do Rio Grande do Sul.

Demais culturas

De acordo com o 5º Levantamento, a produtividade obtida nas lavouras de feijão 1ª safra compensou a menor área cultivada e a produção dos três tipos da leguminosa está estimada em 994,2 mil toneladas. O plantio da 2ª safra do grão já teve início nos estados de Santa Catarina e Paraná, e a semeadura da 3ª deve ter início no final de abril. Com isso, a produção total de feijão deve se manter estável em relação ao ciclo passado, próximo a 3 milhões de toneladas.  Já no caso do arroz, a colheita está estimada em 10,2 milhões de toneladas. O ajuste no volume se deve aos impactos do clima nas lavouras gaúchas, que refletiram na produtividade da cultura.

Para o algodão, a estimativa é de uma produção de 3 milhões de toneladas apenas da pluma, elevação de 19,2%. Se confirmado o resultado, a colheita retorna ao patamar de volume produzido antes do período da pandemia. No caso do trigo, houve ajuste na produção da safra de 2022 após a conclusão do levantamento objetivo de produtividade da cultura. A nova estimativa para a colheita do cereal é de 10,6 milhões de toneladas, crescimento de 37,4% em relação à safra de 2021.

Mercado

De acordo com o acompanhamento de mercado da Companhia, as exportações de milho na safra 2021/22 foram recordes e finalizaram em aproximadamente 47 milhões de toneladas. Com relação aos dados da temporada 2022/23, os estoques iniciais foram ajustados para um volume em torno de 7,9 milhões de toneladas com base na atualização dos números de produção de carnes do IBGE, visto que possuem influência significativa na demanda nacional do cereal. Para a soja, as estimativas permanecem relativamente estáveis em relação ao último levantamento. A atualização no quadro de suprimentos da oleaginosa ocorre nos estoques finais esperados para o atual ciclo, com uma pequena elevação de 130 mil toneladas motivada pela revisão na estimativa de colheita do grão. A Conab também aumentou os estoques finais de trigo para 1,58 milhão de toneladas, após o reajuste no volume colhido na última safra.

No caso do feijão, os estoques de passagem da safra 2022/23 estão projetados em 306,4 mil toneladas. Para o arroz, estima-se uma redução do consumo nacional para 10,6 milhões de toneladas na atual safra, contra 10,8 milhões de toneladas no ciclo passado, em razão da perspectiva de recuperação econômica.

Fonte: Conab

Abrapa detalha rastreabilidade do algodão brasileiro

O programa de rastreabilidade do algodão brasileiro foi um dos destaques apresentados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) a um grupo de empresários do Paraná, São Paulo, Bahia e Santa Catarina que visitou a capital do estado de Mato Grosso, Cuiabá. Eles foram os convidados especiais do evento batizado de “I Tour da fibra ao fio”, realizado pela Prefeitura Municipal de Campo Verde, município para o qual partiram, no dia seguinte. O objetivo da iniciativa é prospectar e atrair novos investidores para este importante polo estadual de produção de algodão, assim como de têxteis, do país.

A rastreabilidade, um dos compromissos fundamentais da Abrapa, foi detalhada na ocasião, por Silmara Ferraresi, que fez uma panorâmica, desde o Sistema Abrapa de Identificação (SAI), que, através de etiquetas, identifica e conta em detalhes a “história” de cada fardo produzido no Brasil, até o inovador Sou ABR.

De acordo com o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, com tecnologia de ponta, aliada à vontade do produtor, a associação deu um grande salto em transparência, credibilidade e fortalecimento de imagem do algodão brasileiro, tanto para o chamado mercado B2B (entre empresas), quanto para o B2C (da empresa para o consumidor final). “Um investidor que queira aportar recursos na indústria têxtil em Campo Verde ou em qualquer outro polo produtivo do país, deve conhecer a fundo a rastreabilidade do algodão brasileiro, para entender a sua importância e o potencial que ela representa para os negócios”, afirmou.

Silmara Ferraresi ressaltou o quanto a rastreabilidade está alinhada às agendas que regem as decisões do consumidor final. “Hoje, mais do que qualidade e preço, esse consumidor quer saber de onde veio, como foi produzida e em que condições, aquela peça que ele está levando para casa. Nós temos como mostrar a ele esse caminho, no que tange à produção, e, com apoio dos demais elos, podemos entregar o passo a passo, em cada uma das etapas produtivas”, explicou.

Fonte: Abrapa

Monitoramento das lavouras

Algodão – 81% semeado

Em MT, a redução das chuvas permitiu o avanço na semeadura, que apresenta bom desenvolvimento. Destaque para o controle da população do bicudo em todas as regiões produtoras. Na BA, as lavouras apresentam boas condições de desenvolvimento. A semeadura deve ser concluída no mês de fevereiro.

Em MS, o clima é favorável ao desenvolvimento da cultura e algumas lavouras estão em florescimento. No MA, foi iniciada a semeadura de algodão segunda safra. Em GO, a semeadura da primeira safra está finalizada. As lavouras encontram-se em boas condições de desenvolvimento, favorecidas pelo clima. Em MG, a semeadura do algodão irrigado apresentou tímida evolução. As primeiras áreas semeadas estão em floração e as condições climáticas são favoráveis ao seu desenvolvimento. Em SP, o excesso de chuva reflete no aumento dos tratos culturais no Sudoeste.

No Oeste, as chuvas causaram danos às plantações e foi necessário o replantio. No Noroeste, houve ataque de bicudo, sendo necessário o manejo para o seu controle.

Soja – 8,9% colhido

Em MT, a redução das chuvas possibilitou um maior avanço na colheita, com rendimentos das lavouras superiores aos estimados, com bom tamanho e qualidade dos grãos. A colheita continua atrasada em relação à safra passada, alcançando 25,6% da área.

No RS, as precipitações foram benéficas, no entanto, o volume não foi suficiente para reverter o quadro de estresse hídrico de muitas regiões. No PR, a maioria das lavouras apresenta boas condições e a colheita se iniciou, timidamente, devido ao atraso no ciclo.

Em GO, a colheita teve boa evolução, devido à redução das chuvas, e os grãos apresentam bom tamanho e qualidade. Em MS, a alta pluviosidade impediu uma maior evolução na colheita. Em MG, o clima propício permitiu o avanço na colheita e nos trabalhos de dessecação. Na BA, a maioria das áreas se encontra em enchimento de grãos, com bom desenvolvimento, porém foram confirmados focos de ferrugem asiática e aumento da população de ácaros e de mosca-branca. No TO, a colheita teve seu início em áreas irrigadas e em Caseara. Grande parte das áreas se encontra em enchimento de grãos e apresentam bom desenvolvimento. No MA, a colheita começou na região de Balsas. No PI, a cultura se desenvolve em boas condições. Em SC, as chuvas foram reduzidas e mal distribuídas. As lavouras do Oeste apresentam condições variadas de qualidade.

Arroz – 0,8% colhido

No RS, a situação de deficit hídrico se agravou. A Campanha e a Fronteira Oeste apresentam a maior restrição e a maioria das barragens com volumes 50% abaixo do ideal para o manejo da cultura. O plantio está concluído e 50% das lavouras estão em fase reprodutiva. Em SC, a colheita teve início, especialmente no litoral norte, mas devido ao prolongado período de frio, o ciclo da cultura atrasou. Em GO, o plantio foi finalizado. Em São Miguel do Araguaia, a área semeada ficou abaixo do previsto devido ao excesso de chuvas. As lavouras estão em boas condições sanitárias.

No TO, as lavouras estão em boas condições de desenvolvimento, com 45% em enchimento de grãos e 20% em maturação. No MA, a colheita das lavouras de arroz irrigado foi finalizada, enquanto que as lavouras de sequeiro permanecem sendo semeadas. Em MT, o desenvolvimento está sendo favorecido pelo bom volume de chuva. 

Milho (1ª safra) – 9,1% colhido

No RS, as precipitações foram benéficas para as lavouras, porém os volumes foram baixos e irregulares, além de tardios para as lavouras mais adiantadas, onde as perdas são irreversíveis. Foi possível retomar a semeadura. A colheita alcança 35% da área, com resultados variando de acordo com as precipitações recebidas durante o ciclo. Em MG, grande parte das lavouras estão em enchimento de grãos e apresenta bom desenvolvimento, com registros pontuais de doenças foliares devido à alta umidade. Houve registro de perdas de lavouras no entorno da barragem de Furnas, devido à elevação de nível da barragem. Na BA, as lavouras apresentam ótimo desenvolvimento, favorecidas pelas boas precipitações. Entretanto, no Centro-Norte, as lavouras semeadas mais tarde estão sob restrição hídrica.

No PI, as lavouras permanecem em boas condições. No PR, o tempo chuvoso da semana favoreceu o desenvolvimento das lavouras, mas limitou o avanço da colheita. Em SC, as condições climáticas desfavoráveis, principalmente no Oeste, têm refletido na redução das produtividades das primeiras áreas colhidas. No MA, a semeadura continua, mas permanece atrasada em relação à safra passada.

Feijão (1ª safra) – 31,5% colhido

No PR, as chuvas registradas na última semana foram benéficas às lavouras e não prejudicaram o avanço da colheita. Em MG, persistem os registros de perdas por excesso de chuvas no Sul de Minas e no Alto Paranaíba, além da queda de qualidade nessas mesmas regiões e no Triângulo Mineiro devido à alta umidade na maturação. No Noroeste, as condições seguem favoráveis. Em GO, a redução das precipitações favoreceu o avanço da colheita, especialmente no Leste. Entretanto, essas chuvas durante a maturação impactaram na qualidade dos grãos. Na BA, as condições climáticas continuam benéficas para a cultura nas regiõesmais ao Sul. Já ao Norte, as lavouras semeadas nos últimos 30 dias estão sob restrição hídrica. No PI, a semeadura está em fase final. A maioria das lavouras está em boas condições, com exceção de algumas áreas que sofreram com excesso de chuvas recentemente e apresentam restrições que impactam o potencial produtivo e a qualidade dos grãos.

MERCADO

Conjuntura internacional (Conab)

Algodão

Em Nova Iorque a ICE andou de lado durante a semana, mas fechou em queda em relação à semana anterior. A desvalorização do petróleo pressionou as cotações do algodão. O mercado ainda está preocupado com o cenário econômico mundial e desempenho das exportações norteamericanas. Mas há um alento em relação a retomada do consumo na China.

Milho

As exportações, em janeiro de 2023, estão com volume  expressivo em decorrência dos contratos fechados nos últimos meses de 2022, quando a cotação do contrato, com vencimento em janeiro de 2023, se apresentava atrativa para as negociações.

De acordo com a última publicação da Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC, o Brasil já havia embarcado 4,2 milhões de toneladas nos primeiros 15 dias úteis de janeiro, restando contabilizar o volume que será divulgado referente ao restante do mês. Ainda em dezembro de 2022, o Brasil exportou 6,41 toneladas, já incluindo 1,1 milhão de toneladas que foram embarcadas para China, que retomou as compras do mercado brasileiro após a liberação das barreiras que existiam até o segundo semestre de 2022.

Soja

Preços na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) fecham com a média semanal em alta de 1,94%. Preços médios de Chicago fecham em alta esta semana, mercado continua a precificar os problemas climáticos na Argentina e consequente queda de produção da safra 2022/23 neste país. Tendência de aumento de demanda, também dão sustentação aos preços em Chicago que estão oscilando acima de US$15,30/BU, mesmo valor cotado de 2022, quando havia forte pressão altista motivada pela quebra de produção no sul do Brasil. Alta é limitada por estimativa de safra recorde no Brasil.

Trigo

No mercado internacional, pela segunda semana consecutiva, o mercado apresentou valorizações em meio a um cenário de incertezas quanto às condições climáticas das lavouras dos EUA devido à 2ª onda de frio intenso. Outro fator foi a incerteza em relação ao desfecho da guerra entre Ucrânia e Rússia que vem atrasando as exportações na região do Mar Negro. A média semanal Fob Golfo fechou em US$ 391,97/ton, apresentando valorização semanal de 4,09%.

Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada 

Soja

A valorização externa e a firme demanda por farelo de soja interromperam o movimento de queda nos preços do grão em algumas regiões brasileiras. Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que os baixos estoques e o ritmo mais lento da colheita frente ao ano anterior também sustentam os valores da soja em grão. Nas últimas semanas, preocupações relacionadas à oferta limitada e à perda de produção na América do Sul deslocaram demandantes aos Estados Unidos. Diante disso, dados da Secex mostram que as exportações brasileiras de soja somaram apenas 851,87 mil toneladas em janeiro, expressivas quedas de 57,82% frente às de dezembro/22 e de 65,2% em relação às de janeiro/22.

Trigo

Nesta primeira semana de fevereiro, as cotações do trigo estão em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. A pressão sobre os valores vem da maior disponibilidade do cereal no spot nacional e do menor interesse de compra por parte de moinhos. A valorização do dólar neste período não foi suficiente para sustentar as cotações. Nesse cenário, os negócios têm sido pontuais. Levantamento do Cepea mostra que, na semana passada, o valor pago ao produtor recuou em todas as praças, assim como no mercado de lotes – salvo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde as médias seguiram praticamente estáveis, com leves altas de 0,18% e de 0,09%, respectivamente.

Arroz

Os valores do arroz em casca recuaram no Rio Grande do Sul, e, com as baixas, a liquidez no mercado spot está reduzida, de acordo com informações do Cepea. Esse cenário tem sido verificado apesar das preocupações com o baixo volume de chuvas no estado. Segundo pesquisadores do Cepea, muitos produtores seguem retraídos das vendas e/ou mantêm suas propostas para novos contratos em patamares elevados, e temem que a baixa pluviosidade e as elevadas temperaturas prejudiquem o potencial produtivo das lavouras, principalmente na Depressão Central e na Fronteira Oeste.

Algodão

As oscilações dos valores no mercado externo, as incertezas quanto ao crescimento econômico mundial e o recebimento/cumprimento de contratos a termo no cenário brasileiro têm restringido a liquidez no spot. Isso tem resultado em pequenas flutuações nos valores internos, conforme apontam os dados do Cepea. No geral, boa parte das indústrias mantém negociações “da mão para a boca”, com fábricas relatando dificuldades na venda dos manufaturados. Produtores, por sua vez, estão focados na colheita da soja e na semeadura do algodão. Já comerciantes continuam com a demanda enfraquecida, buscando fazer apenas compras para cumprimento de suas programações e/ou negócios “casados”, sem gerar volume de estoque.

Milho

Os preços do milho voltaram a avançar em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. O suporte vem de preocupações relacionadas ao clima seco durante o período de desenvolvimento das lavouras e aos possíveis impactos sobre a produtividade das lavouras no Sul do País e na Argentina e também do ritmo intenso das exportações brasileiras – em janeiro/23, o Brasil escoou 6,34 milhões de toneladas, volume 132% superior ao de janeiro/22, segundo a Secex. Atentos a este cenário e a pontuais problemas logísticos, vendedores limitam a disponibilidade de lotes no spot nacional, enquanto outros elevam os valores pedidos.

Açúcar

Fevereiro teve início com a cotação do açúcar cristal branco em baixa no mercado spot paulista. Segundo pesquisadores do Cepea, este movimento já vem sendo observado desde janeiro, uma vez que a maior parte dos compradores não tem recorrido ao mercado à vista, pois o açúcar previamente contratado tem sido suficiente para dar andamento à produção. Assim, mesmo com pouca disponibilidade do adoçante, a fraca demanda tem levado algumas usinas a cederem nos preços de venda, sobretudo em casos de negociações envolvendo maiores volumes. Na última sexta-feira, 3, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal branco, cor Icumsa de 130 a 180, caiu para a casa dos R$ 129,00/saca de 50 kg – no início deste ano, o patamar era de R$ 136,00/saca. De acordo com colaboradores do Cepea, há intenção de antecipar o início da moagem da nova temporada 2023/24 no estado de São Paulo, visto que o início tardio da safra passada – devido ao clima seco que retardou o amadurecimento da cana – poderá ser compensado neste ciclo pelo bom volume de chuvas na região desde o início do ano.

Etanol

O primeiro mês da entressafra 2022/23 fechou com os preços dos etanóis anidro e hidratado em queda no mercado paulista. Assim, o recuo dos Indicadores CEPEA/ESALQ mensais dos etanóis no estado de São Paulo se intensificou na parcial da safra 2022/23 (de abril/22 a jan/23), ficando na casa dos 15% frente ao mesmo período da temporada passada para ambos os combustíveis. Já em fevereiro, as cotações estão subindo, devido à baixa disponibilidade decorrente do período de entressafra. Segundo pesquisadores do Cepea, as altas foram observadas apesar da baixa liquidez, visto que o mercado tem sido abastecido com produto de negócios fechados anteriormente e que há pouco interesse comprador. Entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do etanol hidratado, no segmento produtor do estado de São Paulo, fechou a R$ 2,7071/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins – alíquota zerada), avanço de 0,64% frente ao do período anterior. Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 3,0769/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins – alíquota zerada), aumento de 2,87%.

Boi

O ano de 2023 começou confirmando as perspectivas desenhadas pela cadeia pecuária nacional, de que as vendas de carne bovina ao mercado internacional devem seguir registrando bom desempenho. Segundo dados da Secex, em janeiro de 2023, o volume de carne bovina in natura exportado pelo Brasil somou 160,1 mil toneladas, um recorde para o mês. E colaboradores do Cepea estão otimistas para os próximos meses. Além da continuidade dos envios à China, os Estados Unidos têm sido um importante demandante da carne brasileira, e novas plantas brasileiras foram habilitadas para exportar carne bovina à Indonésia. Por outro lado, um fator que pode frear o bom desempenho das exportações ao longo de 2023 é a valorização do Real frente ao dólar – a moeda norte-americana enfraquecida tende a reduzir a competividade da carne brasileira no mercado internacional.

CLIMA

Previsão de chuva

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê, entre os dias 6 e 13 de fevereiro de 2023, grandes volumes de chuva em áreas das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

Nas demais regiões, o calor e alta umidade vão contribuir para a ocorrência de pancadas de chuva. Em áreas de Roraima e no interior das regiões Nordeste e Sul, a previsão é de pouca chuva, com predomínio de tempo seco na maioria dos dias.

Confira abaixo a previsão do tempo detalhada para cada região do Brasil nas próximas duas semanas.

Previsão para a 1ª semana (06/02/2023 até 13/02/2023)

Região Norte

Podem ocorrer acumulados de chuva maiores que 60 milímetros (mm) em grande parte da região. Os volumes podem ultrapassar 100 mm em áreas do Amazonas, Pará e norte do Tocantins. Já no norte do Amazonas, centrossul de Roraima, nordeste do Pará e centrossul de Tocantins, os acumulados de chuva ficarão abaixo de 50 mm.

Região Nordeste

São previstos volumes de chuva abaixo de 60 mm em áreas dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, assim como no litoral leste e norte da região. Na divisa do Maranhão com o Piauí, podem ocorrer acumulados de chuva maiores que 70 mm, enquanto nas demais áreas destes estados, há previsão de baixos volumes de chuva, que podem ficar abaixo de 30 mm.

Região Centro-Oeste

Os volumes de chuva podem ultrapassar os 80 mm em grande parte do Mato Grosso do Sul, norte do Mato Grosso e no centrossul de Goiás. Nas demais áreas, os acumulados de chuva ficarão abaixo de 60 mm.

Região Sudeste

A chuva mais volumosa deverá se concentrar em áreas do centrossul de Minas Gerais, Rio de Janeiro e norte de São Paulo, com acumulados que podem superar os 100 mm, enquanto no centro-norte de Minas Gerais, Espírito Santo e centrossul de São Paulo, os volumes poderão ser menores que 50 mm.

Região Sul

A previsão é de poucas chuvas, altas temperaturas e baixa umidade no decorrer da semana.

Figura 1. Mapa da previsão de chuva para a 1ª semana (06/02/2023 a 13/02/2023). Fonte: INMET.

 

Entre os dias 14 e 22 de fevereiro, a previsão do Inmet também aponta acumulados de chuva maiores que 70 mm em grande do País. No entanto, esse valor pode chegar a 90 mm em áreas do centrossul do Acre e do Pará, assim como no Mato Grosso do Sul e em áreas do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e do Rio Grande do Sul.  Já na faixa norte e leste do Nordeste, são previstos acumulados de chuva entre 50 e 70 mm e, no interior da região, a previsão é de baixos acumulados de chuva (inferiores a 30 mm).

 

Previsão para a 2ª semana (14/02/2023 até 22/02/2023)

Região Norte

Estão previstos volumes de chuva maiores que 60 mm em praticamente toda a região, com exceção do centrossul do Acre e do Pará, onde os volumes previstos podem superar os 90 mm.

Região Nordeste

Os maiores volumes de chuva deverão se concentrar em áreas do Maranhão e do Piauí, com acumulados que podem ultrapassar 80 mm. Na faixa norte e leste da região, os acumulados poderão ficar entre 50 e 70 mm. Nas demais áreas do nordeste da Bahia, Sergipe e Alagoas, a chuva será menos intensa (abaixo de 30 mm).

Região Centro-Oeste

A previsão é de volumes maiores que 60 mm em grande parte da região, exceto no leste do Mato Grosso do Sul, onde os volumes de chuva podem ultrapassar os 90 mm.

Região Sudeste

Os maiores acumulados de chuva podem ocorrer no centrossul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, com valores superiores a 80 mm, enquanto nas demais áreas, a chuva será menos volumosa (abaixo de 60 mm).

Região Sul

Estão previstos acumulados de chuva de até 90 mm no Rio Grande do Sul. Nas demais áreas, os valores de chuva serão baixos, entre 30 e 60 mm.

Figura 2. Mapa da previsão de chuva para a 2ª semana (14/02/2023 a 22/02/2023). Fonte: GFS.

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