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Principais Notícias da Semana no Mundo Agro

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GERAIS

Incra superou a meta de 170 mil títulos expedidos em 2022

O Incra já expediu 170.498 documentos de titulação este ano para famílias em assentamentos da reforma agrária e áreas públicas passíveis de regularização fundiária. O número representa o reconhecimento do direito de agricultores, regularizados após anos ou décadas de espera.

Na prática, os diferentes documentos de titulação emitidos pelo instituto garantem às famílias segurança jurídica para explorar a área, acesso a modalidades de crédito rural para investir na produção ou em infraestrutura, além de assistência técnica. A ação contribui também com a redução de disputas pela posse da terra e incentiva a regularidade ambiental.

Com o resultado, o Incra superou a meta deste ano de 170 mil documentos. O número garante também a maior emissão anual desde 2000. Além disso, o instituto alcançou a marca de 450.537 títulos expedidos no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022.

Beneficiados

Este ano, 148.257 documentos foram concedidos a famílias em assentamentos, e outros 22.241 para a regularização de ocupantes em áreas públicas. Desde 2019, o total chegou a 394.363 títulos em áreas de reforma agrária e 56.174 em terras públicas.

O Pará é a unidade da Federação com a maior quantidade de agricultores beneficiados pelo Incra. No estado, houve a emissão de 105.612 documentos desde 2019. Destacam-se também o Maranhão (57.004), a Bahia (27.488) e Mato Grosso (26.985).

Fonte: Mapa

Produção de cana-de-açúcar cresce e pode chegar a 598,3 milhões de toneladas na safra 2022/23

O terceiro levantamento da safra 2022/23 de cana-de-açúcar, divulgado nesta terça-feira (27) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), traz uma estimativa de produção de 598,3 milhões de toneladas, um crescimento de 4,4% sobre o segundo levantamento da safra sucroenergética, anunciado em agosto deste ano. O acréscimo foi motivado por ajustes na área colhida e produtividade obtida, principalmente no estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil.

De acordo com o levantamento, a área de colheita também foi ajustada em cerca de 2,2% em relação aos dados apurados anteriormente, alcançando 8,3 milhões de hectares. Esta safra foi marcada por índices pluviométricos e temperaturas abaixo do normal, registradas na Região Centro-Sul, que representa cerca de 90,2% da produção total do país. Ainda assim, a produtividade nacional está estimada em 72.026 kg/ha, 3,9% superior à obtida na temporada 2021/22, quando o clima foi ainda mais adverso para o setor.

Regiões produtoras

O Sudeste, que produz o equivalente a 63,7% da safra nacional, terá um volume colhido 4,0% superior ao obtido na safra anterior. A área colhida caiu para cerca de 5,1 milhões de hectares devido à concorrência da cana-de-açúcar com outras culturas, mas a produtividade subiu, alcançando 74.571 kg/ha. Seguindo este movimento, no Centro-Oeste também houve pequenos ajustes na área e na produtividade em relação ao levantamento anterior, com um total de área estimado em 1,78 milhão de hectares, aumento de 3% na produtividade e com a colheita de 129,1 milhões de toneladas, incremento de 1,5% sobre o ciclo passado.

No Nordeste, devido a problemas climáticos na última safra, parte das lavouras foi abandonada ou dedicada a outros fins. Nesta temporada, muitas destas áreas retornaram à produção, observando-se um crescimento de 3,2% na área a ser colhida. Além disso, estima-se uma produtividade de 62.720 kg/ha, o que deve gerar uma produção de 54,82 milhões de toneladas, 10,1% superior à safra 2021/22. Já a Região Sul, nos últimos anos, tem perdido consistentemente área de cana-de-açúcar para outras culturas como soja, milho, mandioca e pastagens. A área colhida estimada na presente safra é de 496 mil hectares, 5,2% abaixo da safra anterior. A produtividade prevista de 59.572 kg/ha é 1,5% abaixo da safra passada e a produção deve chegar a 29,55 milhões de toneladas. Com relação ao Norte do país, apesar do incremento de área e de produtividade, a região é responsável por menos de 1% da produção nacional, com colheita prevista de 3,95 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no ciclo 2022/23.

Subprodutos

O levantamento da Conab aponta que o Brasil deverá produzir 36,4 milhões de toneladas de açúcar nesta safra, um acréscimo de 4,1% frente à safra 2021/22. O motivo seria a virada na destinação da cana, sobretudo por razões mercadológicas e tributárias ao longo de 2022, que tornou a produção do adoçante mais rentável em várias das regiões produtoras. Quanto ao etanol total (proveniente do milho e da cana-de-açúcar), está previsto um  aumento de 4,2% para o biocombustível em relação à safra passada. Houve forte incremento no etanol à base de milho, com aumento de 30,7% em relação ao ciclo passado.  A produção total do país está estimada em 31,14 bilhões de litros, sendo 12,55 bilhões de anidro e 18,59 bilhões de hidratado.

Mercado

Os levantamentos de safra realizados pela Conab também analisam a situação de mercado dos produtos. Nesta edição, verificou-se que os preços do açúcar e do etanol vêm sofrendo elevações desde setembro, ganhando maior intensidade durante novembro. Este movimento tem um componente sazonal, originado do período de entressafra no Brasil. Assim, com a expectativa de redução da oferta de cana-de-açúcar, a tendência é de aumento dos preços, em virtude do período de entressafra.

Os dados gerais sobre a produção de cana-de-açúcar e as condições de mercado do açúcar e etanol podem ser acessados no portal da Conab, no Boletim – Cana-de-açúcar – 3º levantamento – 2022/23.

Fonte: Mapa

PRODUÇÃO

Foco de caruru palmeri é detectado no Mato Grosso do Sul

Durante ações oficiais de vigilância, um foco da praga quarentenária presente Amaranthus palmeri (caruru palmeri ou caruru gigante) foi detectado em propriedade rural com cultivo de soja, no distrito de Porto Caiuá, município de Naviraí, no estado do Mato Grosso do Sul. A confirmação foi obtida por meio de técnica molecular (sequenciamento genético), realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA-GO), em amostras coletadas pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul (Iagro).

A Amaranthus palmeri é uma planta daninha exótica de crescimento rápido e extremamente agressiva. A planta está no topo da lista do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de pragas com maior risco fitossanitário para o Brasil, com risco potencial de reduzir a produtividade de soja, milho e algodão em aproximadamente 80% a 90%, além da possibilidade de cruzamento com outras espécies do gênero, inclusive com transferência de genes de resistência aos herbicidas.

No estado do Mato Grosso do Sul, o Iagro tem adotado as medidas fitossanitárias devidas para identificação da origem, via de introdução e a dispersão da praga, visando adoção de medidas fitossanitárias estratégicas de supressão e controle, bem como recolhimento de evidências objetivas para subsidiar o inquérito epidemiológico da praga, o qual possibilitará a identificação das formas de dispersão da planta invasora, promovendo medidas de erradicação dos focos existentes e ações preventivas para não ocorrência de novos casos.

Os produtores também devem adotar medidas fitossanitárias para o controle da praga, como monitoramento quinzenal nos cultivos agrícolas; restringir o trânsito de maquinários (caminhões, implementos e colhedora) de fora da propriedade rural; em talhões infestados promover a desinfestação do maquinário agrícola na propriedade rural, antes de utilização em outra área sem a ocorrência da praga; e em caso de presença de plantas de caruru com resistência a herbicidas, ensacar a planta antes do arranque e promover a incineração do material vegetal.

O Mapa alerta que devido ao seu potencial de disseminação e de danos às culturas que atinge, é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas de ocorrência da praga às autoridades fitossanitárias locais – Iagro ou SFA-MS – visando evitar sua dispersão e mitigar os impactos diretos e indiretos que a praga pode causar.

Fonte: Mapa

Embrapa destaca nova variedade de batata e pesquisa para controle de plantas daninhas

Foram publicadas duas reportagens no canal do Terra Sul no YouTube. A primeira destaca uma nova variedade de batata voltada ao sistema orgânico, a BRS F50 (Cecília). Já a segunda, aborda algumas estratégias trabalhadas pela pesquisa da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) para controle de plantas daninhas na semeadura do arroz irrigado.

A reportagem sobre a batata BRS F50 (Cecília) traz entrevistas que detalham as principais características da nova cultivar, bem como alguns resultados obtidos durante os testes de validação. A nova variedade, lançada no dia 30 de novembro, possui versatilidade culinária e é indicada para sistemas orgânicos de produção por sua resistência a doenças foliares.

Controle de plantas daninhas

O controle de plantas daninhas é uma etapa importante no processo de semeadura do arroz irrigado e exige acompanhamento pelo produtor. Na reportagem, o pesquisador da Embrapa Clima Temperado apresenta dicas e recomendações sobre como manejar as lavouras nessa etapa da produção, de maneira a evitar a incidência do problema.

Fonte: Embrapa/Gabriel Fritsch

Monitoramento das lavouras

Algodão

20,2% semeado. Em MT, o plantio avança e as plantas apresentam bom desenvolvimento. Na BA, as lavouras estão com bom desenvolvimento inicial. Em MS, toda a região cotonicultora apresenta boa disponibilidade hídrica no solo e a semeadura e desenvolvimento das plantas seguem favoravelmente. No MA, o início do plantio atrasou devido à estiagem ocorrida na região de Balsas. Em SP, nas regiões região Sudoeste e Oeste, o plantio foi finalizado. Na região noroeste, a semeadura foi iniciada na última semana.

Em GO, nas regiões Sudoeste e Centro-Noroeste, a semeadura evolui e as condições iniciais são boas. Na região Sul a semeadura foi finalizada. Em MG, as lavouras estão em bom desenvolvimento vegetativo, devido às condições climáticas ideais.

Soja

97,6% semeado. Em MT, as chuvas abrangentes e volumosas favoreceram o desenvolvimento das lavouras e a recuperação da umidade no solo. A colheita iniciou em algumas áreas. No RS, o plantio segue em ritmo lento devido à má distribuição das chuvas. O desenvolvimento é distinto entre as regiões, com lavouras demonstrando bom desenvolvimento e outras apresentando perda do potencial produtivo.

No PR, 90% das áreas está em bom desenvolvimento, e 18% em enchimento de grãos. Em GO, as lavouras apresentam bom desenvolvimento vegetativo e reprodutivo devido às boas condições climáticas durante o mês de dezembro.

Em MS, várias áreas do Sudoeste estão em estresse hídrico. No restante, as condições são excelentes. Em SP, grande parte das lavouras está em floração. As lavouras de sequeiro apresentam menor desenvolvimento em relação às irrigadas devido ao déficit hídrico.

Arroz

88,5% semeado. No RS, a radiação solar nas lavouras está propícia e as plantas apresentam excelente desenvolvimento. Intensificam-se os manejos preventivos de doenças nas áreas em fase reprodutiva. Os reservatórios de água mantêm-se em níveis adequados. Em SC, o plantio foi concluído. Devido às precipitações em grande volume, boa parte das lavouras foram alagadas na região Norte e Nordeste, apresentando perdas significativas, prejudicando também os tratos culturais em algumas áreas. Nas áreas não atingidas pela enchente, o desenvolvimento das lavouras é satisfatório.

No TO, o plantio avança e as lavouras estão com bom desenvolvimento vegetativo. Em GO, na região Norte, as lavouras seguem em boas condições de desenvolvimento. No entanto, a semeadura do arroz irrigado está paralisada devido ao excesso de chuvas.

Milho (1ª safra)

85,5% semeado. No RS, as precipitações ocorridas ajudaram na recuperação de algumas lavouras, porém incapazes de reverter as perdas consolidadas. O aumento na população de cigarrinhas agrava o cenário das lavouras. Em MG, a semeadura foi concluída e as lavouras apresentam bom desenvolvimento. Na BA, a semeadura se aproxima da conclusão. No PI, o plantio ganha ritmo com o término da semeadura da soja. No PR, 82% das lavouras estão em boas condições, apesar do atraso no ciclo fenológico em relação à safra passada, causado pelo clima menos favorável. Em SC, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, mas o aumento da população de cigarrinhas preocupa. Em SP, na região de Itararé, as lavouras precoces tiveram seu desenvolvimento comprometido em função de baixas temperaturas.

Feijão (1ª safra)

76,3% semeado. 7,7% colhido. No PR, cerca de 7% da área total está colhida. Em geral, as condições climáticas estão mais favoráveis do que no início do ciclo. As chuvas ocorrem em volumes menores e as temperaturas médias estão maiores. Em MG, a maioria das lavouras está em fase reprodutiva e apresentando bom desenvolvimento favorecido pelo clima. No RS, o feijão preto se apresenta em estágios mais avançados do ciclo e, por isso, foi mais afetado pelas intempéries climáticas, principalmente a escassez de chuvas na última semana. Há redução do potencial produtivo, principalmente das lavouras em floração e enchimento de grãos.

TECNOLOGIA

O início da internet no Brasil teve a participação da Embrapa

Em 2022, comemoram-se os trinta anos da internet no Brasil. Isso porque a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Eco-92), realizada no Rio de Janeiro em 1992, é considerada um marco definitivo da conexão do País à rede mundial de computadores. A Embrapa teve papel nessa história, com a participação do então Núcleo de Monitoramento Ambiental e de Recursos Naturais por Satélite (NMA) – hoje Embrapa Territorial – na instalação de uma rede de 96 máquinas conectadas à internet, no evento internacional.

O pesquisador Evaristo de Miranda atuou como consultor na conferência e foi uma das pessoas à frente da implantação dessa estrutura, a Rede de Informação Eletrônica para a Eco-92. Além da Embrapa, a iniciativa envolveu, principalmente, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e a Agência Estado.

Segundo Miranda, o primeiro objetivo ao prover conexão à internet na conferência era atender os jornalistas, em especial os estrangeiros. Poucos deles conheciam o recurso e, mesmo assim, ainda não falavam de internet. “Perguntavam se tinha conexão eletrônica”, conta. Algumas delegações estrangeiras também utilizaram os terminais disponíveis para se comunicar com seus países ao longo da conferência.

O então NMA também foi uma das primeiras instituições fora do circuito universitário a ter conexão com a internet, via rádio, no início dos anos 1990. Ainda não era possível fazer download de grandes arquivos, mas todos os computadores do centro de pesquisa estavam em rede. Sequer havia navegadores e e-mail. Mas aquela conexão permitiu a todos técnicos da Unidade se inscreverem em listas de discussão sobre vários temas ligados a C&T.

Pela primeira vez, a Unidade participou de debates on-line, por escrito, com pesquisadores de todo o mundo sobre sensoriamento remoto, geotecnologias, cartografia da vegetação, ecologia de paisagem e outros temas. Antes isso só ocorria, de forma limitada, em simpósios internacionais, de forma presencial. Com internet, passou a ser possível discutir temas com centenas de cientistas em todo o mundo. Logo, a UD testou vários navegadores e depois construiu seu site.

Essa trajetória rendeu a Miranda o diploma “Construtores da Internet.br”, concedido pela RNP e o CNPq em 2017. A homenagem foi prestada ao grupo de 41 pessoas que contribuíram para o estabelecimento da internet no Brasil, entre 1988 e 1993. “Das premiações que recebi ao longo da minha carreira, é uma das que mais me dão orgulho”, afirma o pesquisador.

A RNP divulgou um vídeo com depoimentos sobre esse marco de três décadas da internet. “Pode-se dizer que a internet no Brasil nasceu em 1992 e não parou de crescer”, diz no vídeo o diretor-executivo do Instituto Núcleo de Pesquisa, Estudos e Formação (Nupef), Carlos Afonso. Assista abaixo.

Fonte: Embrapa

MERCADO

Cepea: Retrospectiva mercado Agro em 2022

CITROS

O ano de 2022 foi de preços semelhantes aos de 2021 para a laranja no mercado in natura. Ainda que a produção da fruta tenha aumentado no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo Mineiro, a oferta foi controlada nesse segmento, devido ao maior envio à indústria. Porém, o cenário econômico brasileiro e o clima instável – com mais dias de temperaturas amenas no Sul e Sudeste – limitaram o consumo em alguns períodos. De janeiro a novembro, a média de comercialização da laranja pera foi de R$ 38,93/cx de 40,8 kg, na árvore, leve queda de 1,6% em comparação ao mesmo período de 2021. Já no segmento industrial, os valores subiram de 2021 para 2022, mesmo com a recuperação da produção de laranjas. Isso porque os estoques de suco fecharam a temporada 2021/22 bastante baixos, o que fez com que as processadoras tivessem elevada necessidade de matéria-prima. Na parcial do segundo semestre (julho a novembro), o valor médio da fruta negociada no segmento spot na foi de R$ 31,22/cx de 40,8 kg, colhida e posta na fábrica, alta de 8% frente à da parcial de 2021. Ressalta-se que produtores esperavam valorização mais significativa, por conta da forte alta nos custos de produção.

BOI

Mesmo diante dos fortes aumentos nos custos de produção ao longo dos últimos anos, o setor pecuário nacional seguiu realizando investimentos no campo, o que resultou em crescimento na oferta de animais para abate em 2022 – confirmados por números de abate do IBGE. As exportações seguiram intensas ao longo do ano, sobretudo à China, com os volumes mensais chegando a superar as 200 mil toneladas em agosto e em setembro, o que já garantiu recorde no envio anual. A procura doméstica, contudo, ainda esteve bastante aquém do esperado pelo setor. Lembrando que, da carne produzida no Brasil, cerca de 75% é destinada ao mercado interno. Diante disso, depois de renovarem de forma consecutiva os patamares recordes reais em 2019, 2020 e em 2021, os preços médios do boi gordo caíram em boa parte de 2022. Considerando-se a série mensal deflacionada (pelo IGP-DI) do Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (mercado paulista), a maior média do ano, de R$ 347,32, foi registrada em janeiro. Já a menor média, de R$ 283,35, foi observada em novembro.

ALGODÃO

Os preços do algodão em pluma registraram oscilação expressiva nos mercados interno e externo ao longo de 2022. Segundo pesquisadores do Cepea, a menor oferta global deu o tom altista, enquanto preocupações com o cenário inflacionário, a recessão econômica mundial e a redução na demanda global, sobretudo por parte da China, pressionaram os valores internacionais e, consequentemente, domésticos. Pesquisadores do Cepea ressaltam que as cotações internas até encontraram sustentação em boa parte do primeiro semestre, mas registraram quedas bruscas na segunda metade do ano, quando novas estimativas de oferta e demanda apontaram recuperação dos estoques mundiais. De forma geral, o preço no mercado interno acompanhou os movimentos dos valores internacionais e da paridade de exportação. Ainda assim, os preços domésticos mostraram vantagem sobre os de exportação no spot, o que estimulou algumas tradings a atuarem no mercado nacional.

ARROZ

O mercado brasileiro de arroz em casca iniciou 2022 com preocupações relacionadas aos excedentes domésticos elevados e à possível pressão sobre os valores do cereal, cenário que já havia sido observado em 2021. Porém, a estabilidade da oferta – devido à perda de potencial produtivo no Sul do Brasil –, o aumento da paridade de exportação, diante dos maiores preços externos, e o crescimento expressivo das exportações deram sustentação aos preços domésticos ao longo de 2022. No entanto, pesquisadores do Cepea ressaltam que os custos de produção subiram com ainda mais força. Assim, os avanços nos valores do arroz aliviaram parte dessas altas nos custos, mas ainda se trata de um cenário preocupante, de dificuldade de manutenção da atividade produtiva. Agora, é de se esperar que orizicultores sigam em busca de ajustamento do sistema produtivo, visando sua sustentabilidade.

TRIGO

Mesmo diante de colheita recorde de trigo no Brasil, os valores de negociação do cereal operaram em patamares máximos da série histórica do Cepea em 2022 – em algumas regiões, as cotações atingiram recordes reais. No contexto global, diversos fatores resultaram em diminuição, pelo segundo ano consecutivo, na relação estoque final/consumo mundial. Assim, a demanda interna seguiu ativa, superando a oferta e elevando os preços do cereal. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, no primeiro semestre de 2022, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia restringiu novos embarques pelo Mar Negro, sendo que estes dois países foram responsáveis por 30% das exportações mundiais de trigo de 2018/19 a 2021/22. Na segunda metade do ano, o clima prejudicou a produção da União Europeia, Índia e Argentina, e a Ucrânia limitou o cultivo do cereal.

AÇÚCAR

Na maior parte da safra 2022/23, os preços do açúcar cristal branco operaram no mercado spot de São Paulo em patamares abaixo dos da temporada anterior, em termos reais, o que parece ser incompatível com o cenário de menor produção. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, de fato, em 2022/23, a produção de açúcar em São Paulo em foi inferior à da temporada passada. Somente em meados de novembro/22 que as usinas paulistas direcionaram mais cana para a produção do adoçante, de forma que o total chegou a superar o da safra 2021/22.  Segundo pesquisadores do Cepea, assim como verificado na safra anterior, a disponibilidade de cristal Icumsa 150 no spot esteve restrita ao longo da temporada 2022/23, com maior volume deste tipo de açúcar novamente comprometido com contratos internos e de exportação. Já para o tipo Icumsa 180, à medida que a moagem evoluiu, houve aumento da oferta no spot, o que, por sua vez, fez com que usinas estivessem mais flexíveis nos preços de venda. Este cenário explica a queda nos valores médios na atual safra, mesmo com indicações de menor produção obtida. Outra possibilidade é que o recuo dos preços do cristal desta temporada seja um ajuste frente à forte alta observada na safra passada 2021/22.

ETANOL

Enquanto as exportações brasileiras de etanol foram expressivas ao longo da safra 2022/23, a demanda interna por hidratado seguiu desaquecida. Isso porque, segundo pesquisadores do Cepea, com o aumento das vendas de gasolina C nas bombas – devido à vantagem competitiva de preço –, a procura por etanol anidro cresceu, em detrimento da demanda pelo hidratado. Nesse cenário, os preços dos etanóis hidratado e anidro nas usinas foram pressionados na parcial da safra 2022/23. Cálculos do Cepea mostram recuos de 13,8% e de 12,8% nos preços do hidratado e do anidro, respectivamente, na parcial da atual safra frente aos da anterior – em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-M de novembro), com médias de R$ 2,8826/litro e de R$ 3,2852/litro entre abril e novembro/22. Quanto à liquidez, o cenário foi de poucos negócios entre abril e novembro, visto que compradores consultados pelo Cepea se mostraram cautelosos. A indefinição tributária sobre os combustíveis tem preocupado os agentes do mercado, que aguardam por um posicionamento do governo para, então, definirem suas metas para o próximo ano.

Conjuntura internacional

Milho

O volume total exportado de milho entre fevereiro/21 e janeiro/22, segundo dados da Secex atingiu 20,8 milhões de toneladas. Esse montante exportado é inferior em 40,4% ao exportado no mesmo período de 2020. Entre fevereiro e novembro de 2022, a exportação de milho foi de 34,6 milhões de toneladas, valor 136,2% superior ao mesmo período de 2021.

Trigo

No mercado internacional, por mais uma semana as cotações apresentaram desvalorizações, diante de um cenário de temores de recessão global, fraca demanda pelo trigo norte-americano e queda em outras commodities, como soja e milho. A pressão só não foi maior devido ao frio extremo observado na última semana nos EUA. A média semanal Fob Golfo fechou em US$ 378,86/ton, apresentando desvalorização semanal de 6,18%.

Algodão

Apesar da notícia do mal desempenho das exportações de algodão norte-americanas e preocupações quanto a demanda diante do cenário de recessão, o mercado esteve mais otimista, diante da expectativa da melhora na demanda chinesa. A queda do dólar perante outras moedas e alta do petróleo impulsionaram as cotações da pluma em Nova Iorque, encerrando a semana com ganhos.

Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

 Soja

As negociações envolvendo soja estiveram enfraquecidas no mercado brasileiro ao longo da semana passada. Segundo pesquisadores do Cepea, grande parte das indústrias domésticas já encerrou as aquisições do grão para recebimento em 2022, e compradores internacionais não estiveram ativos. Vendedores também estiveram afastados do spot nacional, atentos à menor paridade de exportação – que, por sua vez, foi pressionada pelas desvalorizações do dólar e externa – e às atividades de campo.

Milho

Compradores brasileiros de milho estão afastados do mercado spot, utilizando estoques e no aguardo de melhores oportunidades para negociar. Diante disso, pesquisadores do Cepea indicam que a liquidez interna se mantém baixa. Já as exportações seguem em ritmo intenso, superando largamente os envios de todo o ano passado – e novos navios devem zarpar nas próximas semanas. Dados da Secex indicam que, na parcial de dezembro (considerando-se 12 dias úteis), foram embarcadas 3,38 milhões de toneladas do cereal, o que já representa 99% do exportado em todos o mês de dezembro de 2021 (de 3,41 milhões de toneladas). Para dezembro, a Anec (Associação Nacional de exportadores de cereais) estima que sairão dos portos brasileiros 6,58 milhões de toneladas de milho.

CLIMA

Previsão de chuva

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê muita chuva em áreas do norte da Região Centro-Oeste e sul da Região Norte, além de grande parte do estado de São Paulo e sul de Minas Gerais (tons em vermelho e rosa no mapa) entre os dias 26 deste mês e 2 de janeiro de 2023 (Figura 1).

Por outro lado, em grande parte do leste da Região Nordeste, em Roraima e no Rio Grande do Sul, o tempo ficará seco na maioria dos dias (tons em branco e azul no mapa).

Previsão por regiões para a 1ª semana (26/12/2022 até 02/01/2023)

Região Norte

Devem ocorrer volumes de chuva maiores que 60 milímetros (mm) em grande parte da região, com acumulados que podem ultrapassar 100 mm no Pará, Amapá, Tocantins e em áreas centrais e do leste do Amazonas. Nas demais áreas, o volume será menor (cerca de 30 mm).

Região Nordeste

Os maiores acumulados devem ocorrer em áreas do centro-sul do Maranhão e centro-norte do Piauí, com volumes maiores que 50 mm. Já no sudoeste do Piauí e oeste da Bahia, a previsão é de chuva menos volumosa (em torno de 30 mm). No restante da região, o tempo ficará seco, principalmente, no interior.

Região Centro-Oeste

Há possibilidade de grandes acumulados, maiores que 80 mm, podendo ultrapassar 150 mm no Mato Grosso e em áreas do centro-norte de Goiás. No sul de Goiás e norte do Mato Grosso do Sul, os volumes não devem passar de 70 mm. Nas demais áreas, o volume será inferior (cerca de 30 mm).

Região Sudeste

As chuvas mais volumosas ficarão concentradas em áreas do sul de Minas Gerais e em grande parte de São Paulo, com valores que podem ultrapassar 100 mm. No Triângulo Mineiro, noroeste de Minas Gerais e em áreas centrais do Rio de Janeiro, os volumes passar de 40 mm. No entanto, no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, haverá chuva fraca no início da semana e tempo seco nos demais dias.

Região Sul

A previsão indica acumulados maiores que 30 mm em grande parte de Santa Catarina, Paraná e nordeste do Rio Grande do Sul devido à passagem de um sistema frontal no início da semana, além de áreas de instabilidade. Em áreas do Rio Grande do Sul, há possibilidade de pancadas de chuva no início da semana e tempo seco e sem chuva nos dias seguintes.

Figura 1. Mapa da previsão de chuva para a 1ª semana (26/12/2022 até 02/01/2023). Fonte: INMET.

Ainda conforme o Inmet, entre os dias 3 e 10 de janeiro de 2023, a previsão indica acumulados de chuva significativos, maiores que 50 mm, em grande parte da Região Norte e Centro-Oeste, além do sul da Região Sudeste, onde os volumes podem ultrapassar 100 mm (figura 2). Já nas regiões Nordeste e Sul, são previstos volumes abaixo de 30 mm.

Previsão por regiões para a 2ª semana (03/01/2023 até 10/01/2023)

Região Norte

São previstos acumulados maiores que 50 mm em praticamente toda a região, com exceção do norte do Pará e Amapá, onde os volumes previstos são baixos, inferiores a 30 mm.

Região Nordeste

A chuva mais volumosa ficará concentrada no Maranhão e no Piauí, com acumulados superiores a 50 mm. Nas demais áreas, podem ocorrer baixos volumes (menor que 30 mm).

Região Centro-Oeste

A previsão é de acumulados maiores que 50 mm em grande parte da região, podendo ultrapassar 90 mm no Mato Grosso do Sul e no sul de Goiás.

Região Sudeste

Os maiores volumes de chuva podem ocorrer em grande parte de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, com valores superiores a 125 mm. No norte de Minas Gerais, as chuvas devem ficar abaixo de 50 mm.

Região Sul

A previsão indica baixos acumulados (em torno de 30 mm) no Paraná. Da mesma forma, as demais áreas também devem registrar chuvas menores que 20 mm.

Figura 2. Mapa da previsão de chuva para 2ª semana (03/01/2023 até 10/01/2023). Fonte: GFS.

CURSOS E EVENTOS

Selecionamos uma série de eventos importantes no mundo Agro e que podem interessar você. Todos online!

Batata-doce: da produção de mudas à pós-colheita

Instituição promotora: Embrapa

Data: Contínuo

Inscrição: Clique aqui

 

Produção Integrada de Folhosas

Instituição promotora: Embrapa

Data: Contínuo

Inscrição: Clique aqui

 

Biogás: da produção à viabilidade econômica

Instituição promotora: Embrapa

Data: Contínuo

Inscrição: Clique aqui

 

Cultivo do algodoeiro em sistemas orgânicos no semiárido

Instituição promotora: Embrapa

Data: Contínuo

Inscrição: Clique aqui

 

Medidas de Prevenção, Monitoramento e Controle da Vespa-da-Madeira

Instituição promotora: Embrapa

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