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GERAIS
Nova etapa da campanha de vacinação de febre aftosa começa em novembro
Cerca de 161 milhões de bovinos e bubalinos deverão ser vacinados na segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa de 2022 que começa na próxima terça-feira (1º) e segue até o dia 30 de novembro.
Em dez estados (AL, AM, CE, MA, PA, PB, PE, PI, RR e RN), a vacinação ocorrerá em animais de até 24 meses, conforme o calendário nacional de vacinação.
Para as 11 unidades da Federação (BA, ES, GO, MG, MS, MT, RJ, SE, SP, TO e DF), que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA), a vacinação em novembro será para bovinos e bubalinos de todas as idades. Ao todo, esse bloco totaliza 141 milhões de animais a serem vacinados.
A inversão das estratégias de vacinação em alguns estados foi adotada em abril pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com objetivo de equacionar a demanda de vacinas contra febre aftosa com o cronograma previsto de produção da indústria e, assim, garantir a oferta de vacinas para manter os índices satisfatórios e manter a imunidade do rebanho brasileiro.
As vacinas devem ser adquiridas nas revendas autorizadas e mantidas entre 2°C e 8°C, desde a aquisição até o momento da utilização – incluindo o transporte e a aplicação, já na fazenda. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 ml na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia, para fazer a contenção adequada dos animais e a aplicação da vacina.
Além da vacinação, o produtor deve fazer a comprovação junto ao órgão executor de defesa sanitária animal de seu estado. A declaração da vacina pode ser entregue de forma online ou, quando não for possível, presencialmente nos postos designados pelo serviço veterinário estadual nos prazos estipulados.
Em caso de dúvidas, a orientação é para que procurem o órgão executor de defesa sanitária animal de seu estado.
Retirada da vacinação
Após a etapa de novembro de 2022, sete unidades da Federação do Bloco IV do PE-PNEFA – Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins – farão a suspensão da vacinação contra a febre aftosa. Ao todo, serão aproximadamente 114 milhões de bovinos e bubalinos que deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país.
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso possuem a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Fonte: Mapa
Prazo de emissão da DAP termina no dia 31 de outubro
Apartir de 1º de novembro, conforme Portaria nº 174, de 28 de junho de 2022, o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), será a única ferramenta do agricultor familiar para o acesso às ações, programas e políticas públicas voltadas para a geração de renda e o fortalecimento da agricultura familiar. O instrumento é utilizado para identificar e qualificar as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) da agricultura familiar, os Empreendimentos Familiares Rurais e as formas associativas de organização da agricultura familiar.
Desde 2 de janeiro deste ano, o CAF já estava substituindo gradativamente a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP/Pronaf) que deixará de ser emitida. As DAPs ainda continuarão válidas até o fim da sua vigência, não sendo necessário que o beneficiário se antecipe ao fim da vigência de sua DAP.
Somente os agricultores que não têm a DAP ativa precisarão buscar, a partir de 1º de novembro deste ano, à Rede CAF. Depois disso, a inscrição no CAF terá caráter permanente e a validade do registro será renovada a cada dois anos.
Neste momento, praticamente toda Rede DAP já fez a sua migração para a Rede CAF. Espera-se que, até o final de 2023, 2.519.854 famílias sejam beneficiadas por meio do registro de inscrição ativa no CAF.
Benefícios do CAF
O CAF trará mais transparência e segurança jurídica para os beneficiários e gestores das políticas públicas, pois o sistema está integrado às principais bases de dados do governo federal e valida as informações declaradas pelo requerente no ato da inscrição. Caso seja detectada alguma inconsistência, o sistema não permitirá a conclusão da inscrição até que a pendência seja corrigida, minimizando a possibilidade de fraude.
O CAF identifica ainda todos os membros que compõem a UFPA, inclusive os menores de idade, superando o limite atual de apenas dois titulares na DAP, permitindo dessa forma que o governo federal obtenha um retrato mais amplo e real do campo.
Outro destaque é que o CAF passará a ser mais inclusivo, sendo que os seus requisitos de acesso são apenas os previstos na Lei 11.326/2006. Além disso, valerá como instrumento de verificação da atividade de agricultura familiar para fins de aposentadoria rural.
Fonte: Mapa
TECNOLOGIA
Startups do agro são selecionadas para participar de exposição na China
Oito startups brasileiras foram selecionadas para integrar o pavilhão da Exposição Internacional de Importação da China (China International Import Expo – CIIE), que acontecerá ainda este ano em Xangai, China. As startups participaram da Semana de Inovação China-Brasil, que é realizada há três anos pela Associação Chinesa de Ciência e Tecnologia.
Nesta terceira edição, o evento foi promovido pela ApexBrasil, em parceria com o Consulado Geral do Brasil em Xangai, a Embaixada Brasileira em Pequim e a Venture Cup China. Os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de Minas e Energia (MME) apoiaram a iniciativa.
O objetivo do evento é conectar startups do Brasil com potenciais parceiros e investidores chineses nas áreas de agricultura, energia e tecnologia verde. Para este ano, o tema principal da Semana de Inovação foram as tecnologias agrícolas, energéticas e ambientais.
Abrir novas oportunidades para agtechs é uma das missões da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação. Além da China, eventos que possibilitaram o contato de startups com redes de inovação nos EUA, Europa e América do Sul ocorreram ao longo de 2021 e 2022. Os resultados da Semana de Inovação na China é um dos muitos que o agronegócio brasileiro poderá colher a partir das iniciativas de inovação aberta da Secretaria.
“A seleção de startups brasileiras do nosso agro demonstra o poder de políticas públicas como o AgroHub Brasil em promover ambiência e gerar oportunidades concretas de criarmos novos mercados e agregar valor para o agro brasileiro. Além disso, mostra que o time da Secretaria de Inovação está atuando desde o nascedouro de empresas, com nossas chamadas de startups – como a atual Chamada para o Agronordeste Digital, até a internacionalização daquelas que estão mais maduras, como está acontecendo com esse processo na China”, diz a diretora do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária, Sibelle Silva.
As startups brasileiras selecionadas para programas de aceleração após a Terceira Semana de Inovação China-Brasil são: Agricon Business; Ectare; JMM Tech; Pitaya Irrigação Eficiente; Predativa; Asel Tech; Dispor Energia e Termica Solutions. Também integrarão a CIIE quatro startups que participaram da edição anterior da Semana de Inovação, são elas: Krilltech, AI Robot, Ecotrace e Green Mining.
Além dessas startups, três outras foram selecionadas para acompanhar um mês de sessões individualizadas com mentores locais para adaptar o modelo de negócios à China, entender o mercado, solucionar pontos como interoperabilidade, preço, distribuição e também fazer um matchmaking com potenciais parceiros locais. Foram elas: Biosolvit, Ecotrace e Imersa.
Fonte: Mapa
Câmara Temática discutirá transformação digital no agro
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou a Câmara Temática de Inovação Agrodigital do Mapa, que será um fórum estratégico para discutir e pensar a transformação digital da agropecuária. A portaria Nº 504 que institui a medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26).
O objetivo do novo fórum, que irá funcionar aos moldes das câmaras setoriais e temáticas do Mapa, é discutir e propor subsídios para políticas públicas baseadas na transformação digital do agro brasileiro. A Câmara Temática de Inovação Agrodigital será um órgão consultivo, composto por representantes das principais entidades privadas e públicas dos diversos setores de âmbito nacional, bem como por órgãos do governo federal e permitirá a participação da sociedade civil organizada em suas reuniões.
A transformação digital da agropecuária ganhou força nos últimos anos, com mais tecnologias sendo desenvolvidas e chegando aos produtores rurais. Esse processo também tem fomentado o ecossistema de inovação fazendo com que novas empresas de base tecnológica sejam criadas para contribuir com o desenvolvimento da agropecuária brasileira.
O Brasil teve um crescimento de 40% no número de startups ligadas ao Agro entre 2019 e 2021, segundo estudo do Mapa em parceria com a Embrapa. Também já se observam mais de 50 hubs de inovação focadas na agropecuária no Brasil em diversas regiões.
Segundo o coordenador-Geral de Inovação do Mapa, Daniel Trento, a Câmara será uma uma forma de perenizar as grandes ações e políticas públicas do agro em benefício da inovação no campo e do empreendedorismo dos produtores rurais. “A Câmara será fundamental para promover avanços no cenário do agro 4.0 e da conectividade rural juntamente com o setor produtivo”, afirma Trento.
Fonte: Mapa
PRODUÇÃO
Publicados os registros de novos produtos de baixo impacto para o controle de pragas
O Ato n° 50 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta quarta-feira (26), no Diário Oficial da União, traz o registro de 46 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Do total registrado, 18 são produtos de baixo impacto, sendo seis com uso autorizado na agricultura orgânica.
A novidade é o registro do produto de baixa toxicidade com ingrediente ativo novo Phthorimaea operculella granulovírus, que teve aprovação para controle da traça do tomateiro, tornando-se uma boa opção para o manejo dessa praga.
Outro ingrediente ativo inédito, à base do óleo essencial de Cinnamomum verum, teve dois produtos registrados para o controle da mosca-branca (Bemisia tabaci raça B) na cultura da soja. Bemisia tabaci é uma das pragas prioritárias para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Agricultura Orgânica
Para a agricultura orgânica, saiu o registro de uma isca formicida à base do extrato da planta Tephrosia candida. É o segundo registro de um formicida com base na Especificação de Referência nº 04, para controle de formigas cortadeiras Atta sedens rubropilosa e Atta laevigata.
O destaque dos nematicidas fica por conta dos dois produtos biológicos compostos por uma mistura de isolados de Bacillus paralicheniformis e Bacillus subtillis, com recomendação de controle de nematoide-das-galhas (Meloidogyne incógnita), nematoide-do-cisto da soja (Heterodera glycines) e nematoide das lesões (Pratylenchus brachyurus).
Para o controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), uma das pragas elencadas como prioritárias no ano de 2022, o agricultor terá disponível mais uma ferramenta de controle com Baculovírus, de uso aprovado para a agricultura orgânica, além de um produto à base de Bacillus thuringiensis, isolado S 234 e outro à base de Metarhizium riley, Cepa CCT7771.
Outra praga também considerada como prioritária, o fungo Sclerotinia sclerotiorum que causa o mofo-branco, teve o registro de dois produtos biológicos à base de Trichoderma afroharzianum, linhagem CEN 287.
As culturas com suporte fitossanitário insuficiente, também conhecidas como minor crops, como araticum, atemóia, batata-yacon, cacau, cará, chalota, cherimóia, chuchu, cupuaçu, feijão-caupi, fruta-do-conde, gengibre, gergelim, grão-de-bico, graviola, guaraná, inhame, kiwi, lentilha, linhaça, mandioca, mandioquinha-salsa, maxixe, nabo, pinha, quiabo, rabanete e romã poderão receber tratamentos com o fungicida flutriafol (classificado pela Anvisa como categoria 5 – Improvável de Causar Dano Agudo). O registro de agrotóxicos para culturas com suporte fitossanitário insuficiente é importante para auxiliar no manejo de pragas pelos agricultores.
Já em relação aos registros químicos, ganha destaque os dois registros do herbicida Diquat (considerado o substituto do Paraquat), aumentando as opções para o sojicultor na safra que se inicia.
Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.
Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.
Revisão das Regras
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão trabalhando na revisão das regras aplicadas aos produtos de origem microbiológica, reconhecidamente de baixo impacto e que vem conquistando mercado nos últimos dois anos.
O trabalho conjunto resultará em breve na atualização das regras para registro de agrotóxicos de origem microbiológica, que otimizará a fase de avaliação deste tipo de produtos.
Fonte: Mapa
Monitoramento das lavouras de arroz
35,4% semeado. No RS, a região mais adiantada no plantio é Pelotas que atinge 90% da área prevista, entretanto, a alta umidade contribuiu para a redução no ritmo da semeadura devido à dificuldade de operar o maquinário no solo mais úmido. Em SC, as chuvas frequentes e a menor incidência solar prejudicaram o desenvolvimento das lavouras, além do aumento de plantas daninhas. No TO, a semeadura segue lenta devido à escassez de precipitações nas áreas produtoras.
No MA, as lavouras de arroz irrigado estão em enchimento de grãos e em menor proporção em maturação. O plantio do arroz sequeiro nas regiões Centro e Norte maranhenses ainda não tiveram início.
Fonte: Conab
Monitoramento das lavouras de soja
34,1% semeado. No MT, o plantio avança rapidamente, com 63,9% semeado. Porém, no Sudeste e Leste algumas propriedades paralisaram os trabalhos devido a falta de umidade no solo. No RS, os agricultores seguem com cautela o plantio, devido ao receio de nova influência do La Niña. No PR, a continuidade do tempo úmido e frio causou leve piora na situação de algumas lavouras, porém a maioria apresenta bom desenvolvimento. Em GO, a redução das precipitações causou uma diminuição da intensidade do plantio.
Em MS, a diminuição das chuvas permitiu uma maior evolução do plantio e melhoria no desenvolvimento. Em SP, a redução das chuvas permitiu um avanço no plantio. Em TO, algumas áreas foram semeadas em Caseara e Alvorada.
Fonte: Conab
Monitoramento das lavouras de milho 1ª safra
35,8% semeado. No RS, as lavouras evoluem satisfatoriamente, com os tratos culturais sendo realizados no momento adequado. Em MG, o plantio avança com a regularização das chuvas.
No PR, as chuvas atrasam o plantio. A maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento, porém 12% das áreas estão em situação ruim ou regular, devido ao excesso de chuvas e as baixas temperaturas, que provocam atraso no desenvolvimento.
Em SC, o plantio e o desenvolvimento inicial também foi prejudicado pelo excesso hídrico e as baixas temperaturas. Em GO, há tendência de redução da área. Na região Leste, 45% da área prevista foi semeada. Na BA, o plantio teve início em áreas irrigadas. O plantio de sequeiro terá seu início após a regularização das chuvas.
Fonte: Conab
Monitoramento das lavouras da 1ª safra de feijão
28,4% semeado. No PR, houve pequeno avanço no plantio. As chuvas em grandes volumes e as baixas temperaturas estão dificultando a semeadura e o desenvolvimento das lavouras implantadas. As condições atuais das lavouras são: 1% ruins, 16% regulares e 83% boas. No RS, 44% das áreas estão semeadas. O clima frio tem postergado o avanço fenológico, além de trazer maior susceptibilidade a algumas doenças. Em MG, o plantio avançou bem, alcançando cerca de 1/3 da área total prevista. O clima tem sido favorável na maioria das regiões produtoras, com boa disponibilidade hídrica. Em SC, com a redução das chuvas em algumas regiões, houve avanço no plantio, chegando a 50% da área prevista. O desenvolvimento inicial das lavouras tem sido mais lento devido ao frio.
Fonte: Conab
MERCADO
Queda do preço faz algodão testar ‘limite de segurança’
Na semana passada, o fantasma de uma possível recessão económica global fez os preços do algodão descerem a seu menor nível na bolsa de Nova York em quase dois anos. O declínio das cotações afeta diretamente os agricultores do Brasil, que enfrentam um forte aumento dos custos de produção.
No momento, o “limite de segurança” é 75 centavos de dólar por libra-peso, o que significa que os produtores terão prejuízo se as cotações internacionais ficarem abaixo desse piso. Segundo Victor Martins, gerente sénior de risco da Hedge Point Global Markets, com a atual configuração de custos, se o preço do algodão ficar entre 75 e 76 centavos de dólar por libra-peso, muitos agricultores de Mato Grosso, Estado que lidera o cultivo de algodão no Brasil, podem perder de US$ 5 a US$ 7 por arroba.
A pluma até subiu na última sexta-feira – os contratos para março do ano que vem fecharam em alta de 1,67%, a 78,55 centavos de dólar por libra-peso -, mas, no dia anterior, após sete quedas em sequência, o preço desceu a 77,26 centavos de dólar por libra-peso. Essa é o patamar mais baixo dos preços desde dezembro de 2020.
Martins diz que, no cenário macro, preocupam tanto o aumento da inflação nos Estados Unidos quanto a desaceleração da economia chinesa. “O mercado está muito sensível aos fundamentos macroeconômicos. Os americanos são os maiores consumidores no varejo de produtos feitos de algodão, e a China é uma grande fabricante de tecidos”, explica.
Outro elemento de pressão sobre as cotações é a alta do dólar. A moeda americana é um ativo que muitos investidores consideram mais seguro para momentos de turbulência, mas, para os produtores americanos da pluma, a valorização cambial representa perda de competitividade das exportações. “A alta do dólar faz com que o algodão posto na Ásia fique muito mais caro, especialmente para os chineses”, diz Martins.
Na sexta-feira, a moeda americana recuou após o jornal “The Wall Street Journal” noticiar que cresceram as apostas em um alívio no aperto monetário no país. O Federal Reserve, o banco central dos EUA, fez sucessivos aumentos de 0,75 ponto percentual nos juros, e agora, segundo a publicação, ganhou força no mercado a projeção de aumento 0,5 ponto percentual na reunião de dezembro do Fed.
Júlio César Busato, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), diz que existe um temor de que a demanda vá se retrair, mas que o mercado ainda não sabe quanto. “Por causa desse medo de recessão, as lojas já estão diminuindo os pedidos para a indústria. Elas querem evitar a formação de estoques”, afirmou ele ao Valor.
Busato realça que as cotações da pluma têm caído a despeito da série de cortes nas estimativas de produção global em 2022/23, consequência da seca no Texas, principal Estado produtor americano, e das enchentes no Paquistão e na índia, dois dos maiores produtores do mundo. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que projetava colheita de 26,17 milhões de toneladas em abril, agora prevê 25,7 milhões de toneladas.
Na contramão dos preços do algodão, os custos de produção subiram, em média, 50% neste ano. Os fertilizantes lideraram o aumento – o cloreto de potássio subiu 400% e o fósforo, 300%. “O que nos resta é nos agarrarmos à nossa produtividade, que já é a maior do mundo em áreas não-irrigadas”, afirma o dirigente.
Um exemplo dos esforços para o aumento de produtividade é o do Grupo Leal, de Alagoas. A empresa está investindo em um sistema de irrigação alimentado com energia fotovoltaica para garantir bom rendimento de suas lavouras da pluma em Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia.
João Toledo de Albuquerque, responsável pelo negócio, diz que a volatilidade faz parte do mercado de commodities e que os produtores precisam avaliar quais são as variáveis sobre as quais eles podem agir para diminuir os riscos. “Em outros países o setor é protegido com subsídios. No Brasil, a gente tem que se virar. Talvez isso tenha nos feitos mais fortes”, pondera, tentando ver o lado meio-cheio do copo.
Mesmo com as incertezas, o cultivo de algodão tem crescido no país. Segundo levantamento da Abrapa sobre intenção de plantio, a área de produção vai aumentar l,5%em2022/23, para l,66milhão de hectares. Com um salto de 16,4% na produtividade média, estima-se uma colheita de 2,95 milhões de toneladas, ou 18,1% maior que a da safra passada.
Fonte: Abrapa
Conjuntura do mercado internacional do algodão
Alta do dólar perante demais moedas mundiais e mercado aversos ao risco, diante do temor de uma recessão contribuíram para a queda do preço do algodão na ICE e outras bolsas pelo mundo. Para piorar, notícias de que a demanda por algodão na China está sendo afetada por medidas de combate ao Covid-19, tem repercutido no mercado.
Fonte: Conab
Conjuntura do mercado internacional da soja
Preços na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) fecham com a média semanal em baixa de -0,13%. A preocupação com a menor demanda por soja dos EUA e a safra recorde de soja do Brasil na safra 2022/23 mantem Chicago abaixo de US$ 14/bu. Além disto, receio de recessão mundial e norteamericana, estoques de passagem para a safra atual dos Estados Unidos maior que a da safra 2021/22, safra também dos Estados Unidos colhida dentro do esperado e problemas de escoamento no rio Mississipi são outros motivos que mantém preços CBOT baixos.
Fonte: Conab
Conjuntura do mercado internacional do trigo
No mercado internacional, a tendência altista que vinha sendo observada foi alterada e as cotações apresentaram desvalorizações em meio a um cenário de dólar alto, o que diminui a competitividade do trigo norte-americano; fraca demanda nos EUA e otimismo nas negociações em andamento para estender as rotas de transporte de grãos ucranianos durante a guerra, após reunião realizada em Moscou. A média semanal fechou em US$ 438,79/ton, apresentando desvalorização semanal de 1,37%.
Fonte: Conab
Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
Soja
A liquidez no mercado interno de soja está lenta e os preços, em queda. Segundo pesquisadores do Cepea, produtores estão com atenções voltadas à semeadura da temporada 2022/23 e evitam negociar o excedente da safra 2021/22. Além disso, a desvalorização do dólar e a queda nos prêmios de exportação na semana passada também desestimulam os negócios. No campo, as chuvas em setembro geraram otimismo entre sojicultores nacionais, mas, agora, o excesso de umidade na região Sul e Sudoeste do Brasil vem limitando e até mesmo interrompendo os trabalhos de campo. Em algumas áreas do sudeste do Paraná, tem sido necessário o replantio.
Milho
As cotações do milho estão firmes no mercado brasileiro. Pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação vem das exportações aquecidas, da retração de parte dos vendedores e do fato de alguns compradores terem sinalizado interesse em recompor estoques. A demanda externa pelo cereal brasileiro segue aquecida, mesmo diante da melhora no ritmo da colheita dos Estados Unidos. Esses compradores estão atentos à redução de oferta na União Europeia e na China, que foram atingidas pela seca e registram problemas com a logística, e aos embarques por meio do Mar Negro, devido ao aumento dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Além disso, na Argentina, a falta de chuvas nas últimas semanas também pode reduzir o potencial produtivo das lavouras. Dados da Secex indicam que, apenas em nove dias úteis de outubro, o Brasil embarcou 3,25 milhões de toneladas de milho, 81% a mais que em todo mês de outubro/21. Caso o atual ritmo diário se mantenha até o final deste mês, as exportações podem superar as 7 milhões de toneladas, o que seria o maior volume de 2022.
Algodão
Depois de esboçarem uma reação na semana passada, os preços internos do algodão em pluma voltaram a cair nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre a cotação doméstica vem das desvalorizações externas, que reduzem a paridade de exportação, e da maior presença de tradings no mercado negociando a preços menores. Diante disso, os valores da pluma já operam nos menores patamares nominais desde o encerramento de julho de 2021.
Trigo
Agentes do setor tritícola nacional estão atentos ao avanço da colheita no País e à qualidade desse cereal, sobretudo do Paraná, onde parte das lavouras foi prejudicada por chuvas significativas. Já em Santa Catarina, estimativas indicam aumento na produção. Quanto aos preços, a piora da qualidade de parte das lavouras vem resultando em novas altas em quase todas as praças acompanhadas pelo Cepea.
Etanol
O movimento de alta dos preços do hidratado no estado de São Paulo, que vinha sendo registrado desde meados de setembro, perdeu força ao longo da semana passada. Pesquisadores do Cepea indicam que, nesse período, poucos negócios foram fechados por distribuidoras, que seguiram retirando produtos adquiridos anteriormente. Assim, entre 17 e 21 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do etanol hidratado do estado de São Paulo fechou a R$ 2,7211/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins – alíquota zerada), praticamente estável (0,04%) frente ao do período anterior.
Açúcar
Compradores de açúcar estão mais ativos no mercado spot do estado de São Paulo. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda está maior pelo cristal branco, em especial o do tipo Icumsa 150. A oferta, por outro lado, está ainda mais restrita, devido às chuvas, que têm dificultado a colheita e, consequentemente, a moagem de cana-de-açúcar. Vale lembrar ainda que, desde o início da safra 2022/23, o mercado paulista vem enfrentando uma restrição da oferta do Icumsa 150, em decorrência da menor produção de cana. Nesse cenário, os preços do cristal estão firmes.
Arroz
Os negócios para exportação de arroz seguem aquecidos no Rio Grande do Sul. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda internacional está firme e os preços de exportação, atrativos. Ao mesmo tempo, produtores estão atentos às atividades de campo da nova safra. Nesse cenário, parte das beneficiadoras que atua no mercado doméstico precisa elevar o valor de suas ofertas de compras de novos lotes do arroz em casca.
Boi
A diferença média entre os preços do boi gordo (Indicador CEPEA/B3) e da carne (carcaça casada negociada no atacado da Grande São Paulo) está em 7,04 Reais/arroba em outubro (até o dia 25), contra 9,8 Reais/arroba em setembro/22, com vantagem para o animal. Trata-se, também, da menor diferença desde outubro do ano passado, quando a carne chegou a ser negociada a 17,36 Reais/arroba acima do boi gordo – aqui ressalta-se que, há um ano, os valores da arroba operavam em baixos patamares, devido à suspensão dos envios de carne à China, por conta do caso atípico de “vaca louca”. Segundo pesquisadores do Cepea, a redução na diferença está atrelada à desvalorização do boi gordo no campo, que está mais intensa que a registrada para a proteína negociada no atacado.
CLIMA
Novembro começa com frio intenso em algumas regiões
O mês de novembro vai começar com frio intenso e atípico em quatro regiões do Brasil, especialmente no Sul. A queda brusca das temperaturas ocorrerá devido à passagem de uma frente fria seguida de uma forte massa de ar de origem polar.
Já na segunda-feira (31) pela manhã, o frio vai atingir o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina e, até o fim do dia, vai avançar por todo o território catarinense. Também serão afetados o Paraná, o centro-sul do Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo. A previsão indica, no início da próxima semana, queda em torno de 15°C na Região Sul (Figura 1).
Figura 1. Mapa da tendência da temperatura para o dia 31 de outubro às 21h (horário de Brasília). Fonte: Inmet.
Entre a noite de segunda-feira (31) e a madrugada de terça (1º), também há uma pequena possibilidade de neve entre o Planalto Sul Catarinense e a região dos Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul. A figura 2 mostra a previsão de temperatura mínima para a madrugada de terça-feira (1º).
Figura 2. Mapa da previsão de temperatura mínima para o dia 1º de outubro às 3h (horário de Brasília). Fonte: Inmet.
A massa de ar frio continuará se deslocando para o Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país entre segunda-feira e terça-feira. O sul dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás e Amazonas também vão registrar baixas temperaturas, assim como todo o Rio de Janeiro.
A massa de ar frio deve atuar no Brasil até o fim da semana, com possibilidade de temperaturas negativas e geadas até quinta-feira (3), principalmente, nas áreas mais altas da Região Sul.
Confira as menores temperaturas já registradas nos estados da Região Sul, além de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás:
Rio Grande do Sul: 1,0°C em Bom Jesus em 05/11/1992
Santa Catarina: 1,6°C em Xanxerê em 23/11/1970
Paraná: 2,0°C em General Carneiro em 19/11/2016
São Paulo: 4,6°C em Campos do Jordão em 20/11/2016 e em São José dos Campos em 12/11/1964
Mato Grosso do Sul: 2,2°C em Coxim em 14/11/1980
Mato Grosso: 8,0°C no Alto Araguaia em 18/11/1984
Goiás: 9,7°C em Jataí em 28/11/1979
Confira os registros de geada na Região Sul nos meses de outubro e novembro (pesquisa realizada com dados a partir de 1999):
Outubro
Geada de intensidade fraca em Cambará do Sul (RS) em 23/10/2017.
Geada de intensidade moderada em Bom Jesus (RS) em 23/10/2017.
Novembro
Geada de intensidade fraca em Cambará do Sul (RS) em 23/11/2017.
Previsão de chuva
Previsão de chuva – De 18 a 24 de outubro de 2022
De acordo com o modelo numérico do INMET, os maiores acumulados são previstos em áreas do norte do Paraná, oeste de São Paulo e extremo sul de Mato Grosso do Sul, além de áreas centrais do Amazonas. Já em grande parte da Região Nordeste e entre os estados do Pará e Amapá o que predomina é o tempo seco.
Região Norte
São previstos acumulados de chuva superiores a 50 mm no oeste da região e em áreas do sul do Pará e oeste de Tocantins, com destaque para áreas centrais do Amazonas, onde os acumulados de chuva podem ultrapassar 80 mm. Em grande parte do Amapá e extremo norte do Pará não estão previstos acumulados de chuva. Nas demais áreas, os acumulados de chuva previstos poderão ficar entre 20 e 50 mm.
Região Nordeste
Não estão previstos volumes de chuva em grande parte do nordeste da região, havendo predomínio de uma massa de ar quente e seca. Entretanto, no centrossul do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), há previsão de acumulados de chuva que poderão ficar entre 10 e 50 mm. No extremo sul da Bahia podem ocorrer acumulados superiores à 50 mm e em áreas mais litorâneas do SEALBA ( Sergipe, Alagoas e Bahia) podem ocorrer pancadas de chuva e baixos volumes, principalmente no início da semana.
Região Centro-Oeste
Há previsão de chuva em grande parte da região, com acumulados que podem ficar entre 20 e 60 mm, principalmente em áreas do sul de Goiás e centro e também no norte de Mato Grosso. Já em grande parte do Mato Grosso do Sul, com exceção de áreas do noroeste do estado, os acumulados de chuva podem ultrapassar 50 mm, com destaque para áreas mais ao sul do estado, onde podem ocorrer volumes superiores a 100 mm. Nas demais áreas são previstos acumulados de chuva menores que 20 mm.
Região Sudeste
Há previsão de acumulados de chuva significativos, maiores que 50 mm, e que podem ultrapassar 80 mm principalmente em áreas do oeste de São Paulo, Triângulo Mineiro e sul de Minas Gerais. Já em grande parte do centro e norte de Minas Gerais, sul do Espírito Santo e Rio de Janeiro há previsão de baixos volumes de chuva que podem ser inferiores a 40 mm. Entretanto, em áreas do norte do Espírito Santo, Vale do Jequitinhonha e Mucuri podem ocorrer volumes de chuva acima de 40 mm principalmente no início da semana.
Região Sul
São previstos acumulados de chuva entre 20 e 50 mm em grande parte da região, com destaque para áreas do centro e norte do Paraná, onde há previsão de volumes de chuva significativos que podem ultrapassar 80 mm. Já no centrossul do Rio Grande do Sul e leste de Santa Catarina, os volumes de chuva previstos serão inferiores a 30 mm.
Figura 1. Previsão de chuva para 1ª semana (24/10/2022 e 31/10/2022). Fonte: INMET
Na Figura 2 é apresenta a previsão de chuva entre os dias 1 e 8 de novembro de 2022. De acordo com o modelo de previsão numérica, a semana poderá apresentar maiores acumulados de chuva em grande parte do centro e norte do país, com exceção de áreas do leste do Nordeste. Já no centrossul do país não há previsão de chuvas, podendo ocorrer baixos acumulados nas áreas litorâneas.
Região Norte
São previstos acumulados maiores que 50 mm no centro e norte do Amazonas, Roraima, leste do Pará e em grande parte de Tocantins. Já no Acre, Rondônia, sudeste do Amazonas e sudoeste do Pará, os volumes de chuva serão inferiores a 20 mm e nas demais áreas, os acumulados de chuva previstos não deverão ultrapassar os 50 mm.
Região Nordeste
Os maiores volumes de chuva se concentrarão em áreas do MATOPIBA, com acumulados que poderão ultrapassar 50 mm principalmente em áreas do sul do Maranhão, Piauí e oeste da Bahia e em áreas da região metropolitana de Salvador. Nas demais áreas podem ocorrer baixos acumulados de chuva, que serão inferiores a 20 mm.
Região Centro-Oeste
Há previsão de chuva que pode ultrapassar 30 mm em grande parte de Goiás, Distrito Federal e leste de Mato Grosso. Em áreas mais ao sul, como no sul de Mato Grosso e grande parte de Mato Grosso do sul, não há previsão de chuvas, enquanto nas demais áreas são previstos acumulados de chuva que podem ficar entre 5 mm e 20 mm.
Região Sudeste
Os maiores acumulados de chuva podem ocorrer no norte da região, principalmente no norte de Minas Gerais, onde os volumes podem ultrapassar 50 mm. Já no leste da região, como no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, os volumes de chuva podem ficar abaixo de 40 mm. Nas demais áreas, podem ocorrer chuvas de menor intensidade.
Região Sul
Não estão previstos acumulados de chuva em grande parte da região, com exceção de áreas litorâneas, onde os volumes de chuva podem ser baixos, não chegando a 20 mm.
Figura 2. Previsão de chuva para 2ª semana (01/11/2022 e 08/11/2022). Fonte: GFS.
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