O monitoramento do conteúdo de água no solo pode ser realizado através de diversos métodos e instrumentos, dente eles: o método gravimétrico (considerado padrão), sonda de nêutrons, reflectometria no domínio do tempo (TDR), reflectometria no domínio da frequência (FDR), blocos de gesso, watermark, tensiômetros, entre outros.
O manejo da irrigação pode ser programado sempre que o conteúdo de água no solo diminuir de um nível em que não afete a produtividade da cultura, sendo este nível crítico determinado anteriormente ao início da irrigação.
O método gravimétrico (Ug – Umidade gravimétrica) consiste na coleta de amostras de solo e estas são submetidas a secagem em estufa com circulação forçada de ar a uma temperatura de 110ºC ± 5ºC até peso constante. Desta forma, pesa-se a amostra de solo úmida (MSU), submete-se essa amostra a secagem e pesa-se novamente (MSS) e tira-se a tara do recipiente em que esta amostra foi acondicionada durante o processo (Tara do recipiente).
Ug (kg/kg) = (MSU – MSS) / (MSS – Tara do recipiente)
No entanto, esse método é bastante oneroso e trabalhoso, sendo utilizado para a calibração de sensores que determinam a umidade do solo.
O tensiômetro é um equipamento simples e barato, e desta forma é o mais utilizado para o manejo da irrigação via solo, em diversos locais e climas. O tensiômetro permite o monitoramento do potencial matricial de água no solo até -0,1 MPa, sendo o zero a saturação do solo. A tensiometria permite o manejo da irrigação, determinando o momento correto da irrigação, além de possibilitar a aferição das lâminas de irrigação, auxiliando na verificação de irrigações deficitárias ou excessivas.
As irrigações devem ser realizadas quando o potencial matricial de água no solo atingir o ponto crítico da cultura em que se esteja trabalhando. Cabe salientar que estão disponíveis na literatura o potencial de água crítico de diversas culturas, como frutíferas, olerícolas, ornamentais e culturas anuais.
A instalação dos tensiômetros deve ser realizada de forma cuidadosa, visando garantir que este fique com um bom contato com o solo, evitando-se bolhas de ar. Além disso, é fundamental que sejam instalados pelo menos dois equipamentos por ponto de monitoramento, em duas profundidades, de acordo com o comprimento do sistema radicular da cultura em que se esteja trabalhando. Garantindo que um dos equipamentos fique no centro do sistema radicular da cultura, e outro mais profundo.
Por exemplo, se estamos trabalhando com uma cultura que apresente um sistema radicular de 0,40 metros de profundidade, instala-se o tensiômetro 1 na profundidade de 0,20 metros e o tensiômetro 2 a 0,40 metros. Desta forma, garantiremos um monitoramento do conteúdo de água no solo adequado.
Outro ponto importante de se observar é ponto em que o equipamento será instalado, buscando sempre uma área que seja representativa do local. Além disso, se estivermos trabalhando com culturas perenes, devemos evitar a instalação do equipamento junto à copa, instalando-se no centro da projeção da copa. Em culturas anuais, recomenda-se a instalação a uma distância de 0,1-0,2 metros da linha de cultivo. Para os demais equipamentos de monitoramento da umidade do solo, os princípios de instalação são os mesmos citados anteriormente.
A escolha do equipamento em que será utilizado dependerá dos recursos disponíveis do local e do nível tecnológico e conhecimento técnico disponível. Entretanto, é fundamental que seja realizada a calibração prévia dos equipamentos, garantindo assim um manejo da irrigação de forma precisa, eficiente e racional.