Como foi, ou está sendo seu plantio?
Bom, ruim, na média ou dentro do esperado? O que era esperado?
O que te sinaliza que você está enquadrado dentro daquelas categorias: melhor do que o proposto, em linha com o proposto ou abaixo do proposto. Aliás, o que foi proposto? É para ajudar nesse tipo de questionamento que existe essa ferramenta básica e ainda sub-utilizada: O PDCA.
Para pensar em parâmetros de acompanhamento começamos com o “P” do PDCA do plantio, ou planejamento (do inglês, plan).
É comum vermos nas fazendas a correria exaustiva na execução: fazer, fazer e fazer, o que é compreensível! Há quem diga que são mais de 50 fatores que estão atuando no sistema produtivo, vários deles são incontroláveis e, dentro dos incontroláveis muito são imprevisíveis e/ou instáveis, como por exemplo, o padrão de chuva de uma safra que nunca é exatamente igual a outra.
Portanto, se há algo que vai acontecer independente da existência dos demais é o “D”, é o fazer (em inglês, do). O fazer materializa, o “D” torna o “P” real.
E como estar sempre melhorando o fazer? Simples… medindo, checando, é aí que entra o “C”.
O C (do inglês, check) é parte fundamental do sistema, além do “checar“, poderíamos associá-lo a outra palavra: consciência, a consciência do que está acontecendo, o que aconteceu e o que pode acontecer.
E o que podemos checar/medir? Os principais indicadores da operação ou sistema, o que tem a possibilidade de te trazer maior consciência.
Para a operação de plantio, comece explorando o básico, o óbvio:
- Qual a área que tenho que plantar? 1.200ha
- Quantas linhas de plantio eu possuo? 100 linhas (linhas de plantio é um belo indicador do parque de máquinas pois já sumariza “n” quantidade e modelos de semeadoras – neste caso a relação é de 12 ha/linha)
- Em quantos dias eu planto a minha lavoura? 10 dias (data de término do plantio – data de início do plantio)
Aqui com estas 3 perguntas básicas conseguimos já ter uma ideia do nosso planejamento de plantio. Sei que tenho 1.200 ha para plantar com estrutura de 12 linhas/ha, onde se espera plantar 120 ha/dia para concluir o plantio em 10 dias.
Pronto, está feito! Basta acompanhar a evolução do seu plantio durante a operação, coletar e armazenar esses dados para depois comparar com o plano inicial e a evolução ano a ano, já que a análise deve ser temporal para indicar minha performance ao longo dos anos.
E, o “A” do PDCA? De acabou? Não, de agir (act), analisar. E para isso continue pelas perguntas:
- Qual foi o retrato do meu plantio nesta safra?
- Ele ficou como comparado ao proposto e/ou minha média histórica? Dentro, além ou aquém?
- Estou perdendo ou ganhando produtividade com o modelo que estou realizando?
- Qual ponto desse sistema posso interferir para aumentar a produtividade?
Essas são perguntas de reflexão da operação ou sistema, cruciais para a melhoria contínua, e é onde geralmente a maioria falha. Naquela catarse do fazer, uma vez o plantio feito, acabou, “vamos partir para a próxima operação”, deixando de lado a análise final, mesmo tendo executado corretamente o P, D e C.
Imagine que não esteja conseguindo plantar em 10 dias e que os atrasos de plantio estejam fazendo perder produtividade (essa análise da produtividade vamos fazer mais a frente). Aumentar as linhas de plantio é uma alternativa? Consigo antecipar a data de início de plantio? Qual desses dois acha que está mais no nosso controle?
Em cima dessas reflexões é de onde tiraremos os insights para o novo plano e avançaremos o plantio (e seu PDCA) nos degraus da eficiência dentro da busca do aumento da produtividade e da sustentabilidade ambiental e dos negócios.
Não tinha feito desse jeito ainda? Ainda é tempo! Pare agora e faça uma análise de como foi a sua operação respondendo as 3 primeiras perguntas do P no passado.
Quais outros indicadores você utiliza no seu sistema/operação? Conte para nós nos comentários!
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Este artigo foi escrito por:
Rinaldo Grassi
Engenheiro Agrônomo, especialista em Gestão do Agronegócio e Data Science.