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GERAIS
Retrospectiva do Agro em 2022
Novos mercados
Em 2022, o Brasil chegou a 50 novos mercados abertos para os produtos agropecuários. Desde 2019, o número de novos mercados abertos ultrapassa 230. Isso significa que alimentos e demais produtos do agronegócio brasileiro estão presentes em mais de 50 países. Aberturas de mercados são resultados de negociações bilaterais sobre parâmetros de sanidade que passam a ser aceitos pelo país importador e também refletem na diversificação da pauta exportadora do agro. Um dos novos mercados conquistados foi o de carne suína brasileira para o México.
Exportações
O ano de 2022 foi marcado por mais um recorde das exportações do agro brasileiro. De janeiro a outubro, por exemplo, a balança comercial já marcava a cifra de US$ 136,10 bilhões em vendas externas, alta de 33% na comparação com o mesmo período de 2021. As exportações dos produtos agropecuários continuaram a impactar positivamente a economia nacional, com participação de quase 50% nas vendas externas totais do país. Entre os produtos em destaque estão soja e milho, principalmente com destino para o mercado asiático.
Diplomacia dos Fertilizantes
Com o conflito Rússia-Ucrânia, o Brasil passou a buscar novos fornecedores de fertilizantes, já que 85% desses insumos usados na agricultura são importados, sendo a Rússia uma das principais exportadoras. O Mapa, então, liderou uma série de reuniões e viagens na prospecção para diversificar a base de países que podem vender o insumo aos produtores brasileiros, a chamada diplomacia dos fertilizantes. Foram realizadas missões a Jordânia, ao Egito e ao Marrocos, além de tratativas com o Canadá. Outra frente de ação foi o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes, que prevê reduzir a dependência dos insumos importados nos próximos 28 anos.
COP 27
Na COP 27, realizada no Egito, a comitiva do Mapa apresentou programas e resultados que comprovam que a agropecuária sustentável já é uma realidade no Brasil, reforçando que o agro do país é parte da solução para o enfrentamento das mudanças climáticas e da insegurança alimentar global. Entre as ações com destaque estão o Plano ABC+ e o programa de estímulo ao uso de bioinsumos. Durante a conferência, foram lançadas iniciativas voltadas para a promoção da sustentabilidade na Amazônia e no Cerrado.
Fonte: Mapa
PIB do Agro recua no terceiro trimestre
O PIB do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), alcançou recordes sucessivos em 2020 e em 2021, com esse biênio se caracterizando como um dos melhores da história recente do agronegócio nacional. Já em 2022, o PIB do setor teve recuos sucessivos ao longo dos três primeiros trimestres do ano, acumulando queda de 4,28% de janeiro a setembro de 2022.
Segundo pesquisadores do Cepea, o principal fundamento para esse cenário é a forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias, que tem corroído o PIB ao longo das cadeias. De janeiro a setembro, o PIB do ramo agrícola caiu expressivos 5,69%, e o pecuário, ligeiro 0,24%.
Considerando-se os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, o Cepea estima que a participação do setor no total fique por volta de 25% em 2022, pouco abaixo dos 27% registrados em 2021 – isso porque a queda deste ano se verifica frente ao patamar recorde de PIB alcançado em 2021.
O resultado negativo do PIB do ramo agrícola decorreu especialmente da forte alta dos custos com insumos para a produção agrícola (dentro da porteira), como fertilizantes, defensivos, combustíveis, sementes e outros. Além disso, o PIB agrícola também segue pressionado pela redução da produção em culturas importantes, especialmente soja e cana-de-açúcar. Além dessas duas atividades, que detêm peso expressivo no PIB, estima-se menor produção no ano para o arroz, a batata, o fumo, a mandioca, o tomate, a uva e a madeira em tora.
No ramo pecuário, houve reduções do PIB para todos os segmentos, exceto o primário, no acumulado de janeiro a setembro. De acordo com pesquisadores do Cepea, no segmento primário pecuário, a alta decorreu de algum aumento do valor bruto da produção (produção maior e preços levemente superiores aos de 2021), somado à redução dos custos com insumos; nesse último caso, em relação ao patamar expressivamente elevado alcançado em 2021.
Atualizas as condições para inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar
Foi publicada a portaria nº 293, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAF/ Mapa), que estabelece as condições e os procedimentos gerais para inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).
Após uma série de encontros técnicos realizados com o objetivo de capacitar as equipes de cadastradores vinculados as entidades da Rede de Entidades Credenciadas para realizar a inscrição no CAF (Rede CAF), verificou-se a necessidade de alterar os regramentos estabelecidos na Portaria SAF/MAPA nº 242, de 8 de novembro de 2021, aprimorando as normas e conceitos por meio de novos dispositivos que visam ampliar o público beneficiário da Política Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf).
A principal mudança é a possibilidade de que empreendedores familiares rurais, microempreendedores individuais, microempresários e pequenas empresas também possam se inscrever no CAF, desde que atendam aos requisitos estabelecidos. A inscrição continua vedada para pessoas físicas que sejam proprietárias ou acionistas majoritárias de empresas, bem como para diretor, sócio-gerente, administrador de sociedade empresarial.
O ato normativo também traz mudanças no que diz respeito à inscrição dos beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). A nova redação amplia o ingresso desse público específico para obtenção de inscrição no CAF.
Desde 1º de novembro, conforme Portaria nº 174, de 28 de junho de 2022, o CAF é a única ferramenta do agricultor familiar para o acesso às ações, programas e políticas públicas voltadas para a geração de renda e o fortalecimento da agricultura familiar.
Fonte: Mapa
Preocupação com alimentação saudável aumentou durante a pandemia
Uma pesquisa, realizada com agricultores e consumidores de alimentos agroecológicos na cidade de São Paulo, durante a pandemia da Covid19, mostrou que houve mudanças na relação entre consumidores e seus fornecedores e nos valores compartilhados entre eles, no contexto das redes alimentares alternativas da cidade, que passaram a buscar alimentos mais saudáveis e a valorizar a proximidade com os produtores, em contraposição à impessoalidade que existe na relação com supermercados.
A avaliação, que contou com a contribuição de uma cooperativa de agricultores orgânicos sediada em São Paulo, evidenciou a urgência da transformação dos sistemas alimentares em direção a práticas mais sustentáveis na agricultura.
A pesquisa buscou compreender se a pandemia provocou mudanças qualitativas na relação de proximidade e nos valores compartilhados entre agricultores e consumidores nas redes de alimentos orgânicos da cidade. Além disso, analisou os impactos sociais e os caminhos escolhidos para o estabelecimento dessa proximidade, obtendo o perfil dos que buscam esses alimentos por meio de redes alternativas, as mudanças dos hábitos alimentares durante esse período e as motivações que os fazem optar por esse tipo de consumo.
“Detectamos que a pandemia da Covid-19 gerou mudanças do ponto de vista sociocultural e que a organização em redes alimentares alternativas tem potencial para redefinir as relações de produção e consumo, fortalecer os mercados locais e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento de novos valores ou princípios de troca ou comercialização com preços justos, equidade nas relações, ética e valorização do trabalho no campo”, explica Natália Cheung em sua dissertação de mestrado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
De acordo com Cheung, depois dos meses mais críticos, o processo de reconexão entre consumidores e seus fornecedores mostrou que a pandemia foi um ponto fundamental para trazer mais consciência sobre a importância da alimentação saudável, sob a perspectiva da agroecologia e da relação com a preservação da vida no planeta.
Fonte: Embrapa
PRODUÇÃO
Cuidados para prevenção da ferrugem asiática
Dados divulgados recentemente pela Embrapa Soja, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), revelam registro das primeiras ocorrências da ferrugem-asiática da soja, em áreas comerciais na safra 2022/23.
Alexandre Dinnys Roese, explica que o ciclo da ferrugem asiática dura em torno de sete dias para que um esporo gere uma nova pústula, que vai novamente produzir esporos e assim sucessivamente. “Esses focos precisam ser bem controladas, para evitar que multipliquem-se” e, acrescenta, “é possível que a doença já tenha se espalhado na região e como os esporos da ferrugem são leves, transportados pelo vento, inclusive a longas distâncias, esse foco tem potencial de disseminar doença numa região bem abrangente”.
Por outro lado, Alexandre destaca ainda que o fato desses dois focos terem sido registrados no estado do Paraná pode significar, simplesmente, que os produtores e a assistência técnica, daqueles municípios, e dos arredores estejam mais atentos para detectar a doença no campo.
Ele salienta ainda que a ferrugem asiática da soja é uma doença extremamente difícil de detectar, logo no início, nos primeiros dias de ocorrência, porque os sintomas são minúsculos nas folhas e é preciso ter conhecimento para identificar a doença. “Porém, ainda assim é preciso andar bastante no meio das lavouras, coletar bastante folhas para examinar e, então, é possível verificar se a doença já está presente”.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia, enfatiza a importância do monitoramento das lavouras para as tomadas de decisões mais assertivas, sempre pensando no alto potencial produtivo e também nos custos de produção. O monitoramento das condições do clima, também são fundamentais, destaca Rodrigo. “Em casos de chuvas frequentes é preciso ter ainda mais cuidados, inclusive com possível antecipação das pulverizações, pois dezembro é historicamente o mês mais chuvoso do Sul do Mato Grosso do Sul”. Ele explica: “Em Dourados, a média histórica anual em dezembro é de 175mm, de acordo com o Guia Clima. Porém, este ano, até o dia 15 de dezembro, os dados registram média de 47.4mm. Já em Rio Brilhante, a chuva registrada este mês é bem menor, apenas 15mm até meados de dezembro”.
Saiba Mais – Acesse o consórcio Antiferrugem e acompanhe as ocorrências no Brasil.
Fonte: Embrapa
Site auxilia produtores no manejo de pragas do amendoim
A Embrapa disponibiliza uma ferramenta para auxiliar os produtores de amendoim no manejo fitossanitário da cultura. O site AmendoSafe reúne os produtos registrados para uso na cultura do amendoim, bem como produtos biológicos, cujo registro é por alvo-biológico, podendo ser usados em qualquer cultura.
“Além de facilitar a tomada de decisões por parte do produtor, a ferramenta também visa reduzir o risco de resíduos de pesticidas e a produção de alimentos seguros e de qualidade”, explica o pesquisador Augusto Costa,da Embrapa Algodão, que coordena o grupo de trabalho de Fitossanidade da Câmara Setorial do Amendoim.
As informações estão organizadas considerando os grandes grupos de pragas, sejam doenças, nematóides, plantas daninhas, insetos e ácaros. Também podem ser realizadas buscas pelo nome comum da praga e o nome científico, além da modalidade de aplicação.
Fonte: Embrapa
Ganho de qualidade motiva produtores a expandir uso da Agricultura de Precisão nos vinhedos
“Esse ano, com o que a gente provou, deu para perceber uma diferença muito maior ainda (em relação à safra 2020), o que dá a interpretação de que aquilo que posso corrigir para melhorar um vinho de alta gama, eu posso fazer através da agricultura de alta precisão, ou seja, é uma coisa extremamente importante, que a gente vai usar a partir do ano que vem já”, avalia Márcio Verrone, proprietário da vinícola que leva o nome da família.
A pesquisa, em parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu e o Núcleo Tecnológico da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig Uva e Vinho), de Caldas, já havia constatado a variação dos atributos do solo e da planta em pequenas áreas dos vinhedos, o que possibilitou a coleta seletiva das uvas.
“A constatação da variabilidade do solo e do vigor vegetativo das plantas, mesmo em áreas pequenas, e o fato que as uvas de uma parte do vinhedo apresentavam algumas diferenças quanto às suas características enológicas – em relação a outra parte do mesmo vinhedo – nos chamou a atenção para a possibilidade de obtenção de vinhos com algumas características diferentes e de interesse dos enólogos”, relata o pesquisador da Embrapa Instrumentação Luis Bassoi (foto acima).
“Mas era necessário que os especialistas provassem os vinhos para comprovar, na taça, essas diferenças, e também avaliarem se a utilização da Agricultura de Precisão vale a pena, se agregará valor ao produto e, consequentemente, se vai melhorar a qualidade para o consumidor”, arremata o coordenador da pesquisa.
Diferença sensorial
“A gente consegue ver a diferença bem nítida entre os vinhos, no caso dos 4 talhões, das 4 áreas que a gente estava vendo (duas de cada vinícola), a questão de acidez, a questão de cor, a questão de estrutura também que o vinho pode ter”, detalha Isabela Magalhães, enóloga da Casa Verrone.
Fonte: Embrapa
Embrapa oferece curso de preparo de bioinsumos a partir de resíduos
Estão abertas as inscrições para o curso ‘Aproveitamento de Resíduos no Preparo de Bioinsumos’, disponível na plataforma e-Campo – Vitrine de Capacitações On-line da Embrapa. O curso foi elaborado pela Embrapa Semiárido, é gratuito e tem oferta contínua.
A formação é oferecida na modalidade EAD, com carga horária de 24 horas. O objetivo é promover a capacitação nos métodos e técnicas de aproveitamento de resíduos sólidos, oriundos da atividade agropecuária, para o preparo de bioinsumos.
O conteúdo está dividido em seis módulos, abordando a caracterização dos resíduos sólidos e seu gerenciamento, os aspectos legais sobre os resíduos sólidos no Brasil, preparo e caracterização de composto orgânico e biofertilizantes líquidos, importância da matéria orgânica em solos tropicais e o uso de compostos orgânicos e biofertilizantes líquidos em plantas cultivadas.
As inscrições podem ser realizadas pelo link: https://www.embrapa.br/web/portal/e-campo/aproveitamento-de-residuos-no-preparo-de-bioinsumos
Fonte: Embrapa
Preços mínimos de produtos extrativos da safra 2023 são atualizados
Os preços mínimos dos produtos extrativos da safra 2023 foram atualizados por meio da Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento n.º 534. Os reajustes tiveram variação de 0,42% até 66,20%. Os novos valores são fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de acordo com a proposta enviada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Mapa.
Para as sugestões dos novos preços, a Companhia considerou custos variáveis de produção e outras condições de mercado. Os 17 produtos elencados na Portaria integram a lista contemplada pela Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio).
O maior reajuste constante na Portaria (66,20%), foi aplicado para a andiroba (amêndoa), nas Regiões Norte e Nordeste. Lá, o preço mínimo passou de R$1,42/Kg para R$ 2,36/Kg. Na sequência vem o fruto do Murumuru, na Região Norte, cujo preço mínimo passou de R$1,72/Kg para R$2,69/Kg, uma variação de 56,40%. Os novos preços da Portaria entram em vigor a partir de 2 de janeiro de 2023.
Sociobiodiversidade
Com base na PGPM -Bio, a Conab apoia a comercialização destes produtos e o desenvolvimento das comunidades extrativistas, por meio da Subvenção Direta a Produtos Extrativistas (SDPE), que consiste no pagamento de um bônus, quando os extrativistas comprovam a venda de produto extrativo por preço inferior ao mínimo fixado pelo Governo Federal. Um dos objetivos da Política é fomentar a proteção ao meio ambiente e contribuir com a redução do desmatamento, como forma de minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
Fonte: Mapa
SUSTENTABILIDADE
Mudança climática diminui a produção da castanha-do-pará
A elevação da temperatura e a redução da umidade ocorridas na Amazônia devido ao El Niño nos anos de 2015 e 2016 diminuíram em até oito vezes a produção de frutos da castanha-do-pará (chamada também de castanha-da-amazônia e castanha-do-brasil) na safra de 2017 no sul do Amapá. A conclusão está no artigo “Forte El Niño reduz produção de frutos de castanheiras na Amazônia oriental”, publicado na Acta Amazônica, revista científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A publicação é resultado de pesquisa desenvolvida em conjunto entre várias instituições de pesquisa brasileiras (veja mais detalhes abaixo) para avaliar os efeitos das mudanças climáticas no comportamento e sobrevivência dessa espécie, considerando a sua importância para a conservação do bioma e qualidade de vida dos amazônidas.
Coautora do artigo, a engenheira florestal Dayane Pastana destaca que a redução drástica na produção de frutos de castanha-da-amazônia em 2017 foi observada em toda Pan-amazônia e está diretamente relacionada com o aumento da temperatura média do oceano pacífico em mais de 2°C, aumento da temperatura máxima e redução da precipitação local. A queda brusca na produção interferiu na logística de oferta e demanda, aumentando em até três vezes o preço do produto.
Fonte: Embrapa
Monitoramento das lavouras
Algodão
14,9% semeado. Em MT, o início da semeadura foi favorável, principalmente, na região Sudeste. Na BA, as condições climáticas favorecem a continuidade da semeadura. Em MS, as lavouras apresentam estande de plantas satisfatório. No Sul do MA, com a volta das chuvas, foi iniciada a semeadura. Em SP, o plantio está finalizando em algumas regiões. No PI, a semeadura avança. Em GO, na região Sul, a semeadura está praticamente finalizada. Na porção Centro-Noroeste, a semeadura segue em ritmo normal. Em MG, a semeadura deverá estar concluída na próxima semana.
Soja
As áreas de soja á estão com 96,7% da semeadura concluída. No MT, as precipitações bem distribuídas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras. Todavia, espera-se redução da produtividade devido ao veranico no início da safra em algumas áreas do Leste e Oeste. No RS, a má distribuição de chuvas atrasa o plantio e, nas áreas já semeadas, provocou a diminuição na população de plantas e o desenvolvimento abaixo do esperado. No PR, a maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento, porém a irregularidade das precipitações na região Oeste, causa preocupação aos produtores. Em GO, a boa regularidade das chuvas favorecem o desenvolvimento das lavouras, mas a estiagem ocorrida em novembro reduziu o potencial produtivo das lavouras na região Sul, principalmente as semeadas no início da safra. No MS, as precipitações amenizaram a restrição hídrica em muitas regiões, mas há necessidade de maiores volumes, pois a maioria das áreas se encontra em estádio reprodutivo, período crítico e de alta demanda hídrica. No Matopiba, as lavouras se encontram em boas condições.
Arroz
86,1% da área de arroz já se encontra semeada. No RS, a cultura apresenta bom desenvolvimento, com o início da fase de florescimento, com altas temperaturas e boa radiação solar. Os níveis dos reservatórios de água permanecem adequados. Em SC, o plantio foi concluído. As regiões Norte e Vale do Itajaí apresentaram grande volume de precipitações alagando as lavouras. As áreas que estão em fase reprodutiva podem ter perdas significativas. Em GO, na região Norte, as lavouras seguem em boas condições de desenvolvimento, porém a semeadura do arroz irrigado está paralisada devido às chuvas em São Miguel do Araguaia. Em TO, o plantio avança compreendendo 85% das áreas e as lavouras estão com bom desenvolvimento vegetativo.
Milho (1ª safra)
As lavouras de milho estão 82,3% semeadas. Em MG, o plantio foi concluído, com lavouras sob boas condições. No RS, a falta de precipitações uniformes já impacta o potencial produtivo do milho em diversas regiões, com situações mais extremas nas regiões das Missões e Alto Uruguai. Na BA, o plantio segue acelerado em todas regiões. No PI, a semeadura avança, mas com paralisações pontuais devido à baixa umidade do solo em algumas regiões. No PR, o plantio foi finalizado. As lavouras que estiveram sob condições adversas no início do plantio, tiveram uma melhora considerável, em função da melhoria das condições climáticas. Em SC, 100% da área foi semeada. As altas temperaturas favoreceram o desenvolvimento das lavouras, mesmo com precipitações irregulares. Em GO, 72% das lavouras foram semeadas e estão majoritariamente em boas condições.
Feijão (1ª safra)
70,8% semeado. 7,3% colhido. No PR, a colheita avança pouco e continua restrita às regiões do Norte Pioneiro e de Campo Mourão. A classificação geral das lavouras é de que 67% delas estão em boas condições, 30% regulares e 3% ruins. Em MG, concluiu-se a semeadura. Em GO, as chuvas retornaram em dezembro e melhoraram as condições para a lavoura. No RS, segue a preocupação com a escassez de chuvas e as altas temperaturas em regiões produtoras do feijão-comum preto. Isso tem reduzido o potencial produtivo e a qualidade dos grãos mais tardios. Já nas áreas relacionadas ao cultivo e feijão-comum cores, o cenário se mostra mais favorável, com regime de chuva maior e com muitas lavouras em desenvolvimento inicial ou em implantação, que são fases com menor demanda hídrica.
MERCADO
Conjuntura internacional
Soja
Preços na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) fecham com a média semanal em alta de 0,56%. Preços de soja continuam sob suporte de clima desfavorável da Argentina, demanda chinesa e alta dos preços de farelo e óleo, expectativa de boa safra brasileira limita maiores altas. Semana deve começar com forte baixa em Chicago para realização de lucros, mas tendência de alta continua.
Fonte: Conab
Trigo
No mercado internacional, as cotações apresentam desvalorização, devido à previsão de maior oferta indiana, ampla oferta no Mar negro e temores de recessão global. Amédia semanal Fob Golfo fechou em US$ 385,74/ton, apresentando desvalorização semanal de 4,48%.
Fonte: Conab
Algodão
A cotação do algodão na bolsa de Nova Iorque foi afetadapelo mal desempenho das exportações norte-americanas e relatório do USDA apontando aumento na produção norteamericana com queda no consumo global. Mercado esteve bastante volátil. Os preços começaram a semana em baixa e subiram aos poucos, mas ainda ficaram abaixo da média da semana anterior. Embora estejam aguardando menores altas nas taxas de juros dos Estados Unidos, o temor da recessão global ainda é um aspecto baixista.
Fonte: Conab
Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
Soja
Com as demandas interna e externa aquecidas, o preço do farelo de soja se mantém em alta no mercado brasileiro, segundo indicam dados do Cepea. Na Argentina (principal abastecedora global deste derivado), a oferta da safra 2021/22 é baixa e o mercado está incerto quanto ao volume a ser produzido na temporada 2022/23, devido ao clima desfavorável. Diante disso, as expectativas são de que a demanda chinesa por farelo de soja se desloque ao Brasil. De acordo com relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a China deverá importar 235,24 mil toneladas de farelo de soja na safra 2022/23, o maior volume desde 2010/11 e quatro vezes mais que a quantidade importada em 2021/22. As transações globais de farelo devem somar recorde de 70,08 milhões de toneladas. Deste total, 37,9% devem sair da Argentina, 27,9%, do Brasil e 17,7%, dos Estados Unidos.
Arroz
O ritmo de comercialização do arroz em casca vem perdendo a força no mercado sul-rio-grandense. Parte das unidades de beneficiamento reporta que encerrou as compras anuais nos últimos dias e deve voltar a comercializar apenas em janeiro/23. A maioria dos orizicultores consultados pelo Cepea opta por não gerar novas receitas no exercício de 2022 e, assim, restringe o volume disponível do cereal no spot. Mesmo diante desse cenário, o Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) segue firme, na casa dos R$ 90/saca de 50 kg.
Milho
Os preços do milho estão firmes na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, a sustentação vem do intenso ritmo de embarques nos últimos meses e do possível reaquecimento da demanda internacional pelo milho brasileiro – bombardeios em regiões portuárias da Ucrânia e preocupações com a seca na Argentina trazem compradores externos ao Brasil. Na primeira semana de dezembro, foram exportadas 1,51 milhão de toneladas, já representando 44% do volume embarcado em dezembro de 2021, segundo dados da Secex. Atentos a esse cenário e também às valorizações na Bolsa de Chicago (CME Group) e do dólar, vendedores pedem preços maiores nas negociações no interior do País.
Algodão
O ritmo de comercialização de algodão em pluma tem perdido a força, devido à retração gradativa dos agentes, diante da proximidade das festas de final de ano. Segundo pesquisadores do Cepea, produtores estão, agora, focados nas finalizações de embarque dos carregamentos da pluma já contratada. Do lado comprador, a maior parte das indústrias está fora do mercado, cautelosa nas decisões, diante das incertezas quanto aos cenários econômico e político. No geral, mesmo em meio à baixa liquidez, os preços seguem firmes.
Trigo
Com a colheita de safra recorde praticamente finalizada no País, a maior disponibilidade de trigo segue pressionando os valores de negociação do cereal, mesmo que em intensidade pequena. Além disso, pesquisadores do Cepea ressaltam que a menor paridade de importação também influencia as baixas nos valores domésticos, à medida que favorece a compra externa do cereal. Agentes de mercado consultados pelo Cepea, contudo, acreditam que o atual movimento de queda nos preços pode se enfraquecer ou até mesmo ser revertido, fundamentados na expressiva redução na produção da Argentina.
Etanol
Distribuidoras consultadas pelo Cepea voltaram ao mercado spot do estado de São Paulo ao longo da semana passada, buscando garantir o biocombustível para ser retirado ao longo de dezembro. Isso porque, neste período de festas de final de ano, a tendência é de crescimento na saída de combustíveis nas bombas. Algumas usinas, por sua vez, estiveram fora do mercado, enquanto outras preferiram escoar o biocombustível, mesmo a preços mais baixos que os da semana anterior. Quanto aos preços, entre 12 e 16 de dezembro, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do etanol hidratado fechou a R$ 2,6781/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins – alíquota zerada), queda de 1,38% frente ao do período anterior. Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 3,1061/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins – alíquota zerada), recuo de 1,43%.
Açúcar
Os preços médios do açúcar cristal branco se enfraqueceram no mercado spot do estado de São Paulo nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de a oferta seguir restrita, a demanda também está desaquecida, e a liquidez captada tem sido mais baixa. Ressalta-se que o mercado costuma ser calmo nesta época, devido à proximidade das festas de final de ano, quando algumas empresas do setor entram em férias coletivas.
Boi
Depois de cair com certa força em novembro e voltar ao menor patamar real desde outubro/19, o preço médio da arroba do boi gordo no mercado paulista tem se recuperado em dezembro. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da baixa oferta de animais de confinamento neste mês e do aquecimento na demanda pela carne nesta época do ano. As valorizações observadas para a arroba bovina até têm sido repassadas à carne, mas de forma parcial. No atacado da Grande São Paulo, agentes consultados pelo Cepea relatam que as recentes elevações nos preços da proteína bovina acabam sendo limitadas, já que parte dos consumidores ainda busca outras carnes mais baratas, como suínos e frango, por conta da restrição no orçamento do brasileiro.
CLIMA
Previsão de chuva
De acordo com o modelo numérico do INMET, os maiores acumulados de chuva são previstos em uma faixa que abrange o Espírito Santo até o norte de Mato Grosso e sul do Pará. Já em parte do norte da Região Nordeste, na Região Sul e em Roraima haverá predomínio de tempo seco.
Região Norte
São previstos volumes de chuva maiores que 50 mm em áreas do centrossul do Amazonas, leste da Acre e grande parte de Rondônia, podendo ultrapassar 150 mm no extremo sul do Pará e no Tocantins. Já em Roraima, não há previsão de chuvas e nas demais áreas os volumes de chuva ficarão em torno de 30 mm.
Região Nordeste
Os maiores acumulados de chuva poderão se concentrar em áreas do sul do Maranhão e Piauí, com volumes maiores que 50 mm, além de áreas do oeste da Bahia, onde há previsão de acumulados maiores que 80 mm. Já no sul da Bahia podem ocorrer acumulados ainda maiores que podem superar 150 mm. Em áreas centrais do Maranhão, Piauí e oeste de Pernambuco, os volumes ficarão em torno de 30 mm e nas demais áreas haverá predomínio de tempo seco.
Centro-Oeste
Há previsão de chuva de grandes volumes de chuva, maiores que 80 mm, e que podem ultrapassar 150 mm na parte central e norte de Mato Grosso e Goiás, enquanto em localidades ao sul destes estados os volumes podem ser menores que 60 mm. Já no extremo norte do Mato Grosso do Sul há previsão de baixos volumes de chuva, inferiores a 40 mm e nas demais áreas não há previsão de chuva.
Região Sudeste
Os maiores volumes de chuva podem ficar em áreas do centro e norte de Minas Gerais e grande parte do Espírito Santo, com volumes que podem ultrapassar 150 mm. No leste de São Paulo, Rio de Janeiro e Triângulo Mineiro, os acumulados serão maiores que 50 mm, enquanto no sul de Minas Gerais os volumes podem ficar em torno de 30 mm. Nas demais áreas há previsão de baixos acumulados de chuva que não devem ultrapassar 20 mm.
Região Sul
Os volumes de chuva podem ultrapassar 50 mm no litoral de Santa Catarina e do Paraná, enquanto nas demais áreas há possibilidade de pancadas de chuva no início da semana, com predomínio de tempo seco e sem chuvas nos dias seguintes.
Figura 1. Previsão de chuva para 1ª semana (19/12/2022 e 26/12/2022). Fonte: INMET.
CURSOS E EVENTOS
Selecionamos uma série de eventos importantes no mundo Agro e que podem interessar você. Todos online!
Batata-doce: da produção de mudas à pós-colheita
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Produção Integrada de Folhosas
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Biogás: da produção à viabilidade econômica
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Cultivo do algodoeiro em sistemas orgânicos no semiárido
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Medidas de Prevenção, Monitoramento e Controle da Vespa-da-Madeira
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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RENIVA – Introdução às estratégias de produção de materiais de plantio de mandioca
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Apicultura para Iniciantes
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Produção e Tecnologia de Sementes e Mudas
Instituição promotora: Embrapa
Data: 17/02/22 a 31/12/22
Inscrição: Clique aqui
Produção de mudas de cajueiro – enxertia
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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Viticultura Tropical no Semiárido
Instituição promotora: Embrapa
Data: Contínuo
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