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Principais Notícias da Semana no Mundo Agro (17/06/2023-23/06/2023)

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GERAIS

Plano Safra 2023/2024 será anunciado ainda em junho e terá foco na sustentabilidade

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lançam, na próxima terça-feira (27/06), às 10h, em Brasília (DF), o Plano Safra 2023/2024.

O primeiro Plano Safra da atual gestão irá estimular a produção sustentável de alimentos e a agropecuária com baixa emissão de carbono.

O evento será transmitido no canal do Mapa no Youtube.

Serviço

Lançamento do Plano Safra 2023/2024
Data: 27 de junho
Hora: 10h
Local: Salão Nobre do Palácio do Planalto

Fonte: Mapa

Embrapa dá dicas sobre prevenção contra a febre maculosa

Há dez anos, a equipe do pesquisador da Embrapa Renato Andreotti detectou o agente causador da febre maculosa brasileira (FMB), por meio de diagnóstico molecular, em Mato Grosso do Sul. Hoje, a doença tem preocupado as autoridades sanitárias em Campinas (SP), diante do cenário endêmico da região. O agente da FMB é a bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pelo carrapato estrela (Amblyomma sculptum). O patógeno exige medidas de saúde pública e tem nas capivaras, gambás, cavalos, cães e bovinos, seus principais hospedeiros.

Foto: Portal Tickencounter.org

“Esses animais não são os vilões e o contato com eles, ou mesmo transitando nos locais onde habitam, pode ocasionar uma picada por um carrapato infectado (larvas, ninfas – conhecido como ‘micuins’) principalmente e, assim, se contrai a febre maculosa”, frisa Andreotti.

O carrapato estrela é uma espécie que, por meio de sua picada, é capaz de infectar os seres humanos com a bactéria. Existem pelo menos outras quatro espécies de carrapatos relatadas com a circulação do agente na natureza, mas que não picam o ser humano com frequência.

Ao cair no solo, explica o parasitologista, uma fêmea do carrapato estrela é capaz de fazer a postura de cinco a oito mil ovos que se transformam em larvas. “Durante um simples piquenique no parque, milhares de carrapatos podem subir em uma pessoa. A bactéria pode ser transmitida caso o indivíduo seja picado por quatro horas contínuas pelo carrapato contaminado”, detalha.

Ele explica que o parasita também transmite vírus e outros agentes potencialmente patogênicos e que, ao picar alguém, o carrapato não apenas suga o sangue, mas injeta substâncias para evitar a reação do organismo do hospedeiro. “Quando faz isso, ocorre uma imunossupressão no local da picada que facilita o desenvolvimento dos agentes transmitidos,” relata o especialista.

Medidas de controle do carrapato

De julho a novembro, as larvas e as ninfas aparecem e uma série de tratamentos carrapaticidas, com base nas especificações do fabricante, a intervalos semanais deve ser realizada nos animais. Nos meses mais quentes ocorre a predominância dos adultos, quando o controle pode ser realizado por tratamento com carrapaticida ou a retirada manual dos carrapatos e depositados em álcool 70%.

Deve-se roçar os pastos bem próximo ao solo, para que o sol possa aumentar a temperatura e diminuir a umidade no ambiente, reduzindo o tempo de vida do carrapato.

Cuidados pessoais para evitar a febre maculosa

Para evitar possibilidade de contaminação pela FMB alguns cuidados devem ser tomados a fim de reduzir a possibilidade de picada e a fixação dos carrapatos nos seres humanos:

  • Uso de roupas claras, camisa de manga comprida e botas de cano longo com a proteção de fita adesiva entre a calça e a bota.
  • Vistoriar o corpo e retirar os carrapatos imediatamente após terminar a atividade de campo.
  • Matar os carrapatos mergulhando em álcool 70% e não esmagar entre as unhas para não correr o risco de contaminação. Para retirar os carrapatos da roupa pode ser usada fita adesiva e, em seguida, ferver as roupas antes de lavar.

Sete dias após o contato com carrapatos aparecerem sintomas de gripe forte (febre, desânimo e dores no corpo), falta de apetite e/ou manchas na pele, deve-se procurar um médico imediatamente e informar sobre o contato com carrapato.

Fonte: Embrapa

Produtores têm incentivo para adoção de práticas sustentáveis

Descarbonização tem sido um assunto cada vez mais importante. Mas, afinal, como os produtores rurais podem, na prática, aderir à pecuária de baixo carbono?

O pesquisador Roberto Giolo, da Embrapa Gado de Corte, tem uma explicação simples. “É só fazer o manejo adequado e adotar boas práticas, que automaticamente estaremos fazendo a redução da emissão de carbono”.

A analista Vanessa de Paula, da Embrapa Gado de Leite, explica outro conceito muito falado atualmente, pegada de carbono. “É a quantidade de emissões de dióxido de carbono associadas a uma atividade ou produto, além de outros gases de efeito estufa que são expressos em dióxido de carbono equivalente. Então, para simplificar, fala-se apenas em carbono”.

Para calcular a pegada de carbono de uma atividade pecuária, o primeiro passo é medir as emissões, o que envolve não só as da própria fazenda, mas também as emissões da produção de fertilizantes, combustíveis, eletricidade. “Tudo é computado”, comenta a analista.

A partir dos levantamentos, podem ser adotadas medidas para promover a redução de emissões dos gases de efeito estufa (GEE), com uma produção mais eficiente. Vanessa dá um exemplo simples de como uma fazenda de pecuária de leite pode reduzir sua pegada de carbono com ajustes no rebanho. Se o produtor tem um alto percentual de vacas ‘secas’ (que não estão em lactação) e faz uma alteração no rebanho, com redução desse percentual (por exemplo, de 50% para 30%), já é uma mitigação. Isso porque a pegada de carbono é calculada em relação ao produto. Então, a emissão de gases na mesma área para a produção de um litro de leite será menor.

Em relação ao mercado externo, uma produção cada vez mais sustentável já é cobrada. E quais seriam as consequências das exigências internacionais? Para o coordenador do Escritório da Embrapa na Europa, Vinícius Guimarães, o Brasil tem plenas condições de atender a essas exigências.

“Contamos com tecnologias, como plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas, intensificação sustentável de produção com ILPF. Temos oportunidades de aumento da produção sem abertura de novas áreas, com ampliação do uso de bioinsumos e condições climáticas favoráveis”. Com todos esses fatores, Vinícius acredita na força do país como potência agrícola. “Temos plenas condições de crescimento e competitividade aliados à sustentabilidade”.

Para a adoção das tecnologias e aumento da eficiência das propriedades rurais, os produtores têm contado com linhas de financiamento e apoio.

Fonte: Embrapa

PRODUÇÃO

Novos produtos de baixo impacto são registrados no Mapa

O Ato nº 26 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado no Diário Oficial da União, traz o registro de 55 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Desses, 13 são considerados biológicos, sendo sete destinados à agricultura orgânica.

Ao todo, em 2023 já foram registrados 121 produtos, sendo 28 classificados como de baixo impacto, o que evidencia a crescente preocupação com práticas agrícolas sustentáveis. “Os produtos biológicos contêm fungos, bactérias, vírus e insetos predadores, representando uma abordagem inovadora e amigável ao meio ambiente no controle de pragas e doenças nas plantações”, relata a chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados, Tatiane Almeida.

Dentre os produtos químicos registrados, cinco deles apresentam uma nova substância ativa denominada isocycloseram. Trata-se de um ingrediente ativo de última geração para um amplo espectro de pragas, com um modo de ação inédito. Sua eficácia proporciona controle imediato e prolongado, mesmo em doses reduzidas. Esses produtos são recomendados para diversas grandes culturas e, em especial, para o combate às formigas.

Os produtos com esse ativo puro foram classificados pela Anvisa como categoria 5, ou seja, produto improvável de causar dano agudo. Nessa categoria, por exemplo, estão incluídos os produtos de origem biológica. O isocycloseram já é registrado na Austrália e constou na lista de priorização de culturas de suporte fitossanitário insuficiente (minor crops) do Canadá em 2022, para o controle de tripes em pepinos.

Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. Os novos registros são importantes pois diminuem a concentração do mercado de defensivos e aumentam a concorrência. Isso acaba resultando em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

Com a publicação do Ato n° 26, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reafirma o compromisso em fomentar práticas agrícolas sustentáveis, aliando a proteção das plantações à preservação do meio ambiente, e garantindo assim a qualidade e a segurança dos produtos agrícolas brasileiros.

Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pela Anvisa, pelo Ibama e pelo Mapa, órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, respectivamente, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

Fonte: Mapa

Panorama do mercado das principais hortaliças e frutas

Os preços da cenoura e do mamão comercializados nos principais mercados atacadistas do país apresentaram quedas significativas, registrando redução média de 21,23% e 17,09% respectivamente. É o que mostra o 6º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que analisa os dados de comercialização registrados no último mês de maio.

No caso da cenoura, após consecutivas altas, as cotações da raiz voltaram a cair em todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas) verificadas pela estatal. Os menores preços praticados no atacado são explicados pela maior oferta do produto no mercado, reflexo do aumento do envio da produção nos estados da Bahia, de Goiás, de Minas Gerais, do Paraná e de São Paulo.

Outra hortaliça que registrou queda foi a batata. A principal causa dessa depreciação também foi o nível de oferta registrado nas Centrais. Para a cebola, os preços permaneceram estáveis, enquanto que tomate e alface não registraram movimento uniforme entre os mercados analisados pela Companhia.

Frutas – A maior quantidade de mamão, principalmente da variedade formosa, influencia na queda dos preços. Além disso, a queda da qualidade por causa do frio e da concorrência com outras frutas também explicam as baixas nas cotações praticadas no último mês.

Queda também para os preços da laranja, a partir da maior oferta da fruta com crescimento da colheita de laranjas precoces. Em contrapartida, maçã e melancia ficaram mais caras no atacado. Para a banana, os preços permaneceram praticamente estáveis.

Fonte: Conab

Nanoemulsão de cera de carnaúba pode ser utilizada em pimentão e tomate

O pimentão é um dos novos frutos que serão revestidos com nanoemulsão de cera de carnaúba para preservação da qualidade e aumento do tempo de vida.

Após se consolidar no mercado nacional e internacional para revestimento de manga e limão, a nanoemulsão de cera de carnaúba entra em nova fase com o seu uso ampliado para aplicação em pimentão e tomate. Versáteis pela diversidade de usos culinários, mas bastante sensíveis, os novos frutos podem ter a qualidade preservada e a vida prolongada em 10 dias, em média. Sem o revestimento, o tempo de prateleira é em torno de uma semana.

O pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos -SP), Marcos David Ferreira, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, explica que para algumas culturas, como as frutas, existe já uma estrutura de aplicação comercial de revestimentos, enquanto para outras, como as hortaliças de frutos, a exemplo de tomate e pimentão, são necessárias adaptações no beneficiamento.

“Estudos em laboratório já demonstravam os benefícios para conservação dessas hortaliças, em especial tomate”, diz o pesquisador da Embrapa Instrumentação.

Mas ele também explica que a conservação do tomate e do pimentão está relacionada a vários fatores, como ambiente, variedade, entre outros. Para ambos, um dos pontos principais para a deterioração é a perda de massa”, diz Marcos David.

O pesquisador reforça a importância da aplicação da nanoemulsão de cera de carnaúba, capaz de cumprir o papel de um filme invisível ao revestir os frutos, uma alternativa para substituir o plástico. A tecnologia mantém as propriedades sensoriais do fruto, reduz a perda de água e proporciona maior brilho.

Lançada em 2019 na Hortitec, maior exposição técnica de horticultura, cultivo protegido e culturas intensivas da América Latina, a nanoemulsão de cera de carnaúba para revestimento de pimentão e tomate é uma das tecnologias da Embrapa que serão apresentadas na 28ª edição da feira, que vai ocorrer de 21 a 23 de junho, em Holambra (SP). Além de pimentão e tomate, o visitante poderá ver de perto frutos como laranja, manga e mamão com e sem revestimento no estande da Embrapa.

Desperdício de alimentos

A nanoemulsão de cera de carnaúba pode provocar um grande impacto na redução de perdas e desperdício de alimentos. De acordo com cálculos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço da produção total de alimentos do planeta – cerca de 1,3 bilhão de toneladas – vai para o lixo.

No Brasil, embora seja um dos principais produtores de frutas e hortaliças, é também um dos dez países que mais desperdiçam comida no mundo. As perdas giram em torno de 30%, o que faz da nanoemulsão uma alternativa para a conservação pós-colheita de frutos em geral e redução do desperdício.

O impacto na forma sustentável de produzir e de consumir reflete na redução de perdas e desperdício de alimentos, conforme preconiza a meta 12.3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visa reduzir pela metade o desperdício de comida até 2030.

Fonte: Embrapa

Nova cultivar de morango permite plantio antecipado e produção por até sete meses

​A Embrapa Clima Temperado (RS) desenvolveu uma cultivar nacional de morango que se destaca pela precocidade do início da produção dos frutos, o que permite intervalo menor entre plantio e início da colheita, aumentando a janela de produção por até sete meses (de junho a dezembro) e estendendo a oferta de frutas de qualidade. Para o produtor, isso maximiza o retorno econômico pela obtenção de preços mais elevados em período anterior às principais cultivares disponíveis no mercado. O desenvolvimento da cultivar contou com a participação da Embrapa Hortaliças (DF), Embrapa Meio Ambiente (SP) e Embrapa Uva e Vinho (RS).

Foto: Paulo Lanzetta

A Embrapa abrirá edital nos próximos dias e laboratórios e viveiristas interessados em multiplicar a nova variedade de morango poderão aderir à chamada. A cultivar BRS DC25 (Fênix) tem previsão de lançamento para setembro.

O material se destaca pelo equilíbrio entre açúcar e acidez, o que resulta em frutas de sabor mais doce, atendendo à preferência nacional. Os frutos apresentam boa firmeza, o que garante maior resistência ao transporte e ótima durabilidade pós-colheita, com mais tempo de prateleira.

A Fênix é recomendada para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, sendo adequada aos sistemas de produção convencional e orgânico. A variedade tende a manter boa produtividade de frutas grandes, com estabilidade de tamanho ao longo da safra. O potencial produtivo pode chegar a 1,2 quilo por planta, dependendo das condições de cultivo.

As frutas são grandes, com peso médio de 23 gramas, e de cor vermelha intensa, com predominância do formato cônico, típico do morango. A nova variedade é destinada ao consumo in natura, mas também pode ser utilizada na indústria de frutas congeladas.

Fonte: Embrapa

Embrapa e Epagri lançarão cultivar com resiliência ao estresse de temperatura

As duas Empresas lançaram a “SCSBRS 126 Dueto”. Entre suas características, destacam-se a alta produtividade, excelente qualidade de grãos e uma novidade: na fase reprodutiva, é tolerante a extremos de temperaturas, tanto altas quanto baixas, o que faz da Dueto um material sem concorrência no mercado. O lançamento terá participação de gestores e pesquisadores das duas instituições. As Unidades envolvidas nessa pesquisa foram Embrapa Arroz e Feijão e Embrapa Clima Temperado.

Além de menção ao trabalho conjunto, o nome é uma homenagem a dois ilustres pesquisadores, cujas contribuições para a orizicultura brasileira foram relevantes: Dr. Orlando Peixoto de Morais (in memoriam) e o engenheiro agrônomo Richard Elias Bacha, pesquisadores da Embrapa e da Epagri, respectivamente. O chefe-geral do centro de pesquisa de arroz e feijão, Elcio Guimarães, e o pesquisador José Colombari Filho serão os representantes do Dr. Orlando na celebração.

A cultivar SCSBRS 126 Dueto foi desenvolvida para cultivo de arroz irrigado, pré-germinado, sendo indicada, principalmente, para regiões com altitude superior a 400 m, sujeitas a quedas de temperatura na fase reprodutiva, com menores índices de esterilidade de grãos sob frio, quando comparada a outras variedades. Com essas características, ela tem maior adaptação para Santa Catarina, onde será licenciada pela Epagri, e Rio Grande do Sul (RS), com licenciamento pela Embrapa. Variedade convencional e de grão longo fino, a cultivar é adequada à parboilização e branco polido.

A SCSBRS 126 Dueto será lançada inicialmente em SC (junho de 2023), onde, posteriormente será apresentada em diversos eventos, conduzidos por parceiros. Estão previstos Dias de Campo no RS, após a Abertura da Colheita de 2024. Foram disponibilizadas 19 toneladas de sementes para a primeira safra e 30 toneladas para a segunda, com expectativa de produtividade de mil toneladas e 4.200 toneladas respectivamente.

O Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático, no entanto a produção chega a pouco mais de 1,5% do total mundial (USDA, 2020). Internamente, os maiores produtores de arroz são RS (56,7%) e SC (8,9%), segundo divulgou o IBGE em 2021.

Fonte: Embrapa

O GeoABC+ estreita laços com a Rede ILPF

O GeoABC+ e a Rede ILPF estão juntos no esforço de produzir dados sobre a expansão da iLPF no Brasil. A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada que agrega a Embrapa, cooperativas e grandes empresas do agro nacional com a missão de divulgar e fomentar a adoção dos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) no Brasil. O GeoABC+, por sua vez, constitui uma iniciativa de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI), coordenada pela pesquisadora Margareth Simões da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), que visa desenvolver soluções tecnológicas para o monitoramento do sistemas de iLPF, a partir da utilização de imagens de satélite, inteligência artificial e computação de alto desempenho nas nuvens, em apoio às políticas públicas setoriais, como o Plano ABC+.

Com objetivos convergentes, o GeoABC+ e a Rede ILPF estão se unindo por meio de uma cooperação na qual a Rede ILPF tem colaborado na obtenção de dados de campo e, por outro lado, o GeoABC+ vai fornecer para a Rede ILPF os mapas, estatísticas e indicadores sobre a expansão e adoção da iLPF no país. “Esses dados de campo são imprescindíveis para o treinamento dos algoritmos de aprendizado de máquina da metodologia GeoABC+, enfatiza o pesquisador Patrick Kuchler da UERJ, membro da equipe.

Por este motivo, dando início à cooperação entre as duas iniciativas a equipe do GeoABC+ tem sido convidada pela Rede ILPF para participar das Caravanas ILPF, através das quais a equipe do projeto está percorrendo o campo, em diversas regiões do Brasil, para estabelecer, junto aos produtores, cooperativas, empresas e demais players que atuam com a iLPF, uma rede colaborativa para a obtenção de dados de campo. O GeoABC+ conta com esses dados de campo para adaptar a metodologia para todo o território nacional, considerando as diferenças regionais relacionadas ao clima, calendário agrícola e sistemas de produção. Desta forma, o objetivo é estabelecer um programa de monitoramento anual dos sistemas iLPF em escala nacional, divulgando os mapas e os indicadores na plataforma digital GeoABC+.

A cooperação entre as duas iniciativas se dá pela participação do GeoABC+ nas Câmaras Temáticas da Rede ILPF, uma vez que, os dados gerados pelo monitoramento da iLPF serão integrados à Câmara AgroDigital, assim como,  subsidiarão, no âmbito da Câmara de Carbono, as estimativas de balanço de carbono dos sistemas integrados. Essas câmaras, explica Fernanda Granja, coordenadora operacional desse projeto na Rede ILPF, foram instituídas com o propósito de se estabelecer grupos multidisciplinares de especialistas para a discussão sobre novas tecnologias e inovações que possam potencializar a adoção, a obtenção de dados de expansão, e realizar o acompanhamento da produção de propriedades rurais que fazem uso da iLPF.

Com efeito, o GeoABC+ e a Rede ILPF estão trabalhando para estabelecer um termo de cooperação para a efetivação dessa parceria que, como enfatiza o pesquisador Rodrigo Ferraz, da Embrapa Solos, tem tudo para ser muito frutífera e duradoura. “Nós do GeoABC+ enxergamos um enorme sinergismo entre as nossas ações e os propósitos da Rede ILPF, que vem, aliás, realizando um trabalho exemplar de divulgação dos sistemas iLPF, rumo à edificação de uma agropecuária sustentável para o nosso país”.

De acordo com Felipe Martini, gerente técnico da Rede ILPF, o Brasil, até o momento, não contava com uma solução para gerar estimativas periódicas, precisas e atualizadas sobre a iLPF no país. “O setor precisa desses dados. Nos perguntam todos os dias qual é a área atual ou qual é a taxa de expansão da iLPF no Brasil. O que tínhamos eram apenas estimativas realizadas por pesquisas de campo com base em entrevistas. Portanto, o monitoramento da iLPF a partir das soluções tecnológicas geradas pelo GeoABC+ será de importância fundamental, não somente para atender as diversas aplicações da Rede, mas, beneficiará todo o setor. Não tenho dúvidas que, com o GeoABC+ e a Rede ILPF, juntos neste objetivo comum, uma nova perspectiva se abre para a geração de dados sobre a adoção da iLPF em no Brasil”.

Por fim, lembra Margareth, “somente com o uso de imagens de satélite e tecnologias avançadas de inteligência artificial e processamento de alto desempenho, poderemos pensar em instituir um programa de monitoramento anual, com abrangência nacional, de sistemas complexos de produção agropecuária, como a iLPF”.

A plataforma GeoABC+ permitirá ao usuário fazer análises em quaisquer intervalos de tempo ou unidades territoriais de análise de interesse, como municípios, estados, microrregiões, bacias hidrográficas, etc. acompanhar as tendências e obter informações sobre as taxas de expansão e a dinâmica espacial da intensificação do uso da terra no país”, finaliza a pesquisadora.

Fonte: Mapa

Baunilhas do Brasil: pesquisas e banco de germoplasma

O Brasil possui inúmeras espécies silvestres do gênero Vanilla, que nunca foram exploradas e que, recentemente, vem gerando interesse comercial, podendo ser usadas não só no segmento da gastronomia, como também na indústria de cosméticos.

A Embrapa tem a primeira coleção de baunilha. Mais de 70 amostras de orquídeas do gênero Vanilla compõem o primeiro banco de germoplasma de baunilhas do Brasil e o único do mundo a reunir um volume significativo de espécies da América do Sul.

A coleção permitirá benefícios como: apoiar o melhoramento genético ao fornecer genes de interesse agronômico; subsidiar a domesticação da baunilha no Brasil, cuja produção ainda é extrativista; e até auxiliar na preservação de suas espécies.

Fonte: Embrapa

Exportações de café em nível mundial totalizam 72,19 milhões de sacas

As exportações globais de café, no acumulado de sete meses, especificamente no período de outubro de 2022 a abril de 2023, totalizaram o equivalente a um volume físico de 72,19 milhões de sacas de 60kg. Desse volume, 42,52 milhões de sacas foram de cafés da espécie arábica, que correspondem a 58,3% do total exportado, e, adicionalmente, 29,67 milhões de sacas de cafés da espécie robusta, volume que equivale a 41,7% das vendas mundiais no período em foco.

Focando exclusivamente no mês de abril do corrente ano de 2023, verifica-se que as exportações de café, também em nível mundial, totalizaram 10,15 milhões de sacas, das quais 6,15 milhões de sacas exportadas foram de cafés da espécie arábica, volume físico que corresponde a 60,5% do total vendido, e, adicionalmente, 4 milhões de sacas foram de café robusta (39,5%).

Assim, constata-se, com base nos dados dessas duas performances mundiais das exportações de cafés citadas, em termos percentuais, que a participação dos cafés da espécie arábica nas exportações globais gira em torno de 60%, e que, adicionalmente, a venda dos cafés da espécie robusta aos importadores se aproximam de 40%, desempenhos que obviamente são muito similares nos dois períodos objeto desta análise, mencionados anteriormente.

Tais volumes da performance mundial das exportações de cafés, em destaque, retratam o que efetivamente foi vendido aos importadores por países produtores de café no planeta, os quais são divididos e agrupados pela Organização Internacional do Café – OIC em quatro grandes regiões cafeeiras do mundo, a saber: América do Sul, Ásia & Oceania, México & América Central e África. Adicionalmente, convém esclarecer que o ano-cafeeiro da Organização compreende o período de outubro a setembro, daí esses sete meses estarem sendo objeto de análise e destaque.

Conforme demonstra o Relatório sobre o mercado de Café – maio 2023, da OIC, o qual também está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, que é coordenado pela Embrapa Café, especificamente no mês de abril deste ano 2023, a América do Sul, maior região produtora de café do mundo, exportou o equivalente a 3,57 milhões de sacas de 60kg, volume físico que corresponde em torno de 35% do que foi exportado no citado mês pelas quatro regiões produtoras. Contudo, esse desempenho denota uma ligeira queda de 6,4% das exportações dessa região, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Complementando esta análise, como base nos dados estatísticos do desempenho da cafeicultura em nível mundial, a OIC também destaca no seu Relatório que as exportações da Ásia & Oceania, no mês em referência, exportou volume físico de 3,75 milhões de sacas, o qual equivale a 37% do total vendido, a despeito de ter registrado uma pequena redução de 1%, na mesma base comparativa.

Com relação às exportações de cafés da África, cujo volume físico vendido somou 0,94 milhão de sacas de 60kg, montante que corresponde a 9,2% do total que foi exportado no mundo no mês de abril, tal performance denota uma queda de 9,8%, na comparação com o mês do ano anterior. E, por fim, resta mencionar que as exportações do México & América Central atingiram no mês de abril de 2023 o total de 1,9 milhão de sacas de 60kg, vendas que equivalem a aproximadamente 18,7% do que foi registrado no mundo no mês em análise. Além disso, tal desempenho dessa região representa um acréscimo de 6,3% em comparação com a performance do mês de abril de 2022.

Concluindo está análise, com base nos dados estatísticos da OIC, referenciados no seu Relatório de maio, merecem também destaque os números apontados, em nível mundial, tanto para a produção como para o consumo de café estimados para o ano-cafeeiro 2022-2023. Assim, conforme a Organização, a produção mundial de café das quatro regiões cafeeiras somadas deverá atingir um volume físico 171,3 milhões de sacas de 60kg, desempenho que registrará um ligeiro crescimento de 1,7%, na comparação com o ano-cafeeiro anterior.

E, disso mais, que o consumo mundial de café deverá atingir o equivalente a 178,5 milhões de sacas, no ano-cafeeiro 2022-2023, registrando também uma taxa de crescimento de 1,7%, no comparativo com o ano anterior. Entretanto, caso tais performances se confirmem, o mercado mundial de café deverá passar por mais um ano de déficit na oferta em torno de 7,2 milhões de sacas de 60kg, suscita o Relatório da OIC.

Fonte: Embrapa

Monitoramento das lavouras

Milho (2ª safra) – 5,3% colhido

Em MT, a velocidade da colheita foi reduzida devido às baixas precipitações que, aliada ao tempo nublado, elevaram a umidade da palha e dos grãos. No PR, a maioria das lavouras estão em boas condições. As precipitações amenizaram as condições das lavouras mais tardias. Em MS, as condições hídricas continuam favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Em GO, a colheita teve seu início na região Sudoeste. As chuvas mesmo que em baixo volume favorece as lavouras plantadas tardiamente. Em SP, a maioria das lavouras está em fase de maturação e as demais em estágios reprodutivos. Em MG, as lavouras mais precoces apresentam excelente desenvolvimento. A colheita começou lentamente. No TO, a colheita teve seu início e observa-se boas produtividades sendo alcançadas.

No MA, as lavouras apresentam boas condições. A colheita foi iniciada no Sul do estado. No PI, as lavouras apresentam boas condições e a maioria está em fase de maturação. No PA, a maioria das lavouras estão em maturação e a colheita alcança 10% das áreas semeadas.

Algodão – 3,1% colhido

Em MT, a colheita foi afetada, nas principais regiões produtoras, devido à ocorrência de chuvas de baixa intensidade. Na região Oeste da BA, as lavouras de sequeiro estão em colheita e as irrigadas em fase de formação de maçãs. Ambas lavouras apresentam bom desenvolvimento. No Centro-Sul, as lavouras estão em fase de colheita. Em MS, a evolução da colheita restringiu-se à região Norte, pois as chuvas não permitiram a continuidade nas demais regiões. Em GO, a colheita está progredindo em Turvelândia e Palmeiras de Goiás. No MA, a maior parte das lavouras permanece com os capulhos abertos, em maturação e em boas condições. Em MG, a colheita está em fase inicial e prossegue de forma lenta. A maioria das lavouras está em maturação, restando o terço superior para abrir as maçãs. No PI, as lavouras estão em boas condições. Em SP, a maioria das lavouras já está colhida.

Feião (2ª safra)

No PR, as recentes chuvas têm fornecido umidade para as lavouras mais tardias que estão em fase de enchimento de grãos. Em MG, a área colhida alcançou 76% e tem apresentando rendimento satisfatório, além de bom tamanho e peso dos grãos. Algumas lavouras mais tardias foram penalizadas pela restrição hídrica e incidência de antracnose. As chuvas esparsas que ocorreram nas regiões produtoras não afetaram a colheita e qualidade do produto final.

No RS, as chuvas foram intensas e inviabilizaram o término da colheita. Algumas áreas apresentam perdas pontuais na qualidade dos grãos por excesso de umidade no précolheita. Em SC, a colheita avançou significativamente, mesmo com a ocorrência de chuvas.

Trigo – 60% semeado

No RS, a semeadura foi suspensa em áreas onde as chuvas foram mais intensas. As lavouras semeadas apresentam boa germinação e bom estande de plantas e desenvolvimento inicial. No PR, as chuvas interromperam temporariamente as operações de semeadura, bem como a aplicação de defensivos e adubação de cobertura nas lavouras. Os cultivos implantados apresentam bom desenvolvimento. A maioria das lavouras está em desenvolvimento vegetativo e algumas lavouras iniciando a fase de enchimento de grãos. Em SC, a semeadura evoluiu pouco devido às chuvas constantes. As primeiras lavouras semeadas estão em fase de perfilhamento. Na região do Planalto, poucos produtores iniciaram a semeadura. Na BA, as lavouras seguem em fase desenvolvimento vegetativo e em boas condições. Em GO, as áreas de sequeiro iniciam a colheita e as lavouras irrigadas estão em sua maioria na fase de floração. Em MS, as condições são boas para as lavouras, com umidade adequada no solo e permanência de clima frio. O clima chuvoso interrompeu os tratamentos fitossanitários, principalmente, nas poucas lavouras que iniciam a floração. Em MG, as lavouras estão principalmente na fase de enchimento de grãos, embora algumas iniciaram a maturação. De modo geral, apresentam boa implantação e com perfilhamento satisfatório. Destaca-se a ocorrência de lagarta na região Sul, e de brusone nas lavouras mais avançadas no Sul e Triângulo. Em SP, maioria das lavouras está em enchimento de grãos.

Fonte: Conab

MERCADO

Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

Soja

O baixo volume de chuva no Meio-Oeste dos Estados Unidos desde o começo deste mês preocupa agentes do setor de soja, tendo em vista que esse cenário pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras. Segundo pesquisadores do Cepea, a semeadura foi praticamente finalizada naquele país, e o percentual de lavouras em condições boas e excelentes vem diminuindo semana após semana. Previsões indicam chuva nos próximos dias, o que pode amenizar possíveis impactos sobre a produção. Apesar desse cenário, estimativas divulgadas neste mês pelo USDA apontam expressivo aumento da oferta mundial do grão na safra 2023/24 e também na brasileira (2022/23). O Departamento Norte-Americano aponta que a oferta global pode superar a demanda, o que elevaria a relação estoque final/demanda total de 27,8% para 31,9%, a maior em cinco safras. Quanto aos preços interno, além da possibilidade de oferta elevada, a desvalorização do dólar frente ao Real pressionou as cotações da soja e derivados no Brasil na semana passada.

Milho

Os preços do milho reagiram na semana passada no Brasil, interrompendo, portanto, o movimento de queda que vinha sendo registrado desde março. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio das valorizações externas do cereal, que, por sua vez, subiram por conta de preocupações com o desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos. Desde o início de junho, o volume de chuva no Meio-Oeste norte-americano está abaixo do necessário, contexto que pode reduzir o potencial produtivo. Por enquanto, estimativas oficiais do USDA seguem indicando maior produção nos Estados Unidos, mas as condições das lavouras daquele país já apresentam piora. No Brasil, estimativas seguem apontando segunda safra recorde, e, inclusive, foram mais uma vez reajustadas positivamente pela Conab neste mês.

Algodão

Os valores internos do algodão em pluma registraram certa oscilação no spot nacional, mas as quedas prevaleceram. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os preços domésticos veio das desvalorizações externas e do dólar, que reduzem a paridade de exportação. Ainda assim, a cotação interna da pluma segue operando acima da paridade de exportação. No geral, muitos cotonicultores estão firmes em suas ofertas para vendas no spot, mas parte dos vendedores acaba sendo flexível, devido ao interesse em liquidar lotes antes da entrada de um maior volume da temporada 2022/23 e à necessidade de “fazer caixa”. Do lado comprador, a demanda por parte das indústrias e do mercado externo seguem enfraquecidas.

Arroz

Os preços do arroz em casca continuam em baixa na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea no Rio Grande do Sul, cenário que vem sendo observado desde o final de abril. Segundo pesquisadores do Cepea, nos últimos dias, a pressão esteve atrelada à baixa liquidez, diante da retração compradora, e à menor paridade de exportação, que, por sua vez, cede em função da baixa do dólar frente ao Real. Porém, é importante mencionar que os comportamentos regionais têm sido divergentes, indicando dispersão dos valores de compra e venda, que são influenciados pela disponibilidade de produto e/ou pelo interesse de compra.

Trigo

O Brasil deve ter produção nacional de trigo um pouco menor neste ano. Apesar de a área a ser semeada no País superar a de 2022, a perspectiva é de queda na produtividade. Já na Argentina, estimativas atuais apontam recuperação da oferta nesta safra. A Conab aponta que a área com trigo no Brasil está prevista para ser 9,7% maior que a da temporada anterior, para 3,38 milhões de hectares. Todavia, as estimativas de produtividade se reduziram 0,2% frente ao apontado em maio, ficando 15,6% inferior a 2022, com média nacional de 2,88 toneladas/hectare. Também conforme dados da Conab, a produção da nova safra está projetada em 9,7 milhões de toneladas, 7,4% inferior à da temporada passada, que foi recorde.

 Açúcar

As cotações do açúcar cristal branco oscilaram na semana passada no mercado spot do estado de São Paulo, mas, no balanço do período, houve queda, de acordo com informações do Cepea. De 12 a 16 de junho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 146,39/saca de 50 kg, baixa de 0,89% em relação à da semana anterior (de R$ 147,72/sc). A produção do açúcar chegou a ser interrompida em alguns dias da semana passada, devido às chuvas, que prejudicaram o transporte da cana-de-açúcar até as unidades de processamento. Por outro lado, o mercado também contou com a oferta de lotes do cristal Icumsa até 180 da safra passada 2022/23 a valores mais baixos.

Etanol

A postura firme de preços de algumas usinas e as chuvas em algumas regiões do estado de São Paulo, do Paraná e de Mato Grosso do Sul, que chegaram a atrapalhar a produção, deram sustentação aos preços dos etanóis na semana passada. Esse cenário foi verificado apesar de outras unidades produtoras terem cedido nas negociações, visando atender a despesas típicas deste período do mês. Entre 12 e 16 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 2,5455/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), leve aumento de 0,58% frente ao do período anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2,9930/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), praticamente estável (-0,02%) no mesmo comparativo.

Boi

A primeira quinzena de junho foi marcada por quedas nos preços da carne bovina (carcaça casada do boi, negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo), resultado da pressão vinda da maior oferta de animais para abate. De acordo com levantamento do Cepea, os valores chegaram a operar a R$ 17,08/kg no início deste mês, patamar nominal que não era observado desde o final de dezembro de 2020. No entanto, as cotações da carne passaram a reagir nesta segunda quinzena, cenário atípico para este período, e a carne já opera em torno de R$ 17,30/kg nesta semana. Segundo agentes consultados pelo Cepea, esse movimento de alta está atrelado a ajustes de estoques na indústria e no varejo. Além disso, as exportações de carne bovina em ritmo intenso também tenderiam a reduzir a disponibilidade interna da carne.

CLIMA

Prognóstico climático para o inverno de 2023

O inverno é marcado por um período menos chuvoso nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e em parte do Norte e Nordeste do Brasil. Por outro lado, os maiores volumes de precipitação (chuva) se concentram no noroeste da Região Norte, leste do Nordeste e em parte do Sul do País (figura 1a).

A redução da chuva em grande parte do Brasil nesta época do ano é devido à persistência de massas de ar seco, o que provoca a diminuição da umidade relativa do ar e, consequentemente, favorece a ocorrência de queimadas e incêndios florestais, bem como o aumento de doenças respiratórias.

Além da menor incidência de radiação solar, a estação também se caracteriza pelas incursões de massas de ar frio vindas do sul do continente, provocando queda na temperatura do ar e valores médios inferiores a 22ºC na parte leste das regiões Sul e Sudeste do Brasil (figura 1b).

A diminuição da temperatura pode ocasionar: i) formação de geada nas regiões Sul e Sudeste e no estado do Mato Grosso do Sul; ii) queda de neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul e, iii) episódios de friagem em Mato Grosso, Rondônia, Acre e no sul do Amazonas. Além disso, no inverno, em função das inversões térmicas no período da manhã, é comum a formação de nevoeiros e/ou névoa úmida no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com redução de visibilidade, especialmente, em estradas e aeroportos.

Figura 1. Média histórica da (a) chuva e (b) temperatura média do ar para o trimestre julho, agosto e setembro. Período de referência: 1981 – 2010. Fonte: INMET.

Fonte: INMET

Previsão de chuva

Previsão para a 1ª semana (19/06/2023 a 26/06/2023):

Na semana entre os dias 19 e 26/06, são previstos maiores acumulados de chuva no norte da Região Norte, áreas do Rio Grande do Sul e costa leste do Nordeste (tons em verde e amarelo no mapa da figura 1).

Já no Brasil Central, interior do Nordeste e sul da Região Norte, o tempo seco deve predominar na maioria dos dias (tons em branco e azul no mapa da figura 1).

Região Norte

Previsão de volumes de chuva maiores que 30 milímetros (mm) em grande parte do centro e norte da região, podendo passar de 60 mm em áreas centrais do Amazonas, noroeste do Pará e no Amapá devido ao calor e a alta umidade. Em Rondônia, Acre e no Tocantins, o tempo seco vai predominar.

Região Nordeste

O extremo norte do Maranhão deve acumular volumes superiores a 40 mm. No litoral de Pernambuco e no Sealba (área que abrange os estados de Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), a previsão indica baixos acumulados de chuva no início da semana devido ao transporte de umidade vindo do oceano. Já no Matopiba (área que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no interior e norte da região, o tempo deve permanecer estável durante a semana.

Regiões Centro-Oeste e Sudeste

A persistência de uma massa de ar seco deixará o tempo estável e sem chuva em praticamente toda a região. Além disso, a umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 20%.

Região Sul

A previsão indica baixos acumulados de chuva no Rio Grande do Sul e em áreas do sul de Santa Catarina, com valores inferiores a 60 mm a partir de quarta-feira. Nas demais áreas da região, o tempo seguirá seco e sem chuva.

Figura 1. Previsão de chuva para a 1ª semana (19/06/2023 a 26/06/2023). Fonte: INMET.

Previsão para a 2ª semana (27/06/2023 a 04/07/2023):

Na segunda semana, a previsão é de grandes acumulados de chuva, maiores que 80 mm, em áreas do extremo noroeste da Região Norte e entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Veja figura 2.

Já em grande parte do Brasil Central e interior do Nordeste, o tempo seco e sem chuva vai predominar ao longo da semana.

Região Norte

São previstos acumulados de chuva maiores que 30 mm em praticamente todo o extremo norte da região, com volumes superiores a 80 mm em áreas do noroeste do Amazonas e norte de Roraima. Já em áreas do sul da região, não há previsão de chuva significativa.

Região Nordeste

Os volumes de chuva podem ultrapassar 50 mm em áreas do litoral da costa leste. No Matopiba (área que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no interior da região, o tempo ficará seco e não há previsão de chuva. Em áreas do litoral norte, podem ocorrer baixos acumulados, menores que 40 mm.

Regiões Centro-Oeste e Sudeste

A previsão é de tempo seco em grande parte do centro e norte das regiões. No entanto, em áreas do centro-sul, podem ocorrer acumulados de chuva inferiores a 30 mm. Já no sul de Minas Gerais e no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, os volumes previstos são superiores a 50 mm.

Região Sul

Áreas do nordeste do Rio Grande do Sul e do leste de Santa Catarina devem registrar acumulados de chuva significativos, maiores que 80 mm. Nas demais áreas, principalmente no Paraná, a previsão é de baixos volumes (menores que 30 mm).

Figura 2. Previsão de chuva para 2ª semana (27/06/2023 e 04/07/2023). Fonte: GFS.

Fonte: INMET

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