Veja as principais notícias da semana no mundo Agro.
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GERAIS
Brasil é o quarto maior produtor de grãos e o maior exportador de carne bovina do mundo
Um estudo intitulado O agro no Brasil e no Mundo: uma síntese do período de 2000 a 2020, elaborado pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) sobre as exportações do Brasil nas últimas duas décadas, revela que o País responde por 50% do mercado de soja e alcançou, em 2020, o posto de segundo exportador de milho. O Brasil tem ainda o maior rebanho bovino do mundo e é o maior exportador desta carne. Também se consolidou como o maior produtor de açúcar e café.
O País é o quarto maior produtor de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo) do mundo, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Índia, sendo responsável por 7,8% da produção mundial. Em 2020, produziu 239 milhões e exportou 123 milhões de toneladas de grãos.
A base do estudo foram os dados obtidos a partir da plataforma FAOSTAT, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para o período de 2000 a 2020, com ênfase no último ano. Os autores do estudo são o físico e analista em Ciência de Dados Adalberto Aragão e o pesquisador Elísio Contini.
Para acessar o estudo completo, clique aqui.
PIB da agropecuária teve alta de 5,7% no primeiro trimestre
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário foi o que mais cresceu no primeiro trimestre de 2021, com incremento de 5,7% na comparação com o quarto trimestre do ano passado e 5,2% em relação a igual período de 2020.
Esse resultado é atribuído especialmente ao desempenho positivo de alguns produtos, como soja, fumo, arroz e pela pecuária bovina.
O PIB totalizou R$ 2,048 trilhões neste primeiro trimestre. Os segmentos tiveram os seguintes resultados: Agropecuária R$ 208,8 bilhões, Indústria R$ 348,6 bilhões, e Serviços R$ 1.195,9 trilhão. A participação percentual dessas atividades no valor adicionado, foram de 6,8% para a Agropecuária, 20,4% Indústria e 72,8% Serviços.
Exportações do Agro seguem elevadas em 2021
Após os recordes de volume e faturamento obtidos em 2020, as exportações do agronegócio brasileiro seguem em ritmo intenso em 2021.
Segundo relatório do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), de janeiro a abril de 2021, o volume exportado pelo agronegócio nacional cresceu 6% frente ao mesmo período do ano passado. Quanto ao faturamento, atingiu US$ 36 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, aumento de 16% em relação ao do mesmo período de 2020. Como resultado, de janeiro a abril, as exportações do agronegócio representaram 51% das vendas externas totais brasileiras.
A razão para o bom resultado seria a demanda externa aquecida e os preços em alta no mercado internacional.
A China se mantém como parceira comercial mais importante do agronegócio brasileiro, sendo destino de quase 38% de todo valor em dólar gerado pelo setor nos quatro primeiros meses de 2021. O principal produto é a soja, ficando com mais de 70% do produto exportado pelo Brasil no primeiro quadrimestre de 2021.
Os países que compõem a Zona do Euro continuam com a segunda posição, com participação de quase 15%, e os Estados Unidos, a terceira, com 6,4%.
Para acessar o relatório completo do Cepea sobre as exportações brasileiras, clique aqui.
Conab: Índice de armazenamento das fazendas brasileiras é de apenas 14%
O Boletim Logístico publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que no Brasil o índice de armazenamento nas fazendas permanece próximo a 14% ao longo de 10 anos.
Resultado assustador quando comparado à capacidade instalada nas fazendas de países como Argentina, Canadá e Estados Unidos, que atinge patamares de 40%, 85% e 65% respectivamente.
Entretanto, o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth pondera que o Brasil ainda não se encontra em uma condição que se configura como gargalo. Segundo Guth, há sim um descolamento entre produção e capacidade estática disponível, mas não de forma generalizada no país, e a situação é mais grave em algumas regiões produtoras e em determinados períodos do ano.
Uma possibilidade para os produtores como uma das soluções intermediárias oferecidas para armazenamento não convencionais pelo mercado são os chamados silos bags. A professora da Universidade Federal de Mato Grosso, Solenir Ruffato, reforça que este sistema de armazenamento é uma estratégia que deve ser encarada como uma alternativa, e não apenas como emergência. “Os argentinos também têm uma prática bem interessante nesse sentido. Dessa armazenagem na fazenda, 50% são em silo bolsa”.
Para acessar o Boletim Logístico e ter mais informações sobre o panorama do setor no país, clique aqui.
Investir no agro brasileiro é bom para os negócios e para o meio ambiente
Em sua participação no Fórum de Investimentos Brasil 2021, a ministra Tereza Cristina apresentou as ações do Governo Federal nessas áreas e destacou que o agro brasileiro está pronto para receber investimentos internacionais.
“Invistam no agronegócio sustentável brasileiro. Essa decisão fará bem não apenas às suas finanças, mas ao meio ambiente, às pessoas e à saúde”, disse a ministra.
Entre os pontos destacados pela ministra, os principais foram:
Infraestrutura
Para melhorar a questão logística, considerada um dos principais problemas, diversos projetos estão em execução, como a complementação da BR-163, que vai facilitar o escoamento da produção do Centro-Oeste pela Região Norte, no chamado Arco Norte.
Outras ações nesse sentido são o projeto de lei do Programa de Incentivo à Cabotagem, chamado “BR do Mar”, que vai aumentar em 40% a capacidade da frota marítima de cabotagem nos próximos três anos. Assim como o aumento de 100% na capacidade de transporte de cargas por ferrovias, em 8 anos. Uma das obras é a conclusão da Ferrovia Norte-Sul para julho deste ano, permitindo conexões com a Ferrogrão, no futuro, e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO).
Inovação
Nesse sentido, o Mapa divulgou estudo para ampliação da conectividade rural a partir de tecnologias de internet banda larga como o modelo satélite, cabo de fibra ótica e telecom, que inclui a nova geração 5G.
Investimentos verdes
Foi aprovada a Lei do Agro, que simplifica e dá segurança às operações financeiras. Outra ação foi assinatura de memorando com a Climate Bond Initiative, para aumentar a oferta de títulos verdes confiáveis pelo Brasil.
O Plano ABC+ é outro projeto de destaque, pois prevê a adoção de práticas e tecnologias de baixa emissão de carbono no período 2020-2030. Os pilares do Plano ABC+ são a produção segura e resiliente; a conservação dos recursos naturais (solo, água e biodiversidade) e a redução na emissão de gases de efeito estufa.
Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR): Governo libera R$ 693 milhões
A Resolução nº 81, do CGSR publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indica o valor inicial a ser liberado para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) em 2021. Do total previsto (R$ 976 milhões) pela Lei Orçamentária Anual (LOA), serão liberados já no mês de junho R$ 693 milhões (71%). O restante do orçamento (R$ 283 milhões) deverá ser liberado no segundo semestre.
Utilização dos recursos:
– R$ 400 milhões para a contratação de apólices para as culturas de inverno, como o milho 2ª safra e trigo;
– R$ 200 milhões para as culturas de verão como a soja, o milho 1ª safra, o arroz e o feijão;
– R$ 65 milhões para as frutas;
– R$ 6 milhões para a modalidade de pecuária;
– R$ 1 milhão para a modalidade de florestas, e
– R$ 21 milhões para as demais culturas.
O clima é o principal fator de risco para a produção rural. Ao contratar uma apólice de seguro rural, o produtor pode minimizar suas perdas ao recuperar o capital investido na sua lavoura. Desde o ano de 2005, o governo federal, por meio do PSR, auxilia o produtor na aquisição do seguro rural, pagando parte do valor da apólice (prêmio).
Entenda mais sobre o Programa de Seguro Rural:
Áudio Mapacast
Vídeo
Vacinação contra a febre aftosa é prorrogada
A pedido das entidades representativas dos produtores e chancelada pelo Serviço Veterinário Estadual e pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que seria finalizada no dia 31 de maio, foi prorrogada em 14 estados e no Distrito Federal.
Entre as principais razões para a a ampliação do prazo, estão a pandemia da Covid-19 e o remanejamento de doses de vacinas entre regiões.
Prorrogação:
– Distrito Federal: até 12 de junho;
– Rio de Janeiro e Espírito Santo: até 15 de junho;
– Goiás e Sergipe: 18 de junho;
– Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Paraíba, Pará e São Paulo: 30 de junho;
– Ceará: 3 de julho.
Na semana passada, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso foram reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. No entanto, nos demais estados a vacinação deve continuar normalmente, conforme calendário divulgado pelo Mapa.
Parceria entre Embrapa e Ceagesp para inteligência de mercado e validação de cultivares
Foi assinado um Termo de Cooperação Geral entre a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O convênio busca um contato direto entre os centros de pesquisa da Embrapa e o mercado atacadista de grãos, frutas e hortaliças. Segundo Adriana Regina Martin, diretora-executiva de Inovação e Negócios da Embrapa: “A parceria com a Ceagesp é estratégica para o agro nacional, pois facilita a identificação das demandas de mercado e direciona o posicionamento das inovações”.
Inteligência de Mercado
O primeiro objetivo é uma cooperação técnica para desenvolvimento de ações estratégicas conjuntas a partir do levantamento de dados de mercado que melhor posicionem as inovações tecnológicas geradas pela pesquisa agropecuária.
Neste sentido, será desenvolvido um painel com dados e análises “que vai nortear novas parcerias e estimular a troca de experiências entre as equipes da Embrapa e da Ceagesp, além de gerenciar iniciativas promovidas pelas diversas Unidades da Empresa com um mesmo parceiro”, explica Ana Paula Vaz, pesquisadora da área de Prospecção de Mercado da Secretaria de Inovação e Negócios (SIN) da Embrapa.
Validação de cultivares
O convênio amplia a interação entre as instituições e expande as ações de validação mercadológica de novas cultivares junto a atacadistas da Ceagesp e deverá envolver mais Unidades de pesquisa da Embrapa.
Em ações pontuais de validação realizadas anteriormente, os resultados se mostraram importantes para mapear tendências. Uma das principais foi a mudança de comportamento do mercado de uva de mesa, que apontou uma redução da importação das uvas do Chile e um aumento significativo da participação no mercado da uva BRS Vitória, desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético Uvas do Brasil.
Outras frentes da parceria serão de ações de prospecção de mercado, desenvolvimento e divulgação de técnicas para aprimoramento de qualidade em frutas e hortaliças in natura e aumento de shelf-life, além de publicações técnicas, cursos e palestras com unidades da Embrapa.
Embrapa Solos publica segunda edição do Radar Solos
A publicação da segunda edição do Radar Solos, foi realizada durante as comemorações do aniversário de 46 anos da Embrapa Solos, no dia 28 de maio.
A publicação, dedicada a identificar sinais e tendências, antecipar impactos e fazer a prospecção de cenários futuros relacionados ao tema, no Brasil e no mundo, é uma iniciativa do Observatório de Solos, em parceria com a Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) e a Embrapa Solos.
Entre os temas da segunda edição da publicação, estão:
– A descarbonização da cadeia do alimento começa no campo;
– Acumulação de capital na fertilidade dos solos: o caso do Cerrado;
– Novas aplicações da Ressonância Magnética Nuclear em baixo campo na Ciência do Solo;
– Inovar, Renovar e Rever: a integração do conhecimento como alavanca para o sucesso;
– O protagonismo da cana na era do baixo carbono;
– Melhorias e sustentabilidade nos solos do Cerrado baiano.
O Radar Solos pode ser baixado clicando aqui.
Outros destaques enfatizados durante a comemoração do aniversário foram:
O Fertmovel, um laboratório completo, voltado a análises de fertilidade do solo, para operar dentro de um furgão de 14 metros cúbicos.
O manual com diretrizes para seleção de áreas prioritárias para intervenção nos pagamentos por serviços ambientais hídricos no Brasil.
– O fertilizante organomineral granulado à base de cama de frango.
– O analisador compacto de compostagem (biorreator de bancada) para simulação de compostagem em laboratório.
– O permeâmetro, dispositivo de automatização da avaliação da condutividade hidráulica saturada no solo.
– O zoneamento pedoclimático da área de influência do Canal das Vertentes Litorâneas da Paraíba.
– O zoneamento das áreas potenciais para barragens subterrâneas no estado de Alagoas.
– O mapa de vulnerabilidade à erosão dos solos do Brasil.
PRODUÇÃO
Rio Grande do Sul bate recorde na produção de soja
Com a colheita praticamente finalizada, a produção de soja no Rio Grande do Sul bateu um novo recorde. Pela primeira vez, superou 20 milhões de toneladas. E os recordes não param por aí, de acordo com dados da Emater, a produtividade e a área plantada também ultrapassaram os números do ano passado.
Para entender os fatores que levaram aos números registrados na safra atual no Rio Grande do Sul e orientar o produtor para os principais cuidados no manejo para a próxima safra, assista à reportagem do Programa Terra Sul.
Programa nacional de prevenção e controle do Cancro Europeu
A Portaria nº 319, publicada dia 31 de maio, institui o Programa Nacional de Prevenção e Controle da doença denominada Cancro Europeu (PNCE), causada pelo fungo Neonectria ditissima. Praga que gera grandes prejuízos à cadeia produtiva da maçã.
A regulamentação, que estará em vigor a partir de 1º de junho, será aplicada somente para a cultura da macieira (Malus spp.), única pomácea reconhecida oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como hospedeira da praga.
Segundo Graciane de Castro, coordenadora-geral de Proteção de Plantas, a normativa atualiza os procedimentos relativos ao controle da praga nos estados onde ela já ocorre, tais como a periodicidade dos monitoramentos em viveiros de mudas e nos pomares, os critérios para eliminação de plantas sintomáticas, as condições para o trânsito de mudas de macieiras para as regiões livres, entre outros.
O programa foi elaborado a partir da revisão da Instrução Normativa nº 20/2013, cujos efeitos aplicavam-se a todas as culturas conhecidas como “pomáceas” além da maçã, tais como pêra, nêspera, ameixa, pêssego, nectarinas e marmelo.
Mapa estabelece procedimentos para a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal
A Portaria nº 153 publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estabelece os procedimentos de reconhecimento de equivalência para adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV).
Esse é um importante instrumento das fiscalizações e inspeções realizadas em produtos de origem vegetal e tem por objetivo padronizar, harmonizar e ampliar os procedimentos de inspeção em todo país para melhorar o controle da qualidade e da segurança desses produtos.
A adesão é voluntária e destinada aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios e consórcios municipais.
MERCADO
A suspensão das exportações de carne bovina da Argentina e os efeitos no Brasil
O Boletim do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCARNE) publicado na última semana, aborda as razões da suspensão das exportações argentinas e prováveis consequências para mercado de carne brasileiro.
O Governo da Argentina suspendeu em maio as exportações de carne bovina por 30 dias. Essa medida tem como objetivo controlar o aumento de preços do produto no mercado interno e seu peso sobre a inflação que atinge o país.
As consequências esperadas no Brasil são:
– Deslocamento da demanda externa, especialmente a demanda vinda da China, para o Brasil, Austrália, Nova Zelândia e Uruguai;
– Cotação da arroba do boi gordo no Brasil siga com a tendência de alta;
– A provável valorização da arroba do boi acarretará aumento nos custos de produção da indústria frigorífica, que pagará mais caro pela sua matéria prima essencial. Custos que deverão ser repassados ao consumidor final.
– O mercado premium internacional de carne bovina atendido pela Argentina pode ser suprido pelo Brasil, possibilitando com isso uma captura de valor para o setor.
Para acessar o Boletim CiCarne, clique aqui.
Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
Produto | Panorama da última semana |
Arroz | As negociações continuam lentas no mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul, devido à “queda de braço” entre os poucos compradores e vendedores ativos no mercado.
Os compradores têm adquirido lotes com cautela. Por outro lado, muitos orizicultores têm se capitalizado com a venda de outras commodities, e, assim, permanecem retraídos das negociações do arroz. Os preços seguem em queda. O Indicador ESALQ/SENAR-RS recuou 2,63% entre 25 de maio e 1º de junho, encerrando a R$ 78,45/sc de 50 kg no dia 1º. |
Algodão | O indicador do algodão em pluma recuou 2,5% no acumulado de maio.
Os compradores indicaram estar preocupados com o enfraquecimento das vendas de produtos finais e alegaram não conseguir repassar as altas da matéria-prima. Vendedores, por sua vez, estiveram firmes nos preços pedidos, mas uma parte das tradings disponibilizou alguns lotes a valores mais atrativos, influenciando a queda no valor médio. |
Etanol | Dados mostram forte crescimento de 69,5% no volume de hidratado comercializado entre 24 e 28 de maio em São Paulo.
Alguns agentes acreditam, inclusive, que o feriado de Corpus Christi desta semana possa ter motivado novas aquisições por parte de distribuidoras. Quanto aos preços, entre 24 e 28 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 2,8783/litro, recuo de 1,11% frente ao período anterior. No caso do etanol anidro, a média ficou estável no mesmo comparativo, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando em R$ 3,4079/litro. |
Açúcar | A média do Indicador CEPEA/ESALQ em maio foi de R$ 115,08/saca de 50 kg, sendo 6,22% acima da de abril e a maior nominal de toda a série histórica do Cepea.
O avanço dos preços está atrelado à oferta restrita nestes dois primeiros meses da temporada, devido ao início tardio da moagem e à queda na produtividade dos canaviais. Nos últimos dias do mês, além da restrição de oferta, compradores estiveram mais ativos no mercado, fortalecendo a demanda. |
Soja | Os preços da soja têm oscilado com certa força neste final de maio. Nos momentos de baixa, os valores são influenciados pelo clima favorável ao avanço do cultivo nos Estados Unidos, à colheita na Argentina e à finalização das atividades de campo no Brasil.
Já as valorizações da soja estiveram atreladas aos baixos estoques norte-americanos e à retração de produtores brasileiros em comercializar novos volumes no spot. Neste último caso, verifica-se grande disparidade entre os valores ofertados por compradores e os pedidos pelos vendedores. |
Milho | Os valores do milho caíram nos últimos dias, pressionados pelo maior interesse de vendedores em negociar o cereal.
Produtores estão mais ativos no mercado, tendo em vista a proximidade da colheita da segunda safra, a expectativa de melhora nas condições das lavouras e as recentes desvalorizações internacionais. Já do lado comprador, segundo pesquisadores do Cepea, verifica-se que muitos priorizam o consumo dos estoques no curto prazo, à espera de novas quedas nos preços após o avanço da colheita. Entre 21 e 28 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu 2,6%, fechando a R$ 99,24/saca. |
Trigo | Os preços seguem em queda. Muitos agentes de moinhos se mostram abastecidos e indicam que a demanda por farinhas está fraca. Por outro lado, os vendedores estão afastados do mercado, focados no cultivo da nova safra.
Ressalta-se que, apesar da menor demanda interna, o trigo disponível no País não deve ser suficiente até a colheita da safra deste ano. Neste caso, a recente desvalorização do dólar frente ao Real tem tornado a importação de trigo da Argentina e do Paraguai mais atrativa que a compra do cereal no mercado brasileiro. |
Café | Mesmo com o início da colheita da nova safra no Brasil, os preços do café arábica dispararam em maio.
O impulso veio da expectativa de oferta mais justa tanto no País quanto em outras origens no curto prazo. Além disso, o atual clima desfavorável em lavouras nacionais e problemas logísticos na Colômbia também reforçam o movimento de alta nos preços externos e internos do arábica. Entre 30 de abril e 31 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, avançou expressivos 94,82 Reais por saca de 60 kg (ou +12,1%), a R$ 877,41/sc no dia 31 – novo recorde nominal da série do Cepea. |
Fonte: www.cepea.esalq.usp.br
CLIMA
Mapeamento do déficit hídrico no Brasil
O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Daniel Pereira Guimarães, realizou uma análise da estiagem no Brasil.
De acordo com Guimarães, nos últimos 20 anos, tivemos três períodos de estiagens intensas que afetaram as áreas mais populosas e os polos de produção agropecuária. Primeiro, ocorreu o apagão em 2001, com a crise no setor elétrico. Em seguida, a crise hídrica de 2014-2015, em que o fato mais marcante foi o desabastecimento hídrico de São Paulo. E agora acontece uma crise hídrica, que teve início com o atraso da estação chuvosa, provocando altas temperaturas e incidências de incêndios, como os verificados na região do Pantanal, e a drástica redução das chuvas a partir do mês de março. Essa estiagem tem implicações socioeconômicas mais graves porque ocorre durante a pandemia, afetando a geração de renda no campo e a segurança alimentar.
Mas diferentemente das outras estiagens que afetaram o País, atualmente há mais informações que possibilitam a formulação de políticas públicas para a antecipação de medidas mitigadoras.
Segundo a análise, os grandes danos causados pela estiagem tendem a se agravar, principalmente nos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde o período de estiagem está começando. Para a Região Sul, apesar do fim do fenômeno La Niña em meados de abril, a maioria dos modelos de previsão climática indica tendências de chuvas abaixo da média e temperaturas mais elevadas para os próximos três meses.
Anomalias hídricas nas mesorregiões no final de maio de 2021
Além das perdas já reportadas na produção agrícola e das medidas já adotadas para o gerenciamento dos recursos hídricos, merece atenção especial nas áreas de pecuária. Para ela estão previstos fortes impactos no Mato Grosso do Sul, Oeste de São Paulo e Triângulo Mineiro. Também precisam ser observadas as áreas de agricultura irrigada e as culturas agrícolas de ciclos longos, como café, cana-de-açúcar, frutíferas e espécies florestais. O agricultor deve ficar atento ao aumento dos riscos de incêndios e ao meio ambiente de modo geral.
Os maiores impactos da estiagem ocorrerão na bacia hidrográfica do Rio Paraná, principal fonte geradora de energia elétrica do Brasil. Em menor escala, temos a bacia do Rio São Francisco, onde os níveis de água do solo são inferiores a 60% das médias históricas nos principais afluentes, como o Rio das Velhas, o Rio Pará, o Rio Paraopeba, o Rio Paracatu e o Rio Urucuia, em Minas Gerais, e os Rios Corrente e Grande, no Oeste Baiano.
O artigo completo pode ser acessado clicando aqui.
Previsão de chuva
De acordo com o modelo numérico do INMET, as chuvas deverão ser mais significativas em parte das regiões Norte e Sul do Brasil.
Região |
Previsão |
Sul | São previstos acumulados de chuva em torno de 10 a 30 mm, podendo alcançar 40 mm em algumas áreas ao oeste do Rio Grande do Sul. |
Sudeste | O acumulado de chuva pode alcançar 60 mm em áreas do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro. |
Nordeste | Os maiores acumulados estão previstos para o norte do estado do Maranhão e na faixa litorânea do Nordeste com acumulados abaixo de 20 mm. |
Centro-Oeste | Os acumulados de chuva serão abaixo de 10 mm no estado do Mato Grosso do Sul e sem previsão de chuva para os demais estados da região. |
Norte | A tendência é de chuva em praticamente toda Região Norte, exceto no Tocantins, com acumulados variando entre 10 e 80 mm. Os maiores acumulados de chuva estão previstos para áreas ao norte dos estados do Amazonas, Pará, Roraima e Amapá. |
MATOPIBA | Não há previsão de chuva. |
*Informativo Meteorológico Semanal N° 21 (previsão de 01 a 16 de junho de 2021).