China aumenta importações de café brasileiro: entenda os motivos do crescimento

Nematoides na cultura do café

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Os recentes dados de exportação revelam a China como uma importadora chave de café brasileiro, mantendo a 6ª posição em janeiro.

Para que serve o café: xícara sendo completada com café ao lado de grãos de café

  • Apesar de representar 4% das exportações de café do Brasil, o aumento nas importações pela China, iniciado no segundo semestre de 2023 com o desvio de disponibilidade vinda da Etiópia, desafia destinos tradicionais. Essa mudança é impulsionada por variações nos diferenciais e coloca a China como um potencial destino importante de café nos próximos anos.
  • Fatores que influenciam o mercado de café na China incluem a mudança na produção para importação líquida desde o ciclo 10/11 e o baixo consumo per capita (0,21kg anualmente), em comparação com a média global (1,3kg).
  • As dinâmicas de oferta e demanda chinesas se fortalecem com a produção predominantemente de café arábica, uma divisão interna quase igualitária entre café torrado & moído e café solúvel, e um potencial crescimento na parcela de demanda global se o crescimento de +12% no consumo per capita for mantido. Ainda assim, barreiras culturais, como a competição com a tradição do chá, adicionam complexidade às comparações.

Com a recente divulgação dos dados de exportação do Brasil, a China está se destacando como uma importadora significativa de café brasileiro, mantendo a sexta posição em janeiro, em linha com sua classificação no final de 2023.

“Este relatório explora os aspectos essenciais do mercado de café na China, lançando luz sobre mudanças previstas a longo prazo com base nas tendências passadas do país nos últimos 5 anos”, explica Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint.

Atualmente, a China representa 4% das exportações de café do Brasil, em contraste com os 15% dos Estados Unidos e os 6% do Japão.

De acordo com a analista, “o aumento nas importações de café pela China começou na segunda metade de 2023, inicialmente impulsionado pelo desvio de importações da Etiópia devido aos níveis de diferenciais, conforme discutido em relatórios anteriores. Ainda assim, o país está quase empatado com o Japão, um dos principais destinos tradicionais de café, e ainda não é considerado um destino principal em si – por quê?”.

Primeiro, é crucial considerar a tendência de produção da China. Até aproximadamente o ciclo 12/13, o país manteve uma produção e consumo relativamente equilibrados, mesmo que suas importações de café fossem menores. A China se tornou inicialmente uma importadora líquida no ciclo 10/11.

Em segundo lugar, e talvez o mais importante, o consumo per capita de café na China é comparativamente baixo. Em média, um indivíduo na China consome 0,21kg de café por ano. Em contraste, a média global é de 1,3kg por pessoa por ano, marcando uma diferença de seis vezes entre a China e a média global.

“Nos últimos anos, as dinâmicas de oferta e demanda (S&D) na China fortaleceram consideravelmente, apesar de uma taxa de crescimento na produção que fica aquém da demanda crescente. A China predominantemente produz café arábica, totalizando pouco menos de 2 milhões de sacas. Embora haja uma pequena parcela designada para reexportação, a maioria do suprimento é consumida internamente”, pontua.

Essa demanda interna é dividida igualmente entre café torrado e moído (R&G) e café solúvel, mantendo uma divisão equitativa de 50/50 nos últimos anos. Curiosamente, destinos de café não tradicionais geralmente preferem cafés solúveis ou instantâneos em vez de R&G. Por exemplo, de acordo com dados do USDA, o café solúvel representa apenas 5% do consumo na União Europeia e 3% nos Estados Unidos.

“Se a China mantiver sua atual taxa média de crescimento anual per capita de +12%, em contraste com a média global de +0,5%, o país poderia potencialmente garantir a 5ª posição no consumo global de café. Isso colocaria a China atrás da União Europeia como bloco, dos Estados Unidos, do Brasil e do Japão (entre 6,5M e 7,5M scs)”, destaca Natália.

E segue: “No entanto, se a China atingir níveis de consumo per capita equivalentes à média global, ela poderá ficar atrás apenas da União Europeia em demanda de café, projetada para ultrapassar 33 milhões de sacas.

É essencial reconhecer uma barreira cultural para o consumo de café na China, onde a bem estabelecida tradição de consumir chá compete. Portanto, qualquer comparação depende de fatores subjetivos além das medidas quantitativas exploradas nesta análise.

Em resumo, os recentes dados de exportação do Brasil revelam a emergência da China como uma importadora significativa de café brasileiro, mantendo sua 6ª posição em janeiro. Apesar de representar apenas 4% das exportações de café do Brasil, uma forte alta nas importações começou recentemente.

A tendência de produção da China, que se transformou em um importador líquido desde o ciclo 10/11, e o baixo consumo per capita de 0,21kg anualmente, comparado à média global de 1,3kg, influenciam essa tendência. As dinâmicas de oferta e demanda chinesas fortalecem-se, e o consumo interno divide-se entre café torrado e moído e café solúvel.

Se a China mantiver seu impressionante crescimento de +12% no consumo per capita, ela pode alcançar a 5ª posição global. No entanto, barreiras culturais, especialmente a forte tradição de consumo de chá, adicionam complexidade às comparações significativas.

Acesse o relatório completo clicando aqui.

Sobre a hEDGEpoint Global Markets

A hEDGEpoint Global Markets é uma empresa especializada em gestão de risco, inteligência de mercado, e execução de hedge para a cadeia de valor global de commodities, com larga experiência nos mercados agrícolas e de energia. Está presente em cinco continentes e oferece aos clientes produtos de hedge baseados em tecnologia e inovação, mantendo o cliente como ponto central de todos os processos. A companhia trabalha com mais de 60 commodities e mais de 450 produtos de hedge em sua plataforma.

Fonte da imagem: coffeemais 24/02/2024

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Tags: Café, China, Exportação, importação, Mercado

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