Veja as principais notícias da semana no mundo Agro.
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Notícias Gerais
Exportações brasileiras bateram recorde em 2020
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgou os dados de suas pesquisas referente as exportações brasileiras no ano de 2020, a base de dados utilizada é da Secex. O volume das exportações brasileiras cresceu 10% no ano de 2020 quando comparado com 2019, com um faturamento de US$ 101 bilhões, crescimento de 4%, esse é o recorde de exportações.
O agronegócio foi o principal setor que ajudou a impulsionar o crescimento nas exportações. Os produtos do complexo soja, as carnes (principalmente a suína), açúcar, algodão e café foram os principais produtos exportados pelo Brasil em 2020. O principal destino dos produtos foi a China, o país asiático continua sendo o maior importador de produtos do agro brasileiro, representando 33,7% do volume. Em 2020 houve um aumento das exportações de carne bovina para a China, mas o principal produto enviado foi a soja, sendo que 73% do volume da oleaginosa exportada pelo Brasil teve destino o país asiático.
Para este ano de 2021 ainda há muitas incertezas, em especial sobre o ritmo da retomada da normalidade e de como esta ocorrerá após a vacinação. Outro ponto importante é de como será a relação política entre os EUA e a China e, consequentemente, com o Brasil. A China deverá seguir sendo o principal parceiro comercial do Brasil neste ano, mas a Índia vem abrindo espaço no comércio internacional.
Paraná deve ter queda na produção de soja na safra 2020/21
O Departamento de Economia Rural (Deral) divulgou seu novo relatório para a estimativa da safra de soja 2020/21 no Estado do Paraná. Segundo o Deral o Paraná deverá colher cerca de 20,39 milhões de toneladas da oleaginosa, estimativa semelhante a divulgada no mês de dezembro (20,38 milhões de toneladas. A estimativa indica redução de 2% na produção de soja no Estado para esta safra quando comparada com a safra 2019/20.
Após os agricultores paranaenses sofrerem para estabelecer a cultura, devido a estiagem que atingiu o Estado, agora estão observando excessos de chuvas, o que poderá afetar na qualidade final da soja e aumentar a incidência de doenças na cultura.
Já a segunda safra de soja no Estado deverá apresentar aumento na produção. A estimativa do Deral é de que sejam colhidas 107,6 mil toneladas na safra 2020/21, aumento de 18,1 mil toneladas em comparação com a segunda safra de 2019/20. Este acréscimo deverá ocorrer devido a um aumento na produtividade das lavouras, sendo estimada em 2,78 toneladas por hectare.
Para a cultura do milho primeira safra, o Deral estima uma redução de 6% na produção do cereal, sendo esperada uma produção de cerca de 3,36 milhões de toneladas. Já, para a segunda safra de milho, a principal da cultura, a estimativa é de crescimento de 14%, sendo esperada uma produção de 13,58 milhões de toneladas. O rendimento esperado para a segunda safra é de 5,74 toneladas de milho por hectare.
Atualmente, o Paraná é o segundo maior produtor de soja e milho do país, perdendo apenas para o Mato Grosso.
Ver mais: https://www.agrolink.com.br/noticias/parana-ve-colheita-de-soja-em-20-39-mi-t_445419.html
Luto no Agro: Herbert Bartz, o pai do Sistema Plantio Direto, faleceu aos 83 anos
Herbert Bartz, considerado o pai do Sistema Plantio Direto no Brasil, faleceu na última sexta-feira (29) aos 83 anos de idade na cidade de Rolândia (PR) por falência múltipla dos órgãos em decorrência de uma pneumonia.
Descendente de imigrantes germânicos, Bartz, nascido em 14 de fevereiro de 1937 em Rio do Sul (SC), viveu parte de sua infância e juventude na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, regressando ao Brasil em 1960, estabelecendo-se em Rolândia.
Após anos difíceis na agricultura ao lado de seu pai e irmãos, devido a perdas pelo excesso de chuva e pela degradação do solo, em 1971 Bartz foi em busca de soluções nos Estados Unidos. Voltou ao Brasil afirmando que o correto era cultivar sem arar e gradear o solo, fazendo o plantio direto ou o chamado de “No-Tillage” nos Estados Unidos.
A primeira semeadura em larga escala sem revolver o solo na América Latina foi realizada por Bartz em 1972, com um semeadora Allis Chalmers importada dos Estados Unidos. Taxado como louco em um primeiro momento por vizinhos, Bartz foi o pioneiro do Sistema Plantio Direto no Brasil e passou a difundi-lo no país.
Bartz tornou-se referência sobre o assunto e ministrou diversas palestras no Brasil e exterior mostrando os benefícios da conservação do solo. Além de ministrar aulas em cursos de Agronomia, mesmo sem ter formação em curso superior. Bartz juntamente com Dijkstra e Pereira fundaram a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha e Irrigação.
A partir de então o Sistema Plantio Direto se difundiu pelo país e ajudou o Brasil a se tornar uma referência na produção de alimentos no mundo. Em 2018, Wilhan Santin escreveu a biografia de Bartz idealizada pelos seus filhos Johann e Marie intitulada “O Brasil Possível: a biografia de Herbert Bartz”. Na sua biografia ficou eternizada a sua frase: “A natureza não aceita propinas”.
Bartz deixa a esposa Luíza, a filha Marie e o filho Johann Bartz. Além de uma grande contribuição para o agronegócio brasileiro.
Governo francês registra 418 focos de gripe aviária
O governo francês anunciou que foram registrados 418 focos de gripe aviária (vírus H5N8) desde dezembro, sendo 406 em fazendas de aves no sudoeste do país, resultando em um forte impacto no setor avícola da região.
Esses surtos atingiram principalmente fazendas de criação de patos, onde cerca de 2 milhões de patos e outras aves foram abatidos. Foram registrados 12 casos em outras regiões da França e 11 casos em animais selvagens. Buscando reduzir a disseminação do vírus, o governo francês ordenou a redução de forma drástica na densidade avícola nas regiões e nos criadouros onde foram registrados os focos da gripe aviária. De acordo com o governo, a estratégia de redução no número de aves começa a dar bons resultados com a diminuição no registro de novos casos.
As perdas financeiras dos criadores de aves serão compensadas pelo governo e alguns criadores já receberam adiantamentos, segundo Julien Denormandie, ministro da Agricultura e Alimentação do país.
Ver mais: https://www.canalrural.com.br/noticias/gripe-aviaria-franca-abate-2-milhoes-aves/
Embrapa desenvolve bioinseticida para controlar lagartas
Um novo bioinseticida foi desenvolvido pela Embrapa e será comercializado pela empresa Ballagro Agro Tecnologia, com o nome comercial Acera. Este novo bioproduto é composto por duas cepas da bactéria Bacillus Thuringiensis (Bt), sendo indicado para o controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e da falsa-medideira (Chrysodeixis includens). E poderá ser utilizado nas culturas como: soja, milho, algodão, entre outras.
O novo produto microbiológico é aplicado sobre as folhas e, ao ingerir, as lagartas são afetadas pela ação das proteínas. Estas proteínas possuem toxinas especificas para os insetos alvo e são produzidas pela Bacillus thuringiensis (Bt), sendo inofensivas aos humanos, ao ambiente e outros insetos.
Segundo o pesquisador responsável, Fernando Hercos Valicente, o inseticida biológico a base de Bt, atinge somente os insetos-praga, preservando os inimigos naturais. O pesquisador ainda destaca que ao reunir dois isolados de bactéria Bt, com modos distintos e complementares de ação, o novo bioproduto dificulta o aumento de resistência das lagartas aos princípios ativos.
O lançamento oficial deste novo bioinseticida está previsto para o dia 09 de fevereiro através do canal do Youtube da Embrapa.
Controle alternativo para o bolor-verde em laranja
Atualmente, o país é o maior produtor e exportador de suco de laranja a nível mundial. No entanto, expressiva parcela da produção é perdida por consequência de doenças na pós-colheita, especialmente a causada pelo fungo Penicillium digitatum, causador da doença chamada de bolor verde.
Esta doença se caracteriza por causar inicialmente uma podridão mole na casca. Com a evolução da doença e a produção de esporos do fungo, a lesão vai ganhando uma tonalidade verde. A disseminação desta doença entre os lotes ocorre rapidamente com o desprendimento dos esporos durante a movimentação, transporte e armazenamento da fruta, comprometendo assim todo o lote.
Neste sentido, a Embrapa Meio Ambiente (SP) desenvolveu uma combinação de quatro tecnologias, que juntas buscam solucionar os problemas causados pelo fungo causador da doença bolor verde nas laranjas, responsável pelas piores perdas na pós-colheita.
Os resultados obtidos pelos experimentos comprovaram que a utilização de forma integrada do tratamento hidrotérmico por aspersão e escovação (Thae), radiação ultravioleta C, agentes de biocontrole e uso de compostos bioativos, obtiveram desempenho idêntico ao controle químico com a utilização de fungicidas. Sendo um processo limpo e sustentável para o manejo integrado do bolor verde das laranjas.
Esta nova tecnologia atende às questões internacionais do mercado de frutas frescas, que busca por produtos sem resíduos químicos.
Acesso ao estudo completo: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/216260/1/Terao-Metodos-controle-bolor-2020.pdf
Abertura da 31ª colheita do arroz acontece de 9 a 11 de fevereiro
Na próxima semana, entre os dias 09 e 11 de fevereiro, estará acontecendo a 31ª abertura oficial da colheita do arroz. O evento acontecerá em uma área aberta de 9 hectares, no município de Capão do Leão – RS, e será no formato híbrido, ou seja, presencial com público de até 1200 pessoas por dia e também no formato online. Para participar do evento de forma presencial é necessário fazer inscrição prévia no site do evento. Será obrigatório o uso de máscaras, bem como manter o distanciamento social e o uso constante de álcool em gel.
Entre os principais destaques para evento estão a tecnologia, inovação e sustentabilidade. De acordo com presidente da Federação das Associações de arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, o evento tratará de temas fundamentais para que o agricultor tenha acesso a tecnologias e ferramentas disponíveis para poder tomar decisões corretas de negócios e assim intensificar o sistema de produção.
Estarão presentes no evento a ministra da agricultura, Tereza Cristina, e o vice-presidente, Hamilton Mourão.
Site do evento: https://colheitadoarroz.com.br/
Preço da arroba bovina bate novo recorde
De acordo com os dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da arroba bovina chegou na marca dos R$ 301,00 no último dia 01, com alta diária de 0,38%, apontando um novo recorde na série histórica desde 1994. Esta alta é motivada principalmente pela baixa oferta de animais aptos para o abate e pela demanda externa aquecida, porém, de acordo com os analistas de mercado, o fraco desempenho no mercado interno é preocupante.
Em novembro de 2020, os especialistas já alertavam para os preços próximos dos R$ 300,00, com isso a margem de negociação dos frigoríficos para o mercado doméstico ficaria mais restrito.
De acordo com Lygia Pimentel, diretora da consultoria Agrifatto, no mercado externo a carne bovina está indo muito bem, no entanto, ela alerta que essa alta no preço da carne no mercado interno é perigosa, se formos considerar que 70% da proteína produzida é consumida no país. Essa alta no preço da carne bovina pode fazer com que os consumidores busquem por alternativas mais econômicas.
Clima
Clima prejudica lavouras de feijão no sul do país
Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), as geadas que ocorreram na implantação da lavoura e agora o excesso de chuvas têm prejudicado as lavouras de feijão no Sul do Brasil, comprometendo a produtividade e a qualidade do produto.
No Rio Grande do Sul, a primeira safra do feijão ficou comprometida, pois no início do ciclo a cultura sofreu com a estiagem e a geada. De acordo com o gerente de planejamento da Emater – RS, Rogério Mazzardo, as perdas nas regiões afetadas variam de 50 a 70% do potencial produtivo.
Já no Estado do Paraná, é o excesso de chuvas que está comprometendo a safra do feijão-preto, fazendo com que os grãos germinem ainda quando estão na vagem, perdendo a qualidade. De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, a produção deve ter uma redução de 10% se comparada ao ano passado e até o momento 62% da área total foi colhida.
Em Santa Catarina, a safra do feijão também está comprometida, lá desde a implantação da lavoura, os produtores encontraram dificuldades devido à estiagem, o que acarretou em uma redução no estande inicial de plantas por área. E agora, o excesso de chuvas também atrapalha a colheita. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Estado (Epagri), 42% das áreas de feijão da primeira safra já foram colhidas.
Política
Governo Joe Biden pretende estimular a preservação ambiental no mundo
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou no dia 27/01 uma série de medidas que visa combater as mudanças climáticas em nível global. De acordo com Biden, as mudanças climáticas põem em risco a existência da humanidade. Antes de assinar as medidas, Biden afirmou: “Estamos falando sobre a saúde de nossas famílias e água mais limpa, ar mais limpo e comunidades mais limpas”.
As medidas assinadas estabelecem metas ambiciosas para que as demandas da crise climática sejam atendidas pelos Estados Unidos e pelo mundo. Empresas e agricultores serão capacitados e incentivados a liderar uma “revolução” de energia limpa, visando uma energia livre de carbono até 2035.
Tais medidas podem afetar a relação entre os Estados Unidos e o Brasil, visto que países europeus vêm pressionando o governo brasileiro por um sistema agrícola mais sustentável em relação aos impactos no clima. Um dos temores é de que Biden possa sancionar barreiras comerciais ao Brasil caso os dois países não cheguem a um consenso em relação às ações para combater as mudanças climáticas.
Outra meta do governo de Joe Biden é conservar pelo menos 30% das terras e oceanos até 2030. Tom Vilsack, secretário da Agricultura, levantará informações do setor agropecuário do país buscando interessados em adotar práticas agrícolas que visem à redução da emissão e o sequestro de carbono.
Ver mais: https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/biden-mudancas-climaticas-politica-externa/