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5º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23

soja grãos

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(Curadoria Agro Insight)

Olá pessoal do Agro! Hoje trouxemos uma atualização sobre a safra de grãos brasileira. O levantamento foi realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e conta com o detalhamento da safra das seguintes culturas:

  • Algodão
  • Arroz
  • Feijão
  • Milho
  • Soja
  • Trigo

Mesmo com o clima adverso registrado durante o desenvolvimento da primeira safra, principalmente no Rio Grande do Sul, a produção de grãos para o ciclo 2022/23 está estimada em 310,6 milhões de toneladas. A nova projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta quarta-feira (8) durante o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23, sinaliza um incremento de 38,2 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. A alta é influenciada pelo desempenho das lavouras no Centro-Oeste foi beneficiado pelo clima favorável. Quando a comparação é realizada com o volume divulgado no mês passado, o resultado é um leve ajuste negativo de 0,1%.

Principal grão cultivado, a oleaginosa deve atingir uma produção de aproximadamente 152,9 milhões de toneladas. O plantio foi praticamente finalizado e a colheita da safra 2022/23 teve seu início em várias regiões do país. Porém, o ritmo ainda é lento devido às precipitações, apenas 8,9% da área já colhida em todo o Brasil, atrás dos 16,8% registrados na safra passada, conforme indica o Progresso de Safra publicado nesta semana pela Conab.

As chuvas também atrasam o início do plantio do milho 2ª safra, registrando apenas 10,7% de área plantada. Ainda assim, a Conab espera um aumento tanto na área quanto na produtividade, o que deve resultar numa colheita na 2ª safra de 95 milhões de toneladas, variação positiva de 10,6%. Já na 1ª safra do cereal, o incremento estimado na produção é de 5,7% em relação ao volume obtido na safra 2021/22, podendo chegar a 26,5 milhões de toneladas. Os ganhos só não são maiores em virtude dos problemas climáticos do Rio Grande do Sul.

Demais culturas

De acordo com o 5º Levantamento, a produtividade obtida nas lavouras de feijão 1ª safra compensou a menor área cultivada e a produção dos três tipos da leguminosa está estimada em 994,2 mil toneladas. Com isso, a produção total de feijão deve se manter estável em relação ao ciclo passado, próximo a 3 milhões de toneladas. Já no caso do arroz, a colheita está estimada em 10,2 milhões de toneladas.

Para o algodão, a estimativa é de uma produção de 3 milhões de toneladas apenas da pluma, elevação de 19,2%. No caso do trigo, houve ajuste na produção da safra de 2022 após a conclusão do levantamento objetivo de produtividade da cultura. A nova estimativa para a colheita do cereal é de 10,6 milhões de toneladas, crescimento de 37,4% em relação à safra de 2021.

Mercado

De acordo com o acompanhamento de mercado da Companhia, os estoques iniciais da safra 2022/23 de milho foram ajustados para um volume em torno de 7,9 milhões de toneladas com base na atualização dos números de produção de carnes do IBGE. Para a soja, as estimativas permanecem relativamente estáveis em relação ao último levantamento. A Conab também aumentou os estoques finais de trigo para 1,58 milhão de toneladas, após o reajuste no volume colhido na última safra.

Algodão

Mato Grosso

Com a previsão de aumento de área, há expectativa da produção da safra atual ser superior em relação ao levantamento anterior. Após a conclusão da semeadura da primeira safra, a semeadura de sucessão avança, ao passo que a soja vai sendo colhida. Desse modo, estima-se que mais da metade da área prevista foi semeada até fim de janeiro. Apesar do excesso de chuvas, o que causou atrasos pontuais na semeadura, o clima se mostrou propício ao desenvolvimento vegetativo e germinação para a cultura de primeira e segunda safras, respectivamente.

Bahia

Área e produtividade estáveis em relação ao levantamento anterior. Os cultivos de algodão de sequeiro e irrigado se estendem pelas mesorregiões Centro- Sul, Vale do São Francisco e Extremo- Oeste da Bahia. O plantio está em andamento, e os campos estão em fase de desenvolvimento vegetativo e emergência. A finalização do plantio está prevista para fevereiro. A manutenção das condições climáticas, com precipitações regulares em janeiro, tem propiciado boas condições para o desenvolvimento da cultura.

Mato Grosso do Sul

O ajuste na produtividade da cultura em relação ao levantamento passado aumenta a expectativa de produção do estado. A cultura se encontra totalmente semeada e algumas lavouras estão em início de floração. As chuvas foram frequentes nas regiões produtoras, com excesso pontual no município de Chapadão Sul, que apresenta a segunda maior área algodoeira municipal do estado. Nas demais localidades, as precipitações foram bem distribuídas e garantiram umidade adequada para as lavouras. O mês foi caracterizado por alta infestação de tripes em todas as lavouras, além de elevada incidência de mela do algodoeiro nas áreas com plantas em emergência, exigindo atenção no monitoramento e controle. Apesar disso, os tratamentos realizados apresentaram eficiência, garantindo estande e desenvolvimento adequado das lavouras.

Minas Gerais

O aumento na produtividade da cultura de algodão em relação ao levantamento anterior eleva a expectativa da produção do estado. Com quase a totalidade da safra cultivada,cerca de 20% das lavouras se encontram em floração. As precipitações ocorridas nas regiões produtoras ao longo de janeiro dificultam a conclusão do plantio das lavouras irrigadas, mas foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de sequeiro, semeadas entre novembro e dezembro.

Maranhão

O aumento na produção do estado, em relação ao levantamento anterior, foi motivado pelo acréscimo de área semeada. O plantio da primeira safra ocorreu entre a segunda quinzena de dezembro de 2022 e a primeira quinzena de janeiro de 2023, na região sul maranhense. A semeadura ocorreu normalmente, e as lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo. Houve atraso na semeadura da segunda safra de algodão devido à irregularidade das chuvas em outubro de 2022, que resultou em atraso do plantio da soja em algumas áreas do sul maranhense, encurtando a janela de plantio ideal do algodão.

Goiás

Mesmo com a redução na produtividade, o aumento de área propiciou uma elevação de 4,6% na produção em relação ao levantamento anterior. O regime de chuvas tem sido benéfico para as lavouras. Em algumas regiões, houve aplicações de inseticidas e fungicidas que precisaram ser interrompidas. Há também áreas irrigadas com plantio um pouco atrasado, a serem semeadas somente após a colheita da soja em pivôs.

Piauí

A ocorrência de chuvas em janeiro em praticamente todo o estado está sendo determinante para o bom desenvolvimento da lavoura e há expectativa de boa produtividade na cultura do algodão. As lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, porém, no extremo-sul, algumas áreas estão em fase de floração, pois foram semeadas na segunda quinzena de novembro.

Rondônia

O aumento de área em relação ao levantamento anterior elevou a expectativa de produção de algodão do estado. As chuvas estão ocorrendo de forma constante e distribuída, o que favorece o início da semeadura.

Tocantins

O aumento na estimativa de produção do algodão em relação ao levantamento anterior foi impulsionado pelo aumento equivalente em área. O bom volume de chuvas contribuiu para a conclusão do plantio do algodão em caroço. As lavouras estão em boas condições de desenvolvimento, e os produtores realizam os tratos culturais necessários com pulverizações preventivas.

Paraná

Houve leve ajuste de redução de produtividade em relação ao levantamento anterior. As condições climáticas estão favorecendo o desenvolvimento das lavouras que se encontram, majoritariamente, em floração, com as parcelas mais adiantadas em formação de maçãs.

Paraíba

Há expectativa de cultivar área superior em relação à safra passada, o que pode levar ao aumento da produção. Ainda não há plantios significativos de lavouras, uma vez que a pluviosidade registrada não configura condições propícias para o plantio. Não há expectativa da doação governamental de sementes, tampouco adoção de novas tecnologias e práticas agrícolas. Existe a possibilidade de integração dos produtores a uma empresa compradora no estado do Ceará, com a aplicação de pacote tecnológico, sementes e insumos.

Rio Grande do Norte

As condições climáticas continuam desfavoráveis para a semeadura da safra de sequeiro do algodão, totalmente dependente das chuvas. As chuvas de janeiro não foram suficientes para manter a umidade do solo e realizar os preparos para a semeadura.

Mercado

Diante de aumento da produtividade e das áreas destinadas à cultura do algodão, para a safra 2022/23, de acordo com o quinto levantamento, espera- se que a produção da pluma deva atingir 3,04 milhões de toneladas. Isso representa um crescimento de 19,2% em comparação com a safra anterior. Mesmo diante das reduções nos preços, o setor continua otimista em face do fim das medidas restritivas para combate a Covid-19 na China e alguns sinais de melhora na economia global. Além da boa rentabilidade oferecida pelo produto, o trabalho feito pelo setor, para o fortalecimento da imagem do algodão brasileiro, tem ajudado no avanço da comercialização e na conquista de novos mercados externos.

Em janeiro de 2023, foram exportadas 123,9 mil toneladas de algodão, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), ao preço médio de US$ 1.882,2 a tonelada. Comparado a janeiro de 2022, quando foram exportadas 199,4 mil toneladas ao preço médio de US$ 1.909,1, a queda em termos de volume exportado foi de 40,6% e, em relação ao preço, o valor exportado ficou 1,4% menor. Esse volume ficou próximo do patamar de janeiro de 2019, quando foram exportadas 115,2 mil toneladas. Compradores internacionais reduziram suas aquisições diante do temor de recessão global e das medidas de combate a covid na China, maior compradora de algodão do Brasil. Ainda assim, diante das boas notícias vindas daquele país, com o fim das restrições sanitárias e recentes sinais de melhoras no cenário econômico mundial, espera-se que as exportações brasileiras atinjam 1.978 mil toneladas em 2023.

No mercado interno, a comercialização tem seguido em ritmo lento e seus agentes têm observado atentamente as cotações e panorama do algodão nos mercados externos. Compradores cautelosos têm adquirido apenas o necessário para o atendimento das suas demandas imediatas, enquanto os vendedores seguram a oferta, evitando maior pressão sobre os preços.

Espera-se que, nesta safra, o consumo interno atinja 720 mil toneladas. Diante desse cenário, o estoque final da safra 2022/23 deverá crescer 24% em relação à safra 2021/22, e deverá totalizar 1.785,7 toneladas.

ARROZ

Rio Grande do Sul

O plantio está concluído, e 59% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. Já adentraram a fase reprodutiva em 41%, visto que destes, 34% estão em floração e 7% em enchimento de grãos. Com o agravamento da estiagem em todo o estado, a escassez das chuvas e as altas temperaturas, começaram a causar reflexo no armazenamento hídrico, com barragens atingindo níveis insuficientes ou até mesmo secando, além de rios e arroios com vazões abaixo do adequado para o manejo de irrigação.

Na região sul do estado, apesar de apresentar água em abundância, há efeitos da estiagem, e a maior bacia hidrográfica da região apresenta salinidade devido à persistência do tempo seco na região. Além disso, houve áreas com utilização da irrigação intermitente. As regiões da Planície Costeira Interna e Externa estão com situações muito parecidas com a região sul.

As lavouras apresentam um bom desenvolvimento, de acordo com as condições que se apresentam, já que a fase de floração em diante a exigência de água na lavoura diminui. Já na região central, da Campanha e  Fronteira Oeste, os níveis dos reservatórios muito baixos começam a trazer prejuízos para a finalização do ciclo.

Santa Catarina

A colheita já teve início, porém com o ciclo atrasado devido ao prolongado período de frio. Apesar da baixa luminosidade poder afetar a produtividade e a uniformidade do grão, a expectativa ainda é de uma boa safra.

Maranhão

A colheita de arroz irrigado está perto da finalização, com 90% da área total colhida. As lavouras restantes se encontram em maturação. A semeadura do arroz de sequeiro já foi finalizada nos municípios da Baixada Maranhense, na região norte do estado, e do Médio Mearim, na região central, e na região sul do estado. A área de arroz de sequeiro teve um aumento devido ao uso desta cultura para abertura de área de plantio de soja.

Mato Grosso

A maior parte das lavouras está com boa sanidade vegetal, o volume de precipitações está suprindo bem a necessidade hídrica da cultura e a fase de desenvolvimento vegetativo abrange a maioria das áreas, estando algumas lavouras já em floração e enchimento de grãos.

Espera-se que a produtividade seja maior quando comparada à safra passada. Os baixos preços praticados durante toda a entressafra, aliados à forte rentabilidade de culturas concorrentes em âmbito estadual, têm refletido na retração que ocorre nas áreas produtoras de arroz.

Tocantins

Para o arroz irrigado, o clima com dias ensolarados e chuvas regulares vem favorecendo os tratos culturais e o processo de colheita, principalmente na região de Formoso do Araguaia. As lavouras estão em diferentes estágios fenológicos, e o produto está em boa qualidade. Houve uma retração da área cultivada devido, principalmente, à elevação no preço dos insumos. Quanto ao arroz de sequeiro, o plantio foi finalizado neste mês, e o clima vem contribuindo para o bom desenvolvimento das lavouras. Contudo, a tendência é de redução de área, visto que o pequeno produtor tem optado por custeio voltado para a pecuária de corte.

Goiás

O excesso de precipitações nas áreas produtoras, como na região de Flores de Goiás, causou inundações e, na fase da colheita, a drenagem insuficiente advinda da topografia dos terrenos dificultou a operação, além de impedir novos plantios que estavam programados. Foram relatados aumentos na incidência de doenças relacionadas à brusone e à queima da bainha, provocados pelo excesso de umidade.

As lavouras estão em várias fases de desenvolvimento, uma vez que o plantio foi escalonado. Para o arroz de sequeiro, as precipitações condicionaram umidade adequada no solo para o pleno desenvolvimento vegetativo da cultura. As lavouras seguem em pleno desenvolvimento vegetativo e início da floração, sem relatos de condições adversas.

Paraná

Para o arroz irrigado, o clima quente e seco afetou o desenvolvimento da cultura, chegando a afetar sua produtividade. A falta de chuvas prejudicou também a manutenção dos níveis de água para irrigação.

Para o arroz de sequeiro, a semeadura foi finalizada. As condições da cultura estão predominantemente boas, e a maior parte das lavouras em estágios de floração e frutificação, fases críticas que dependem das chuvas para manter suas condições mais favoráveis.

Rondônia

A umidade esteve adequada durante o ciclo da cultura. As lavouras estão na fase de floração e frutificação.

Pará

O arroz de sequeiro da agricultura familiar se desenvolve em condições razoáveis, enquanto que o arroz irrigado finaliza sua colheita com boa qualidade dos grãos colhidos.

A principal região produtora de arroz irrigado tem recebido muita chuva durante a colheita. Já para o arroz de sequeiro, todas as regiões estão recebendo boa quantidade de chuvas, o que favorece o desenvolvimento pleno da cultura. Há uma expectativa de queda na produtividade, podendo estar relacionado com diminuição no investimento no cultivo, principalmente no caso do arroz irrigado, por baixa disponibilidade do produtor ao acesso de crédito para implantação do pacote tecnológico.

Alagoas

As condições climáticas são favoráveis às lavouras e têm favorecido o desenvolvimento vegetativo e não interfere na colheita. Devido ao atraso no plantio, as áreas dos perímetros irrigados se encontram em diferentes fases de manejo, enquanto em algumas áreas já foram colhidos, outros estão em desenvolvimento vegetativo, floração, enchimento de grãos e maturação. As áreas cultivadas apresentam excelente desenvolvimento.

Mato Grosso do Sul

O cultivo estadual de arroz é restrito à região em que o clima se caracterizou por baixos volumes de chuva e distribuição muito irregular, além da permanência de altas temperaturas. Com a restrição de água, não foi possível realizar a inundação de uma quantidade considerável de áreas para lavouras, impactando na produtividade. A ocorrência de pragas está sob controle. Tem-se investido menos nos cultivos devido ao alto custo de produção e baixa cotação da saca de arroz, sendo a adubação nitrogenada em cobertura o trato cultural mais afetado.

São Paulo

As temperaturas abaixo do ideal alongaram o ciclo de desenvolvimento da cultura, e a menor incidência de luminosidade prejudicou a fase de floração, afetando a granação, ocorrendo atraso na colheita.

Minas Gerais

As lavouras se desenvolvem em boas condições, sem intercorrências climáticas ou fitossanitárias, suficientes para boas expectativas de produtividade. Atualmente, as lavouras estão em fase de enchimento de grãos. Contudo, estima-se que a área total tenha uma redução significativa em relação à última safra, principalmente nas áreas de sequeiro, onde os produtores optaram por cultivos mais rentáveis.

Amazonas

Na principal área produtora do estado ainda não se iniciou a colheita. Já nas áreas que dependem de várzea, as lavouras já foram quase todas colhidas. A produtividade se mostrou com uma relevante variação positiva.

Mercado

A Conab estima que a safra brasileira 2022/23 de arroz será 5,7% menor que a safra 2021/22, projetada em 10,2 milhões de toneladas. Esse resultado é reflexo principalmente da estimativa de significativa redução de área em meio à reduzida rentabilidade projetada para o setor, com a menor atratividade financeira do setor orizícola em relação às culturas concorrentes por área, como a soja e o milho.

Especificamente sobre o quadro de oferta e demanda do arroz, neste quinto levantamento, estima-se uma queda do consumo nacional para 10,6 milhões de toneladas, nas safras 2021/22 e 2022/23, em razão da perspectiva de recuperação econômica, dado o fato do arroz possuir uma elasticidade- renda negativa. Sobre a balança comercial, as exportações, na safra 2021/22, apresentaram um significativo volume comercializado e encerrou o ano de 2022 com 2,1 milhões de toneladas vendidas em razão da boa competitividade do grão no mercado internacional e quebra da safra norte-americana.

Para a safra 2022/23,em meio a um cenário projetado de menor disponibilidade do grão e de prováveis melhores preços internos, projeta-se uma retração do volume comercializado com o mercado externo para 1 milhão de toneladas. Nesse cenário, a estimativa é de mais um incremento do montante importado pelo país, estimado em 1,3 milhão de toneladas internalizadas pelo Brasil ao longo do ano de 2023. Em meio aos números apresentados, a projeção é de retração do estoque de passagem para 1,8 milhão de toneladas ao final de 2023.

 

FEIJÃO PRIMEIRA SAFRA 2022/23

 FEIJÃO-COMUM CORES

Paraná

Mais da metade da área total colhida até o fim de janeiro. As primeiras lavouras obtiveram produtividades mais baixas, principalmente pelas irregularidades climáticas ocorridas no início do ciclo. Porém, ao longo da evolução da cultura, as condições estiveram mais favoráveis em muitas das regiões produtoras, especialmente no aspecto pluviométrico. Assim, a média estadual para o rendimento se mantém satisfatória, com valores bem superiores àqueles obtidos em 2021/22, que foi uma safra com perdas expressivas em razão da escassez hídrica e das altas temperaturas, principalmente nas fases mais cruciais para a fenologia das plantas em relação ao seu potencial produtivo.

São Paulo

Colheita finalizada.O ajuste nos números da área plantada feito pela readequação do calendário de plantio acabou por resultar em um decréscimo na área total em comparação a 2021/22. Porém, as condições gerais foram consideradas boas ao longo desse ciclo, mesmo com adversidades climáticas pontuais, acarretando em uma produtividade média boa, superior àquela obtida na temporada passada.

Minas Gerais

Até o final de janeiro, 1/3 da área já havia sido colhida. No geral, as lavouras vêm apresentando bom desenvolvimento ao longo do ciclo. Nesse último mês houve registros pontuais de perdas qualitativas e quantitativas por excesso de umidade e/ou incidência de doenças fúngicas, especialmente no sul do estado e na região do Triângulo. Contudo, a média estadual, adicionando outras importantes regiões produtoras, como o Alto Paranaíba e o Noroeste, aponta para um bom rendimento e grãos com qualidade entre boa e regular.

Goiás

As frentes de colheita foram, em algumas ocasiões, interrompidas pelo excesso de chuvas, principalmente no leste do estado. Em certa medida, essas precipitações na época de maturação e colheita depreciou a qualidade de alguns lotes. Contudo, o rendimento médio estimado, até o momento, é bom, mantendo um resultado condizente com o histórico recente do estado. As operações de sega ainda acontecem e devem se estender em fevereiro em algumas mesorregiões goianas.

Bahia

Bons volumes de chuvas registrados desde dezembro de 2022 permitiram um acumulado hídrico importante nos solos e um cenário favorável para o cultivo do feijão no estado, que se concentra, particularmente, nas regiões do centro-sul, centro-norte, extremo- oeste e Vale São Franciscano, mesmo admitindo um aumento na área plantada em comparação ao ano passado.

Ao final de janeiro, as primeiras áreas começaram a sercolhidas, especificamente no centro-norte baiano, e a perspectiva para a produtividade média no estado se mostra otimista, já considerando essas condições de campo mencionadas.

Distrito Federal

Colheita iniciada nas áreas irrigadas e lavouras de sequeiro estando, majoritariamente, nas fases de enchimento e maturação, com previsão de começo da sega a partir do primeiro decêndio de fevereiro. Condições gerais são boas para a cultura, mesmo com uma leve estimativa de redução na produtividade média em comparação ao levantamento anterior.

Santa Catarina

Tradicionalmente o feijão-comum cores apresenta plantio mais tardio no estado, se comparado ao feijão-comum preto. Então, com esse calendário diferenciado, a cultura foi prejudicada com as intempéries climáticas em novembro/dezembro de 2022, com registros de excesso de chuvas em algumas localidades, dificultando os tratos fitossanitários sobre as lavouras, além de acúmulo de dias com alta nebulosidade, reduzindo a taxa fotossintética das plantas e impactando seu desenvolvimento vegetativo, além do seu potencial produtivo.

Rio Grande do Sul

Semeadura concluída. Há uma perspectiva mais otimista em relação ao feijão-comum cores no estado – se comparado ao feijão- comum preto – pois a sua principal região produtora, Planalto Superior, vem apresentando condições climáticas menos irregulares. De maneira geral, a maioria das lavouras segue em desenvolvimento vegetativo e estão classificadas, até o momento, em condições boas e/ou regulares. A expectativa é de uma maior disponibilidade hídrica para a cultura à medida que avança suas fases fenológicas, com vistas a atender suas demandas naquelas etapas mais críticas para o potencial produtivo do grão.

Mais Unidades da Federação que se destacam na produção do feijão-comum cores na primeira safra e que seguem seu ciclo de maneira regular, são: Pará e Mato Grosso.

FEIJÃO-COMUM PRETO

Paraná

40% da área colhida até janeiro. De maneira geral, as condições das lavouras em campo variam entre boas/regulares e uma pequena porção classificada como ruim, 1% das lavouras, por ter enfrentado adversidades climáticas mais severas em fases críticas do ciclo. As primeiras áreas colhidas obtiveram produtividades mais baixas em virtude do excesso hídrico e das baixas temperaturas durante o desenvolvimento da cultura no início do ciclo. Já as lavouras mais tardias apresentam tendência de melhores rendimentos a partir da mudança no cenário climático, com condições mais favoráveis na maioria das regiões produtoras a partir de dezembro de 2022.

Rio Grande do Sul

A colheita avançou bastante nas últimas semanas e já se encaminha para conclusão. O clima nesse início de ano foi notadamente de baixas precipitações e altas temperaturas, algo que favoreceu o andamento das operações de sega, porém prejudicou o potencial produtivo das lavouras, especialmente daquelas mais tardias, que ainda estavam em fases como desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Soma-se a isso um começo de ciclo com clima irregular, assim, tem-se a perspectiva de redução nas estimativas de rendimento médio em comparação ao levantamento passado e também a 2021/22.

Santa Catarina

A colheita avançou consideravelmente no último mês, e vem apresentando rendimentos satisfatórios, até o momento. Há perspectiva de conclusão das operações ainda em fevereiro.

Além desses estados ainda haverá produção do feijão-comum preto de primeira safra em outros estados, como: Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

FEIJÃO-CAUPI

Bahia

Semeadura concluída com boas perspectivas para o desenvolvimento da cultura em razão das condições climáticas favoráveis registradas desde dezembro. Houve aumento na área plantada em relação ao exercício passado, estimulado por esse cenário benéfico. Estimativas de produtividade também já se influenciam por essas condições e apresentam viés de acréscimo em comparação aos números visualizados no levantamento anterior, assim como no ciclo anterior, 2021/22.

Piauí

O estabelecimento da cultura segue por todo o estado. A semeadura chegou a 80% da área prevista ao final de janeiro de 2023. Aquelas lavouras de plantio mais precoce já se encontram em enchimento de grãos, sobretudo na região sul, onde o período chuvoso iniciou mais cedo. Prevê-se leve redução na área total em comparação a 2021/22, principalmente em virtude da agricultura empresarial, cujas áreas que foram plantadas na safra passada, nesta, foram substituídas por outras culturas. As lavouras seguem em boas condições, mas com algumas áreas apresentando distúrbios fisiológicos por conta do excesso de umidade, condição que pode afetar também a qualidade dos grãos.

Tocantins

Redução na área plantada em comparação à temporada passada, mas com um reajuste em relação ao levantamento anterior, ainda mantendo os números dentro do padrão histórico para o estado, ressaltando-se que em 2021/22 houve um incremento pontual e significativo em virtude de questões de mercado e por dinâmica de calendário de plantio de outras culturas de verão (feijão ocupou pontualmente áreas de várzea que anteriormente eram destinadas a cereais em razão de atraso no calendário).

Pernambuco

Colheita recém-finalizada. O ciclo começou com certa irregularidade climática, mas os bons volumes de chuvas registrados em novembro e dezembro de 2022 contribuíram para uma fase reprodutiva mais favorável.

Mato Grosso

Colheita encerrada. O excesso de chuvas no final do ciclo acabou por impactar parte da maturação dos grãos, afetando sua qualidade. Contudo, no aspecto quantitativo, a produção foi considerada satisfatória.

Maranhão

O ciclo avançou consideravelmente no último mês, apresentando iminente conclusão da semeadura, além do início de colheita naquelas áreas de plantio mais precoce, como no sul maranhense, especificamente na região de Balsas. Algumas localidades registraram escassez de chuvas nas últimas semanas e isso impactou o desenvolvimento da cultura pontualmente, mas, no geral, por se tratar de uma produção majoritariamente feita por pequenos produtores e de baixo potencial produtivo, a perspectiva é de um rendimento médio dentro do padrão histórico para o estado.

FEIJÃO SEGUNDA SAFRA 2022/23

 FEIJÃO-COMUM CORES

Aproveitando-se do ciclo mais curto do feijão em comparação a outras graníferas, o produtor consegue adequar o plantio da cultura dentro de uma janela menor. Assim, há um cenário mais favorável, que viabiliza oferta constante do produto ao longo do ano, com semeaduras ocorrendo em diferentes épocas. É o caso do feijão segunda safra, que tem seu plantio começando a partir de janeiro e que se estende tradicionalmente até abril.

Nesse período, há uma importante destinação de área para o plantio da cultura, com grande pulverização das lavouras pelo território nacional. Para a atual temporada, a estimativa é de 1.417,9 mil hectares direcionados para tal cultivo, considerando os grupos de feijões-comuns cores e preto, além do feijão-caupi.

Atualmente, as primeiras lavouras são implantadas, com destaque para os feijões-comum cores e preto, no Centro-Sul do país, ressalta-se o plantio no Rio GrandedoSul,mesmoapresentandocertasrestriçõesnoaspectopluviométrico e com a incidência de altas temperaturas em algumas localidades, e o feijão- caupi no Nordeste, em especial no Ceará, que recentemente iniciou seu plantio e já prevê um incremento de área em relação a 2021/22, acreditando na rusticidade e tolerância da cultura mesmo em condições mais adversas, como aquelas apresentadas em janeiro de 2023.

Mercado

 FEIJÃO-COMUM CORES

Na zona cerealista de São Paulo, principal centro de formação de preços do produto, os corretores alegaram que a comercialização da nova safra segue lenta, com sobras diárias de mercadorias, o que demonstra pouco interesse na aquisição do produto ofertado, principalmente do grão de qualidade inferior (manchados, brotados, deformados, elevada umidade e bandinhas).

A mesma situação vem ocorrendo nas zonas de produção, onde os negócios seguem fracos e com ligeiro recuo dos preços, que, de certa forma, é viável para movimentar o mercado. No entanto, a recente queda dos preços do produto tem sido modesta, e os compradores continuam adquirindo apenas o quantitativo de acordo com os pedidos do varejo.

No Paraná, a colheita da safra das águas atingiu cerca de 70% da área plantada, e vem sendo favorecida pelo clima, apresentando um produto considerado de excelente qualidade. Por outro lado, em Minas Gerais e Goiás, as lavouras apresentam boas condições, apesar de algumas perdas pontuais por excesso de chuvas, afetando notadamente a qualidade do grão e restringindo a oferta de mercadoria extra. Espera-se que, com o avanço da colheita, a oferta de mercadoria extra aumente, pressionando ainda mais as cotações para baixo.

Diante desta situação, alguns corretores/produtores estavam dispostos a conceder maiores descontos nas negociações. No entanto, mesmo diante de preços mais flexíveis, os compradores não demonstraram interesse, preferindo aguardar a evolução da colheita e deixando claro que as negociações só serão concretizadas mediante uma sinalização do varejo, onde o giro da mercadoria anda muito devagar.

Ao que tudo indica, ninguém está disposto a empatar capital na formação de estoques, mesmo que seja pequeno, apesar das notícias que a safra deve ser menor que a esperada, devido, não somente pela redução da superfície cultivada, mas também em razão das condições climáticas adversas, comprometendo a qualidade do grão novo, o mais disputado pelas indústrias de empacotamento.

A comercialização vem enfrentando o mesmo gargalo, qual seja, o varejo. Diante deste fato, os empacotadores estão negociando de acordo com as suas necessidades de abastecimento, mesmo cientes que os estoques ainda são baixos, com o risco de o produto ficar mais caro diante do quadro de oferta mais apertado.

Segundo as indústrias de empacotamento, qualquer elevação nos preços de mercado só deverá ocorrer se houver um aquecimento na demanda, e isso no momento deve ser descartado pelo fato de estarmos numa época de baixo consumo, ocasionado pelo período de férias escolares.

Cabe frisar que, com as cotações em declínio, muitos comerciantes usam a estratégia de escalonar as compras na expectativa de valores mais em conta, e o mercado dá sinais de enfraquecimento em face da baixa qualidade do grão e da concentração da colheita da primeira safra. Provavelmente, em fevereiro, depois do carnaval, quando o consumo voltar à normalidade e o quadro de oferta ficar mais definido, é que poderemos ter uma melhor avaliação do comportamento dos preços do produto.

FEIJÃO-COMUM PRETO

No atacado paulista, o mercado segue dentro do seu quadro de poucos negócios. A oferta vem sendo boa, porém a demanda dos compradores continua fraca, e o mercado vem sendo abastecido com estoques remanescentes da safra nacional e produtos importados da Argentina. O expressivo aumento no preço do feijão-carioca motivou para uma maior demanda de feijão-preto.

No Paraná, principal estado produtor, mais da metade da área semeada na primeira safra foi colhida, e o aumento na oferta deverá exercer uma forte pressão baixista nos preços.

Suprimento

Para a elaboração do balanço de oferta e demanda, para a temporada 2022/23, estimou-se a primeira safra em 994,2 mil toneladas. Esse volume de produção, somado aos estoques remanescentes da terceira safra, serão suficientes para abastecer o mercado interno até março próximo, considerando os atuais níveis de consumo. Para as duas outras safras, cujo plantio normalmente tem início em janeiro de 2023, segunda safra ou safra da seca, e abril, terceira safra ou safra de inverno, foram considerados praticamente os mesmos volumes de produção registrados na temporada anterior. Computando as três safras, o trabalho de campo chega em um volume médio de produção estimado em 2,98 milhões de toneladas, 0,2% inferior à anterior.

Em se tratando da balança comercial, cabe mencionar que a Argentina é o principal país de onde o Brasil importa feijão-preto para suprir nossa necessidade, já que a produção brasileira é insuficiente para atender o abastecimento interno. Em 2022, pela primeira vez, o Brasil produziu acima do consumo estimado, no entanto, a qualidade do grão foi bastante prejudicada pelo excesso de chuvas no período de colheita.

Desta forma, como já era esperado, os preços passaram por uma forte desvalorização, ficando, em alguns meses, cotado pela metade dos valores praticados com o feijão-carioca. Porém, o país vizinho colheu uma boa safra, e existia a expectativa de uma maior demanda pelo produto argentino devido à melhor qualidade do grão e ao câmbio favorável em relação a 2021.

Contudo, a independência das importações e a mercadoria nacional, apesar de comercial, tendo boa aceitação e preços vantajosos, contribuíram para uma menor demanda pelo produto argentino.

Quantoàsexportações,em 2021,o Brasilbateuorecorde,comumquantitativo de 222 mil toneladas de feijão-caupi. Este ano, Mato Grosso, maior estado exportador, reduziu pela metade o plantio e, consequentemente, a produção, em detrimento principalmente ao milho, reduzindo expressivamente o volume de vendas externas.

Neste cenário, partindo-se do estoque inicial de 224 mil toneladas, o consumo em 2,85 milhões de toneladas, as importações em 100 mil toneladas e as exportações em 150 mil toneladas, o resultado será um estoque de passagem na ordem de 306,8 mil toneladas.

MILHO

Rio Grande do Sul

O milho é a cultura mais castigada pela estiagem no estado. Assim como a soja, as áreas mais afetadas pela restrição hídrica compreendem a Fronteira Oeste, Missões e Depressão Central. Nestas regiões as produtividades do milho sequeiro foram fortemente reduzidas, chegando a perdas de até 100% em algumas áreas. Devido às altas temperaturas e ao deficit hídrico intenso, a maturação foi acelerada, o que ocasionou uma antecipação na colheita na maioria das áreas.

Na Depressão Central e Oeste do Planalto médio, o plantio do milho safrinha, pós-colheita do fumo, está dependendo da ocorrência de chuvas, caso não volte a chover regularmente, é possível que ocorra uma redução de área. Nestas áreas a preocupação é com as altas infestações de cigarrinha. A região do Alto Uruguai apresenta a metade oeste encaminhando-se para o fim da colheita e encerramento da semeadura da safrinha, enquanto a metade leste colhe as primeiras áreas. A região é uma das mais atingidas pela estiagem nesta safra, e a cultura sofreu grandes perdas pela falta de chuvas, especialmente durante a floração e o enchimento de grãos, que ocasionou a redução do tamanho da espiga, no número de grãos e no tamanho destes. Para diminuir os prejuízos provocados pela falta de chuvas e excesso de calor, cerca de 20% das áreas da região tiveram sua colheita adiantada para destinação à alimentação animal na forma de silagem. Da mesma forma, seguros e Proagro são acionados pelos produtores para custear os gastos da safra.

No campo predomina o milho maduro ou no aguardo da realização das perícias. Nas áreas que mantêm a finalidade para grão, a colheita varia entre 1.800 kg/ha (piores áreas de sequeiro) e 10.000 kg/ha (áreas irrigadas). Os produtores estimam perdas entre 22% e 73% da produtividade. As áreas da safrinha se encontram predominantemente em estágio vegetativo, e a infestação de cigarrinhas permanece, também se relata dificuldade no controle. Quando comparadas com as chuvas do restante do estado, o Planalto Superior e a parte leste do Planalto Médio, elas têm sido menos irregulares. No Planalto Superior a expectativa de produtividade ainda é praticamente idêntica à inicial. Boa parte das lavouras atingiu o enchimento de grãos, com volumes adequados de chuvas. No leste do Planalto Médio, as precipitações têm apresentado má distribuição de local e volume, assim, os índices de perdas de produtividade oscilam consideravelmente até dentro do mesmo município, mas, de forma geral, os maiores índices são observados nos municípios próximos a Passo Fundo e menores índices próximos a Erechim.

De modo geral, a produção de milho do estado ficará novamente aquém da demanda pelo grão e aquém da produção esperada no início da safra. Com a intensificação da colheita e o agravamento da estiagem, a produtividade média do estado novamente foi reduzida.

Paraná

Em janeiro, o clima continuou favorável às lavouras, com boa distribuição de chuvas, luminosidade e temperatura, melhorando as expectativas de produtividade. A colheita se iniciou, mas ainda de forma tímida, compreendendo apenas 3% da área. As expectativas de produtividade são boas, devendo alcançar as médias do estado,porém há alguma apreensão de redução de produtividade devido às condições climáticas apresentadas no início dos ciclos.

Santa Catarina

As condições climáticas desfavoráveis ocorridas em dezembro comprometeram as lavouras no Vale do Rio Uruguai e no extremo-oeste do estado. Em janeiro, as precipitações continuaram de forma dispersa e localizada. Já no Planalto Norte e Campos de Lages, as precipitações mais regulares favoreceram o desenvolvimento das lavouras. A colheita começou lentamente, devendo pegar ritmo em fevereiro.

Minas Gerais

O panorama climático tem beneficiado as lavouras de milho no estado. Diferentemente do ano passado, quando as chuvas excessivas atrapalharam a polinização, este ano, as precipitações ocorreram de forma adequada, intercaladas com períodos de sol, sendo favoráveis para o desenvolvimento das plantas, que se encontram em fase de enchimento de grãos. No entanto, a pressão da cigarrinha, ainda que bem controlada, a ocorrência de chuvas de granizo e baixas temperaturas em novembro, principalmente no Sul de Minas, e dias nublados, foram fatores limitantes mencionados pelos produtores que, ainda assim, mantêm-se otimistas. Ainda no Sul de Minas, alguns produtores estão em alerta devido à cheia do lago de Furnas durante o período chuvoso, que atingiu seis metros acima do nível ideal, sendo necessário a aberturadas comportas. Diante desse fato, lavouras cultivadas à margem do lago foram afetadas, e as perdas estão sendo contabilizadas.

São Paulo

As lavouras tiveram seu ciclo estendido devido às baixas temperaturas ocorridas em dezembro, mas apresentam boas condições fitotécnicas. A colheita teve seu início em algumas regiões do estado.

Goiás

O clima tem se mantido favorável ao bom desempenho da cultura, e o regime atual de chuvas vem beneficiando as lavouras, proporcionando bons níveis de umidade no solo, neste momento em que a cultura está predominantemente em fase de floração e parte em enchimento de grãos. As lavouras estão em boas condições, e nas áreas mais adiantadas as espigas vêm se desenvolvendo dentro do esperado e não foram reportados, até o momento, problemas fitossanitários relevantes em nenhuma das regiões.

Distrito Federal

Devido ao atraso no plantio, por falta de condições favoráveis de umidade no solo, o ciclo da cultura está atrasado, com 90% ainda em fase de enchimento de grãos. Nas áreas irrigadas, o milho entrou em maturação e apesenta boas condições fitossanitárias.

Mato Grosso

O milharal de primeira safra tem evoluído bem, conforme as expectativas. A maior parte dos talhões se encontram em fase reprodutiva, sendo favorecida pelas excelentes condições climáticas. Quanto aos tratos culturais, os trabalhos a campo se resumem às adubações de cobertura e aplicações de defensivos para o combate de pragas e doenças. Há perspectiva de boas produtividades, visto que as condições climáticas estão favoráveis.

Mato Grosso do Sul

Clima adequado em toda a região produtora de milho primeira safra, com chuvas frequentes e de bons volumes, seguidas de abertura de sol, com exceção do município de Chapadão do Sul, onde as precipitações constantes reduziram a insolação e mantiveram umidade muito elevada durante todo o período. As lavouras estão apresentando excelente desenvolvimento e baixa incidência de pragas, inclusive de cigarrinha do milho, o que é justificado pela boa quantidade de chuva. As aplicações preventivas de fungicidas foram reforçadas para garantir a sanidade das plantas, principalmente nos locais com maior umidade, sendo finalizados os tratos culturais neste período, uma vez que todas as lavouras do estado atingiram os estágios reprodutivo.

Bahia

As chuvas continuaram a ocorrer em janeiro, mas com volumes menores aos observados em dezembro de 2022. A manutenção dessas condições, com precipitações regulares, propiciou boas condições para o desenvolvimento da cultura. A maior parte dela está em desenvolvimento vegetativo, mas com algumas áreas já iniciando a fase de maturação do grão, apresentando bom estado fisiológico devido às condições favoráveis dos últimos meses. O milho é cultivado por toda a Bahia, com diversificados perfis de manejo. Em todas as regiões produtoras foi observado a expansão agrícola, seja pela abertura de novas áreas, a supressão de pastagens e o plantio consorciado com culturas perenes.

Piauí

As boas precipitações têm propiciado o bom desenvolvimento da lavoura em todo o estado. A semeadura, iniciada em dezembro, está finalizada nas áreas da agricultura empresarial e em grande parte da agricultura familiar, devendo ser confirmada um aumento de área cultivada para a safra 2022/23.

Maranhão

Em janeiro, o plantio alcançou 89% da área prevista, já tendo sido finalizado no sul e leste. No restante do estado, o plantio ocorrerá até fevereiro. As lavouras se encontram nas fases desde a emergência até florescimento, apresentando bom desenvolvimento e favorecida pelas boas precipitações ocorridas.

Pará

O cereal está na etapa final de plantio. A principal região de cultivo enfrentou problemas climáticos no início de janeiro, e o plantio em algumas áreas teve que ser paralisado ou refeito em virtude do veranico ocorrido. O sudoeste e oeste do estado têm recebido bons volumes de chuvas, e as lavouras apresentam bom desenvolvimento. O milho, na maior parte das regiões, encontra-se em fase vegetativa de desenvolvimento e em boas condições fitossanitárias. Na Polo Paragominas houve instabilidade climática, que resultou numa redução na expectativa de plantio.

Tocantins

As chuvas estão regulares, sem registros relevantes de estiagem. As lavouras estão em boas condições de desenvolvimento e em diferentes fases fenológicas. Na região da Lagoa da Confusão, algumas áreas estão em maturação e com início de colheita prevista para os próximos dias. Em Goiatins, áreas foram semeadas neste mês, e estão em desenvolvimento vegetativo.

Rondônia

As condições climáticas estão favoráveis e, apesar do veranico de novembro, não deverá comprometer a produtividade da cultura. Considerando o nível tecnológico como fator limitante para a expansão da cultura na primeira safra, uma vez que é de baixo a médio, pois não há calagem, a adubação é restrita e o controle de invasoras é pouco eficiente, de forma geral, as lavouras se apresentavam com bom desenvolvimento, estando nas fases reprodutivas.

Amazonas

O clima tem favorecido ao desenvolvimento do milho em praticamente todo o estado, apesar do baixo nível tecnológico empregado em seu cultivo.

Acre

A colheita teve início em janeiro, devendo se prolongar até março. As produtividades registradas, até o momento, apresentam rendimentos dentro do esperado.

MILHO PRIMEIRA SAFRA

Mato Grosso

A pluviosidade das últimas semanas beneficiou o desenvolvimento inicial do milho recém-semeado, todavia, as chuvas fortes têm provocado atraso na semeadura em todo o estado, ainda incipiente, que atingiu 11,54% do espaço alocado à cultura. A implantação do cereal ocorre logo após a colheita da soja, no entanto, atrasos pontuais na colheita da oleaginosa devido às chuvas provocaram uma redução no ritmo da implantação. Com o avanço da colheita da soja no decorrer de fevereiro, é esperado que a semeadura do milho ganhe força, porém, em virtude dos transtornos devido ao clima, uma parcela significativa de área deverá manter a semeadura ainda nos primeiros dias após o final da janela recomendada. Há indicação de aumento de área caso o clima seja favorável nas próximas semanas. De forma geral, o milharal está tendo bom desenvolvimento na fase inicial, sem ocorrências anormais de pragas e doenças.

Paraná

O clima chuvoso e com temperaturas ideais, tem sido favorável à pequena parcela já semeada da cultura. O plantio foi iniciado, mas ainda de forma discreta, e estas áreas se encontram em boas condições. Estima- se uma diminuição na área semeada em relação à safra passada, tendo em vista os prejuízos causados pela cigarrinha na safra anterior, bem como os atrasos no ciclo da primeira safra. Muitos produtores cogitam plantar feijão em vez de milho devido ao período maior de zoneamento, especialmente na região sudoeste do Paraná. Outro substituto para o milho, cogitado pelos produtores é o sorgo (granífero ou para silagem) e trigo, pois entrega produtividades próximas ao milho, maior rusticidade e um custo menor ao produtor, sendo uma opção, especialmente a produtores do oeste e norte do estado.

Mato Grosso do Sul

Ocorreram boas chuvas em todo Mato Grosso do Sul ao final de janeiro, deixando umidade adequada no solo para implantação das lavouras de segunda safra. A semeadura ainda é incipiente, menos de 1% da área prevista, mas indica leve aumento de área em relação à safra passada, com produtores ainda realizando aquisições de sementes conforme a evolução das lavouras de soja, indicando que poderá ocorrer acréscimos nos próximos prognósticos. Apesar da semeadura da soja ter ocorrido antecipadamente em relação ao ciclo anterior, as ondas de frio até novembro alongaram o ciclo da cultura, atrasando a colheita.

Goiás

As chuvas intensas ocorridas em algumas regiões do estado, nesse mês, chegaram a interromper o plantio, ainda incipiente, e que deve progredir à medida do avanço da colheita de soja e feijão. Nas áreas semeadas, a germinação foi favorecida devido aos bons níveis de umidade no solo. Há uma expectativa de redução de áreas dessa cultura, principalmente em municípios menos tradicionais em razão do encurtamento da janela de plantio por causa do atraso na colheita da soja.

Minas Gerais

Os produtores aguardam o início da colheita da soja para iniciarem o plantio do milho segunda safra. Os altos custos do cultivo e a diminuição da janela ideal de cultivo, motivado pelo atraso no plantio da soja, podem levar os produtores a trocar o seu cultivo pelo sorgo.

Bahia

Os cultivos estão localizados no extremo-oeste, sendo as lavouras cultivadas em regime de sequeiro após a colheita da soja precoce. O plantio é esperado para fevereiro e não há indicação de alteração na área em relação à safra 2021/22.

Maranhão

A semeadura do milho safrinha ocorrerá entre fevereiro e março devido ao atraso no plantio da soja. Até o momento é estimado aumento de mais de 15% na área em relação à safra anterior em razão dos bons resultados obtidos. No entanto, a possibilidade de a expansão desse cultivo está em aberto, dependendo de previsões climáticas favoráveis para a menor janela de plantio.

Tocantins

Há registros de plantio da safrinha apenas em áreas de pivôs e de pouca representatividade. O plantio deverá acelerar à medida que a colheita da soja avance no estado em fevereiro.

Pará

O milho segunda safra começa a ser cultivado juntamente com o início da colheita da soja. O plantio só alcança 1% de área prevista, e a expectativa para este levantamento é de crescimento de área, haja vista que cada vez mais produtores de soja investem em safrinha no estado, aproveitando as janelas de chuvas. Porém, este aumento depende do andamento da colheita da soja.

Pernambuco

O cereal é cultivado amplamente em todas as regiões pernambucanas. Mesmo com o bom índice pluviométrico, a irregular distribuição espaço-temporal traz insegurança quanto ao bom desenvolvimento vegetativo das lavouras. Algumas microrregiões que sofrem baixos índices pluviométricos retardaram o plantio, e tem prejuízos em lavouras recém-semeadas. A área prevista sofreu redução de 13 mil hectares por encarecimento de insumos e falta de mão de obra.

Ceará

A maior parte das áreas que serão cultivadas estão ainda na fase de preparo do solo. As áreas que foram semeadas estão entrando no estágio de emergência e desenvolvimento vegetativo inicial.

Rio Grande do Norte

As condições climáticas continuam desfavoráveis para a semeadura da safra de milho. As chuvas de janeiro não foram suficientes para manter a umidade do solo e realizar os preparos para a semeadura na maioria das regiões.

Mercado

Para a safra 2022/23, a Conab prevê uma produção total de 123,4 milhões de toneladas de milho, um aumento esperado de 9,1%, comparando-se à safra anterior. Esse aumento na produção total é resultado do aumento de área de milho segunda safra em conjunto com uma recuperação da produtividade projetada em campo das três safras. Cabe destacar que a Conab projeta um aumento de 3,4% na área plantada e de 7,3% da produtividade do setor.

Em relação aos dados da demanda doméstica, a companhia acredita que 79,4 milhões de toneladas de milho da safra 2022/23 deverão ser consumidos internamente ao longo de 2023, ou seja, um aumento de 6,3% comparativamente à safra anterior. Cabe pontuar que na atual publicação os dados de consumo, desde a safra 2016/17, foram ajustados com base nos números de produção de carnes do IBGE, que possuem influência significativa na demanda nacional de milho.

Sobre a balança comercial, a Conab projeta uma redução do volume de importação total para a safra 2022/23, projetada em 2,8 milhões de toneladas do grão, com estabilidade em relação à safra 2021/22. Para as exportações, com a projeção de aquecida demanda externa pelo milho brasileiro produzido na safra 2022/23, a Conab estima que 47 milhões de toneladas sairão do país via portos. Nessa conjuntura, acredita-se que o aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deverão manter o elevado volume de exportações do grão em 2023. Com isso, o estoque de milho em fevereiro de 2024, ou seja, ao fim do ano safra 2022/23, deverá ser de 7,7 milhões de toneladas, amena redução de 1,9%, comparando-se à safra 2021/22.

SOJA

Mato Grosso

A colheita da soja alcançou 16,3% da área neste levantamento, com produtividades acima do esperado. Porém, as chuvas volumosas das últimas semanas causaram atrasos na colheita e está atrasada em relação à última safra, que na mesma época contava com 31,7% das áreas colhidas. Muitos produtores estão preocupados com as chuvas sobre as lavouras que já estão dessecadas, inviabilizando os trabalhos de campo, podendo afetar a qualidade físico-química dos grãos. De modo oposto, o clima esteve favorável ao florescimento e enchimento de grãos, cujas lavouras estão apresentando excelente vigor vegetativo, expondo plantas de bom porte e vagens com bom enchimento.

Paraná

Ocorreram atrasos no plantio da cultura devido à influência climática, principalmente pelo excesso de chuvas nos meses iniciais até novembro. Também,as baixas temperaturas registradas ea baixa luminosidade retardaram o desenvolvimento inicial. As lavouras se encontram, majoritariamente, em enchimento de grãos, e o clima favorável em janeiro beneficiou o desenvolvimento, embora a soja ainda não tenha recuperado a expectativa de produtividade em algumas regiões, especialmente nas lavouras beira lago, na região oeste e noroeste, e algumas áreas na região sudoeste. Nessas áreas estão concentradas as lavouras classificadas como regular e ruim. Essas lavouras sofreram com a irregularidade de chuvas nas fases de floração e enchimento de grãos nas lavouras, bem como com as anomalias climáticas no início do ciclo.

Santa Catarina

A maioria das lavouras se encontra na fase reprodutiva devido ao atraso do plantio. As chuvas ocorridas em janeiro trouxeram alívio aos produtores por conta das baixas precipitações ocorridas em dezembro. As lavouras estão em boas condições, mas as precipitações de fevereiro serão determinantes para a consolidação da safra no estado.

Mato Grosso do Sul

Ocorreram restrições hídricas pontuais na segunda quinzena de dezembro, que afetaram a capacidade produtiva de lavouras em alguns municípios localizados no sudoeste estadual, visto que as precipitações melhoraram a partir do início de janeiro, e proporcionaram uma recuperação parcial destas lavouras. O período encerra com ótimas chuvas por todo o estado, deixando boa umidade no solo para as lavouras que estão na fase reprodutiva. Apesar de reduções pontuais na produtividade, estimadas por causa de seca, na maior parte do estado ocorreu aumento nas perspectivas produtivas, gerando pequeno incremento na média esperada para o estado.Neste período ocorreram surtos de lagartas em todo o território, principalmente de falsa-medideira e lagarta do cartucho, que exigiram baterias de até três pulverizações para controle efetivo, além de casos regionalizados de pressão de mosca-branca, ácaros e tripes. Há colheita pontual, chegando a 1% da área semeada ao final de janeiro, devendo intensificar-se a partir do dia 10 de fevereiro.

Rio Grande do Sul

Janeiro chega ao fim com níveis críticos de armazenamento de água no solo, principalmente na região das Missões, Fronteira Oeste e Depressão Central, locais mais afetados pela estiagem que assola o estado. As chuvas ocorridas durante o mês foram novamente abaixo da média e mal distribuídas, não sendo capazes de recompor as reservas de água no solo. Com isso, o desenvolvimento das lavouras de soja tem sido fortemente prejudicado. Nestas regiões, as lavouras têm apresentado baixa estatura, poucos entrenós desenvolvidos, encurtamento do ciclo, amarelecimento e queda das folhas baixeiras,abortamento de flores e nos pontos mais críticos murcha permanente e morte de plantas. A falta de chuvas também tem prejudicado a conclusão da semeadura em áreas pontuais, que podem não ocorrer dentro do período recomendado pelo ZARC, que se aproxima do final.

A época de plantio, a cultivar e a distribuição das poucas chuvas têm gerado disparidade nas lavouras. A cultura está evoluindo para o estágio reprodutivo, onde a sensibilidade ao estresse hídrico aumenta significativamente, portanto as perdas podem aumentar, caso o regime de chuvas continue deficitário. Quanto às condições fitossanitárias, no geral, seguem boas, sem intercorrências significativas. Vale registrar os altos níveis de infestação nas lavouras por tripes, que vem se proliferando mais rapidamente, favorecido pelo clima seco, demandando mais aplicações de inseticidas voltados para o controle desta praga. No leste do Planalto Médio e Planalto Superior, as chuvas que ocorreram em janeiro, apesar de irregulares e de volumes pequenos (5 mm a 20 mm) na maioria dos eventos,possibilitaram um desenvolvimento vegetativo satisfatório de boa parte das áreas, porém as lavouras que não foram beneficiadas por estas chuvas demonstraram sinais de estresse hídrico já nas primeiras horas da manhã nos dias quentes.Técnicos relatam, ainda, que lavouras onde é realizado o manejo adequado do solo apresentam menos sinais de estresse hídrico que as demais. As lavouras com variedades precoces, semeadas no início da janela de semeadura, são as mais prejudicadas, já que iniciaram o florescimento e necessitam de mais água para suprir sua demanda de evapotranspiração. Em razão da capacidade de recuperação da soja, técnicos acreditam que as perdas ainda não estão totalmente consolidadas,porém lembram que a maior parte das lavouras estará no auge da fase crítica nos próximos 15 dias,período fundamental para determinação da produtividade e quando as chuvas são imprescindíveis. O Alto Uruguai apresenta a semeadura praticamente encerrada, faltando apenas algumas áreas que aguardam a colheita do milho e/ou as previsões de chuvas mais volumosas para o cultivo. As lavouras se encontram, predominantemente, na transição,entre a fase de desenvolvimento vegetativo e floração.As primeiras áreas cultivadas necessitam de chuvas para o enchimento dos grãos. Nesta região, as expectativas de produtividade apresentam redução, pois a falta de precipitações volumosas e regulares causou desuniformidade na germinação, perda de plantas, redução no tamanho das plantas, abortamento de flores e afetará o enchimento dos grãos, caso as chuvas não regularizem.

Goiás

Em alguns municípios foi iniciada a colheita das variedades mais precoces, com destaque para áreas irrigadas, entretanto ela segue avançando lentamente devido às chuvas frequentes. A soja colhida apresenta grãos de boa qualidade, com bom peso e boa sanidade, porém com umidade elevada. Nas regiões sudoeste e leste, maiores produtoras do estado,houve um alongamento no ciclo em razão de estresse hídrico nas plantas em novembro (fase inicial), baixas temperaturas causadas por frentes frias (em áreas mais altas) e baixa luminosidade, reduzindo o metabolismo das plantas. Nas demais regiões do desenvolvimento da cultura segue sem ocorrência de fatores adversos expressivos, sendo relatados apenas ataques pontuais de doenças fúngicas de final de ciclo,que são favorecidas pela alta umidade,como a mancha-alvo,mofo- branco e cancro bacteriano. As áreas ainda em desenvolvimento vegetativo e início de fase reprodutiva correspondem principalmente a regiões do estado onde o plantio é tradicionalmente mais tardio, no norte e noroeste, e a colheita deve se iniciar apenas a partir de meados de fevereiro, mas as lavouras se encontram em boas condições.

Distrito Federal

As primeiras lavouras, cerca de 10% do total cultivado e semeadas em áreas irrigadas, estão maduras, e os produtores aguardam a redução da umidade para iniciar a colheita. O restante da área cultivada com a leguminosa apresenta fases que variam de floração a início de maturação. Em algumas lavouras foi observado focos de mofo-branco, ocasionado pela alta umidade. De modo geral, todas as lavouras estão sendo bem conduzidas e com boas condições fitossanitárias, podendo resultar em produtividades acima das estimadas neste levantamento. O atraso na semeadura encurtou a janela ideal de cultivo do milho safrinha, podendo impactar fortemente em redução da área a ser cultivada com o cereal.

Minas Gerais

As condições climáticas foram favoráveis para as lavouras, com temperaturas médias favoráveis durante os dias, alinhadas com precipitações significativas. Esses fatores contribuíram para a manutenção da umidade do solo, essencial para o desenvolvimento das plantas, que se encontram majoritariamente em fase de enchimento de grãos, em transição para fase de maturação.Já as lavouras de variedades precoces estão sendo colhidas à medida que o panorama climático se torna favorável. Há relatos de alta incidência de mofo-branco e ferrugem em todas as regiões, porém os produtores têm conseguido controlar bem esta pressão e se mantêm otimistas em relação à expectativa de produtividade desta safra.

São Paulo

O desenvolvimento das lavouras variou conforme a região. No sudoeste, houve prolongamento do ciclo devido às baixas temperaturas e luminosidade, propiciando um desenvolvimento heterogêneo e desuniforme no noroeste e na região de Assis, as lavouras estão em excelente estado. As condições fitossanitárias são consideradas satisfatórias, mas a incidência de mofo-branco e ferrugem preocupam os produtores.

Bahia

Em janeiro as chuvas continuaram a ocorrer, mas com volumes menores aos ocorridos em dezembro de 2022, quando foi observado alta umidade e microclima ideal para o desenvolvimento de pragas e doenças.

Essas precipitações regulares ocorridas durante o mês proporcionaram boas condições para o desenvolvimento da cultura. Estima-se que, do total da área cultivada, 83% sejam em manejo de sequeiro para produção grãos, 10% em manejo de sequeiro para a produção de sementes e 7% em manejo irrigado para a produção de grãos. As lavouras irrigadas foram plantadas em outubro e iniciaram a fase de colheita, mas com atraso em virtude do excesso de umidade nos grãos, ocasionado pela ocorrência das chuvas. As lavouras de sequeiro seguem em fase de desenvolvimento vegetativo e enchimento dos grãos.

Maranhão

O plantio alcança 95% das áreas e se encaminha para a finalização, favorecido pelo bom regime de chuvas. No sul, o plantio foi totalmente estabelecido de outubro a dezembro de 2022. No centro maranhense e no leste, o plantio foi iniciado em novembro e finalizado em janeiro. No restante do estado, o plantio ocorrerá até início de fevereiro de 2023. As lavouras se encontram em boas condições, estando desde os estágios de emergência até maturação. A colheita deve ser iniciada na primeira semana de fevereiro em municípios dos Gerais de Balsas, no sul do estado.

Piauí

Cultura com semeadura finalizada. Nesta safra, a cultura foi implantada dentro da janela ideal, e as condições climáticas favoráveis têm permitido um bom desenvolvimento das lavouras, devendo se confirmar boas produtividade. Elas se encontram majoritariamente em enchimento de grãos, apresentando algumas áreas em maturação.A colheita deve iniciar ainda no primeiro decêndio de fevereiro.

Tocantins

A regularidade das chuvas vem favorecendo o bom desenvolvimento da cultura, e não houve registro de estiagem. Houve o registro de colheita apenas em áreas de pivôs, com pouca representatividade no total semeado, nesta safra. A colheita será iniciada, de fato, a partir do início de fevereiro, na maioria do estado.

Pará

O plantio está quase finalizado e com menos de 3% de áreas para semeio. Estas áreas se encontram no Polo Paragominas, que teve bastante instabilidade nas chuvas durante o plantio, causando atraso. O extremo-sul e o sudoeste do estado iniciaram a colheita, mesmo com as precipitações elevadas no período. Em Novo Progresso, essas chuvas intensas prejudicaram a qualidade da soja colhida e atrasam a colheita. Em Santana e Santa Maria das Barreiras, o clima foi mais propício e tem facilitado a colheita.

Rondônia

Embora tardia em algumas regiões, a semeadura se deu em condições favoráveis, com chuvas na janela propícia, que se mantiveram com regularidade, favorecendo o desenvolvimento da cultura. A colheita se iniciou em meados de janeiro, principalmente nas regiões de Porto Velho e Cujubim, com bons rendimentos alcançados.

Amazonas

Após problemas de pouca chuva na época de plantio, o que resultou em necessidade de replantio de algumas áreas, não houve nenhum outro relato de intercorrência ocasionado pelo regime de chuvas. As lavouras apresentam bom desenvolvimento e foi iniciada no município de Humaitá.

TRIGO

Foi realizado, para a safra de inverno 2022, o levantamento objetivo da produtividade (LOP) do trigo em que a produtividade média do Rio Grande do Sul foi estimada com base na mensuração dos componentes do rendimento de lavouras distribuídas em todo o estado. Esse levantamento, pioneiro no Brasil, iniciou-se ainda em junho de 2022 e se estendeu até meados de janeiro de 2023, com a consolidação do resultado final.

O trabalho foi dividido em três etapas: de escritório, de campo e de laboratório. Na primeira, foi realizado o planejamento amostral e estatístico, confecção da máscara de culturas de inverno por meio de sensoriamento remoto, definição de roteiros e equipes, sorteio de pontos amostrais, identificação de possíveis lavouras de trigo e identificação de produtores. Na segunda, foram realizadas as incursões em campo, em que se mensurou alguns componentes do rendimento diretamente na lavoura, em quatro subamostras, colhidas as espigas e levadas para a sede da Conab em Porto Alegre. Por fim, na última etapa, as amostras coletadas em campo foram debulhadas, pesadas e a umidade determinada, o que permitiu o cálculo da produtividade em cada uma das subamostras. Esses dados contribuíram para o fechamento da safra do estado.

Os trabalhos de campo foram realizados entre os dias 3 de outubro e 2 de dezembro de 2022, e contaram com a colaboração de seis profissionais do quadro da companhia, divididos em 10 roteiros de campo. As coletas se iniciaram a partir do oeste do estado, onde o calendário da cultura é mais adiantado. As lavouras foram avaliadas, preferencialmente, no estágio de maturidade fisiológica, o que permitiu a estimativa direta da produtividade mediante a extrapolação do peso das amostras, corrigidos pela umidade e adicionadas as perdas por amassamento, colheita, etc.

Ao final do trabalho, foram consideradas para a estimativa final 97 lavouras, cada uma com quatro subamostras, o que totalizou 388 observações. A produtividade média estimada para o estado apresenta intervalo de confiança de 95%.

Mercado

Em janeiro de 2023, com a finalização da colheita no Rio Grande do Sul, o mercado interno se encontrava com baixa liquidez: moinhos abastecidos, poucos negócios firmados e produtores focados na safra de verão e resistentes em ceder nas negociações. A safra recorde e de qualidade colhida no Rio Grande do Sul atuou como fator baixista das cotações, apesar do Paraná ter apresentado metade de sua produção com qualidade inferior para panificação. No Paraná, a média mensal foi cotada a R$ 92,03 a saca de 60 quilos, apresentando desvalorização mensal de 2,09%. Já no Rio Grande do Sul, a média mensal foi de R$ 78,43 a saca de 60 quilos, com desvalorização de 6,1%.

No mercado internacional, por mais um mês as cotações apresentaram desvalorizações em um cenário de maior oferta no Mar Negro, fraca demanda por trigo dos Estados Unidos, perspectiva de safra recorde australiana e queda na cotação do petróleo. A média mensal FOB Golfo apresentou desvalorização de 3,09%, cotada a US$ 377,42 a tonelada.

Os dados preliminares referentes à balança comercial, para janeiro de 2023, apontam que o país importou 439,7 mil toneladas de trigo em grãos, 11,7% a menos que no mês anterior e 12,34% inferior ao mesmo período do ano passado. Em relação às exportações, foram embarcadas 561 mil toneladas, 5,07% superior do que no mês anterior, porém 4,3% a menos que no mesmo período do ano passado.

A Conab consolidou os números de produção referentes à safra 2022/23, que foi iniciada em agosto de 2022 e será encerrada em julho de 2023, bem como iniciou a divulgação dos números da safra vindoura. Ademais, revisou os números relativos ao quadro de oferta e demanda, no que se refere às importações,exportações e consumo interno,para o uso de moagem industrial. No que se refere à produção, foi reajustado o montante colhido, que passou de 9.767,4 mil toneladas para 10.554,4 mil toneladas. O aumento de 787 mil toneladas se deve à implementação da nova metodologia de levantamento de dados de produtividade realizado no Rio Grande do Sul, levantamento objetivo de produtividade (LOP). Com as alterações supracitadas, estima-se encerrar a safra atual com estoque de passagem de 1.582,8 mil toneladas.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, Brasília, DF, v. 10, safra 2022/23, n. 5 quinto levantamento, fevereiro 2023.

 

 

 

 

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Tags: algodão, Arroz, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), feijão, grãos, milho, soja, trigo

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