Startups brasileiras de alta tecnologia somam esforços para a transição energética

Remineralizadores de solo: um novo insumo para a agricultura brasileira

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Iniciativas buscam transformar CO2 em produtos com valor agregado, ajudam agricultores em casos de erosão do solo e na produtividade de plantas, além de aumentarem eficiência de processos.

Reduzir ou eliminar gases do efeito estufa? O ideal é fazer as duas coisas | Fast Company Brasil

Imagine uma empresa para a qual um dos principais gases de efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), não é um problema, mas a principal matéria-prima de seus produtos. Essa é justamente a ideia da startup Carbonic, criada por três doutorandos que desenvolviam projetos no Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e no Instituto de Química da Universidade de São Paulo. “Nosso foco principal é produzir metanol verde a partir de CO2; já temos uma patente, que abrange tanto o processo como o catalisador de titânio e rênio”, afirmou Maitê Lippel Gothe, fundadora e CTO da empresa, durante um painel desta quarta-feira (08/11) Energy Transition, Research and Innovation Conference (ETRI), que está sendo promovida pelo RCGI, com o patrocínio da Shell Brasil.

“Além de existir uma demanda por metanol na indústria química para a produção de outras substâncias, como polímeros, ele pode ser usado como combustível. Quase nada de metanol é produzido no Brasil; praticamente tudo que se usa no país é importado”, disse Gothe. A pesquisadora foi uma das participantes do painel “What is the role of the start-ups in the energy transition”, que reuniu integrantes de cinco empreendimentos com origem em universidades e institutos de pesquisa, além da advogada e pesquisadora Isabela Morbach, especializada em captura e armazenamento de carbono (CCS) e regulamentações envolvendo a mudança climática. “Aproveitando o fato de que somos cientistas, pretendemos utilizar a melhor tecnologia disponível em todos os aspectos da nossa companhia”, afirmou a cofundadora da Carbonic.

Já a startup Quanticum, que nasceu na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, utiliza a alta tecnologia para fazer uma análise super detalhada da fração mineral – as argilas — do solo e, assim, auxiliar os agricultores em casos de processos de erosão. “Nós identificamos pequenas estruturas, que chamamos de nanopartículas naturais do solo, e, ao identificá-las e mapeá-las, podemos compreender melhor o processo de erosão e a capacidade natural do solo para o armazenamento de carbono e de água, para a produção de bioenergia e de alimentos, e o potencial nutracêutico de alimentos”, contou a engenheira agrônoma Deise Nogueira, coordenadora de pesquisa & desenvolvimento e inovação na Quanticum.

Para fazer essa identificação, a empresa usa um software e um sensor que, ao percorrer a área de uma fazenda, por exemplo, mostra a propriedade magnética dos solos e suas nanopartículas. “Com informações de big data, compreendemos a relação entre as nanopartículas e os atributos do solo”, disse Nogueira. Segundo ela, a tecnologia de identificação de nanopartículas foi objeto de ao menos 35 projetos de pesquisa apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), gerou mais de 25 teses e uma patente. “Em termos de maturidade tecnológica, estamos no TRL 9”, afirmou. Isso quer dizer que a tecnologia já foi testada, validada e comprovada em ambiente operacional. A startup tem parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com a Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), entre outros.

Também utilizando nanotecnologia no setor agrícola, a startup Krilltech, criada em 2019 dentro da Universidade de Brasília (UnB), desenvolveu em parceria com a Embrapa a arbolina, um biofertilizante atóxico que ativa o metabolismo e melhora as condições fisiológicas dos vegetais. “Como uma companhia de nanotech, nossa contribuição da transição energética é baseada em aumentar o desempenho de plantas como cana-de-açúcar e soja”, afirmou em sua apresentação o químico Marcelo Rodrigues, fundador da Krilltech. A empresa trabalha com nanopartículas de carbono, cujo diâmetro chega a 5 milímetros. Em seus experimentos, relatou, a produtividade do tomate foi aumentada em 26% no primeiro ano. “O mais interessante é o retorno financeiro para o agricultor de cada real investido na tecnologia.” Nos experimentos com cana-de-açúcar, foi registrado um aumento de 58% na biomassa, afirmou Rodrigues.

Outra startup nanotecnológica é a MOF Tech, gerada no âmbito de um projeto do RCGI, que tem como foco a produção de estruturas metalorgânicas (MOFs, na sigla em inglês) para a recuperação de solos degradados. Segundo Dagoberto Silva, fundador da empresa, o fato de as startups serem pequenas apresenta vantagens para a área da transição energética. “Elas costumam ser muito dinâmicas para encontrar soluções”, exemplificou.

Em uma área diferente das anteriores, a recém-criada startup Multiscale, nascida no Instituto de Física da USP, se propõe a trabalhar com simulação computacional de alta performance para auxiliar a indústria nacional a definir rotas de produção mais eficientes. “Basicamente sabemos como colocar os computadores para trabalhar em conjunto a fim de simular sistemas físicos e resolver problemas numéricos. Nossa equipe é especializada em áreas disruptivas, como aprendizagem de máquina, computação quântica e realidade virtual, que na verdade são ferramentas para análises de dados em nosso laboratório”, afirmou o físico Alexsandro Kirch, fundador da Multiscale. Em outubro, a startup recebeu o apoio da Fapesp, via o auxílio Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). “Já é bem estabelecido que as simulações computacionais aplicadas aos sistemas físicos têm um papel essencial para identificar os processos que podem poupar energia, reduzir as emissões de carbono e para o desenvolvimento de novos materiais com propriedades específicas”, comentou Kirch.

Sobre o RCGI – O Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) é um Centro de Pesquisa em Engenharia, criado em 2015, com financiamento da FAPESP e da Shell Brasil e outras empresas por meio dos recursos previstos na cláusula de P,D&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) dos contratos de exploração e comercialização de petróleo e gás. Atualmente estão em atividade cerca de 60 projetos de pesquisa, ancorados em sete programas: NBS (Nature Based Solutions); CCU (Carbon Capture and Utilization); BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage); GHG (Greenhouse Gases), Advocacy, Innovation Power Systems e Decarbonization. O centro, que conta com cerca de 600 pesquisadores, mantém colaborações com diversas instituições, como Oxford, Imperial College, Princenton e o National Renewable Energy Laboratory (NREL), além de projetos de longo prazo com centros de pesquisa dos Estados Unidos por meio da iniciativa Center 2 Center (C2C), financiada pela FAPESP e pela National Science FoundationSaiba mais.

Referências

Acadêmica Agência de ComunicaçãoAngela Trabbold – 11 99912-8331

Fonte da imagem: fastcompanybrasil 16/11/2023

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Tags: Bioenergia, biofertilizante, co2, Efeito estufa, Metanol, pesquisa e desenvolvimento, startup, tecnologia

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