Análise do mercado de trabalho do agronegócio brasileiro

Mercado de trabalho do Agro

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(Curadoria Agro Insight)

Hoje a curadoria Agro Insight aborda o mercado de trabalho do agronegócio brasileiro. Neste sentido, trouxemos os apontamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), contidos no Relatório referente ao 3º trimestre de 2022.

Mercado de Trabalho do  Agronegócio Brasileiro

O número de pessoas atuando no agronegócio brasileiro segue avançando ao longo de 2022. Pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS, mostram que, no terceiro trimestre deste ano, a população ocupada (PO) no agronegócio somou 19,07 milhões de pessoas, aumento de 0,9% (ou de 170,8 mil pessoas) frente ao mesmo período de 2021 e o maior número desde 2015, quando a PO totalizou 19,08 milhões de pessoas.

Pesquisadores do Cepea indicam que esse crescimento no número de trabalhadores no setor está atrelado aos desempenhos observados nos segmentos da agroindústria e de agrosserviços, que não só recuperaram as ocupações perdidas em decorrência dos desdobramentos da pandemia de covid-19, como já superam os contingentes observados antes da crise sanitária.

Para a agroindústria, o contingente ocupado de 4,06 milhões é o maior para um terceiro trimestre desde 2015, quando foram registrados 4,2 milhões de trabalhadores no segmento. No caso dos agrosserviços, o número de pessoas trabalhando no segmento somou 6,34 milhões no terceiro trimestre, um recorde, considerando-se a série histórica acompanhada pelo Cepea, iniciada em 2012.

No Brasil como um todo, 99,27 milhões de pessoas estavam ocupadas no terceiro trimestre de 2022, acima das 92,97 milhões no mesmo período do ano passado. Diante disso, a participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro foi de 20,33% de julho a setembro de 2022, um pouco abaixo da observada no terceiro trimestre de 2021, quando esteve em 20,55%.

3º trimestre de 2022 x 3º trimestre de 2021

O resultado reflete o desempenho favorável do setor, que tem se observado ao longo dos últimos trimestres, ao ponto de superar o patamar pré-pandemia.

Evolução do mercado de trabalho por segmento do agronegócio

Entre o 2º e o 3º trimestres de 2022, com exceção dos agrosserviços, que apresentaram crescimento de 1,33%, todos os demais segmentos apresentaram redução da PO, com destaque para a indústria de insumos (2,44%).

Para a agroindústria, o contingente ocupado de 4,06 milhões é o maior para um terceiro trimestre desde 2015, quando se registrou 4,2 milhões de trabalhadores no segmento. No caso dos agrosserviços, destaca-se que a PO de 6,34 milhões é a maior da série histórica acompanhada pelo Cepea iniciada em 2012.

População ocupada

Na comparação entre os 3º trimestres (2022 e 2021), em termos relativos, o desempenho foi mais positivo: crescimento do número de trabalhadores dos agrosserviços (7,84% ou 461.342 pessoas) e das agroindústrias (2,77% ou 109.745 pessoas).

A queda do segmento reflete a redução do contingente de trabalhadores engajados em todos os setores, com exceção do de rações, que cresceu 1,17% (ou 1.120 pessoas).

Importante ressaltar que o número reduzido de trabalhadores no segmento torna a análise suscetível a problemas de caráter amostral da PNAD-C. Na comparação entre anos, as atividades que apresentaram avanço da PO foram as de produção de rações (13,76% ou 12.817 pessoas) e medicamentos veterinários (14,96% ou 2.566 pessoas). Ainda assim, estes aumentos não foram suficientes para garantir um crescimento do segmento como um todo.

Segmento primário

Na comparação interanual, o resultado do ramo agrícola foi influenciado pelo contrabalanceamento entre as atividades de cana-de-açúcar, produção florestal, laranja, fumo, cacau, outras lavouras*, cereais, café e soja. Para o ramo pecuário, a estabilidade das ocupações se deveu ao crescimento nas atividades ligadas à bovinocultura de corte ou de leite, que amenizou o impacto negativo da redução de cerca de 50,16 mil pessoas nas demais atividades do ramo.

Na comparação entre os anos, houve redução de 410.640 postos de trabalhos, com destaque para as atividades do ramo agrícola (outras lavouras, cereais e café). No ramo pecuária, destacaram-se as retrações nas atividades de pesca e aquicultura e aves.

Segmento agroindustrial

A PO deste segmento apresentou ligeira queda na comparação interanual, mas crescimento na comparação entre anos. Esses resultados se observaram tanto entre as atividades do ramo agrícola quanto nas da pecuária.

Base agrícola: no período recente, destaque é dado para os movimentos opostos das atividades massas e outros, produtos de madeira, móveis de madeira e a indústria de etanol.

Base pecuária: no período mais recente, enquanto abate de animais e couro e calçados apresentaram quedas na PO, laticínios apresentou crescimento.

Classes de posição na ocupação e categorias de emprego

Observando-se as variações ocorridas de acordo com as categorias de posição de ocupação, tanto na comparação entre períodos recentes quanto entre anos, houve crescimento do número de empregadores e de assalariados formais e informais. Por outro lado, as categorias de trabalhadores por conta própria e outros, definida pelo conjunto de trabalhadores auxiliares, familiares e militares, reduziram-se.

Nível de instrução e gênero

Em termos proporcionais, no período recente, a categoria de trabalhadores sem instrução foi a que apresentou maior crescimento, em ambas as comparações. Estes foram os principais postos perdidos durante o período da crise desencadeada pela pandemia. Chama a atenção, também, o crescimento do número de trabalhadores com ensino superior (4,86% ou 149.551 pessoas) e com ensino médio (3,73% ou 270.368 pessoas), completo ou não.

Na comparação interanual, chamou a atenção o crescimento do número de trabalhadores do sexo feminino (3,48% ou 199.811 pessoas), em oposição à ligeira queda (-0,27% ou 35.750 pessoas) observada para os trabalhadores do sexo masculino.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

BARROS, G.S.C.; CASTRO, N.R.; MACHADO, G.C.; ALMEIDA, F.M.S.; ALMEIDA, A.N. Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Piracicaba, 3º trimestre de 2022, 2022.

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Tags: 2022, agronegócio, Cepea, mercado de trabalho, trimestre

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