A Região Amazônica, com seus principais terminais no Arco Norte, desempenha um papel crucial no escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste brasileiro. No entanto, a previsão de mais um ano de seca severa na região levou a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport) a antecipar uma queda na movimentação de granéis vegetais nos portos da Amazônia em 2024.
Segundo Flávio Acatauassú, presidente da Amport, a movimentação de carga nos portos já foi afetada em 2023 pelos problemas climáticos enfrentados no Mato Grosso. Mesmo durante o período de cheias, o volume de grãos embarcados foi inferior ao registrado em 2022, destacando os desafios enfrentados pela região.
A crise climática, agravada pela ação humana, foi identificada como a principal responsável pela seca histórica que atingiu a Bacia do Rio Amazonas em 2023. Esse evento reduziu drasticamente o volume dos rios, afetando milhões de pessoas e secando completamente alguns trechos, um fenômeno não visto em mais de 120 anos.
Estudos conduzidos por uma equipe internacional de cientistas climáticos confirmam que a seca excepcional de 2023 poderia ocorrer apenas uma vez a cada 350 anos, se não fosse pelas mudanças climáticas. Mesmo após o início da estação chuvosa em 2024, algumas partes da bacia do Rio Amazonas continuam a enfrentar condições de seca.
O estudo do World Weather Attribution (WWA) analisou dados climáticos e concluiu que a probabilidade de seca na Amazônia aumentou significativamente devido ao aquecimento global. O fenômeno El Niño, que normalmente influencia essas condições, teve um impacto menor, com as mudanças climáticas desempenhando um papel mais determinante.
Por fim, a pesquisadora Regina Rodrigues alertou para os riscos crescentes que a seca representa para a floresta amazônica, especialmente em áreas mais preservadas, como a bacia do Rio Negro. A falta de resiliência dessas regiões às mudanças climáticas levanta preocupações sobre o futuro da maior floresta tropical do mundo, enquanto especialistas como Ben Clarke destacam a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitar que secas como a de 2023 se tornem mais frequentes.
Fonte 1: Globo Rural 12/08/2024
Fonte 2: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 12/08/2024
Figura 1: Mega Logística/Divulgação.
Figura 2: Rodrigo Cabral (MCTI)