(Curadoria Agro Insight)
A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab publicou, neste mês de outubro, o Boletim Hortigranjeiro Nº 10, Volume 7. O estudo analisa a comercialização exercida nos entrepostos públicos de hortigranjeiros, que representam um dos principais canais de escoamento de produtos in natura do país.
A conjuntura mensal é realizada para as hortaliças e as frutas com maior representatividade na comercialização efetuada nas Centrais de Abastecimento – Ceasas do país e que possuem maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Assim, os produtos analisados são: alface, batata, cebola, cenoura, tomate, banana, laranja, maçã, mamão e melancia.
Boletim Hortigranjeiro – Outubro 2021
HORTALIÇAS
No mês de setembro, destacam-se as altas de preços para tomate, cenoura e batata, essa em menores percentuais. A alface e a cebola demonstraram queda nas suas cotações em grande parte dos mercados atacadistas avaliados.
Alface
Setembro registrou recuperação da oferta em parte dos mercados, após inverno com baixas temperaturas e geadas. Predominaram estabilidade e declínio de preços pelo aumento da oferta e demanda desaquecida. As chuvas de outubro podem diminuir a oferta, fazendo com que os preços se elevem.
Batata
Aumentos de preços na maioria dos mercados, com a redução de oferta durante o mês. A alta foi de pequena intensidade, pois a qualidade do tubérculo freou esse aumento. No começo de outubro, foram registradas majorações sensíveis de preço, por queda na oferta devido as chuvas e poucas áreas em ponto de colheita.
Cebola
Preços em queda e em baixos níveis denotam a maior área plantada em 2021. Para acirrar os preços em baixa a cebola tem apresentado qualidade a desejar, em função do déficit hídrico e temperaturas altas no período de desenvolvimento do bulbo.
Cenoura
Declínio de 6% na oferta total aos mercados atacadistas pressionaram os preços para cima em setembro. Longo período de estiagem, sobretudo na região de São Gotardo/MG, prejudicaram o desenvolvimento das raízes. Com a previsão de chuvas para outubro, a produção e a qualidade das raízes devem melhorar, sobretudo em Minas Gerais.
Tomate
Queda da oferta provoca consideráveis altas de preços em todos os mercados, especialmente na segunda quinzena do mês. Os preços neste período chegaram a aumentar em 50% a 60% nas Ceasas estudadas. Preços em alta continuam em outubro, refletindo a não recuperação da oferta.
FRUTAS
Em setembro, dentre as frutas estudadas, à exceção da melancia, todas apresentaram aumento nas suas cotações na maioria das Ceasas avaliadas. Menores ofertas em importantes regiões produtoras do país, além da alta dos insumos necessários à produção ajudam a explicar essa performance.
Banana
Foram registradas oscilações na oferta e alta das cotações na maior parte das Ceasas. Essa alta se deveu à queda da oferta da banana prata em algumas das principais regiões produtoras. Já a comercialização da banana nanica apresentou leve aumento em relação ao mês passado em Registro (SP) e os preços tenderam a ficar estáveis ou diminuírem.
Laranja
Ocorreram elevações de preços em quase todas as Ceasas e queda da oferta em boa parte delas, que continuou controlada no cinturão citrícola. A entrada ainda que tímida das laranjas tardias no mercado ajudaram a compensar parcialmente a falta da variedade pera para comercialização no varejo.
Maçã
Houve estabilidade de preços e altas em algumas Ceasas, além de tendência à queda na oferta na maior parte delas. As elevações nas cotações não foram generalizadas, em razão do controle da oferta via uso de câmaras frias pelos classificadores e da demanda retraída.
Mamão
Ocorreu alta de preços generalizada e queda da oferta na maior parte das Ceasas. Esse movimento ocorreu em razão da menor oferta de mamão tanto nas regiões produtoras (diminuição da área colhida), quanto no atacado, especialmente da variedade formosa e, em menor grau, do papaya.
Melancia
Houve, predominantemente, aumento da comercialização e queda das cotações, já que a oferta de melancia esteve elevada em Goiás (Uruana – pico de colheita), reforçada pelo volume produzido na Bahia e Tocantins. Em Goiás, além da boa produtividade, as lavouras entraram em pico de colheita.
Exportação Total de Frutas
O volume exportado, na parcial do ano até agosto, foi 23,27% maior em relação ao mesmo período do ano passado, e o valor auferido foi 27,58% mais elevado. Destaque para os envios de mangas, limões, maçã, melões, bananas, mamões e melancias. Desvalorização cambial, boa qualidade das frutas, alguns acordos bilaterais firmados para abertura de novos mercados, executados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e demanda externa aquecida explicam os números positivos.