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Monitoramento das Lavouras

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(Curadoria Agro Insight)

Para atualizar a situação das lavouras, na curadoria Agro Insight de hoje trouxemos as informações do Boletim de Monitoramento Agrícola da Conab, com informações sobre as principais culturas que encontram-se em produção nesse momento no Brasil.

1. Monitoramento Agrometeorologico

Durante a primeira quinzena de setembro, às vésperas da chegada da primavera, quando se intensificam os preparativos para a próxima safra, as condições climáticas apresentaram o padrão climatológico para o período: chuvas concentradas nas regiões Norte e Sul, pouca ou nenhuma precipitação nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

Essa condição de seca na região central do país, que já perdura meses em alguns estados, favoreceu a maturação e a colheita do algodão e do milho segunda safra, mas causou restrições em regiões produtoras de trigo de São Paulo e do norte do Paraná, onde os cultivos não são irrigados e ainda há lavouras em floração e enchimento de grãos. Nos cultivos irrigados, a falta de chuvas não tem interferido no desenvolvimento das lavouras, proporcionando inclusive condições fitossanitárias satisfatórias.

Os maiores acumulados de chuva na região Sul ocorreram do meio para o final da quinzena e contribuíram para a recuperação do armazenamento hídrico no solo. No Rio Grande do Sul, essas chuvas amenizaram o efeito da estiagem no potencial produtivo das lavouras de trigo, sobretudo daquelas plantadas mais tarde. No Paraná, as chuvas foram insuficientes na metade norte do estado.

A média diária do armazenamento hídrico no solo durante os primeiros quinze dias do mês mostra um déficit no Paraná e na região produtora de trigo em São Paulo. No entanto, percebe-se a partir dos mapas de umidade a cada período de cinco dias um aumento na disponibilidade hídrica ao longo da quinzena no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e na metade sul do Paraná, que são as principais regiões produtoras de trigo no país.

2. Algodão

Mato Grosso: Colheita praticamente finalizada, restando alguns talhões especialmente nas regiões central, sudeste e leste do estado. De maneira geral, as lavouras que foram plantadas mais cedo tiveram rendimentos melhores, pois em suas fases mais críticas do desenvolvimento, o estresse hídrico não foi tão severo. Já aquelas áreas de plantio mais tardio, enfrentaram maiores restrições hídricas nos estádios reprodutivos, afetando a produtividade e o rendimento da fibra.

Goiás: Colheita concluída. Produtividade média estadual ficou próxima daquela obtida na safra passada, mesmo com os registros de estiagem e a incidência de geadas que danificou algumas lavouras no sudoeste do estado. No entanto, a redução de área plantada impactou diretamente no volume final. Houve muita substituição de áreas antes destinadas à cotonicultura que nessa temporada foram direcionadas ao plantio de culturas como soja e milho, que apresentaram alta rentabilidade.

Mato Grosso do Sul: Colheita finalizada, restando agora as operações de manejo para destruição das soqueiras, visando o controle fitossanitário, especialmente do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis). De modo geral, as lavouras de algodão não foram tão impactadas pelas oscilações climáticas em comparação à outras culturas, pois possuem um calendário diferenciado, cujo plantio mais cedo permitiu que as plantas atingissem as fases reprodutivas em um período não tão adverso. No entanto, a redução na área plantada influenciou bastante o resultado aquém do obtido em 2019/20.

Bahia: Quase 97% da área estadual colhida até o fim do segundo decêndio de setembro, restando algumas lavouras irrigadas no extremo oeste. A iminente chegada do período de vazio sanitário faz com que as operações se intensifiquem, atrelando à colheita a destruição das soqueiras para controle fitossanitário do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis). De maneira geral, as condições climáticas durante o ciclo foram oscilantes, tendo mais restrições hídricas nas lavouras do centro sul baiano. Ali os rendimentos foram menores, com qualidade da fibra e produtividade média inferiores. Já no extremo oeste, as condições foram mais favoráveis, garantindo assim uma média estadual satisfatória.

Maranhão: Mais de 90% da área total colhida no estado, em particular no sul maranhense, com as operações ocorrendo em bom ritmo. As chuvas ocorreram de forma irregular, mas garantiu a demanda hídrica da cultura, principalmente nas fases mais críticas do desenvolvimento e formação das maçãs.

3. Milho Segunda Safra

Mato Grosso: Colheita finalizada. Mesmo com um expressivo aumento de área plantada nessa safra, a cultura sofreu com certo atraso no plantio, tendo muitas lavouras implantadas fora da janela ideal de semeadura, além da restrição hídrica em diversas regiões produtoras, apresentando baixa incidência de chuvas e, consequentemente, menor acúmulo de umidade nos solos. Desta forma, a produtividade média estadual ficou abaixo do potencial produtivo.

Mato Grosso do Sul: As operações de colheita estão em fase final, restando poucas áreas, de plantio mais tardio, a serem colhidas nos próximos dias. O atraso na semeadura fez com que muitas lavouras fossem implantadas fora da janela ideal de plantio. Atrelado a isso, o ciclo registrou períodos prolongados de estiagem, ou baixos índices pluviométricos, além de geadas em muitos pontos do estado, afetando as lavouras e reduzindo drasticamente o rendimento e a qualidade dos grãos. Assim, houve redução significativa na produtividade média se comparada à última temporada.

Goiás: Colheita finalizada. As condições climáticas foram desfavoráveis à cultura, especialmente com a escassez e irregularidade pluviométrica, bem como a incidência de geadas, afetando algumas regiões produtoras no estado. De maneira geral, houve queda acentuada no potencial produtivo e na qualidade dos grãos formados, resultando em produção bem abaixo do obtido em 2019/20.

Paraná: Colheita praticamente finalizada, com perdas no rendimento e na qualidade dos grãos decorrentes do estresse hídrico e das geadas. Algumas localidades no oeste e norte do estado apresentaram reduções de mais de 50% na produtividade média em comparação à temporada anterior.

São Paulo: Colheita quase finalizada. Sucessivos eventos climáticos adversos comprometeram severamente a produtividade média da cultura. A estiagem, que ainda persiste, afetou o desenvolvimento dos grãos, pois faltou água nas fases críticas de formação e enchimento de grãos. Quanto mais ao norte e nordeste do estado, pior foi o cenário de escassez para as lavouras. Entre junho e agosto, houve incidência de geadas, provocando danos na área foliar, diminuindo a capacidade fotossintética e o acúmulo de fotoassimilados, reduzindo também o potencial produtivo e a qualidade dos grãos gerados.

4. Trigo

Rio Grande do Sul: As chuvas ocorridas recentemente foram importantes para recuperar a umidade do solo e o desenvolvimento das lavouras que evoluem para o estádio reprodutivo. Na região noroeste do estado as lavouras semeadas mais cedo apresentam porte mais baixo, menor número de perfilhos e redução do potencial produtivo em razão da escassez hídrica ocorrida em julho e agosto. A alta da umidade aumenta a pressão com doenças foliares. Produtores realizam tratamentos preventivos. Houve registros de chuvas de forte intensidade e com queda de granizo em municípios da região noroeste e fronteira oeste, causando perdas nas lavouras que ainda serão mensuradas.

Paraná: Colheita ainda incipiente, chegando a 5% da área total ao fim do segundo decêndio de setembro e ocorrendo especialmente no sul do estado. Nessas primeiras lavouras colhidas, o rendimento apresentado tem sido considerado bom. Há perspectiva de redução no potencial produtivo em razão dos baixos níveis de precipitação em parte do ciclo, bem como a ocorrência de geadas, que tiveram um impacto menos significativo, pois acometeram a maior parte das lavouras em fases iniciais de desenvolvimento, permitindo a recuperação das plantas para posterior produção.

Santa Catarina: Colheita recém iniciada, mas de forma bastante incipiente, ocorrendo de maneira bem pontual. A maior parte das lavouras ainda está em floração e enchimento de grãos. Condições climáticas são oscilantes, com certa escassez de chuvas e até ocorrência de geadas, mas que foram registradas em fases iniciais do desenvolvimento da cultura, com possibilidade de recuperação das plantas.

São Paulo: Colheita em andamento, chegando a 20% da área estadual até o fim do segundo decêndio de setembro. As lavouras ainda em campo estão majoritariamente em maturação e enchimento de grãos. De maneira geral, as primeiras áreas colhidas apresentaram qualidade muito baixa do cereal, além de rendimentos inferiores ao potencial. Isso se deve às restrições hídricas enfrentadas por muitas lavouras, bem como a incidência de geadas. Há perspectiva de que as áreas de plantio mais tardio tenham um desempenho melhor, especialmente aquelas lavouras manejadas sob irrigação.

Goiás: Lavouras de sequeiro já colhidas apresentando rendimento abaixo do esperado, principalmente em razão da escassez hídrica durante parte do ciclo. Já aquelas lavouras sob manejo irrigado estão em pleno período de colheita, alcançando cerca de 80% da área efetivamente ceifada até o fim do segundo decêndio de setembro. Algumas dessas áreas têm demonstrado ótimos rendimentos, especialmente no leste goiano. Já na região sudoeste do estado, há registro de perdas pontuais em decorrência de geadas.

Mato Grosso do Sul: Quase 90% da área estadual colhida. As lavouras recém ceifadas têm apresentado melhores resultados, tanto em rendimento quanto em qualidade dos grãos em comparação às áreas de plantio mais precoce. Isso porque foram menos impactadas pelas intempéries climáticas de escassez de chuvas e incidência de geadas nas fases fenológicas mais críticas, estádios reprodutivos de formação e enchimento dos grãos. De maneira geral, a perspectiva é de redução na produtividade média em relação à safra passada em função principalmente das adversidades climáticas.

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Tags: algodão, lavouras de inverno, milho segunda safra, trigo

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