Mapas de estoque de carbono orgânico do solo contribuem para a descarbonização da agricultura brasileira

Mapas de estoque de carbono orgânico do solo do Brasil contribuem para a descarbonização da agricultura brasileira

Seja bem-vindo(a) a Newsletter da Agro Insight, um espaço de artigos autorais e curadoria sobre tecnologias, sustentabilidade e gestão para o agro.

Se você ainda não é assinante, junte-se a mais de 8 mil profissionais do Agro, consultores e produtores rurais que recebem gratuitamente conteúdos de qualidade selecionados toda semana, adicionando o seu e-mail abaixo:

 (Curadoria Agro Insight)

 No final de 2021 o mundo está voltado à COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021) e a busca por mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No agronegócio não é diferente e neste sentido os mapas de estoque de carbono lançados pela Embrapa trazem informações valiosas para o desenvolvimento de tecnologias e parâmetros para uma possível cobrança por serviços ambientais daqueles produtores que conservam o seu estoque de carbono no solo. Uma vez que os solos têm papel crucial na mitigação de mudanças climáticas, pela capacidade de sequestrar carbono da atmosfera e estocá-lo de forma mais estável.

Mapas trazem novas informações sobre estoque de carbono nos solos brasileiros

Os solos têm um papel crucial na produção de alimentos, fibras e energia, bem como na mitigação das mudanças climáticas e os mapas ilustram o conhecimento do País nessa área. De acordo com dados apresentados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na 9ª assembleia plenária da Aliança Mundial pelo Solo (GSP), o Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm o maior potencial para estocar carbono no mundo, e investir em estudos do solo é fundamental para as políticas de descarbonização da agricultura brasileira.

A importância dos solos agrícolas para a mitigação das mudanças climáticas se deve ao fato de que funcionam, ao mesmo tempo, como fonte e sumidouro de carbono. Quando mal manejados, emitem CO2 para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global, por ser um dos Gases de Efeito Estufa (GEEs). Mas o seu papel mais importante, como sumidouro, é sequestrar o carbono da atmosfera e estabilizá-lo na matéria orgânica do solo. Com os novos mapas, é possível diferenciar áreas com maiores e menores estoques de carbono, auxiliando o Brasil a cumprir os compromissos que assumiu na agenda global de redução de emissões de GEEs.

O solo é um dos cinco reservatórios de carbono orgânico do ecossistema terrestre e é responsável por cerca de dois terços de todo o reservatório global. Assim, a preocupação com o planeta – em termos de segurança alimentar, geração de renda e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas – deve começar pelo solo, sobretudo porque um terço dos solos do mundo encontra-se em processo de degradação, segundo dados da FAO.

“Vale lembrar que em 2017 foi lançado um mapa global de estoque de carbono orgânico do solo com participação brasileira. Naquele ano, tínhamos um mapa de estoque de carbono orgânico do solo de 0 a 30 centímetros de profundidade. Agora esses mapas estão sendo lançados com um quilômetro de resolução espacial com profundidade de até um metro”, revela Gustavo de Mattos Vasques, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos e líder da equipe que elaborou os mapas. compara Vasques.

De acordo com ele. esses mapas estão numa escala que varia de 1:100.000 até 1:250.000, destrinchados em seis camadas: 0-5cm, 5-15, 15-30, 30-60, 60-100 e 100-200 cm. O carbono estocado de 0 a 30 cm tem muito a ver com manejo e uso agrícola do solo, de 30 cm até um metro está muito ligado ao alcance das raízes, que aportam matéria orgânica e carbono ao longo do tempo nessa profundidade, de acordo com o uso e manejo do solo e com as condições ambientais do local.

Observando os mapas é possível ver que o Sul e a Amazônia possuem maior quantidade de carbono. No Sul existe um grande bolsão com altos estoques de carbono nas serras, com solos formados com materiais mais ricos, como o basalto, em locais planos de altitude. Esse ambiente propicia o acúmulo porque a degradação é mais lenta por causa do frio, ao mesmo tempo existe uma boa produção de massa vegetal. Já na Amazônia, a produção de massa vegetal e a produtividade primária são muito grandes. Apesar do clima quente e do excesso de chuva, que promovem a degradação, a ciclagem de nutrientes é intensa, promovendo o acúmulo de carbono no solo.

Como contraste, temos o Pantanal, com solos mais arenosos. Apesar da grande quantidade de solo alagado, esses solos acumulam muito pouco porque não têm material argiloso onde o carbono pode ficar retido, então ele é perdido nas chuvas.

Os cientistas mediram esses estoques de carbono usando informação geoespacial de relevo e clima, como elevação, formato de fundo de vale, rugosidade do terreno, precipitação média anual, temperatura e radiação solar, bem como informação do próprio solo contida em mais de 10 mil pontos amostrais.

Plataforma GeoInfo disponibiliza dados espaciais relevantes sobre os solos

Além da plataforma do PronaSolos, os mapas de carbono e respectivos metadados também estão disponíveis para consulta pública na Infraestrutura de Dados Espaciais da Embrapa (GeoInfo), que disponibiliza à sociedade dados espaciais para aprimorar a pesquisa, desenvolvimento e inovação da agropecuária brasileira.

Lançada em 2018, a plataforma GeoInfo funciona como um repositório de dados geoespaciais gerados pela Embrapa e faz a sua integração à Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE). A disponibilização da geoinformação da Embrapa na INDE possibilita a consulta pública dos mapeamentos, tornando-os acessíveis para pesquisa no portal nacional que reúne e compatibiliza geoinformação de diversas instituições.

São oito os temas dos trabalhos cadastrados no GeoInfo da Embrapa Solos: mapeamento de solos; mapeamento de atributos de solos; zoneamentos agroecológicos; aptidão agrícola das terras; uso e cobertura das terras; mapeamento de terras para irrigação; mapeamento de serviços ecossistêmicos; e vulnerabilidade das terras. Os conteúdos são divididos em três seções:

– Camadas: dados geoespaciais em formato de vetorial ou matricial (raster) publicados pela Embrapa. Disponibiliza para o público 530 camadas em diferentes escalas e recortes territoriais;

– Mapas: é o ambiente de mapas interativos (SIG web), onde são publicados mapas a partir de camadas disponíveis no GeoInfo. Até o momento, existem 8 mapas publicados;

– Documentos: publicação de arquivos compactados, cartas (layouts) para impressão, dados tabulares e de texto associados aos dados geoespaciais gerados pela Embrapa. Atualmente, são 541 os documentos disponíveis.

Fonte: Embrapa

REFERÊNCIAS E LINKS RELACIONADOS

Mapas trazem novas informações sobre estoque de carbono nos solos brasileiros

Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos).

Se inscreva na nossa Newsletter gratuita

Espaço para parceiros do Agro aqui

Tags: COP26, estoques de carbono do solo, PronaSolos

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

outubro 2024
D S T Q Q S S
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
LinkedIn
YouTube
Instagram