(Curadoria Agro Insight)
Ciclo e epidemiologia
O fungo se espalha (dissemina) pelo vento e a doença não é transmitida por semente. O fungo causador da ferrugem é parasita obrigatório ou biotrófico porque vive apenas em hospedeiros vivos. Portanto, para sobreviver, depende de hospedeiros alternativos ou da própria soja, através das plantas voluntárias, guaxas ou tigüeras, que nascem a partir de grãos perdidos na colheita, ou nos cultivos sob irrigação.
Quanto ao ciclo da doença, ele se inicia com a disseminação dos esporos (“sementes” do fungo) que foram produzidos nas plantas que serviram como hospedeiras na entressafra. Os esporos são disseminados pelo vento e se depositam sobre as folhas das plantas de soja. Caso as condições estejam favoráveis, temperatura entre 18 C e 26 C, molhamento foliar de pelo menos seis horas (o ideal é de 12 a 14 horas), os esporos germinam e o fungo penetra na folha diretamente rompendo a epiderme (diferente da maioria dos fungos causadores de ferrugem, que só penetram por estômatos) e começa a colonizar os tecidos da folha. Em condições ótimas de temperatura, ao redor de cinco dias após a penetração, é possível visualizar os primeiros sintomas, que são os pontos escurecidos vistos mais facilmente olhando a folha contra um fundo claro.
Com mais uns quatro a seis dias, as urédias (saliências) podem ser vistas e novos esporos começam a ser liberados. Cada urédia permanece produzindo esporos por aproximadamente 21 dias. Esses esporos vão iniciar novas infecções na mesma lavoura ou vão, através do vento, alcançar lavouras mais distantes. Quando chega o fim do ciclo da cultura o fungo passa a sobreviver nas plantas voluntárias ou outros hospedeiros.
Estratégias de Manejo
Os fungicidas sítio-específicos utilizados no controle da ferrugem pertencem a três grupos distintos: os Inibidores de desmetilação (IDM, “triazóis”), os Inibidores da Quinona externa (IQe, “estrobilurinas”) e os Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, “carboxamidas”).
Fungicidas
Na safra 2007/08 foi detectada menor sensibilidade do fungo causador da ferrugem-asiática aos “triazóis”. A partir de 2008, produtos isolados são recomendados em decorrência da sua menor eficiência, sendo recomendados somente misturas comerciais de fungicidas com diferentes mecanismos de ação.
Na safra 2013/14, foi observada a redução de eficiência das estrobilurinas. Nessa mesma safra foram registradas as primeiras misturas de fungicidas estrobilurinas e carboxamidas para a cultura da soja. Na safra 2016/17, alguns fungicidas com carboxamidas apresentaram redução de eficiência nos ensaios em rede, em relação aos resultados da safra anterior, em regiões específicas.
Atualmente, o fungo P. pachyrhizi apresenta mutações que conferem resistência quantitativa aos três principais grupos de fungicidas sítio-específicos. Os fungicidas não apresentam a mesma eficiência de quanto a doença foi introduzida no Brasil, mas ainda continuam sendo uma ferramenta importante no manejo da doença. Novas mutações podem ser selecionadas ao longo do tempo.
Fungicidas multissítios (isolados e em misturas comerciais) passaram a ser registrados a partir de 2013/14, sendo importantes para atrasar o processo de seleção de resistência e aumentar a eficiência dos fungicidas sítio-específicos. Todas estratégias antirresistência recomendadas pelo FRAC devem ser seguidas no manejo da doença.
Confira nos gráficos abaixo, elaborados a partir dos resultados da Rede de Ensaios Cooperativos – Consórcio Antiferrugem – o desempenho dos produtos para controle da ferrugem-asiática, ao longo das safras.
Boas Práticas Agrícolas para controlar a ferrugem-asiática da soja (Vídeo)
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Folder (Ferrugem-asiática da Soja)
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