(Curadoria Agro Insight)
Hoje a curadoria apresenta um estudo que demostra a eficiência de mais um Bioinsumo que em breve pode estar disponível aos produtores.
Pesquisa da Embrapa e da Esalq/USP comprova que plantas de trigo se “comunicam” com microrganismos benéficos que envolvem suas raízes para terem acesso a mais nutrientes do solo e obterem maior proteção contra doenças fúngicas.
Sabendo que o microbioma da rizosfera fornece serviços ecológicos ao hospedeiro, incluindo nutrição e proteção contra doenças, cientistas buscaram descobrir se plantas de trigo mudariam o padrão da exsudação da raiz, para acessar os recursos fornecidos por esses microrganismos antagônicos, ante a infecção por um patógeno transmitido pelo solo, o fungo Bipolaris sorokiniana.
Para isso, testaram o impacto de três bactérias benéficas – Streptomyces, Paenibacillus e Pseudomonas -, antagônicas ao patógeno, no início da doença, para entender como a planta hospedeira e os micróbios benéficos se comunicam para afastar o patógeno da rizosfera.
“Testamos a inoculação independente dos três isolados bacterianos em mudas de trigo inoculadas ou não com o fungo patógeno. O índice de severidade foi o mais alto (93%) em plantas inoculadas exclusivamente com o patógeno (tratamento controle). Em plantas inoculadas com a bactéria antagonista e com o patógeno, o índice de severidade variou de 50 a 62%, mostrando uma diminuição significativa na incidência da doença em comparação com o controle tratamento”, explica Helio Quevedo, da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Os inoculantes selecionados são capazes de solubilizar fósforo, para fixar o nitrogênio e para produzir ácido indol acético, um hormônio do crescimento.
Impacto da diversidade microbioma na proteção de plantas
Rodrigo Mendes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, explica que o microbioma da rizosfera oferece à planta hospedeira funções benéficas, incluindo absorção de nutrientes, tolerância ao estresse abiótico e defesa contra doenças transmitidas pelo solo. Por exemplo, durante uma invasão de patógeno fúngico do sistema radicular, famílias bacterianas específicas e com certas funções são enriquecidas na rizosfera e ajudam a prevenir a infecção das plantas pelo patógeno.
Fonte: Embrapa
Considerações
O presente texto demonstra que os Bioinsumos já são uma realidade e que serão a base para a agricultura do futuro. Em síntese, teremos insumos produzidos a partir de materiais naturais ou microrganismos que promoverão o equilíbrio do sistema solo-planta-atmosfera. Pode-se dizer que é uma forma de estabilizar os agroecossistemas e manter as populações de pragas e patógenos equilibradas ao mesmo tempo que as culturas sejam estimuladas por fitormônios naturais e um maior acesso aos macro e micronutrientes.