Custos de produção elevados desafiam produtores de HF

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Na curadoria de hoje, estamos compartilhando um artigo dos pesquisadores, João Paulo Bernardes Deleo e Uriel Tiago Picinato de Assis, sobre a elevação dos custos de produção na horticultura brasileira.

PREÇOS DOS FERTILIZANTES DISPARAM, E ALTA DOS CUSTOS É INTENSIFICADA

As fortes elevações nos custos de produção de hortaliças ao longo de 2021 já vinham deixando agricultores brasileiros em alerta. E, no Especial Hortaliças de 2022, a equipe da Hortifruti Brasil evidencia que o movimento de alta foi reforçado nos primeiros meses deste ano, agravando as preocupações de produtores.

Em Mogi Guaçu (SP), por exemplo (uma das regiões produtoras de tomate em que os custos detalhados são apresentados na página 10), a alta acumulada dos custos em dois anos é de expressivos 51%. Apenas para o orçamento de 2022, o aumento estimado é de 27%. Em Caçador (SC), a safra de verão de tomate que acaba de ser encerrada (2021/22) registrou incremento de 37% nos gastos frente à temporada passada no caso da grande escala de produção e de 50% para a pequena escala. A razão de Caçador apresentar aumento mais significativo do que em Mogi Guaçu é que, na safra deste ano, a região catarinense absorveu tanto a elevação de 2020/21 (já que a maior parte dos reajustes de valores dos insumos ocorreu após a aquisição que os produtores fizeram para a temporada), quanto o avanço registrado ao longo de 2022. Para a pequena escala de produção de Caçador, um outro motivo para a acentuada alta no custo é o capital de giro escasso. O aumento do adensamento também elevou os custos por hectare, embora os gastos por planta e unitários (já que a produtividade por hectare seria menor) ficariam maiores em um adensamento maior. Outro fator é que, em 2021, a compra de insumos foi mais antecipada e, com isso, um reajuste mais intenso foi absorvido em 2022. Para a cebola de Lebon Régis (SC), que encerrou a safra recentemente, o avanço dos custos foi de 34% frente à temporada passada.

Fertilizantes protagonizam a alta dos custos de produção

Os fertilizantes seguem em 2022 como protagonistas da alta dos custos de produção. Pelo segundo ano consecutivo, a valorização do insumo tem sido intensa. No início de 2022, até houve um enfraquecimento no movimento de avanço nos preços dos fertilizantes. No entanto, a partir de março, após a invasão da Rússia na Ucrânia, os valores do insumo voltaram a disparar, já que esses países são importantes fornecedores globais de fertilizantes, sobretudo do Brasil. Além disso, o conflito no leste europeu resultou em altas nos valores de outros importantes componentes, como o petróleo.

Em 2022, até custos com mão de obra voltam a ter aumento expressivo

Apesar de os indicadores ainda registrarem um percentual alto de desemprego no Brasil, esse não é o cenário que se observa na horticultura. Todos os produtores de cebola e tomate consultados pela equipe Hortifruti/Cepea indicaram que a dificuldade em se contratar mão de obra se agravou muito em 2022, o que tornou esse item ainda mais caro!

Petróleo também impulsiona os custos

A valorização do petróleo eleva os gastos com diesel e, consequentemente, encarece as operações mecânicas. Além disso, a alta no preço do combustível fóssil resulta em aumento no frete – e nos valores – de diversos outros insumos agrícolas. Máquinas agrícolas também não param de ficar mais caros.

Ainda não há previsão de quando esse cenário de avanço irá se enfraquecer, já que fatores internos (políticos e econômicos) e globais (guerra entre Rússia e Ucrânia) seguem incertos. No momento, a recomendação para os produtores é que continuem cautelosos quanto aos investimentos, assim como boa parte já vem fazendo desde o início da pandemia.

BIBLIOGRAFIA E LINKS REALCIONADOS

DELEO, J.P.B.; ASSIS, U.T.P. PREÇOS DOS FERTILIZANTES DISPARAM, E ALTA DOS CUSTOS É INTENSIFICADA. Hortifruti Brasil, CEPEACentro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – ESALQ/USP, 2022.

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Tags: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Custos de produção, Fertilizantes

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