Curadoria Semanal: Principais informações sobre o mundo do agronegócio. Atualize-se e compartilhe!
GERAIS
Brasil e Japão: compromisso com o programa de recuperação de áreas degradadas
Na segunda-feira (20), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se com o embaixador japonês, Teiji Hayashi, e a vice-presidente da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Sachiko Imoto, na Embaixada do Japão no Brasil. Eles discutiram os avanços do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
Fávaro destacou a importância da parceria com a JICA para a recuperação de áreas degradadas, visando a segurança alimentar e o respeito ao meio ambiente. Hayashi reforçou o valor da cooperação entre Japão e Brasil. A JICA será a primeira a contribuir com o PNCPD, que visa recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em dez anos, dobrando a produção de alimentos sem desmatamento.
A cooperação foi oficializada durante a visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ao Brasil, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o potencial de investimento no país.
A parceria com a JICA envolve:
Cooperação Financeira: Financiamento a produtores para conversão de pastagens, com juros entre 1,7% e 2,4%, prazo de pagamento entre 15 e 40 anos, e carência de 5 a 10 anos.
Cooperação Técnica: Definição de regiões alvo, pesquisa, inovação, e análise das pastagens degradadas.
A modelagem financeira será discutida e um anúncio oficial será feito na cúpula do G20, em novembro.
Fonte da reportagem: MAPA 22/05/2024
PRODUÇÃO
Plantio Direto e integração lavoura-pecuária aumentam diversidade microbiana do solo e protegem as plantas
Pesquisas da Embrapa analisaram a microbiota do solo do Cerrado sob Sistema Plantio Direto (SPD) e integração lavoura-pecuária (ILP) por cinco e quinze anos, respectivamente. Resultados indicaram mudanças benéficas na composição de fungos e bactérias, importantes para o controle biológico de doenças. Na Fazenda Capivara, em Santo Antônio de Goiás (GO), a diversidade de fungos aumentou na ILP comparada à floresta nativa, evidenciando a capacidade da ILP de melhorar a saúde do solo ao preservar e incentivar a biodiversidade microbiana.
O estudo ocorreu em uma área de 95 hectares, dividida em parcelas irrigadas e não irrigadas, onde foram cultivados arroz, milho, soja e capim. Amostras de solo foram coletadas e analisadas para entender a estrutura das populações de fungos e bactérias e sua resposta ao manejo. Observou-se um aumento na diversidade de fungos, mas não de bactérias, sugerindo que a ILP afeta mais os fungos devido à rotação de culturas e à umidade do solo.
Em Planaltina (DF), um estudo de cinco anos avaliou o impacto das plantas de cobertura na diversidade microbiana do solo. Embora não tenha havido aumento na diversidade de fungos e bactérias, as plantas de cobertura mudaram os gêneros de microrganismos predominantes, alguns associados à supressão de doenças. Isso realça a importância da agricultura regenerativa, que visa manter a saúde e a vida no solo. Essas pesquisas fornecem dados valiosos para promover tecnologias sustentáveis como o SPD e a ILP, destacando seus benefícios para a diversidade microbiana do solo e incentivando a adoção de práticas agrícolas que melhoram os agroecossistemas.
Fonte: Embrapa 22/05/2024
Embrapa apresenta novas cultivares de girassol na AgroBrasília
A Embrapa apresenta duas novas cultivares de girassol na AgroBrasília 2024, de 21 a 24 de maio, em Brasília: a BRS 422 e a BRS 323. Além do portfólio de cultivares, O destaque é o novo híbrido BRS 422, que combina alta produtividade e estabilidade, facilitando seu uso em diferentes sistemas de produção.
Este híbrido tem um alto teor de óleo (39-43%) e floresce entre 56 a 67 dias após a emergência, com maturação entre 85 a 107 dias. É indicado para cultivo em vários estados, incluindo Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e o Distrito Federal.
Renato Amabile, pesquisador da Embrapa Cerrados, destacou que o Cerrado tem potencial para cultivar girassol, podendo alcançar até 4,5 mil quilos por hectare em cultivo irrigado. O híbrido BRS 422 está em fase pré-comercial. A cultivar BRS 323 também será apresentada, destacando sua produtividade e precocidade, além de ser resistente a nematoides-das-galhas, uma praga comum na região. É indicada para um amplo número de estados brasileiros e está disponível no mercado.
Interessados nas cultivares podem se cadastrar no site da Embrapa e acompanhar o processo de oferta de sementes, que começará na safra 2024/2025. O girassol é adaptável às condições climáticas brasileiras e é uma opção viável para sistemas de rotação e sucessão de culturas. A Embrapa Soja desenvolveu o híbrido BRS 422 em parceria com outras unidades da Embrapa, incluindo Cerrados, Rondônia, Tabuleiros Costeiros, Clima Temperado, Meio Ambiente e Gado de Leite. A BRS 323 também foi desenvolvida em colaboração com várias unidades da Embrapa.
Além disso, na AgroBrasília, a Embrapa lançará novos temas na plataforma Ater+Digital, que apoia a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) com ferramentas e conteúdos sobre principais culturas alimentares. A plataforma possui hubs virtuais sobre cadeias produtivas e temas transversais. Durante o evento, foram destacados os hubs de batata-doce e suínos, com informações e ferramentas práticas para melhorar a produtividade e a qualidade da produção.
Fonte: Embrapa 22/05/2024
Indústria têxtil egípcia aprova algodão brasileiro e Turquia já percebe melhorias do ABR-LOG
Durante oito dias, 12 brasileiros participaram de um intercâmbio técnico-comercial da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) no Egito e na Turquia. A “Missão Egito-Turquia” visava melhorar o diagnóstico da indústria têxtil egípcia e fortalecer laços com industriais turcos. Segundo Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, o mercado egípcio reconhece a qualidade do algodão brasileiro e necessita dele para complementar seu mix de fibras, enquanto industriais turcos forneceram feedback positivo sobre o programa de certificação logística do algodão brasileiro.
A missão faz parte do Cotton Brazil, uma iniciativa global da Abrapa, realizada em parceria com a Apex-Brasil e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea). No Egito, a comitiva visitou a primeira fiação a importar algodão brasileiro, o grupo Bidewi, e recebeu feedback positivo sobre a qualidade e o rendimento operacional do algodão brasileiro. Eles também visitaram o Centro de Pesquisa Agrícola e discutiram cooperação técnica em melhoramento genético.
Nos seminários “Cotton Brazil Outlook” realizados no Egito e na Turquia, Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, apresentou o status da safra 2023/2024 e as perspectivas futuras, destacando a certificação socioambiental de mais de 80% da safra brasileira. No Cairo, o evento reuniu cerca de 70 participantes, e em Antalya, na Turquia, contou com 60 profissionais, permitindo a troca de informações e feedback dos importadores.
O ABR-LOG, protocolo de certificação para terminais logísticos desenvolvido pela Abrapa em parceria com a Anea, foi elogiado por melhorar a qualidade dos fardos exportados. No ciclo 2022/23, o Egito importou 99,5 toneladas de algodão brasileiro, aumentando para 8.521 toneladas de agosto de 2023 a março de 2024. A Turquia foi o quinto maior importador de algodão brasileiro em 2022/23, comprando 165 mil toneladas, o que representou 18% do market share brasileiro.
Fonte: Embrapa 23/05/2024
Monitoramento semanal das condições das lavouras – atualizado em 20 de maio
Arroz– A colheita está 87,0% concluída. No Rio Grande do Sul, a chuva prejudicou as lavouras, especialmente nas áreas de várzea, atrasando a colheita. Mesmo durante os períodos sem chuva, algumas áreas foram colhidas com umidade acima do ideal, resultando em perdas nos armazéns. Em Santa Catarina, a colheita foi finalizada. No Maranhão, metade da área produtiva está colhida, focando nas lavouras de sequeiro. Em Goiás, as lavouras de sequeiro foram colhidas e as áreas irrigadas estão em maturação. No Tocantins, a colheita avançou bem, faltando apenas 5% da área. Em Mato Grosso, a colheita está quase concluída.
Algodão – A semeadura está 100% concluída. Em Mato Grosso, o clima estável favoreceu os manejos fitossanitários, especialmente para manchas foliares, mosca-branca e bicudo-do-algodoeiro. Na Bahia, as primeiras lavouras começaram a ser dessecadas em preparação para a colheita. No Mato Grosso do Sul, a região sudoeste já foi colhida, e o clima seco tem beneficiado as lavouras em estágios avançados. Em Goiás, as lavouras de sequeiro estão iniciando a fase de maturação e não foram significativamente afetadas pela escassez de chuvas, enquanto as lavouras irrigadas, que são mais tardias, estão em desenvolvimento vegetativo e recebendo irrigação suplementar.
Feijão 1ª safra – 95,5% colhido. Na BA, a colheita foi finalizada no Centro-Sul e, nas regiões CentroNorte e Oeste, a colheita está em fase final.
Feijão 2ª safra -No Paraná, as chuvas em algumas regiões produtoras reduziram o ritmo de colheita e aumentaram a umidade dos grãos maduros. No entanto, para as lavouras mais tardias, as condições foram favoráveis. Em Santa Catarina, a frente fria trouxe chuvas e redução de temperatura, desfavorecendo as lavouras em maturação e colheita. No Rio Grande do Sul, as chuvas prejudicaram as lavouras, resultando em grãos de baixa qualidade devido à alta umidade. Na Bahia, as chuvas esparsas no nordeste do estado beneficiaram o desenvolvimento das lavouras de feijão-caupi, que são manejadas em sequeiro
Milho 1ª Safra – 72,4% colhido. Em Minas Gerais, a colheita está em andamento, mas os rendimentos são inferiores à safra anterior. No Rio Grande do Sul, as chuvas têm atrasado a colheita e a alta umidade prejudica a qualidade dos grãos, com estradas bloqueadas impactando a logística do escoamento. Na Bahia, a colheita avança no Extremo Oeste, mas observa-se queda no rendimento das lavouras mais tardias. No Piauí, a colheita está progredindo com bons rendimentos. No Maranhão, a colheita está em andamento no Sul e Leste, enquanto nas demais regiões, as lavouras estão em estágio de enchimento de grãos e se desenvolvendo bem.
Milho 2ª Safra – 0,4% colhido. Em Mato Grosso, a colheita começou nas áreas irrigadas, enquanto as demais lavouras, em estágios reprodutivos, estão em boas condições. No Paraná, as chuvas e a redução da temperatura melhoraram a quantidade de água no solo, favorecendo a recuperação das lavouras em algumas regiões. Em Mato Grosso do Sul, a colheita foi iniciada e observa-se antecipação do ciclo devido ao clima seco e quente. Em Goiás, a falta de chuvas afeta o desenvolvimento das áreas tardias. Em São Paulo, a falta de precipitações compromete o desenvolvimento das lavouras. Em Minas Gerais, a maior parte das lavouras está em estágio reprodutivo. No Tocantins e Maranhão, a redução das precipitações impacta o desenvolvimento das áreas semeadas tardiamente. No Piauí, há déficit hídrico nas lavouras mais tardias. No Pará, as frequentes precipitações têm favorecido as áreas em enchimento de grãos.
Soja – 97,0% colhido. No Rio Grande do Sul, as chuvas continuam a dificultar a colheita, prejudicando a produtividade e a qualidade dos grãos. A colheita é realizada nos dias sem chuvas, mas há problemas logísticos devido às estradas bloqueadas, más condições das vias e atrasos na recepção dos grãos. Em Santa Catarina, as baixas temperaturas e as chuvas impedem a redução da umidade dos grãos, limitando o avanço da colheita da safrinha. No Maranhão, a colheita foi finalizada no Sul. No Piauí, ainda há áreas a serem colhidas no Médio Parnaíba e na região Norte. No Pará, a redução das chuvas permitiu o avanço da colheita nos polos de Paragominas e Santarém.