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GERAIS
Governo Federal anula leilão de arroz beneficiado importado
Um novo leilão mais moderno e transparente será realizado para garantir que o cereal chegue a um preço justo na mesa dos brasileiros
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciou nesta terça-feira (11) a anulação do leilão público para a compra de arroz beneficiado importado, realizado na última quinta-feira (6), devido a questionamentos sobre as capacidades técnicas e financeiras por parte das empresas vencedoras. A decisão foi tomada após reunião nesta manhã no Palácio do Planalto.
A partir da anulação, os mecanismos para a realização de leilão serão revistos pela Conab, com apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). Com isso, o governo busca assegurar que as empresas participantes tenham a solidez que uma operação deste porte exige. “Nós temos hoje a clareza que precisa ser aperfeiçoado o edital e a forma deste leilão, e será feito com todo o conjunto governamental para dar o suporte. Nós vamos construir mecanismos para que a gente possa avaliar antes quem vai participar, exigir capacidade financeira das empresas e experiência na área”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Um novo processo será realizado para a compra do cereal, ainda sem data prevista. O objetivo é dar continuidade a retomada da política de estoques reguladores por partes do governo e, assim, evitar qualquer especulação no preço do arroz, diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores gaúchos após tragédia climática que atingiu o estado. “Nenhum centavo do dinheiro público foi gasto até agora. A segurança jurídica e o zelo com o dinheiro público são princípios inegociáveis. É isso que justifica a decisão tomada”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto. “O presidente Lula quer o arroz e os demais alimentos a um preço justo, que caiba no salário do povo brasileiro. Não haverá recuo dessa decisão”, explicou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
PREÇO JUSTO – Ao todo, a Conab está autorizada a comprar até 1 milhão de toneladas de arroz, mas os leilões serão realizados de acordo com a necessidade da população. O produto será comercializado nas regiões do país com maior índice de insegurança alimentar, em embalagem específica e com valor máximo de R$ 4 o quilo, de forma que o preço final não ultrapasse R$ 20 pelo pacote de cinco quilos.
Fonte: MAPA 12/06/2024
Abrapa reúne especialistas para discutir contaminação do algodão brasileiro
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveram uma variedade de produtos alimentícios a partir da tilápia (Oreochromis niloticus), o peixe mais cultivado no Brasil. Entre esses produtos estão hidrolisado proteico, salsicha com fibra de abacaxi, patê com fibra de abacaxi e embutido de carne tipo apresuntado. A Embrapa busca parceiros privados para comercializar esses produtos, contribuindo para agregar valor à cadeia produtiva da tilápia.
O projeto também foca na utilização de resíduos da produção, promovendo sustentabilidade e reduzindo desperdícios. A cadeia do pescado gera grande quantidade de resíduos, e seu crescimento pode resultar em problemas ambientais. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a perda na cadeia produtiva do pescado chega a 35%, o que é o dobro da perda na produção de carne bovina.
Em outra iniciativa, a Embrapa Agroindústria Tropical (CE) está desenvolvendo hidrogéis e nanoemulsões a partir da gelatina de tilápia, produtos que podem ser utilizados pela indústria biomédica como biocurativos e também pela indústria de cosméticos. O pesquisador Men de Sá Moreira explica que esses produtos possuem propriedades antioxidantes e potencial de aplicação tópica. Para ilustrar a quantidade de resíduos, o filé, principal produto da tilápia, representa apenas 30% do peixe. Os outros 70%, considerados de baixo valor comercial, são usados principalmente na fabricação de farinha de peixe e ração.
A pesquisadora Angela Furtado, da Embrapa, ressalta que o objetivo da pesquisa é gerar produtos que aumentem a rentabilidade e contribuam para a sustentabilidade ambiental. “Utilizando os resíduos do processo de filetagem da tilápia, chegamos a um hidrolisado com alto teor proteico, que pode ser amplamente utilizado em diferentes produtos, como alimentos, cosméticos, nutracêuticos e suplementos alimentares”, afirma Furtado.
Produtos da tecnologia do pescado
Patê de tilápia com fibra de abacaxi: Preparado a partir de carne mecanicamente separada de tilápia e fibra de abacaxi. É comercialmente estéril quando oferecido em latas e mantido em temperatura ambiente. De fácil digestão, é ideal para o público infantil e a terceira idade, que necessitam de proteína animal e tendem a rejeitar o pescado inteiro.
Hidrolisado de gelatina de tilápia: Altamente proteico, utilizado como ingrediente em produtos alimentícios, cosméticos, em cápsulas ou em pó como produto natural, nutracêutico ou suplemento alimentar. Reconhecido por suas propriedades regeneradoras dérmicas e de cartilagem.
Embutido de carne de tilápia tipo apresuntado: Feito de carne mecanicamente separada de tilápia na forma sólida, moldado em forma cilíndrica com filme plástico cook-in, cozido e conservado sob refrigeração. Pode ser consumido fatiado, similar a mortadela ou presunto.
Salsicha de tilápia com fibra de abacaxi: Processada a partir de carne mecanicamente separada de tilápia-do-nilo e farinha de resíduo de abacaxi, com teor reduzido de sódio e sem corantes. É um alimento que pode ser consumido diretamente.
Projeto BRS Aqua
As pesquisas para o melhor aproveitamento do pescado fazem parte do Projeto BRS Aqua, uma parceria entre Embrapa, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Coordenado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), o projeto envolve mais de 240 empregados de 23 unidades da Embrapa e mais de 60 parceiros públicos e privados. A indústria do pescado tem registrado aumentos no faturamento anualmente. Um estudo da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), revelou que as exportações da piscicultura brasileira aumentaram 15% em faturamento em 2022, alcançando US$ 23,8 milhões.
Fonte (reportagem): Conab 06/06/2024
Mapa intercepta praga quarentenária em importação de pêssegos no aeroporto de Guarulhos
Laudo foi divulgado nesta terça (11), confirmando a presença da Anarsia lineatella em carga da fruta que veio dos Estados Unidos
Uma carga com 576 quilos de pêssegos importados dos Estados Unidos foi barrada pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O laudo com o resultado do exame laboratorial foi recebido nesta terça (11) pelos auditores fiscais, já com o alerta de Praga Quarentenária Ausente (PQA), de acordo com a atual lista publicada na Portaria SDA nº 617/2022.
De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário, Guilherme Farias, os pêssegos chegaram ao aeroporto na sexta-feira, dia 7. Ao analisar o material, o Vigiagro constatou a presença da lagarta, mas foi preciso enviar para análise laboratorial visando a identificação precisa da espécie. O exame foi feito pelo laboratório de diagnóstico fitossanitário Agronômica, de Porto Alegre.
O laudo indica que a praga é a Anarsia lineatella, um tipo de broca da ordem Lepidoptera e ausente no Brasil. Ainda não se sabe os riscos que esse inseto poderia provocar ao país, mas de acordo com Guilherme é até difícil calcular, porque sempre que uma praga inexistente entra no país as consequências da introdução na fruticultura nacional são imprevisíveis. As frutas importadas seriam distribuídas para pontos de venda.
De acordo com a chefe do Vigiagro em Guarulhos, Sandra Kunieda, a carga agora passará por uma fumigação, tipo de tratamento químico para mitigar os riscos de escape e introdução da Anarsia lineatella no Brasil. Em seguida, ela será encaminhada para destruição por incineração. A interceptação de pragas pelo Vigiagro é algo frequente, mas nem sempre são espécies ausentes no país, que são os maiores alvos na atuação deste serviço. O Vigiagro atua em pontos de fronteira do país, seja em portos, aeroportos ou fronteiras secas. Graças à atuação dos servidores do Mapa, essas fiscalizações conseguem proteger a agropecuária do Brasil.
Fonte: MAPA 12/06/2024
Monitoramento semanal das condições das lavouras
Atualizado em 10 de junho
Arroz– Brasil: 99,2% da colheita concluída. Rio Grande do Sul (RS): Colheita totalmente finalizada. No entanto, lavouras mais tardias sofreram danos quantitativos e/ou qualitativos, e algumas áreas menores não foram colhidas devido aos alagamentos. Maranhão (MA): Colheita na fase final, com cerca de 90% da área total colhida. Goiás (GO): Restam apenas pequenas áreas sob pivô para a conclusão da colheita. Tocantins (TO): O clima estável tem favorecido o encerramento da colheita.
Algodão – Brasil: 1,7% da colheita concluída. Mato Grosso (MT): A colheita começou em algumas áreas do Oeste e Sudeste. As lavouras estão em bom desenvolvimento. Bahia (BA): A colheita foi iniciada. Mato Grosso do Sul (MS): O clima tem favorecido a aplicação de maturadores, permitindo o avanço da colheita. aranhão (MA): As lavouras de primeira safra estão sendo colhidas, enquanto as de segunda safra estão na fase de formação de maçãs e abertura dos primeiros capulhos. Goiás (GO): A colheita está avançando na região Sul. As áreas irrigadas estão na fase de formação de maçãs e as áreas de sequeiro estão em maturação. Minas Gerais (MG): A colheita está em progresso.
Milho 1ª Safra – A colheita no Brasil atingiu 85,2% de conclusão. Em Minas Gerais, restam apenas lavouras pontuais para serem colhidas. No Rio Grande do Sul, a colheita foi retomada após a finalização da colheita da soja, favorecida pela redução das chuvas, mas as produtividades estão abaixo do esperado devido às enchentes. No Piauí, a colheita avança com boas produtividades. No Maranhão, a colheita progride lentamente.
Milho 2ª Safra –A colheita de milho no Brasil está em 3,7% de sua totalidade. Em Mato Grosso (MT), a colheita avança e registra boas produtividades. No Paraná (PR), as precipitações favoreceram as lavouras nos estágios reprodutivos. Em Mato Grosso do Sul (MS), as chuvas beneficiaram as lavouras do Sudoeste e Leste, mas não reverteram as perdas já consolidadas. Em Goiás (GO), a interrupção das chuvas durante a fase reprodutiva encurtou o ciclo de parte das lavouras, e a colheita foi iniciada no Sudoeste. Em Minas Gerais (MG), a falta de umidade no solo está causando perdas no potencial produtivo. Em São Paulo (SP), o retorno das chuvas não reverteu as perdas já efetivadas. Na Bahia (BA), a falta de chuvas está limitando o desenvolvimento no Oeste. No Maranhão (MA), a maioria das áreas estão em enchimento de grãos e a redução das chuvas está afetando o desempenho da cultura. No Piauí (PI), a redução das chuvas impactou negativamente o potencial produtivo em muitas áreas. No Tocantins (TO), a colheita foi iniciada com boas produtividades.
Soja – A colheita no Brasil atingiu 99,8% de conclusão. No Rio Grande do Sul, as chuvas do final de abril e durante o mês de maio causaram perdas significativas, levando ao abandono de muitas lavouras. Os dias mais secos ajudaram na evolução da colheita, mas houve dificuldades nas operações devido às erosões provocadas pelas chuvas. O produto colhido ainda apresenta alta umidade e muitos grãos avariados. No Maranhão, a colheita está progredindo na região Leste.