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Componentes de produção do milho em função de aspectos fisiológicos

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(Curadoria Agro Insight)

Hoje a curadoria Agro Insight compartilha um texto com informações sobre os componentes de rendimento do milho e algumas considerações fisiológicas que explicam o porquê da importância desses parâmetros.

 

O rendimento da produção é resultado da capacidade de assimilação da planta, do período disponível para a assimilação e das influencias favoráveis e prejudiciais dos fatores ambientais, como: CO2, luz, temperatura, aparato foliar, nutrientes, status hídrico, pragas e doenças, etc.

No caso do milho, o rendimento de grãos é determinado basicamente pelo número de grãos por unidade de área e, em menor escala, pela massa individual dos grãos (Richards, 2000).

Enquanto a massa de grãos é influenciada pela taxa de enchimento de grãos e pelo tempo de acúmulo de massa seca (Wang et al., 1999), o número de grãos é associado à taxa de crescimento da planta no período de pendoamento (Andrade et al., 1999). Esse período, considerado crítico para a determinação do número de grãos, é também o mais suscetível a condições de estresse (Kiniry & Ritchie, 1985).

A taxa de crescimento de planta e a partição de massa seca entre órgãos vegetativos e reprodutivos, no período imediatamente antes e após o pendoamento, são fatores que definem o número de drenos reprodutivos que são estabelecidos pela planta (Andrade et al., 1999). A eficiência de uso da radiação interceptada, as condições de temperatura e o “status” fisiológico da cultura nesse período, determinarão as taxas de crescimento da mesma, o número potencial de grãos e, consequentemente, o potencial produtivo da planta (Andrade et al., 1993a; Andrade et al., 1993b; Otegui & Bonhomme, 1998).

Tais diferenças são explicadas pelo efeito diferenciado na partição de fitomassa e na duração do período crítico de determinação do número de grãos (Andrade et al., 1999). Uma maior relação entre número de grãos por planta e taxa de crescimento da planta no período crítico de determinação do número de grãos, e não uma maior taxa de crescimento nesse período, tem sido indicada como um dos fatores pelo qual os híbridos modernos são mais produtivos do que híbridos mais antigos (Echarte et al., 2000).

A produtividade depende do número de grãos polinizados e desenvolvidos e da quantidade de fotoassimilados disponíveis (fotossíntese). Com relação ao número de grãos, ele é variável dentro e entre cultivares. O número de grãos potencialmente capazes de se desenvolverem em uma espiga é influenciado por fatores ambientais. Há evidência de uma relação inversa entre número de filas de grãos por espiga e número de grãos viáveis por fila (número de grãos por espiga permanece praticamente o mesmo). A espiga apresenta sempre um número par de fileiras e, quanto maior a tendência à prolificidade (maior número de espigas por planta), menor o número de grãos por espiga. Se uma planta tem só uma espiga, os grãos polinizados que não se desenvolveram serão encontrados na ponta da espiga.

Os primeiros dias após a fertilização constituem um período bastante crítico. Se proteínas ou açúcares estão limitantes devido à seca, deficiência nutricional, tempo muito nublado ou sombreamento oriundo de altas populações, os grãos na parte superior da espiga abortam e, apesar de fertilizados, não se desenvolvem. A maior sensibilidade à variação de luminosidade é verificada no início da fase reprodutiva, ou seja, no período correspondente aos primeiros 10 a15 dias após o florescimento (Fancelli & Dourado Neto, 2000). Em plantas com duas espigas, a superior apresenta maior número de grãos desenvolvidos, devido ao fato de haver uma hierarquia e preferência na formação desses grãos. Numa planta com duas espigas, a diminuição da fotossíntese (com remoção de folhas, por exemplo) diminuirá o número de grãos da espiga inferior. Um grão polinizado pode não desenvolver-se (acumular matéria seca) ou seu desenvolvimento pode ser bloqueado a meio caminho, originando um grão pequeno. O aparecimento de grãos enrugados na porção superior da espiga pode ser devido a: deficiência severa de água, destruição das folhas ou deficiência nutricional. Em resumo, pode-se dizer que o potencial genético para produtividade pode ser diminuído em vários estádios de desenvolvimento.

A questão se o rendimento de grão de milho é limitado pelas características da planta relacionadas à oferta de nutrientes (fonte, por exemplo, nutrientes, água, radiação, etc.) ou à demanda (dreno) por assimilados, nutrientes, água, radiação, dentre outros fatores, está em discussão. Dependendo do ambiente, se a fonte (aparato fotossintético) ou o dreno (grãos, meristemas, órgãos/tecidos em crescimento) pode limitar o rendimento de grão para variados graus é depende da capacidade e performance da cultivar em estabelecer-se no campo, do estádio de desenvolvimento da cultura e da intensidade dos fatores ambientais presentes.

Genericamente, para condições favoráveis de manejo, milhos tropicais são mais drenolimitantes, visando rendimento de grãos.

O Rendimento de Grãos (RG) é Determinado pelos Componentes do Rendimento. O rendimento de grãos pode ser dividido dentre os componentes de Número de plantas por hectare (p.ex., 50.000/ha), Número de espigas por planta (EPP, p.ex., 1,1), Número de grãos por espiga (GPE, p.ex., 440) e Peso por grão (PPG, p.ex., 330 mg, ou 0,00033kg).

 

Rendimento de Grãos (RG) = Nº plantas/ha x N° espigas/planta x Nº grãos por espiga x Peso por grão (kg/ha)

 

Rendimento de Grãos (RG) = 50.000 plantas/ha x 1,1 espiga/plantas x 440 grãos/espiga x 0,00033kg por grão

RG = 7.896 kg/ha

 

População de plantas

Visando aumentos de produtividade de grãos de milho a questão de população final em relação à população inicial de plantas é de fundamental importância. Cultivares modernas de milho estão sendo melhoradas para respostas positivas a aumentos de densidades. As recomendações técnicas quanto à escolha da cultivar devem ser observadas para o local, época do ano e tipo de manejo a aplicar na cultura, visando aumentos no rendimento de grãos.

Fisiologia produtiva do milho

Grande parte da matéria seca do milho (90%) provém da fixação de CO2, pelo processo da fotossíntese. O milho é uma planta de metabolismo C4, que apresenta alta eficiência na utilização de luz e CO2. Portanto, uma das causas da queda de produtividade do milho é a deficiência de luz em períodos críticos do desenvolvimento, como, por exemplo, enchimento de grãos.

Deve-se ressaltar, no entanto, que, apesar da eficiência das plantas C4, existem duas características da planta de milho que diminuem o potencial de eficiência das folhas. A mais limitante é o hábito de crescimento, que proporciona um autosombreamento das folhas inferiores. A outra é a presença do pendão, o qual fica inativo logo após a fertilização, mas que chega a sombrear as plantas em até 19%, dependendo da cultivar.

Para se estabelecer uma cultura eficiente no campo, aproveitando ao máximo a energia radiante, atenção é requerida tanto na densidade de plantio quanto na própria distribuição de plantas sobre a superfície, a qual é afetada pelo genótipo envolvido.

Materiais com menor área foliar por planta requerem mais plantas por hectare, enquanto que plantas mais baixas requerem fileiras mais estreitas que plantas mais altas, para uma eficiente interceptação da luz.

Uma boa densidade populacional de planta (estande) representa um fator de rendimento, pois é a partir daí que se vai ter uma cultura com sucesso. O ideal é um plantio adequado para a obtenção de um estande final, na colheita, de 40 a 60 mil plantas/ha. Cultivares modernas estão disponíveis no mercado e respondem bem a densidades de 70 mil plantas/ha.

De acordo com Dwyer et al. (1991), a modernização dos sistemas de produção de milho tenderão a aumentar a densidade de planta para maximizar rendimento de grão.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

Paulo César Magalhães, P.C.; Durães, F.O.M.; Carneiro, N.P.; Paiva, E. Fisiologia do Milho. Embrapa Milho e Sorgo, Circular Técnica 22. 2003.

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Tags: fisiologia vegetal, Produção, rendimento

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