Como o Brasil pode reduzir a dependência de fertilizantes importados?

Como o Brasil pode reduzir a dependência de insumos externos

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Tendo em vista o atual cenário, de grande dependência de fertilizantes e outros insumos importados, que se reflete em custos elevados e até escassez de fornecimento, a curadoria de hoje traz uma discussão de como o Brasil pode atuar para reduzir essa dependência e potencializar a produção nacional desses insumos básicos para o agronegócio.

Neste sentido, estamos compartilhando a audiência pública que ocorreu na última quinta-feira (28) no Senado Federal para debater sobre a produção de fertilizantes agrícolas no país.

No evento, o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Esteves Colnago, destacou o potencial das pesquisas geológicas desenvolvidas pelo SGB-CPRM sobre minerais estratégicos e apontou os cenários de oferta e demanda traçados pela instituição em relação à produção de fertilizantes fosfatados e potássicos.

Conforme ressaltou Colnago, o SGB-CPRM, que é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), está coletando informações e dando atenção especial à exploração de minerais estratégicos, a exemplo do cobre, cobalto, lítio, grafita e nióbio, além dos agrominerais, como fosfato e potássio. Estes estudos, segundo explicou o gestor, foram solicitados pelo MME e pela Presidência da República, por meio da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para integrar o Plano Nacional de Fertilizantes.

“O nosso objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do setor mineral brasileiro diz respeito ao detalhamento e ao potencial exploratório em áreas de relevante interesse mineral, identificando novas áreas de potencial mineral do país e ampliando o conhecimento sobre esses minerais estratégicos. Para isso, estamos realizando levantamentos geológicos, aerogeofísicos e geoquímicos”, enfatizou o diretor-presidente.

Colnago apresentou três cenários possíveis para a produção de fertilizantes fosfatados e potássicos traçados pelo SGB-CPRM para compor o Plano Nacional de Fertilizantes, que está sendo elaborado pelo Governo Federal. O primeiro considera a manutenção do ritmo de aumento da capacidade atual dos produtos à base de fosfato, com a implementação dos projetos já previstos até 2026, mas sem novos incrementos depois desta fase. Nesse horizonte, a demanda deverá passar de 5,9 milhões de toneladas, em 2022, para 12,2 milhões em 2050, e o déficit poderá cair de 56,2% para 47,2%.

Já no segundo cenário, Colnago explica que a projeção do SGB-CPRM mostra que oferta futura é potencializada por uma dinâmica virtuosa de expansão de reservas e de investimentos em P,D&I em determinados empreendimentos específicos. Ilustrando com gráficos, o diretor-presidente apontou que, no período 2022 a 2050, a oferta deverá crescer a uma taxa média de 4,1% ao ano, enquanto a demanda evolui nas mesmas taxas apontadas anteriormente, de 1,9% ao ano no Cenário A, 2,2% no Cenário B e 2,6% no Cenário C. Tomando por referência o Cenário de demanda intermediário (B), a evolução do referido indicador evidencia queda para 26% em 2050.

No terceiro cenário, Colnago diz que a oferta futura é potencializada por uma dinâmica virtuosa de expansão de reservas e de investimentos em P,D&I, em um número mais expressivo de empreendimentos. Com isso, segundo ele, pode-se concluir que no período 2022 a 2050 a oferta deverá crescer a uma taxa média de 4,6% ao ano e o nível de dependência de importações poderá ser de 25% no cenário mais pessimista. “Então conclui-se que, para fertilizantes fosfatados, o empenho da expansão das reservas e investimentos em P, D & I, é fundamental”, enfatizou o diretor-presidente do SGB-CPRM.

“Nós procuramos mitigar o risco prospectivo com os mapas de maior detalhamento, para mostrar as oportunidades de ocorrências de minerais brasileiros, como um todo no país”, disse Colnago. O diretor-presidente afirmou, ainda, que “vem sendo desenvolvido, hoje, uma dezena de pesquisas, onde o SGB-CPRM somou esforços com as academias para buscar conhecimento e novas ideias geológicas que possam impactar o desenvolvimento econômico nacional”.

Assista ao vídeo da TV Senado sobre a redução de insumos importados na agricultura:

Audiência pública completa:

Fonte: Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM)

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Tags: Fertilizantes, insumos, pesquisa e desenvolvimento, Senado Federal, Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM)

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2 Comentários. Deixe novo

  • roberto breves vianna Vianna
    23 de novembro de 2021 11:19

    Quando o atual presidente da CPRM afirma que “estamos empenhados em projetos para definir as possíveis ocorrências de fertilizantes no país”, me parece estar ouvindo os mesmos dirigentes que na década de 1970, logo após a descoberta do fosfato de Patos de Minas, prometeram o mesmo…..no Brasil falta continuidade a projetos iniciados no passado com grande alarido e que morrem quase no nascedouro…

    Responder
  • roberto breves vianna Vianna
    23 de novembro de 2021 11:21

    Apenas acrescentando ao meu comentário, que sou geólogo, trabalhei por 10 anos em projeto do DNPM executado pela CPRM e vivi o problema que estou comentando. Quem sabe desta vez dará certo??

    Responder

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