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Clima favorece a ocorrência de giberela no trigo

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(Curadoria Agro Insight)

Hoje, a curadoria Agro Insight compartilha informações importantes sobre a principal doença do trigo, a giberela. Os produtores podem enfrentar problemas no seu controle em função das condições.

Giberela

A giberela é uma doença causada pelo fungo Gibberella zeae (Fusarium graminearum) que ataca as espigas dos cereais de inverno, ocasionando perdas de até 25% no rendimento de grãos, além do potencial de contaminação dos grãos por micotoxinas, que prejudicam a saúde humana e animal. Giberela é o principal problema que afeta as lavouras de trigo, cevada e triticale no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e região centro-sul do Paraná, especialmente em anos de El Niño, quando são frequentes períodos de alta umidade do ar com precipitação pluvial em dias consecutivos e temperaturas entre 24 e 30ºC, que potencializam a ocorrência de epidemia na Região Sul.

O ataque causado pelo fungo pode ocorrer a partir da espiga recém emergida, causando a despigmentação nas espiguetas, que ficam com coloração esbranquiçada ou de cor de palha formando contraste com o verde normal das outras espiguetas. A espigueta afetada produz grãos chochos, enrrugados, com coloração branco-rosada a pardo-clara.

Sintomas no grão. Foto: Paulo Kurtz e
Maria Imaculada Lima
Sintomas na espiga. Foto: Paulo Kurtz e
Maria Imaculada Lima

Ambiente favorável à giberela

Condições climáticas que favorecem a doença: 

  • Precipitação pluvial, de no mínimo, 48 horas consecutivas.
  • Temperaturas entre 20 e 25°C são ideais para o desenvolvimento da doença.

Na atual safra, as temperaturas acima da média e excesso de chuvas trazidas pelo fenômeno El Niño formam o ambiente perfeito para o fungo causador da giberela, principal doença do trigo. Veja as orientações da pesquisa para reduzir os danos com a doença.

Fase mais suscetível

Por se tratar de um fungo que ataca a espiga, a planta de trigo fica mais suscetível à giberela a partir do florescimento até a fase final de enchimento de grãos. No PR, quase metade das lavouras estão nas fases de floração e frutificação, ou seja, suscetíveis à incidência de giberela. Nos estados do RS e SC, as lavouras são implantadas mais tarde, com espigamento do trigo previsto entre os meses de agosto e setembro.

Controle

Controle preventivo

– Cultivares moderadamente resistentes.

– Escalonamento de semeadura.

– Cultivares com ciclos diferentes de espigamento.

– Controle químico – esta prática só é efetiva se aplicada preventivamente.

Controle químico

Como até o momento não existem cultivares de trigo com total resistência genética à giberela, o controle químico tem sido a forma mais indicada de controle, mas a eficácia é variável entre os princípios ativos, sendo também afetada pela favorabilidade ao desenvolvimento da doença em função das condições do ambiente e diferenças genéticas entre as cultivares. De forma geral, a eficiência no controle com fungicidas varia de 60 a 80%, mas o manejo químico deve estar associado a cultivares com resistência, mesmo que parcial, e à aplicação do fungicida no momento correto.

Recomendações para a safra 2023

A partir de resultados de pesquisa da safra 2022, podem ser sugeridas algumas recomendações  que se mostraram eficientes no controle da giberela em trigo, resultando na redução da incidência, do índice de doença e da concentração da micotoxina deoxinivalenol e na preservação do potencial de produtividade de grãos.

– Constante monitoramento da lavoura

– A utilização de fungicidas à base de:

  • trifloxistrobina + tebuconazol;
  • trifloxistrobina + protioconazol + bixafen;
  • metominostrobina + tebuconazol e tiofanato-metílico;
  • pidiflumetofen + protioconazol.

– Realização de três aplicações sequenciais, a primeira no início da floração (25% a 50%), e as demais em intervalos entre 7 a 12 dias.

Assista a palestra da fitopatologista Cheila Sbalcheiro sobre doenças de espiga na cultura do trigo:

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

Embrapa/Notícias – Trigo: clima pode favorecer incidência de giberela. Agosto de 2023.

FERREIRA, A.; SBALCHEIRO, C. C.; SANTANA, F. M.; DEL PONTE, E. M.; SENGER, M.; GUTERRES, C. W.; PIZOLOTTO, C.; VENANCIO, W. S.; MARTINS, F. C.; KUHNEM, P. R.; CHAGAS, D. F.; SCHIPANSKI, C. A.; ZANATTA, M.; CASAROTTO, G.; MACHADO, F. J.; FORCELINI, C. A.; ROEHRIG, R.; CÓL, M. C. de. Eficiência de fungicidas para controle de giberela do trigo: resultados da Rede de Ensaios Cooperativos do Trigo – safra 2022. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2023. 18p.

LIMA, M.I.P.,; COSTAMILAN, L.M.; MACIEL, .L.N.; CHAVES, M.S.; SANTANA, F.M. EMBRAPA – TRIGO: Doenças – Giberela. 2021. Disponível em:https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/trigo/producao/doencas/giberela

 

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Tags: Doença de Planta, Doença fúngica, Fungicida, Fusarium Graminearum, Gibberella zeae, Giberela, Micotoxina, trigo

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