Brasileiros e chineses lideram pesquisa sobre consumo de carne bovina

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Pesquisadores brasileiros e chineses lideram pesquisa inédita sobre o comportamento dos chineses no consumo de carne bovina sem impacto negativo ao meio ambiente

  

Maior parceiro comercial do Brasil, a China ocupa o posto de principal comprador de carne e soja brasileira no mundo, representando 53,3% do total exportado. Números que acenderam um alerta sobre os impactos ambientais associados ao desmatamento impulsionado pela agropecuária. Neste cenário, a busca por carne bovina livre de desmatamento surge como uma oportunidade para mitigar os riscos em toda a cadeia produtiva. Desde 2023, pesquisadores brasileiros e chineses uniram-se para estudar alternativas mais sustentáveis para o processo­. A parceria reuniu a Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (da sigla em inglês CAAS – Chinese Academy of Agricultural Sciences) e o Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGVAgro), que formam a coalização de pesquisa Brasil e China, com apoio da The Nature Conservancy (TNC) Brasil.

mãos oferecem um pedaço de grande bife de carne com osso

Fonte: freepik 02/05/2024

 A missão da coalizão consiste em conduzir estudos que possam fornecer os melhores e mais atuais dados disponíveis sobre a interconexão entre a gestão do uso terra, as mudanças climáticas, a eficiência agrícola e a segurança alimentar, focando especialmente nos fluxos comerciais de produtos agrícolas entre os países. Embora a soja e a carne bovina sejam pontos centrais, a pesquisa também tem o objetivo de informar – e influenciar – na tomada de decisões relativas à promoção da agricultura sustentável e otimização das cadeias de abastecimento.

 O intercâmbio rendeu uma pesquisa sobre os impactos positivos nos hábitos de consumo dos chineses. Através de experimentos de escolha e intervenções controladas, utilizando amostras de consumidores urbanos de carne bovina na China, o estudo analisou o efeito da introdução de rotulagem de desmatamento zero, juntamente com a transparência de dados de processos de produção mais sustentáveis, com informações sobre proteção ambiental e rastreabilidade. O objetivo do levantamento foi entender como estas medidas influenciam a disposição dos consumidores chineses em adquirir carne bovina brasileira produzida sem impacto ambiental.

Os resultados deste estudo foram apresentados no dia 30 de abril, terça-feira, no Seminário Brasil/China, que abordou o tema “Exportações de Soja e Carne: rotas para a sustentabilidade”. O evento aconteceu na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo e contou com a presença de pesquisadores chineses e brasileiros que lideram a coalizão de pesquisa.

 O encontro faz parte das iniciativas desenvolvidas pelo grupo, que vem desenvolvendo uma plataforma para cadeias de valor de alimentos verdes China-Brasil e colaboração agrícola sustentável, que pretende realizar em parceria com mais instituições de pesquisa. O lançamento desta plataforma está previsto para o mês de novembro em Pequim.

 TNC

A The Nature Conservancy (TNC) é uma organização de conservação ambiental dedicada à proteção das terras e águas das quais toda a vida depende. Guiada pela ciência, a TNC cria soluções locais inovadoras para os principais desafios do mundo, de forma que a natureza e as pessoas possam prosperar juntas. No Brasil, onde atua há 35 anos, o trabalho da TNC concentra-se em solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para mitigar as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade. A TNC Brasil atua em cooperação com a TNC Global, organização que trabalha em 76 países, utilizando uma abordagem colaborativa, que envolve comunidades locais, governos, setor privado e a sociedade civil. 

 Sobre a FGV

Criada em 1944, a Fundação Getulio Vargas nasceu com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico do Brasil por meio da formação de administradores qualificados, nas áreas pública e privada.  Ao longo do tempo, a FGV ampliou a sua atuação para outras áreas do conhecimento, como Ciências Sociais, Direito, Economia, História, Matemática Aplicada, Ciência de Dados, Relações Internacionais e, mais recentemente, Comunicação Digital, sendo sempre reconhecida pela qualidade e excelência ao produzir e difundir conhecimento.  Atualmente, a FGV possui parceria com mais de 200 instituições estrangeiras de ensino superior e ocupa o 3º lugar entre os melhores Think Tanks do mundo, segundo Think Tanks and Civil Societies Program (TTCSP), da Universidade da Pensilvânia.

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Tags: alimentos verdes, consumo carne bovina, Desmatamento, inovacao, pesquisa

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