Atualização da safra de grãos

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(Curadoria Agro Insight)

Com o objetivo de trazer aos os produtores uma atualização da safra de grãos e contribuir para um entendimento de como o mercado pode evoluir, trouxemos o resultado do levantamento realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) sobre o andamento da safra das principais culturas de grãos.

Monitoramento agrometeorológico

No período de 1 a 21 de maio, a seca sazonal da região central do país se intensificou. Houve pouca ou nenhuma precipitação nos estados de Mato Grosso e Goiás, além do Norte de Mato Grosso do Sul, de partes de Minas Gerais e do Matopiba. Onde a umidade do solo já se encontrava baixa, houve restrição às lavouras de milho segunda safra, principalmente àquelas plantadas mais tarde, fora da janela ideal, que ainda se encontram em floração e enchimento de grãos.

Os maiores acumulados de chuva foram observados na região Norte, no Norte da região Nordeste e em parte da região Sul, especialmente no Norte e Nordeste do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, favorecendo o armazenamento de água no solo e as lavouras em desenvolvimento. No Sudoeste de Mato Grosso do Sul e no Paraná, as chuvas foram suficientes para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra.

Os mapas de precipitação acumulada a cada período de sete dias mostram que os maiores volumes de chuva na região Sul ocorreram no início do mês, retardando a colheita do milho e da soja em algumas áreas. No período seguinte as chuvas diminuíram, favorecendo a colheita e a realização de tratos culturais. Nos últimos sete dias, houve chuvas em áreas isoladas no Triângulo Mineiro e no Sudeste de Goiás, amenizando o deficit hídrico e beneficiando lavouras de milho segunda safra em desenvolvimento, floração e enchimento de grãos.

Ainda no final do período, o avanço de uma onda de frio intensa provocou redução das temperaturas mínimas no Centro-Sul do país, registrando valores abaixo de 10°C em várias localidades, além de recordes de temperatura mínima, ocorrência de neve e geada. O mapa da média diária da temperatura mínima entre os dias 17 e 21/05 mostra a abrangência das áreas atingidas. Possíveis impactos às lavouras de milho segunda safra e feijão em estágios fenológicos sensíveis estão sendo avaliados.

O frio reduziu a evapotranspiração e a perda de umidade do solo, amenizando o efeito falta de chuvas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. A média diária do armazenamento hídrico no solo durante o período do monitoramento mostra que as maiores restrições hídricas ocorreram no Oeste da Bahia, no Norte e Noroeste de Minas Gerais e em Goiás, além do Sudeste de Mato Grosso, do Leste de Mato Grosso do Sul e do Noroeste de São Paulo.

As médias do armazenamento hídrico a cada período de sete dias, mostram um aumento das áreas com baixa umidade no solo no período entre 08 e 14/05, com uma intensificação da restrição hídrica em algumas áreas. No último período, no entanto, em função da redução das temperaturas e das precipitações que ocorreram no Sudeste goiano e no Triângulo Mineiro, houve redução do deficit hídrico, contribuindo com a recuperação de lavouras de milho segunda safra que vinham sofrendo com estiagem desde o mês anterior.

Safra de grãos

Soja

Goiás: colheita finalizada. Parte da produção está sendo estocada em silos bolsa para disponibilizar a armazenagem de milho nos silos metálicos.

Mato Grosso: colheita finalizada. A ótima performance em relação à produtividade média ficou evidente ao longo da safra, sempre se mantendo superior a 3.600 kg/ha, uma das melhores produtividades da série histórica.

Santa Catarina: devido às condições climáticas, com temperaturas mais baixas, precipitações frequentes e maior incidência de nuvens, houve redução no ritmo de desenvolvimento das lavouras, retardando a colheita e o desenvolvimento das áreas plantadas mais tarde, como foi o caso da região Oeste do estado. A área colhida já alcança 98% da área semeada.

Paraná: colheita finalizada.

Rio Grande do Sul: a colheita evolui rapidamente na região Sul onde restam mais áreas a serem colhidas. No Norte, onde a colheita se aproxima do final, as chuvas atrapalharam e os trabalhos evoluíram lentamente. Na região Sudoeste, lavouras localizadas em várzeas apresentam dificuldades na colheita devido ao excesso de umidade e alagamento. A qualidade como e a quantidade de grãos nas últimas lavouras foram superiores às colhidas no início da safra, mas os prejuízos devido à estiagem de novembro e dezembro são irreversíveis.

Piauí: colheita finalizada com confirmação de altas produtividades.

Maranhão: a colheita alcança 89% da área semeada. Na região Leste do estado, nas microrregiões de Chapadinha e do Baixo Parnaíba Maranhense, a colheita apresenta atraso em razão das chuvas persistentes.

Bahia: colheita finalizada com ótima produtividade e excelente qualidade do grão.

Milho Primeira Safra

Goiás: colheita segue em ritmo lento, mas praticamente finalizada. Restam áreas pontuais na região Leste. Boas produtividades alcançadas (entre 9.000 a 10.200 kg/ha) com destinação de grande parte a contratos firmados com a indústria de etanol e fábricas de ração.

Minas Gerais: colheita finalizada.

São Paulo: colheita finalizada com produtividade superior à safra anterior.

Paraná: colheita finalizada. O rendimento médio apresentou redução significativa.

Rio Grande do Sul: colheita avançou onde houve condições adequadas de umidade. As lavouras semeadas mais tarde apresentam melhores produtividades. Há risco de impacto pelas geadas, principalmente as que ainda estão em enchimento de grãos.

Bahia: no Extremo-Oeste a colheita segue lentamente, apresentando boa produtividade e qualidade dos grãos. No Centro-Sul a colheita foi finalizada.

Piauí: lavouras se desenvolveram em boas condições e tem apresentado boas produtividades. A colheita segue avançando, com 45% da área colhida.

Maranhão: colheita em andamento no Centro-Sul do Maranhão. A operação se intensificará nas próximas semanas, até julho, principalmente devido à redução do volume de chuvas.

Milho Segunda Safra

Goiás: os baixos volumes de chuva foram insuficientes para reverter o quadro de deficit hídrico da maioria das lavouras em fase reprodutiva. Apenas parte da região Leste foi beneficiada por chuvas de até 50 mm favorecendo algumas lavouras. Foram registradas baixas temperaturas, porém sem relatos de danos nas lavouras.

Mato Grosso: colheita do cereal começa a se intensificar. As boas precipitações devem garantir produtividades superiores à 6.000kg/ha. As baixas temperaturas registradas não implicará em prejuízos significativos à cultura, pois a maior parte das lavouras está em estádios finais do ciclo produtivo.

Mato Grosso do Sul: houve ocorrência de geadas em pontos baixos de municípios localizados em todas as regiões produtoras do estado. Há necessidade de avaliação da extensão e intensidade dos danos. A chuva que antecedeu a frente fria garantiu boa umidade para os cultivos no Centro-Sul. À medida que se avança para o Norte, há muitos pontos de estresse hídrico que começam a afetar a perspectiva produtiva das lavouras.

Minas Gerais: precipitações pontuais no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba contribuíram para as lavouras em fase de enchimento de grãos. As lavouras no Noroeste são as mais afetadas pelo clima seco. Há expectativa de redução do potencial produtivo nessas regiões.

São Paulo: a redução nas precipitações preocupa os produtores principalmente para o milho que está em fase de enchimento de grão. A falta de chuva é mais crítica no Norte e Noroeste do estado, onde espera-se perda do potencial produtivo.

Paraná: lavouras apresentam bom desenvolvimento em cerca de 87% das áreas plantadas e 13% estão em condições regulares e ruins. As mais afetadas estão nas regiões de Campo Mourão e Cascavel. Foram relatadas ocorrências de ataques de cigarrinha do milho e enfezamento, além de viroses provenientes de pulgões.

Matopiba: no Extremo-Oeste da BA, as lavouras estão com limitações produtivas, devido ao estresse hídrico. No MA, PI e TO, as lavouras estão, no geral, em boas condições. Porém, existem áreas em condições ruins devido à baixa umidade do solo. De maneira geral, as lavouras semeadas na janela ideal apresentam boas perspectivas de produtividade e não há expectativa de perda em função da redução nas precipitações.

Algodão

Mato Grosso: a cultura está, majoritariamente, em fase de maturação. O baixo volume de precipitações não foi suficiente para repor a umidade ideal do solo. Algumas lavouras da região Sudeste do estado foram atingidas por geadas. Apesar das condições climáticas adversas, as plantas ainda se encontram em bom desenvolvimento.

Bahia: lavouras da região Centro-Sul estão em processo de colheita. As irrigadas estão em fase de formação de maçãs e, em menor parte, em maturação. Na região Extremo-Oeste, o estresse hídrico causado pela estiagem prejudica o desenvolvimento das lavouras.

Goiás: lavouras estão, em sua maioria, na fase de formação de maçãs e se encaminhando para maturação. Algumas se encontram em fase de floração.

Mato Grosso do Sul: a colheita das regiões Leste e Sudoeste do estado está sendo finalizada. Lavouras com o ciclo mais adiantado, na região Centro-Norte, avançam para a maturação e serão desfolhadas nas próximas semanas,com o aumento da temperatura.

As baixas temperaturas retardaram a abertura de capulhos e lavouras mais novas foram afetadas pelas geadas.

Minas Gerais: colheita iniciada. A maioria das lavouras está dividida entre as fases de formação de maçãs e maturação. Apesar das baixas temperaturas e da restrição hídrica, ainda não há indícios de impacto no desenvolvimento da cultura.

Maranhão: lavouras predominantemente em fase de formação de maçãs. As condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da cultura.

Piauí: lavouras em fase de maturação com abertura dos capulhos. As condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da cultura.

São Paulo: a colheita no estado avança e alcança quase metade da área cultivada. O frio e o orvalho dificultaram as operações de colheita.

Trigo

Goiás: semeadura praticamente concluída. Chuvas que ocorreram recentemente no Leste do estado contribuíram para a cultura, principalmente para as lavouras de sequeiro. O plantio de lavouras irrigadas deve ser concluído até o fim de maio/início de junho. Registros de baixas temperaturas na segunda quinzena de maio podem gerar alguns danos às lavouras, especialmente nas regiões produtoras de maior altitude, mas sem confirmação de perdas.

Mato Grosso do Sul: o plantio foi concluído em maio. Houve redução na área plantada, em relação à safra anterior, em razão da menor disponibilidade de sementes causada pela incidência de geadas. Os produtores tradicionais utilizaram grãos salvos do ano anterior como material propagativo. As lavouras da atual safra estão, majoritariamente, em desenvolvimento vegetativo e seguem em boas condições, mesmo com a queda acentuada de temperatura na segunda quinzena de maio, pois as plantas estavam em fases mais tolerantes ao frio.

São Paulo: cerca de 60% das áreas foram semeadas. A falta de chuva em algumas regiões tem levado os produtores a adotarem estratégias diferentes: ou plantar toda a área sem umidade nos solos ou esperar a ocorrência de chuvas mais regulares para efetuar o cultivo. A expectativa é que até o fim da primeira quinzena de junho todas as lavouras estejam implantadas. Para aquelas lavouras já estabelecidas, as condições estão entre boas e regulares.

Minas Gerais: as lavouras foram implantadas e seguem em plena evolução, com algumas já ingressando na fase de floração. As condições gerais são boas, mas as baixas temperaturas registradas na segunda quinzena de maio podem impactar a cultura, especialmente as lavouras mais adiantadas no ciclo, que estão em estádios críticos.

Paraná: é o único estado da região Sul que iniciou a semeadura. As chuvas registradas em março e abril e a umidade acumulada nos solos permitiram o avanço nas operações, que ultrapassaram 45% da área total esperada. Algumas regiões ao Norte postergaram as atividades por baixa umidade nos solos. Outras localidades, por incidência de baixas temperaturas ou excesso de nebulosidade e ventos, também não prosseguiram com as operações. Cerca de 98% das lavouras estão em boas condições e 2% como médias. A maioria está em fase de desenvolvimento vegetativo e o restante em emergência.

Arroz

Rio Grande do Sul: apesar do excesso de precipitações ter prejudicado a operação de colheita, a área colhida atinge 98%. A área de 2% a ser colhida corresponde às lavouras nas regiões Sul e Central do estado. As precipitações também impactaram a qualidade dos grãos colhidos e a produtividade segue reduzida principalmente em razão da estiagem nas principais áreas produtoras quando em fase de desenvolvimento, enquanto que as lavouras mais tardias vêm apresentando melhores rendimentos.

Santa Catarina: colheita concluída.

São Paulo: colheita concluída.

Goiás: 99% da área colhida, restando apenas talhões em São Miguel do Araguaia.

Tocantins: a qualidade dos grãos está boa, assim como as lavouras remanescentes. As áreas semeadas tardiamente não atingiram o ponto ideal de maturação, mas o clima estável favoreceu o avanço da colheita nas demais áreas produtoras.

Maranhão: a colheita se intensifica, chegando a 70%, sobretudo nas regiões Sul e Centro-Sul do estado. Nas regiões Norte e Centro está quase finalizada.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

Boletim de Monitoramento Agrícola, Brasília, v. 11, n. 05, Mai, 2022, p. 1-19.

 

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Tags: algodão, Arroz, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), milho, Safra de grãos, soja, trigo

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