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GERAIS
Plano Safra 2024/25 será recorde e deve ser anunciado em Rondonópolis (MT)
O ministro da Agricultura Carlos Fávaro voltou a afirmar que o Plano Safra 2024/25, que começa em 1º de julho, terá volume recorde de recursos para crédito rural. “Tenho certeza de que o Plano Safra será maior e melhor”, disse Fávaro a jornalistas, após participar de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e parlamentares da bancada do agronegócio.
O ministro classificou a reunião como “importante para colher as sugestões da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) para números e propostas do Plano Safra. “Foi uma reunião bastante resolutiva. Tenho certeza de que sairá um Plano Safra ainda melhor e maior que o anterior, que foi recorde e que vai atender cada vez mais a necessidade dos produtores”, acrescentou Fávaro. A ampliação dos recursos para subvenção ao seguro rural e para comercialização também foram tratados na reunião, relatou Fávaro.
O Plano Safra 2024/25 para médios e grandes produtores deve ser anunciado na próxima quarta-feira (26) em Rondonópolis, Mato Grosso. “Provavelmente será em Rondonópolis. O presidente (Lula) me pediu para fazer o anúncio da agricultura empresarial no Centro-Oeste e sugerimos Rondonópolis porque já há outras demandas que serão anunciadas e dá capilaridade”, apontou. A data do anúncio ainda está sendo fechada conforme a agenda presidencial, segundo Fávaro.
O pedido do Ministério da Agricultura é por R$ 452,3 bilhões para financiamentos para médios e grandes produtores na safra 2024/25, 24% mais ante os R$ 364,2 bilhões ofertados para custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial na safra passada. O anúncio do Plano Agrícola para a agricultura familiar será realizado na próxima terça-feira (25), às 10h, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Fonte: Canal Rural 19/06/2024
Embrapa e ministérios somam esforços no combate à fome e à desertificação
No Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação, o governo federal anunciou o Projeto de Aceleração Social no Piauí, que visa promover a inclusão social e produtiva de agricultores vulneráveis, além de combater as causas e consequências da desertificação e degradação da terra no estado. As ações do projeto estão previstas para iniciar no segundo semestre de 2024 e se estenderão até 2026. Na segunda-feira (17), a Embrapa, os ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Agricultura e Pecuária (Mapa), Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o governo do estado do Piauí assinaram o protocolo de intenções.
A desertificação é um problema que afeta diversas regiões do mundo, mas no Brasil, se concentra principalmente no semiárido nordestino, impactando 13% do território nacional, conforme dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens por Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas. Essa área abrange quase 1,5 milhão de quilômetros quadrados em 1.488 municípios de nove estados do Nordeste, além de algumas localidades no norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, totalizando uma população de mais de 29 milhões de habitantes. O projeto será iniciado na região do município de Gilbués (PI), um dos quatro polos de maior desertificação no país, juntamente com Cabrobó (PE), Seridó (RN) e Irauçuba (CE).
O ministro Wellington Dias do MDS destacou a importância de retomar um trabalho iniciado nos primeiros governos do presidente Luíz Inácio Lula da Silva. “O objetivo é retomar um trabalho iniciado há anos, com o diferencial de agora termos juntos, em um novo arranjo, a Embrapa, o MDS, o MMA, o MDA, o Mapa e o governo do Piauí”. O governador do Piauí, Rafael Fonteles, enfatizou o esforço intersetorial, que também envolve universidades públicas, para dar continuidade ao processo de recuperação de áreas degradadas no estado, especialmente as áreas de desertificação em Gilbués e proximidades. Ele mencionou que alguns centros de pesquisa da Embrapa, especialmente a Embrapa Meio Norte, já possuem trabalhos e diagnósticos locais sobre o problema.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou a disponibilização das tecnologias da Embrapa para restauração de áreas degradadas, conservação do solo e da água. “Vamos trazer nossos pesquisadores para, juntos, no modelo de caravana, treinar os técnicos de Ater e a comunidade local, contribuindo assim para o enfrentamento à desertificação e redução do impacto das mudanças climáticas. Pela primeira vez, estamos vendo áreas do Semiárido se tornarem áridas devido às mudanças climáticas. A Embrapa está presente para desenvolver tecnologias de adaptação a essas mudanças”, afirmou.
Fonte: Embrapa 19/06/2024
Começou nesta terça-feira, na sede da Embrapa em Brasília, a 8ª Reunião da Rede Zarc de Pesquisa. O evento reúne pesquisadores, gestores públicos e privados que desempenham papéis essenciais na gestão de risco climático na agricultura brasileira. As falas iniciais sublinharam a necessidade de aprimorar os mecanismos de mitigação de perdas causadas por eventos climáticos adversos no Brasil.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, inaugurou o evento destacando o aumento na frequência de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e chuvas excessivas. Esse cenário exige um refinamento dos bancos de dados e das análises usadas no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). “O Zarc é crucial nas políticas públicas de gestão de risco. Desde sua implementação no Proagro, ajudou a reduzir 70% das perdas. Agora precisamos melhorar a série climática, aperfeiçoar nossos modelos e trabalhar a gestão de riscos”, afirmou.
Massruhá também ressaltou a importância da rede de pesquisa Zarc, que envolve profissionais de mais de 30 centros de pesquisa da Embrapa, permitindo a validação do zoneamento em todo o país. “A atuação integrada desta rede de pesquisadores tem servido de exemplo para outras áreas de trabalho na Embrapa”, acrescentou. Carlos Augustin, assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, elogiou o Zarc. “É um exemplo claro de como a tecnologia da Embrapa pode se transformar em um instrumento público útil para o governo, seguradoras e setor produtivo. É um exemplo de bom uso dos recursos públicos”, disse. Augustin também destacou o zoneamento de níveis de manejo, que fornecerá informações mais detalhadas para uma melhor gestão dos riscos.
Gilson Bittencourt, Subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, mencionou a expectativa do Banco Central em relação às melhorias no Zarc e a revisão das séries climatológicas, enfatizando a relevância dos dados recentes em conjunto com os históricos. Ele também destacou a obrigatoriedade do uso do Zarc no crédito rural como uma forma de valorizar a ferramenta e captar mais recursos para seu aperfeiçoamento.
Cláudio Filgueiras, chefe do departamento de regulação, supervisão e controle de crédito rural do Banco Central, apresentou melhorias no Proagro, como a diferenciação na cobertura conforme o risco contratado, visando melhorar o perfil de risco e reduzir incoerências. Ele também sugeriu a criação de um fundo garantidor da agricultura como mais uma ferramenta de gestão de riscos. Dyogo Oliveira, diretor-presidente da Confederação Nacional de Seguradoras (CNSeg), apoiou a iniciativa e destacou a baixa cobertura de seguros agrícolas no Brasil, onde apenas 7% das lavouras estavam seguradas na última safra. Ele mencionou que entre 2013 e 2023, desastres naturais causaram R$ 639,4 bilhões em prejuízos no Brasil, com 56% dessas perdas no setor agropecuário. A 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa continua até quinta-feira, com transmissões ao vivo nos dois primeiros dias pelo canal da Embrapa no YouTube. O último dia será dedicado a discussões sobre o trabalho de pesquisa da rede. O evento é realizado pela Embrapa, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária e do Banco Central.
Pesquisadores desenvolvem sistema mecanizado que facilita manejo e uso da da gliricidia
Pesquisa da Embrapa recomenda a seleção precoce de porta-enxertos sob copa, para pomares de limeira-ácida tahiti, conhecida comercialmente como limão taiti ou, simplesmente, limão. O trabalho foi divulgado no periódico Acta Scientiarum Agronomy. Fruto de cinco anos de estudos, é a primeira publicação da Amazônia com recomendações da pesquisa de porta-enxertos para a cultura, com resultados concretos para o estado do Pará, terceiro lugar entre os produtores nacionais. Os estudos revelam ainda dados promissores para outros estados na Amazônia.
Durante cinco anos, pesquisadores da Embrapa investigaram o desempenho de sete genótipos de porta-enxertos da Embrapa, sendo eles: Sunki Tropical, BRS O S Passos, BRS Bravo, BRS Donadio, Citrandarin Indio, BRS Matta e LVK x LCR-038. Foram avaliadas, entre outras, características como altura de planta; volume da copa; número de frutos maduros por planta; produtividade total de frutos maduros por planta; produtividade acumulada de frutos (quilos por planta); e eficiência produtiva média.
Os resultados comprovaram elevada eficiência média produtiva, considerando produtividade, estabilidade e adaptabilidade para a seleção precoce. As recomendações ao Pará são os porta-enxertos Sunki Tropical, BRS O S Passos e Citrandarin Indio. Este último, com indicativos promissores para diversos estados da região. Primeiro autor do artigo, o pesquisador Fábio de Lima Gurgel, da Embrapa Amazônia Oriental (PA), explica que a citricultura na Amazônia, em especial, de limão e laranja no Pará, tem alcançado relevância nacional ao se firmar no ranking dos maiores produtores do País. A vocação regional para a consolidação de uma citricultura sustentável e na produção nacional se dá pela união de condições edafoclimáticas (solo e clima) favoráveis, áreas antropizadas disponíveis e, portanto, sem pressão sobre a floresta, e a crescente adoção de boas práticas e tecnologias.
Fonte (reportagem): Embrapa 19/06/2024
Pesquisa desenvolve método para cultivo de tomate-cereja em substrato de casca de coco
A Embrapa Agroindústria Tropical (CE) desenvolveu uma tecnologia inovadora para o cultivo de tomate-cereja utilizando substrato de casca de coco. Este método permite que as plantas cresçam em vasos ou sacos com o substrato, em ambientes protegidos como estufas e telados. A hidratação e nutrição das plantas são fornecidas por soluções nutritivas. Em experimentos realizados na Serra da Ibiapaba (CE) entre 2020 e 2022, essa técnica resultou em uma produtividade 33% superior ao método tradicional da região, sendo uma alternativa econômica e ecologicamente sustentável.
Os produtores locais que adotaram as técnicas desenvolvidas pela Embrapa alcançaram uma produtividade de 80 toneladas de tomate-cereja por hectare, comparado às 60 toneladas por hectare obtidas em campo aberto. O pesquisador Fábio Miranda destaca que o cultivo protegido em substrato pode alcançar produtividades ainda maiores do que as observadas na Serra da Ibiapaba. Miranda menciona outros benefícios da tecnologia, como melhor controle da irrigação e nutrição, maior eficiência no uso de água e fertilizantes, redução no uso de defensivos agrícolas, produção de frutos mais uniformes e de maior qualidade comercial, e menores custos com mão de obra devido à redução de práticas culturais como capinas e pulverizações.
O substrato de fibra de coco é especialmente recomendado para o cultivo protegido de tomates no Nordeste, devido à sua abundância e viabilidade econômica na região. A fibra de coco possui excelentes características físico-químicas, como estabilidade física, baixo peso, alta porosidade, boa aeração, alta capacidade de retenção de água e pH neutro, o que torna seu uso vantajoso. Além disso, o uso do substrato de coco agrega valor a um resíduo da produção de coco, beneficiando a cadeia produtiva do fruto.
O cultivo em substrato está em crescimento em diversos países, incluindo a Holanda, Espanha, Itália, Estados Unidos, México, China, Norte da África e Brasil, sendo utilizado especialmente para hortaliças-fruto e plantas ornamentais. Os primeiros experimentos com cultivo protegido e sem solo de tomate foram realizados nos municípios cearenses de Guaraciaba do Norte e São Benedito. Julião Soares, um produtor de tomate de Guaraciaba do Norte, adotou o cultivo protegido e sem solo com apoio da Embrapa, após quase 30 anos de cultivo tradicional. Ele relata que, ao adotar essa nova técnica, obteve maior produtividade em um espaço mais compacto.
João Victor Soares, estudante de agronomia na Universidade Federal do Ceará (UFC) e filho de Julião, auxilia na administração do cultivo protegido, focando no monitoramento de pragas e doenças. Ele observa que o cultivo protegido tende a ter menor incidência de pragas devido ao ambiente controlado, facilitando o manejo integrado de pragas. Além do cultivo de tomate-cereja, a Estufa Timbaúba também produz mudas de outras hortaliças como pimentão, tomate e pepino, demonstrando a versatilidade e eficácia do modelo de cultivo protegido e sem solo.
Fonte: Embrapa 19/06/2024
Monitoramento semanal das condições das lavouras
Atualizado em 17 de junho
Arroz– A colheita está praticamente concluída, com 99,8% da área total já colhida. No Rio Grande do Sul, a colheita foi finalizada, embora algumas áreas mais tardias não tenham sido colhidas devido aos alagamentos. No Maranhão, a colheita está em fase de conclusão, atingindo cerca de 98% da área total. Em Goiás, a colheita foi totalmente concluída. No Tocantins, a colheita está quase encerrada.
Algodão – A colheita está em progresso, com 3,1% da área total já colhida. Em Mato Grosso (MT), a colheita está evoluindo e a maioria das áreas está em abertura de capulhos e desfolhamento. Na Bahia (BA), a colheita foi favorecida pelo clima. Em Mato Grosso do Sul (MS), o tempo seco e o aumento na temperatura beneficiaram a maturação e a colheita. No Maranhão (MA), as lavouras de primeira safra estão com capulhos abertos e maçãs formadas, além de ter iniciado a colheita. As lavouras de segunda safra estão na fase de formação de maçãs e abertura dos primeiros capulhos. Em Goiás (GO), algumas áreas do Sul e do Sudoeste estão sendo colhidas. As lavouras de sequeiro estão em fase avançada de maturação, enquanto as irrigadas estão predominantemente em formação de maçãs e em boas condições de desenvolvimento. Em Minas Gerais (MG), a colheita progride nas áreas mais precoces. Em São Paulo (SP), a colheita foi iniciada em Riolândia e Martinópolis.
Milho 1ª Safra –A colheita está 88,1% concluída. Em Minas Gerais (MG), a colheita está quase finalizada. No Rio Grande do Sul (RS), os dias mais secos colaboraram com a evolução da colheita, especialmente no Planalto Superior. A colheita alcançou 97% da área total do estado e, apesar das chuvas no final do ciclo, a qualidade é considerada satisfatória. Na Bahia (BA), a colheita avança no Extremo Oeste, mas o rendimento observado é inferior ao esperado. No Centro-Sul, as lavouras apresentam baixa produtividade e qualidade. No Piauí (PI), a colheita está quase concluída. No Maranhão (MA), a colheita está em progresso em todo o estado.
Milho 2ª Safra – A colheita está em 13,0% concluída. Em Mato Grosso (MT), a colheita avança com bons rendimentos. No Paraná (PR), o tempo seco favoreceu a colheita, porém afetou as lavouras em fase final de enchimento de grãos, especialmente no Norte, Noroeste e Oeste do estado. Em Mato Grosso do Sul (MS), o clima quente e seco adiantou o ciclo e a colheita está evoluindo, especialmente no Nordeste. Em Goiás (GO), a colheita está adiantada no Sul e observam-se boas produtividades. Em São Paulo (SP), a colheita foi iniciada, mas as produtividades estão abaixo do estimado inicialmente. Em Minas Gerais (MG), as primeiras áreas semeadas estão sendo colhidas e bons rendimentos têm sido alcançados. No Tocantins (TO), a colheita está avançando em todo o estado e os rendimentos são variáveis. No Maranhão (MA), a maioria das áreas está na fase final de enchimento de grãos e apresenta danos devido à falta de chuvas. No Piauí (PI), a maioria das áreas está em maturação e observa-se a redução de rendimento devido à falta de chuvas. No Pará (PA), a colheita avança nas regiões da BR-163 e Redenção. No polo de Paragominas, as lavouras tardias são afetadas pela redução de precipitações, enquanto no polo de Santarém, as chuvas frequentes favorecem o desenvolvimento das lavouras.