O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) expressa preocupação com a nova diretriz do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), reduzindo prazos para certificação de produtos de origem animal e alimentação animal, bem como autorizando tacitamente a exportação desses produtos.
Cerca de 270 auditores sinalizaram entrega de cargos em protesto por melhores condições de trabalho, enfrentando déficit de servidores, ausência de remuneração por insalubridade, horas extras não remuneradas e afastamentos por saúde.
O sindicato alerta para a fragilização do controle sanitário brasileiro, destacando a sobrecarga imposta pela medida, especialmente considerando o recente corte de investimentos na defesa agropecuária. Há receios sobre a segurança dos produtos exportados e a continuidade dos acordos comerciais, enquanto as negociações por melhores condições de trabalho prosseguem. Os auditores, comprometidos com a segurança alimentar, permanecem mobilizados enquanto cumprem seus deveres.
Para os auditores agropecuários, a redução dos prazos – de 5 dias para 4 dias, no caso de produtos de origem animal, e de 15 dias para 5 dias, no caso de produtos para alimentação animal – surge em um momento que a carreira já sofre com questões ligadas à ausência de remuneração por insalubridade, ao acúmulo de horas extras de trabalho não remuneradas e afastamentos por razões de saúde.
Ao mesmo tempo que o Ministério da Agricultura e Pecuária anuncia um déficit de 1,6 mil auditores em todo o país, reduz os prazos para emissão de certificados, atendendo a interesses setoriais específicos, desconsiderando ainda pareceres técnicos da própria pasta que ressaltam a dificuldade administrativa e a complexidade das análises de verificação, indicando ser inviável para a carreira atender à nova diretriz.
Fonte da imagem: globo rural 04/04/2024