(Curadoria Agro Insight)
Controle da duas plantas tóxicas para os bovinos
Na curadoria de hoje, trouxemos um material sobre o controle da duas plantas tóxicas para os bovinos e que estão difundidas nos campos brasileiros.
Maria Mole (Senecio brasiliensis)
O Brasil possui um rebanho bovino com cerca de 172 milhões de cabeças (IBGE, 2017). Sabe-se que existe no País pelo menos 131 plantas tóxicas pertencentes a 79 gêneros (RIET-CORREA et al., 2017). Da população total de bovinos, 5% morre anualmente por diferentes causas e laboratórios de diagnóstico de diversos Estados registram que 10% a 14%. Dos casos de morte em bovinos devem-se à intoxicação por plantas, mas o prejuízo é ainda maior se, no caso de intoxicação por Senecio spp. (seneciose), considerarmos as perdas indiretas como baixa produtividade dos animais acometidos, custos com tratamento que é ineficaz, já que não há medicação capaz de reverter o quadro após a
manifestação dos sinais clínicos, entre outros gastos, pois a doença é evolutiva e irreversível. Na seneciose, a morbidade varia de 1% a 30%, mas a taxa de letalidade é praticamentede 100% (MÉNDEZ; RIET-CORREA, 2008).
Figura 1: Maria Mole (Senecio brasiliensis)
Foto: Imagem disponível em: Agrolink.
Plantas do gênero da maria-mole causam graves prejuízos à saúde animal e à cadeia produtiva da bovinocultura (KARAM; MOTTA, 2011).
Caruru (Amaranthus palmeri)
O caruru é considerado uma das plantas daninhas mais difíceis de serem controladas, devido às suas características biológicas e ao atual quadro de resistência a herbicidas de diferentes mecanismos de ação. Trata-se de uma eudicotiledônea nativa da região centro-sul dos Estados Unidos e norte do México, adaptada as condições de clima
árido (CHAHAL et al., 2015).
A prevenção é a melhor estratégia para evitar a disseminação dessa espécie. O manejo do caruru-palmeri contribuirá para que as culturas preservem o seu potencial produtivo, além de evitar a sua disseminação na área.
Figura 2: Horta das corujas
Foto: Imagem disponível em: Horta das corujas
Práticas de manejo: Rotação de culturas e de mecanismos de ação; A utilização de plantas de cobertura auxilia na supressão da emergência do caruru-palmeri; Arranquio manual e Controle químico, que deve de ser realizado de forma meticulosa. Os herbicidas devem ser aplicados no estádio de desenvolvimento apropriado da infestante para que o controle seja consistente.
Podcast (Prosa Rural)
A maria mole e o caruru são plantas daninhas que causam prejuízos na pecuária e reduzem significativamente o rendimento de colheita, por serem tóxicas, se ingeridas pelos animais, ou por serem extremamente invasivas, crescendo e se multiplicando com rapidez.
BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS
EMBRAPA. Notícias – Controle de plantas indesejadas, como a maria mole e o caruru. Produção animal, Julho de 2023.
Karam, F.S.C. Recomendações para o controle da maria-mole. Porto Alegre : SEAPDR / DDPA, 2020. 21 p. ; il. – (Comunicado Técnico, ISSN 2675-5998; 2).
Gazziero, D.L.P. Caracterização e manejo de Amaranthus palmeri /Dionísio Luiz Pisa Gazziero, Alexandre Ferreira da Silva. – Londrina: Embrapa Soja, 2017. 39 p.