Olá, caro leitor!
Meu nome é Izabelly Mendes, sou agrônoma e especialista em Agronegócio. Hoje irei abordar brevemente um nicho que tem se expandido e que possui grande potencial.
Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de maior produtor da cultura do milho e é responsável por 10% de toda produção mundial. Sabemos também que o nicho dos alimentos orgânicos tem crescido exponencialmente ao longo dos anos, e o Brasil merece destaque também em relação à produção de milho orgânico, segundo os dados do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), associado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
No mês de janeiro de 2021, existiam mais de 22,4 mil produtores cadastrados no Brasil, dos quais 6,8% possuem cadastros para produzir milho orgânico, sendo grande parcela destes produtores, cerca de 56,7%, localizados na região Sul do país. Em segundo lugar no ranking está a região Sudeste com 23,9%, em terceiro a Região Nordeste com 13,9%, e em seguida o Centro Oeste com 3,8% e a Região Norte com 1,4% dos produtores.
O estado do Paraná concentra o maior número de produtores de milho orgânico. Esta concentração é devida principalmente aos incentivos históricos do governo a iniciativas públicas e privadas, a centros de estudos, a pesquisas, e a cooperativas que prestam assessoria aos produtores. A figura a seguir apresenta a concentração de produtores de milho orgânico no Brasil em janeiro de 2021.
Produção de milho orgânico no País – Foto: Elena Charlotte Landau
Em todo o Brasil existem 865 munícipios com registro de produtores de milho orgânico. Mais da metade de todos os produtores registrados no CNPO são certificados por organizações que buscam fiscalizar ativamente a produção e o cultivo.
O processo de obtenção de determinadas certificações costuma ser pago e possui um custo não desprezível, ainda que em alguns estados exista a possibilidade de cadastro gratuito voltados para agricultura familiar. Esse custo para obter tais certificados e cadastros influencia na amostragem e na contabilização dos registros no CNPO, gerando um desincentivo ao cadastramento e produzindo um número inferior ao real de produtores de milho orgânico
Não posso deixar de ressaltar a grande demanda que existe hoje neste mercado, pois outras cadeias produtivas de alimentos orgânicos, como por exemplo, a de leite, de carne, de ovos e de aves necessitam da matéria prima orgânica para alcançar a certificação de seus produtos.
Vale destacar também que no ano de 2020 houve um aumento significativo neste mercado em relação ao ano anterior. A alta registrada foi de 90%, mostrando-se como um nicho com alto potencial devido à fatores como a busca por um consumo consciente por parte dos consumidores. Um dos grandes desafios enfrentado pelo setor de orgânicos é a alta demanda por seus produtos, porém pouca oferta, indicando uma ótima oportunidade de investimento para os produtores estão dispostos a tomar os riscos desse modelo de produção.
Um exemplo dessa situação foi a safra nacional de milho de 2015/16 em que apenas 0,03% da produção correspondia a matéria prima orgânica. Este dado demonstra a grande oportunidade de expansão do setor. Tais fatores proporcionam um alto valor agregado a esta commodity quando comparada ao milho convencional.
Este é um mercado que está aquecido e devemos ficar de olho, pois crescerá rapidamente e terá cada vez mais países e consumidores interessados nos seus produtos.
2 Comentários. Deixe novo
Moro no norte de Minas, aqui o orgânico é pouco difundido, é uma pena, pois acredito que o futuro é esse, sou apaixonado pelo asunto .
Concordamos com você Benjamin! É pouco difundido, mas tem um mercado enorme a ser desenvolvido! A ciência está cada vez mais caminhando para isso e cabe a nós construir esse futuro.