A agricultura é a atividade que mais demanda água em todo o mundo, sendo responsável por aproximadamente 70% do consumo de água global. Com isso, devemos utilizar a água de forma eficiente e racional, garantindo a produção agrícola sem comprometer a sua quantidade e sua qualidade.
As culturas diferem entre si quanto à necessidade hídrica. Desta forma, é fundamental conhecermos a necessidade hídrica da cultura que estamos trabalhando de acordo com seu estádio de desenvolvimento. Assim, podemos disponibilizar água na quantidade e no momento correto.
Mas você se surpreenderia se eu dissesse que existem produtores que fazem “molhação” ao invés de irrigação?
Pois é, quando utilizamos um sistema de irrigação sem critério, isto é, sem conhecermos a necessidade de água a ser aplicada, o momento correto e a eficiência de aplicação do nosso equipamento de irrigação estamos realizando uma “molhação” e não irrigação. Neste caso, podemos estar perdendo renda, seja por perda de potencial produtivo com falta ou excesso de água, gasto de energia elétrica, depreciação do equipamento ou até mesmo perda de fertilizantes por lixiviação e escoamento superficial, em casos de excesso de água.
Existem duas perguntas básicas a serem respondidas: quanto e quando irrigar? Em um primeiro momento estas perguntas parecem simples e básicas, no entanto, para respondê-las precisamos conhecer o estádio de desenvolvimento da cultura, a capacidade de retenção de água no solo, as condições climáticas, a eficiência de aplicação do equipamento, a capacidade de lâmina de aplicação e custo da energia elétrica, que em horários diferenciados podem ter um valor menor.
Saber respondê-las permitirá fazer o uso correto da irrigação e, consequentemente, aproveitar o potencial que esta tecnologia pode proporcionar para garantirmos a produção de alimentos de qualidade de forma eficiente e lucrativa.
Podemos dizer que irrigação é aplicar a quantidade de água necessária, nos momentos adequados, seguindo todas as recomendações de manejo necessárias.
Em um projeto de irrigação uma das etapas mais importantes diz respeito à tomada de decisão de quando irrigar e a quantidade de água a ser aplicada, que também podemos chamar de oportunidade de irrigação.
Atualmente, existem diversas formas de realizarmos o manejo diferenciado da irrigação. O manejo de irrigação pode ser realizado através de métodos baseados no solo, através da determinação da capacidade de retenção e armazenamento de água no solo, pela tensiometria e outros sensores. No clima, principalmente, pela evapotranspiração de referência. Na planta, através do potencial de água na folha, variação do diâmetro do tronco, fluxo de seiva. E no balanço hídrico, ou seja, através da contabilização das entradas e saídas de água no sistema. Ou através da união de dois ou mais destes métodos de manejo da irrigação.
Contudo, é fundamental realizarmos o manejo da irrigação buscando a máxima eficiência de acordo com a tecnologia e condições disponíveis em cada local.