(Curadoria Agro Insight)
Hoje na curadoria Agro Insight, trouxemos informações sobre uma nova molécula de herbicida registrada no Brasil, o Tiafenacil, que pode ser solução para o controle da buva resistente ao glifosato.
1. Informações de registro
Titular do registro
ISK Biosciences do Brasil Defensivos Agrícolas Ltda- Indaiatuba/SP.
Marcas comerciais:
- TERRAD’OR 300 WG
- BARUS 300 WG
Nome químico
methyl 3-[(2 R S)-2 -{2 -chloro-4-fluoro-5-[ 1 ,2,3, 6-tetrahyd ro-3-methyl-2, 6-d ioxo-4-trifluoromethyl)pyrim idin-1 (6H) yl]phenylthio}propionamido ]propionate (IUPAC).
Nome comum
Tiafenacil.
Indicação de uso
- Algodão
- Café
- Citros
- Feijão
- Milho
- Soja
Classificação toxicológica
Categoria 5 – Produto Improvável de Causar Dano Agudo.
Classificação quanto ao potencial de periculosidade ambiental
Classe III – Produto Perigoso ao Meio Ambiente.
2. Controle da buva resistente ao glifosato
O Tiafenacil é um herbicida inibidor da atuação da enzima protoporfirinogênio oxidase (PPO ou PROTOX). São também denominados inibidores da síntese do tetrapirrole ou inibidores da síntese de protoporfirina IX. Desenvolvido recentemente a partir da classe química da pirimidinadiona, é indicado para uso como um dessecante pré-plantio da soja.
A buva resistente ao glifosato (RG) é uma planta daninha problemática e frequentemente encontrada em sistemas de plantio direto que pode reduzir drasticamente o rendimento da soja. Além disso, a eficiência de controle na soja tem sido variável.
Cinco experimentos de campo foram conduzidos ao longo de 2019 e 2020 em campos comerciais de soja com buva RG para determinar a dose biologicamente eficaz (BED) de tiafenacil e tiafenacil + metribuzin e comparar sua eficácia com tratamentos herbicidas padrão da indústria atualmente aceitos para sistemas de soja não transgênico, com problemas de buva RG e buva resistente ao glifosato/dicamba (RGD).
Não houve dano à soja com os tratamentos avaliados. As doses calculadas de tiafenacil para 50%, 80% e 95% de controle de buva GR foram 21, 147 e >200 g ia ha-1, respectivamente, 8 semanas após a aplicação.
Doses menores foram necessárias com a adição de metribuzin (400 g ia ha-1) ao tiafenacil, para 50% e 80% de controle.
Tiafenacil + metribuzin a 25 + 400 e 50 + 400 g ia ha-1 controlou GR buva 88% e 93%, respectivamente, o que foi semelhante aos padrões da indústria de saflufenacil + metribuzin (25 + 400 g ia ha-1) e glifosato /dicamba + saflufenacil (1.200/600 + 25 g ia ha-1) que proporcionaram 98% e 100% de controle, respectivamente, após 8 semanas da aplicação.
Este estudo apresenta a utilidade potencial de tiafenacil + metribuzin como estratégia de manejo da buva resistente ao glifosato em soja.
Fonte: Westerveld et al. (2021)
3. Avaliação da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos
A EPA propõe que o herbicida tiafenacil seja uma alternativa de ‘baixo risco’ para controlar ervas daninhas tolerantes ao glifosato. A EPA propõe o uso do tiafenacil como pré-plantio e pré-emergente em milho (todos os tipos, exceto milho doce), algodão, soja e trigo. Os usos pós-emergência propostos incluem dessecação em videiras e áreas de pousio e não cultivadas e como dessecante de colheita em algodão.
Espera-se que o tiafenacil seja útil para o manejo da resistência a herbicidas. Ele fornece uma alternativa para controlar o amaranto palmer resistente ao glifosato no algodão; suprimir a buva resistente ao glifosato no milho e na soja; e controlar o Amaranthus tuberculatus no milho e na soja.
A necessidade de ferramentas adicionais, como o tiafenacil, para manejar essas ervas daninhas resistentes está crescendo, pois a resistência a herbicidas representa um problema financeiro, de produção e de manejo de pragas significativo para os produtores em todo o país.
A EPA concede o tiafenacil para registro em soja, milho e algodão como um compartilhamento de trabalho com a Agência Reguladora de Gerenciamento de Pesticidas do Canadá (PMRA), com ambas as agências conduzindo avaliações separadas e, em seguida, compartilhando os resultados.
O banco de dados indica que o produto químico é geralmente de baixo risco para organismos não-alvo que não sejam plantas; portanto, a maioria das medidas de mitigação trata de evitar o contato com plantas não-alvo. Nenhuma outra mitigação de risco substancial foi considerada necessária para os usos propostos.
A EPA não identificou nenhum risco dietético, residencial, agregado ou ocupacional preocupante para a saúde humana; portanto, nenhuma mitigação está sendo proposta.
Fonte: Environmental Protection Agency (EPA)
BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS
Mapa – Ministério da Agricultura e Pecuária/Secretaria de Defesa Agropecuária/Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas/Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins – ATO Nº 5, de 8 de fevereiro de 2023.
Westerveld, D., Soltani, N., Hooker, D., Robinson, D., & Sikkema, P. (2021). Efficacy of tiafenacil applied preplant alone or mixed with metribuzin for glyphosate-resistant horseweed control in soybean. Weed Technology, 35(5), 817-823. doi:10.1017/wet.2021.39