Projeto remunera produtores rurais para manter a vegetação nativa

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Projeto remunera produtores rurais para manter a vegetação nativa de suas propriedades que poderiam ser legalmente desmatadas; o projeto possui 22 contratos no Mato Grosso e um no Pará

O CONSERV, mecanismo privado, de adesão voluntária, que compensa médios e grandes produtores rurais por conservarem o excedente de vegetação nativa, foi apresentado na COP28, em Dubai, durante o painel “Soluções financeiras visando a redução do desmatamento tropical e a produção de alimentos”, no espaço do Woodwell Climate Research Center.

Preservar vegetação nativa gera renda para produtores rurais - CicloVivoDesenvolvido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em parceria com o Woodwell e com o EDF (Environmental Defense Fund), o projeto possui 22 contratos firmados no Estado de Mato Grosso e um no Pará, somando 20.707 hectares de vegetação protegida que poderia ser legalmente suprimida.

Só o estado do Mato Grosso possui imóveis rurais que guardam 3,2 milhões de hectares de vegetação nativa, que correspondem a aproximadamente 134 milhões de toneladas de carbono estocado, e que por lei podem ser suprimidos.

A diretora adjunta de Desenvolvimento Territorial do IPAM, Lucimar Souza, anunciou durante sua participação no evento que uma segunda fase da iniciativa está sendo iniciada, desta vez em parceria com o setor privado. Além de remunerar pequenos produtores por seus excedentes de vegetação nativa, o projeto irá, em parceria com a Produzindo Certo, avaliar as áreas para apoiar na melhoria da produtividade. “Quando trabalhamos com mecanismos financeiros para produtores menores, acreditamos que é importante ajudá-los também a produzir mais. Assim, além das culturas como soja e milho, vão produzir também serviços ecossistêmicos”, ressaltou.

A diretora também relatou sobre a experiência do Projeto Assentamentos Sustentáveis da Amazônia, que contribuiu para o aumento de 135% na renda bruta de produtores familiares que participaram da iniciativa. Ao mesmo tempo, protegeu 1,4 milhões de hectares de floresta, com a redução de 76% no desmatamento em assentamentos da região. O projeto foi reconhecido pelas Nações Unidas como uma das experiências mais transformadoras para a sustentabilidade no Brasil.

A ciência ajuda a trazer credibilidade para os mecanismos financeiros de modo a engajar seu financiamento, com métricas que demonstrem o sucesso dessas iniciativas. “Podemos fornecer informações de quanto carbono, biodiversidade, regulação climática e benefícios sociais que as florestas proporcionam para tonar esses produtos credíveis e, portanto, comercializáveis”, disse o cientista sênior do Woodwell Climate Research Center, Michael Coe.

Participaram ainda do evento: Mariana Barbosa, diretora jurídica e de relações internacionais do Regreen; e William Sisson, diretor executivo da World Business Council for Sustainable Development.

Fonte da imagem: ciclovivo 12/12/2023

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Tags: Amazônia, assentamento sustentável, COP28, Dubai, Mato Grosso, Pará, vegetação nativa

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