Maracujá
Nome científico: Passiflora edulis Sims
Família: Passifloraceae
Nomes populares: Maracujá, maracujá-mirim, maracujá-suspiro, maracujá-peroba, maracujá-pequeno, flor-da-paixão
Nome em inglês: Passion fruit
Origem: Provavelmente Brasil
Maracujá é uma denominação geral dada ao fruto e à planta de várias espécies do gênero Passiflora. O nome maracujá é de origem tupi-guarani e significa “alimento que se toma de sorvo” ou “alimento em forma de cuia”.
As primeiras referências ao gênero Passiflora foram feitas no século 16, como sua citação na obra Tratado descritivo do Brasil,de 1587, na qual o português Gabriel Soares de Sousa fez referência ao maracujá como uma planta com múltiplas potencialidades alimentares, ornamentais e medicinais. O maracujá também é conhecido como fruto da paixão ou flor da paixão. O termo paixão vem da associação das estruturas das flores e da planta do maracujá à Paixão de Cristo.
Existem mais de 500 espécies de maracujás que têm origem na América Tropical, como Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia e Paraguai, embora existam espécies nativas nas Américas do Norte e Central, Ásia e Oceania. Estima-se que mais de 150 espécies de maracujás são nativas do Brasil, considerado um dos maiores centros de diversidade. Cada ano, novas espécies têm sido identificadas e descritas no País. Pode-se dizer que os maracujás pertencem a uma biodiversidade essencialmente brasileira.
Diferentes partes das plantas têm uso comercial, como os frutos para consumo in natura (maracujás-doces), a polpa para fabricação de sucos e néctares (maracujás-ácidos), as flores para ornamentação (maracujás-ornamentais) e as sementes, folhas e hastes para produção de matéria-prima para indústrias de condimentos, cosméticos e farmacêutica (maracujás funcionais-medicinais).
A polpa também pode ser utilizada na formulação mista com outras polpas de frutas, extrato de soja, na formulação de produtos lácteos como iogurtes, na fabricação de bombons, bolos, sorvetes, mousses, geleias e doces. Em escala artesanal, polpa e sementes são usadas na elaboração de pratos doces e salgados, muito apreciados na culinária gourmet.
A produção brasileira de maracujá é de aproximadamente 700 mil toneladas por ano em uma área de 46 mil hectares. Essa produção representa, aproximadamente, 70% da produção mundial, o que confere ao Brasil o status de maior produtor e consumidor mundial. Praticamente, todo maracujá produzido é consumido no País, de modo que existe uma grande oferta e demanda no mercado interno. No mercado internacional, o Brasil tem trabalhado a exportação de suco concentrado, frutas frescas e também produtos processados, porém de forma incipiente.
O cultivo tem grande importância social na geração de empregos no campo, no setor de venda de insumos, nas agroindústrias e nas cidades, além de ser importante opção de geração de renda para micros, pequenos, médios e grandes produtores. A cultura gera renda semanal ao longo de todo o ano, com diferentes opções de mercado e de agregação de valor ao produto.
Do ponto de vista social, os pomares tornaram-se importantes alternativas para a agricultura familiar e para a fixação da mão de obra no campo. Especialistas apontam que cada hectare de maracujá gera 3 a 4 empregos diretos e ocupa 7 a 8 pessoas nos diversos elos da cadeia produtiva, ou seja, cerca de 500 mil empregos.
O cultivo em escala comercial teve início na década de 1970 e a chegada da agroindústria de sucos no Brasil estimulou a expansão da atividade a partir da década de 1980, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Entre os principais impactos da ciência e tecnologia, destacam-se o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade física e química dos frutos e a possibilidade de cultivo em todo o Brasil.
Na década de 1980, a produtividade média anual não chegava a 10 t/ha e atualmente é superior a 100 t/ha em cultivo protegido com alta tecnologia. Os fatores que permitiram aumentos da produtividade em 1.000% foram: a utilização de cultivares geneticamente melhoradas e um adequado sistema de produção, com correção da acidez e da fertilidade dos solos; podas de formação e condução; adubações de formação e produção; polinização manual, irrigação ou fertirrigação; controle fitossanitário e colheita e pós-colheita.
Fonte: Embrapa 04/01/2025