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GERAIS
Índice Cepea indica queda nos preços agropecuários
Os preços pagos aos produtores agropecuários recuaram ao longo do primeiro semestre. Esse cenário foi evidenciado pelo IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários), que acumulou expressiva queda nominal de 13,3% de janeiro a junho de 2023 frente ao mesmo período de 2022, de acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. No mesmo período, os preços industriais (IPA-OG-DI produtos industriais) recuaram 3,4%, os internacionais dos alimentos (Índice da FAO), 16,2%, e a taxa câmbio (R$/US$) nominal, 0,1%.
Pesquisadores do Cepea destacam que a pressão sobre o IPPA/Cepea veio sobretudo do Índice composto por grãos, que registrou baixa acima de 20% no primeiro semestre de 2023, mas também dos grupos de pecuária e de cana-café. O único Índice que apresentou alta no primeiro semestre de 2023 foi o formado por hortifrutícolas.
Assim, de janeiro a junho de 2023 frente ao mesmo período de 2022, o IPPA-Grãos/Cepea apresentou baixa nominal de 20,6%, influenciado pelas intensas retrações observadas para algodão (-36,6%), milho (-19,8%), soja (-20,8%) e trigo (-17,2%). No caso do IPPA-Pecuária/Cepea, a queda nominal foi de 4,5% no primeiro semestre de 2023, refletindo as desvalorizações da arroba bovina (-18,8%) e do frango (-15,3%). Quanto ao IPPA-Cana e Café/Cepea, a retração nominal foi de 8,8%, sendo influenciado pelos comportamentos dos preços da cana (-2,4%) e do café (-19,8%).
Já para o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea, houve expressiva alta nominal na primeira metade de 2023, de 12,7%, reflexo das valorizações observadas para a banana (+10,5%), a laranja (+28,2%) e a uva (+27,2%).
Fonte: Cepea
Arábia Saudita abre mercado para caprinos brasileiros
A ampliação das relações comerciais de produtos da agropecuária brasileira é uma das missões da comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na Ásia. Nesse contexto, foi liberada a habilitação para exportação de caprinos brasileiros para o país, logo após reunião com o Ministério de Meio Ambiente, Águas e Agricultura (MEWA).
Com a medida do governo saudita, estabelecimentos interessados em comercializar a produção de caprinos para a Arábia Saudita devem buscar a habilitação junto ao Mapa.
Fonte: Mapa
Parceria em busca de sustentabilidade no Agro
Na Arábia Saudita, o ministro Carlos Fávaro se reuniu com o ministro de Meio Ambiente, Água e Agricultura, Abdulrahman Abdulmohsen A. AlFadley, na capital Riad.
Durante o encontro, os ministros ressaltaram os aspectos de complementaridade entre Brasil e Arábia Saudita para a formação de um grupo de trabalho visando a estruturação e implementação de parceria conjunta no setor agropecuário e de insumos agrícolas.
Neste sentido, eles trataram do maior programa de produção sustentável de alimentos do mundo, encabeçado pelo Mapa para dobrar a área de produção de alimentos no país sem desmatamento.
Diante da proposta, que contribui para o controle das mudanças climáticas e a segurança alimentar do planeta, o ministro saudita informou que sua pasta irá atuar no sentido de pavimentar o caminho para que a Saudi Agriculture and Livestock Investment Company (Salic) e empresas do setor privado do país ingressem na iniciativa.
Fonte: Mapa
PRODUÇÃO
Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja sofre atualização
Foi publicada nesta quinta-feira (03) a Portaria nº 865 que revisa e atualiza os procedimentos previstos no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), que objetiva o fortalecimento do sistema de produção agrícola da soja, congregando ações estratégicas de defesa sanitária vegetal com suporte da pesquisa agrícola e da assistência técnica na prevenção e controle da praga.
A nova regulamentação visa promover ajustes no modelo de governança do programa, conferindo à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) maior autonomia no estabelecimento das medidas de prevenção e controle da doença, na condição de Instância Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).
A Ferrugem Asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e considerada uma das mais severas que incidem na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estádio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde a doença foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
“Para o controle adequado da doença e a mitigação dos potenciais prejuízos que ela pode causar à cadeia produtiva da soja, devem ser considerados diversos aspectos, entre eles medidas de redução do inóculo do fungo e o manejo da resistência de fungicidas. Considerando que a soja é cultivada na maioria dos estados brasileiros, as medidas oficiais estabelecidas devem abranger os resultados que se pretende alcançar em nível nacional”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane Castro.
Entre as medidas fitossanitárias previstas no PNCFS: o vazio sanitário, é definido como um período contínuo de pelo menos 90 dias durante o qual não se pode semear ou manter plantas vivas de uma espécie vegetal em uma determinada área, visando a redução do inóculo de doenças ou população de uma determinada praga. Já o calendário de semeadura da soja, é recomendado pela pesquisa científica como medida que visa a racionalização do número de aplicações de fungicidas e a consequente redução dos riscos de desenvolvimento de resistência do fungo causador da doença.
Nova cultivar de milho híbrido
A Embrapa, em parceria com a Semeali Sementes, desenvolveu um híbrido de milho transgênico que combina duas importantes tecnologias: tolerância a lagartas e resistência ao herbicida glifosato. Essa combinação de características torna a cultivar altamente versátil, possibilitando o seu uso em diversos ambientes de cultivo em todo o Brasil. Chamado de XB 3042 VTPRO2, o novo milho tem grande capacidade de adaptação aos diversos níveis de tecnologia e práticas de manejo
O híbrido XB 3042 VTPRO2 possui características que possibilitam a redução do ataque de lagartas, facilitando o controle de insetos-praga que frequentemente prejudicam as lavouras de milho. Essa característica permite que os agricultores reduzam o uso de inseticidas, diminuindo assim os impactos ambientais e os custos associados ao controle de pragas. Além disso, o material apresenta resistência ao glifosato, um herbicida amplamente utilizado na agricultura para o controle de plantas daninhas, sem prejudicar o cultivo do milho, o que facilita o manejo da lavoura e aumenta a eficiência na produção.
Fonte: Embrapa
Fatores que afetam a produção das castanheiras
Fatores como o relevo, a variação da pressão de vapor do ar e mudanças no clima influenciam na produção dos ouriços das castanheiras (Bertholletia excelsa Bonpl.). A descoberta é de pesquisa feita por cientistas da Embrapa, da Universidade Federal do Acre (Ufac) e das universidades norte-americanas do Alabama (UA) e da Flórida (UFL).
Durante dez anos, eles acompanharam e registraram a produção natural de frutos em 258 castanheiras centenárias distribuídas em duas comunidades no estado do Acre: Reserva Extrativista Chico Mendes e Projeto de Assentamento Agroextrativista Chico Mendes.
A comercialização do produto da árvore, a castanha-da-amazônia (ou castanha-do-pará, ou ainda castanha-do-brasil), complementa a renda de milhares de famílias da Região Norte.
Durante pouco mais de uma década, os cientistas coletaram várias informações como o tamanho da árvore e da copa, a posição da planta no relevo, as características físicas e químicas do solo, o comportamento do clima na região de estudo, e área de madeira responsável pelo fluxo de seiva, conhecida como área de alburno, indicador relacionado à saúde das árvores.
O modelo do clima revelou uma relação entre a área do alburno e a produção em anos de seca severa (piores condições ambientais). A boa produção de alguns indivíduos mesmo em anos com seca severa foi associada a árvores nas quais essa área era maior. A pesquisadora da Embrapa esclarece que isso se dá porque esses indivíduos possuem maior capacidade de armazenar água no tronco e, por isso, resistem mais ao estresse ambiental. A área de copa das árvores foi outro fator importante relacionado à produção: quanto maior a copa, mais frutos eram gerados.
Fonte: Embrapa
Azeite com padrão de qualidade internacional
O Brasil produz azeites de oliva com padrão internacional de qualidade. Essa é uma das constatações de pesquisadores que há sete anos analisam a composição química do produto brasileiro. Os cientistas caracterizaram os óleos e montaram um painel sensorial com um grupo de especialistas para avaliar o produto sensorialmente, considerando aparência, aroma e sabor, entre outros critérios (veja quadro abaixo). O conjunto de resultados demonstrou que a composição em bioativos e voláteis de azeites de oliva virgem de diferentes variedades de oliveira atende aos parâmetros da legislação nacional e internacional.
Mapa de aromas de azeites nacionais
O azeite extra virgem tem um aroma complexo, contendo várias centenas de substâncias voláteis. Seu aroma está relacionado com a variedade genética da oliveira, o solo e o clima onde é cultivada e as condições de extração e armazenagem do azeite de oliva, como aponta o pesquisador Humberto Bizzo, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, que realizou uma capacitação como Cientista Visitante no grupo de Química de Alimentos do Departamento de Ciência e Tecnologia do Fármaco, da Università degli Studi di Torino, em Turim, Itália, para a aplicação da técnica de cromatografia multidimensional abrangente na análise dos voláteis (aromas) dos azeites brasileiros.
Vinte e sete azeites brasileiros, sendo 15 produzidos no Rio Grande do Sul e 12 na Serra da Mantiqueira, tiveram seus voláteis amostrados por microextração em fase sólida e analisados por cromatografia gasosa multidimensional abrangente acoplada à espectrometria de massas. Os resultados preliminares indicam que a técnica de cromatografia multidimensional abrangente constitui uma importante ferramenta para a caracterização dos azeites brasileiros, cuja aplicação permitiu o estabelecimento de marcadores químicos para processos de indicação de origem e ocorrência de adulteração. A vantagem do uso dessa técnica é que possibilita a agregação de uma elevada quantidade de informações química sobre os voláteis das amostras.
Fonte: Embrapa
Azevém resistente dificulta o controle na Região Sul
O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é a principal planta daninha que infesta as lavouras na Região Sul. Com sementes de fácil dispersão e grande capacidade de dormência, lavouras de grãos infestadas por azevém podem registrar perdas que variam de 4% a 56% na produtividade. O controle do azevém se dá com uso de herbicidas na dessecação pré-semeadura e na pós-emergência, tanto nos cultivos de inverno como nas culturas de verão.
O acompanhamento da dispersão dos casos de resistência de plantas daninhas nos estados do RS e de SC, realizado pela Embrapa Trigo e UFPel, mostra um crescimento constante no registro de plantas de azevém resistentes aos inibidores da ACCase (veja o mapa), o que pode inviabilizar o cultivo de soja e gramíneas, como trigo, milho e pastagens, em regiões onde o azevém resistente não puder ser controlado na dessecação pré-semeadura e dentro das culturas.
Diante deste cenário, é recomendável que os responsáveis técnicos, antes da optarem pela aplicação de herbicidas inibidores da ACCase (como clethodim, haloxyfop, clodinafop e pinoxadem) para o controle do azevém, tenham certeza de que a população a ser controlada é sensível a este mecanismo de ação herbicida, que pode ser feito considerando informações como o histórico de controle do azevém na área em anos ou aplicações anteriores.
No manejo de azevém resistente, os pesquisadores têm avaliado o uso de herbicidas pré-emergentes aliado ao cultivo consecutivo, ou seja, sem períodos de pousio das áreas de lavoura, como a melhor estratégia de controle do azevém e outras plantas daninhas. Culturas como trigo, centeio, canola, aveia e soja, que apresentam elevada capacidade de cobertura do solo, podem diminuir o número de plantas de azevém em até 65%, quando comparado a áreas de pousio. O uso de estratégias como sobre-semeadura de aveia em lavouras de soja e cultivo de culturas concomitantes, a exemplo de Brachiaria ruziziensis cultivada juntamente com o milho, também apresentaram excelentes resultados.
Clima favore problemas fitossanitários no trigo
Temperaturas acima da média e excesso de chuvas trazidas pelo fenômeno El Niño formam o ambiente perfeito para o fungo causador da giberela, principal doença do trigo.
A giberela é uma doença causada pelo fungo Gibberella zeae (Fusarium graminearum) que ataca as espigas dos cereais de inverno, ocasionando perdas de até 25% no rendimento de grãos, além do potencial de contaminação dos grãos por micotoxinas, que prejudicam a saúde humana e animal.
Giberela é o principal problema que afeta as lavouras de trigo, cevada e triticale no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e região centro-sul do Paraná, especialmente em anos de El Niño, quando são frequentes períodos de alta umidade do ar com precipitação pluvial em dias consecutivos e temperaturas entre 24 e 30ºC, que potencializam a ocorrência de epidemia na Região Sul.
Por se tratar de um fungo que ataca a espiga, a planta de trigo fica mais suscetível à giberela a partir do florescimento até a fase final de enchimento de grãos.
O melhor controle da doença é preciso fazer a proteção antecipada da espiga. Assim, por exemplo, com previsão de chuva nas próximas 24h a 72h, a orientação é aplicar o fungicida antes da chuva e repetir a operação após 7 a 10 dias se houver nova previsão de chuva.
Fonte: Embrapa
Monitoramento das lavouras
Milho (2ª safra) – 54,7% colhido
Em MT, a colheita está evoluindo e alcançou 83,7% da área total. As produtividades obtidas estão acima do estimado inicialmente. No PR, as condições climáticas favoráveis contribuíram para o avanço da colheita. Constata-se que 83% das lavouras remanescentes são consideradas boas, 15% regulares e 2% ruins. Em MS, as lavouras tardias estão finalizando a fase enchimento de grãos sob estresse hídrico, na maior parte do estado, com exceção de alguns talhões no Sudoeste. A alta temperatura durante o dia e a baixa umidade relativa do ar favoreceram a perda de umidade nos grãos, permitindo a evolução da colheita. Em GO, o clima seco e a baixa umidade favorecem a secagem natural dos grãos e a colheita. As áreas em maturação apresentam boas condições fitossanitárias. Em SP, a colheita progride lentamente e boas produtividades têm sido alcançadas. Em MG, a colheita avança de forma mais lenta. Em algumas regiões, há dificuldade de armazenagem, devido a isso os produtores aguardam a secagem natural dos grãos. No TO, o clima quente e seco tem beneficiado o avanço da colheita. No MA, na região Sul a colheita permanece em andamento, com bons resultados. A ausência de chuvas e a baixa umidade tem favorecido a colheita. No entanto, estas condições são propicias para a ocorrência de queimadas. Registra-se perdas de áreas de milho por eventos de incêndio. No PI, a colheita tem evoluído e os rendimentos obtidos estão dentro do esperado. No PA, o clima seco tem promovido a maturação dos grãos, no entanto a falta de espaço para armazenagem tem limitado o maior avanço da colheita, que atingiu 75% da área semeada.
Algodão – 28,4% colhido
Em MT, a colheita avança juntamente com os tratos culturais para a redução da população do bicudo-do-algodoeiro. No Extremo-Oeste da BA, as lavouras de sequeiro e as irrigadas estão em fase de maturação e colheita. Ambas apresentam boa produtividade e qualidade. No Centro-Sul, as lavouras estão em estágio de colheita.
Em MS, as condições climáticas foram favoráveis para as pulverizações dos desfolhantes e para a colheita.
Em GO, a colheita ocorre dentro da normalidade com a obtenção de fibra de boa qualidade. A operação de dessecação está em progresso nas áreas irrigadas para o início da colheita. Em MG, a colheita avança e observa-se rendimentos superiores ao estimado inicialmente e com boa qualidade das fibras. No Sul do MA, a colheita está sendo realizada nas lavouras de primeira e segunda safras. No PI, a colheita avança com mais de 60% da área colhida. Em SP, a colheita está sendo finalizada.
Feijão (2ª safra)
No PR, o clima estável permitiu o avanço das operações, garantindo a finalização da colheita. De maneira geral, o ciclo foi considerado bom, apesar da queda de qualidade dos grãos colhidos, mais tardiamente, devido às chuvas. A umidade durante a fase de maturação afetou fisiologicamente as lavouras e reduziu o potencial qualitativo. Embora tenham ocorrido oscilações climáticas durante o ciclo, que acarretaram em perda de potencial produtivo. Na BA, o feijão-caupi, que é aquele com maior área semeada nesse período, manejado em condições de sequeiro, está com a colheita finalizada. No geral, as condições das lavouras estão boas, mesmo tendo enfrentado períodos de restrição hídrica, durante parte do ciclo. O feijão cores, que é irrigado, por ter um plantio mais tardio, as lavouras estão em estágios de floração e enchimento de grãos. No geral, as condições da cultura são consideradas satisfatórias, com boas perspectivas de qualidade e de rendimento.
Trigo – 99,7% semeado
No RS, o clima estável permitiu o encerramento da semeadura. Na região das Missões, Fronteira-Oeste e Alto Uruguai, as lavouras estão evoluindo para os estágios reprodutivos. Devido ao clima úmido e com altas temperaturas, tem sido realizado o manejo preventivo com fungicidas. No geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento.
No PR, a maioria das lavouras está em desenvolvimento vegetativo e algumas em maturação. As condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da cultura. As lavouras, são majoritariamente, consideradas boas e 6% regulares. Em SP, o regime de chuvas não tem favorecido parte das lavouras que estão, na sua maioria, nas fases reprodutivas. Em SC, a semeadura avança em todas as regiões, favorecida pela estabilidade climática. As lavouras estão, principalmente, em desenvolvimento vegetativo. No Extremo-Oeste, as lavouras iniciaram a diferenciação reprodutiva e o alongamento dos entrenós. As variações de temperatura tem promovido a redução do perfilhamento e acelerado o desenvolvimento das plantas. Em MS, a maioria das lavouras estão em estágios reprodutivos. As recentes chuvas, localizadas, beneficiaram parte das lavouras. Na BA, as lavouras estão em fase de floração e enchimento de grãos, em boas condições. Em GO, a colheita do trigo sequeiro está encerrada, restando apenas as lavouras irrigadas. Estas lavouras estão em fase reprodutiva em boas condições fitossanitárias. Em MG, a maior parte dos cultivos está em maturação. A colheita está concentrada nas lavouras de sequeiro. O grão colhido tem apresentado boa qualidade e produtividade.
Fonte: Conab
MERCADO
Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
Soja
A última semana foi marcada por uma disputa acirrada entre compradores domésticos e internacionais pela soja brasileira, o que resultou em alta dos preços internos. Segundo levantamento do Cepea, a indústria nacional demonstrou maior necessidade de matéria-prima para recebimento no mercado spot, devido à firme demanda doméstica pelos derivados e às expectativas de crescimento na procura externa – reflexo dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia (o que pode redirecionar importadores de óleo de soja para o Brasil) e da menor oferta na Argentina. Sojicultores brasileiros, por sua vez, estão retraídos nas vendas envolvendo grandes volumes. Uma parcela dos produtores mostrou preferência por guardar o remanescente da safra 2022/23 em silos-bolsa em vez de comercializar no mercado spot – vale lembrar que esse tipo de armazenamento não é comum para a soja, pois pode elevar a umidade do grão.
Milho
Com a maior disponibilidade de milho, devido ao avanço da colheita, e as recentes desvalorizações no mercado internacional, as cotações do cereal continuam em queda no mercado interno. Segundo levantamento do Cepea, na última semana, os recuos mais expressivos foram observados no Centro-Oeste, onde a colheita está mais adiantada. Nesse cenário, vendedores têm se mostrado receosos em negociar, na expectativa de que a demanda internacional se redirecione para o Brasil, devido aos recentes conflitos entre a Rússia e a Ucrânia. Do lado comprador, grande parte dos consumidores está se abastecendo com milho do Centro-Oeste, por meio de contratos realizados nas semanas anteriores. Portanto, não têm necessidade de adquirir novos volumes a curto prazo.
Algodão
Os valores do algodão em pluma subiram na maior parte de julho, mas a média do mês recuou frente a junho, segundo dados do Cepea. A média da pluma em julho foi de R$ 3,8098/lp, 3,55% abaixo da de junho/23 e 32,19% inferior à de julho/22. Trata-se também da menor média mensal desde julho/20, quando foi de R$ 3,7302/lp, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de junho/23). Os preços internos ficaram, inclusive, inferiores à paridade de exportação, o que não é comum. Com isso, vendedores permaneceram firmes em suas pedidas, influenciados pelos maiores valores internacionais, contribuindo para a recuperação parcial dos preços.
Arroz
As cotações do arroz em casca subiram no acumulado de julho no Rio Grande do Sul. De acordo com levantamento do Cepea, os valores foram influenciados nos últimos dias pela restrição vendedora e pelo maior interesse comprador, tanto para o mercado interno quanto para exportação. O Indicador CEPEA/IRGA-RS do arroz (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) fechou a R$ 87,88/saca de 50 kg no dia 31 de julho, avanço de 7,17% de 30 de junho a 31 de julho.
Trigo
Agentes seguem atentos ao desenvolvimento das lavouras de trigo, especialmente no Hemisfério Sul, conforme indicam pesquisadores do Cepea. De acordo com informações da Conab, 97,9% das lavouras de trigo do Brasil haviam sido semeadas até 22 de julho. No geral, as atividades já estão na reta final, principalmente no Rio Grande do Sul (97%) e em Santa Catarina (78%). PREÇOS – No Brasil, moinhos têm se abastecido ocasionalmente. Do lado vendedor, produtores estão mais retraídos, na expectativa de valorizações após a não renovação do acordo de exportação de grãos entre Rússia e Ucrânia.
Açúcar
A média dos preços do açúcar cristal branco registrou ligeira queda na semana passada no spot do estado de São Paulo, com liquidez estável, conforme indicam pesquisadores do Cepea. De 24 a 28 de julho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 134,63/saca de 50 kg, recuo de 0,11% em relação à da semana anterior (de R$ 134,77/sc). Em julho (considerado pico de safra), o clima foi de pouca chuva, cenário que favoreceu a colheita da cana e a produção nas usinas do estado. Assim, de modo geral, compradores pressionaram os valores da saca do cristal.
Etanol
Os preços do etanol hidratado registraram leve aumento na semana passada, de acordo com informações do Cepea. Entre 24 e 28 de julho, o Indicador do etanol hidratado CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,1072/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), ligeira alta de 0,51% frente à semana anterior. A demanda por combustíveis registrou pequeno aquecimento na última semana em função da expectativa de aumento no preço da gasolina nas refinarias e do retorno às aulas. Para o etanol anidro, por outro lado, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2,6230/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), baixa de 0,68% no mesmo comparativo.
Boi
O volume de carne bovina exportado pelo Brasil recuou em julho, depois de registrar, no primeiro semestre, o segundo melhor desempenho da história para o período. No último mês, os embarques somaram 160,80 mil toneladas, 16,57% inferiores aos de junho/23 e 3,88% menores que os de julho/22, de acordo com dados da Secex compilados pelo Cepea. Trata-se, também, do menor volume escoado pelo País em um mês de julho desde 2019. Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário foi observado mesmo diante da queda nos preços pagos pela proteína nacional – em julho, o valor médio da carne exportada (US$ 4.740,31) foi o menor desde março de 2021 e ficou 6,21% abaixo do de junho/23 e expressivos 27,62% inferior ao de julho/22. Segundo pesquisadores do Cepea, os números mais negativos no âmbito internacional são justificados pelo momento atual da economia mundial, com inflação em alta, taxa de juros em elevação e aumento da produção de alimentos em alguns países.
CLIMA
Previsão de chuva
Entre os dias 31 de julho de 2023 a 7 de agosto de 2023, os maiores acumulados são previstos no extremo norte do País (tons em laranja e vermelho no mapa da figura 1). Já na maior parte do País, principalmente, em áreas centrais e interior da Região Nordeste, há previsão de predomínio de altas temperaturas, tempo seco e baixa umidade em praticamente toda a semana (tons em branco no mapa da figura 1).
Previsão para a 1ª semana (31/07/2023 a 07/08/2023)
Região Norte
São previstos volumes de chuva maiores que 40 milímetros (mm) no extremo norte, principalmente, em áreas centrais e noroeste do Amazonas, sul e leste de Roraima, além do noroeste do Pará, com possibilidades de trovoadas e rajadas de ventos de forma isolada devido ao calor e alta umidade. Nas demais áreas, como em Rondônia, Acre, Tocantins e sul da região haverá predomínio de tempo seco e sem chuvas.
Região Nordeste
O tempo segue com variação de nebulosidade e chuvas passageiras em toda a faixa litorânea, principalmente, no litoral baiano no início da semana por conta do transporte de umidade vindo do oceano. Nas demais áreas, como no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e interior e norte da região, o tempo continuará quente e seco.
Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Uma massa de ar seco deixará o tempo estável e sem chuva durante a semana. Porém, há uma possibilidade de chuva no sul do Rio Grande do Sul, em 7 de agosto. Além disso, poderão ser registrados baixos valores de umidade relativa do ar e inferior a 30%.
Figura 1. Previsão de chuva para 1ª semana (31/07/2023 a 07/08/2023). Fonte: INMET.
Previsão para a 2ª semana (08/08/2023 a 16/08/2023)
Na segunda semana, entre os dias 8 e 16 de agosto de 2023, a semana poderá apresentar acumulados de chuva maiores que 50 milímetros (mm) em áreas da Região Sul, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul, faixa leste do Nordeste, além do noroeste do País. Já em grande parte do Brasil Central e interior do Nordeste há previsão de tempo seco e sem chuvas ao longo da semana. Veja figura 2.
Região Norte
São previstos acumulados maiores que 30 mm em praticamente todo extremo norte da região, com volumes que podem superar áreas do noroeste do Amazonas. Já em áreas do sul da região, não há previsão de acumulados de chuva significativos.
Região Nordeste
São previstos acumulados de chuva que podem ultrapassar 40 mm na faixa litorânea. Em áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), norte e no interior da região, não há previsão de chuvas, havendo predomínio de tempo estável e seco.
Regiões Centro-Oeste e Sudeste
Há previsão de tempo seco em praticamente toda a semana, exceto no Rio de Janeiro e sul de São Paulo com previsão de chuva.
Região Sul
Há previsão de acumulados de chuva significativos, maiores que 50 mm, em áreas entre área do centro-norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nas demais áreas, podem ocorrer baixos acumulados, menores que 30 mm.
Figura 2. Previsão de chuva para 2ª semana (08/08/2023 a 16/08/2023). Fonte: GFS.
Fonte: INMET
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