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GERAIS
Novo PAC conta com duas linhas para o Agro
O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contempla, pela primeira vez, de forma direta, a agropecuária brasileira. Além da retomada de investimentos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também contará com investimentos para recuperação e ampliação de estradas vicinais que, além de melhorar o escoamento da safra, vão beneficiar o transporte nas zonas rurais.
“Mais uma vez, na prática, o presidente Lula demonstra que, para ele, a eleição acabou e reconhece a importância da agropecuária brasileira. Depois de ter feito o maior Plano Safra da história, ter dado condições para aberturas de mercados, agora lança o PAC retomando investimentos na inovação e pesquisa, por meio da Embrapa e, pela primeira vez, contempla o Mapa com investimentos diretos no setor”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Na área de Inovação e Pesquisa, do eixo Educação, Ciência e Tecnologia, são previstos centros de pesquisa agropecuária, equipamentos para pesquisa agropecuária para todos os estados brasileiros e infraestrutura para organizações estaduais de pesquisa agropecuária.
Já a novidade é a participação direta do Mapa no PAC com um programa de recuperação e ampliação das estradas vicinais que poderá atender por quatro anos, mais de 11 mil km/ano, nas cinco regiões do Brasil. As áreas a serem beneficiadas levam em consideração o Índice de Vulnerabilidade de Transporte (IVT) e a alta produção agrícola das microrregiões.
Fonte: Mapa
Incentivo aos biocombustíveis
Desde a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em fevereiro, ficou definido o aumento do percentual de biodiesel ao diesel nas misturas B13 e B15, de forma progressiva.
“Não tem como nós ficarmos mais discutindo a poluição do mundo, não tem como discutirmos mais a captura de carbono, mas ficar consumindo produto fóssil, combustível fóssil. É inconcebível, no Brasil, querer fazer conta e comparar mísero R$ 0,01 que custa um litro de biodiesel na mistura na bomba por litro, em detrimento de termos que consumir diesel S-500, altamente poluidor, altamente carregado de enxofre, num momento em que o mundo fala em descarbonização”, destacou o ministro durante a abertura da IV Biodiesel Week.
Além das questões de sustentabilidade relacionadas aos biocombustíveis, a produção de biodiesel, feita com matéria-prima nacional, gera empregos, oportunidades na agricultura familiar e na agroindustrialização, e ainda garante mais estabilidade ao mercado de soja e, consequentemente, das proteínas animais.
De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Mapa, Donizete Tokarski, o biodiesel é agregação de valor à indústria nacional e ao desenvolvimento regional, pois já possui 59 indústrias em 15 estados de todas as regiões brasileiras.
Presidente da Frente Parlamentar Mista de Biodiesel (FPBio), o deputado federal Alceu Moreira evidenciou o trabalho com o biodiesel afirmando que o Brasil é um grande produtor e que é um fator de redenção social. “Um sistema permanente com absoluta confiabilidade de produção e consumo porque a máquina compradora são os produtores”, concluiu.
O combustível renovável é uma ferramenta fundamental para a progressão da sustentabilidade do planeta, ressaltou o presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego. “Muito se escuta sobre a retomada dos efeitos econômicos e sociais que é importante e, principalmente, na sustentabilidade ambiental, social e econômica, três aspectos significativos. Além disso, aproveita as riquezas naturais, o sol, a chuva e as terras agricultáveis”, disse.
Pesquisadores brasileiros estão entre os mais citados do mundo
Vinte e um pesquisadores da Embrapa (veja os nomes no quadro abaixo) figuram entre os mais citados do mundo em oito áreas do conhecimento, de acordo com a segunda edição do ranking da plataforma acadêmica Research.com. O estudo considerou 26 áreas do conhecimento de 60 países. Para classificar os cientistas, foi utilizado o indicador denominado Discipline H-index (D-index), que considera o número de artigos e a quantidade de citações para cada área avaliada. Para fazer a seleção, foram combinados dados bibliométricos de várias fontes, incluindo OpenAlex e CrossRef. As informações foram coletadas em dezembro de 2022.
O ranking avaliou 166.880 pesquisadores selecionados a partir de fontes de dados bibliométricos. Os requisitos consideram também prêmios, bolsas e reconhecimentos acadêmicos outorgados pelas principais instituições de pesquisa e agências governamentais. Segundo a plataforma Research.com, o objetivo do estudo é apontar os principais especialistas em áreas específicas de conhecimento de diferentes países e, assim, inspirar jovens acadêmicos em todo o mundo, enfatizando temas de impacto para a ciência atual e tendências para o futuro.
A participação da Embrapa
A área em que a Embrapa tem maior participação, segundo o ranking, é a de Ciência de Plantas e Agronomia, com oito pesquisadores citados. São eles: Mariangela Hungria, Segundo Urquiaga, Nand Fageria (in memoriam), Robert Boddey, Johanna Döbereiner (in memoriam), Bruno Alves, José Ivo Baldani e Veronica Reis. Em seguida, aparece a de Ciências Animais e Veterinárias com seis cientistas mencionados. São eles: Luciana Regitano, Marcos Dias, Maurício Alencar, Samuel Paiva, Marcos Vinícius Silva e Ana Carolina Chagas. A área de Ciências Ambientais faz menção a dois pesquisadores: Joice Ferreira e Mateus Batistella. Assim como a de Ciência de Materiais, na qual são nominados os pesquisadores Luiz Henrique Mattoso e Cauê Ribeiro. Ribeiro é o único citado também na área de Química. Três outras áreas contam também com citações de cientistas da Embrapa: Dario Grattapaglia, na de Biologia e Bioquímica; George Brown, na de Ecologia e Evolução, e Daniel Corrêa, na de Engenharia e Tecnologias. |
Fonte: Embrapa
Conab: Aquisição de milho está autorizada em mais quatro estados
Os produtores de milho do Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal podem vender o cereal para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o objetivo, no âmbito governamental, de formação de estoques públicos. As operações são realizadas por meio do mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
Além dos estados citados, os produtores de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Tocantins seguem autorizados a fazer a venda de milho para o governo. Lembrando que a compra só será finalizada se o produto atender aos padrões exigidos pela Companhia.
Conforme o Manual de Operação da Conab, o limite de venda por produtor varia de acordo com o estado. Em Mato Grosso, cada agricultor pode vender até 30 mil sacas para a estatal. Já em Mato Grosso do Sul e Goiás, o limite é de 10 mil sacas, enquanto que nos demais estados, a aquisição está limitada a cerca de 3,3 mil sacas.
O cereal adquirido poderá ser estocado em armazéns próprios da Companhia ou em unidade armazenadora credenciada pela estatal. No caso do estado do Maranhão, o milho poderá ser acondicionado na unidade armazenadora (UA) da Companhia em Imperatriz. No Distrito Federal, na UA de Brasília, onde, nesse aspecto, há uma atuação interestadual, com atendimento a produtores do Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais.
Os interessados em vender o milho para a Conab devem estar cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e procurar a superintendência regional da Conab em seu estado para orientação sobre o preenchimento dos formulários exigidos para a operação, bem como a apresentação de documentos adicionais solicitados.
Fonte: Conab
Governo eleva alíquota de importação para borracha natural
Em reunião do Comitê-Executivo de Gestão da Camex, realizada nesta terça-feira (15), o Governo Federal aprovou a elevação da alíquota do imposto aplicada pelo Brasil à importação da borracha natural. O imposto do elastômero passará de 3,2% para 10,8%, por um período de 24 meses.
A heveicultura brasileira enfrenta dificuldades conjunturais em razão das quedas acentuadas no preço internacional do elastômero e da consequente perda de competitividade frente aos produtos importados de países do Sudeste Asiático.
Fonte: Mapa
PRODUÇÃO
A mancha alvo “na mira” da cotonicultura
No último dia 8 de agosto, como parte do 53º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Fitopatologia, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), juntamente com a Basf, promoveu um debate sobre uma das mais relevantes doenças do algodoeiro, a mancha alvo, causada pelo fungo Corynespora cassiicola.
A doença que tem como características as lesões nas folhas da planta, em círculos concêntricos de tecido necrosado, muito semelhantes a um alvo, foi o centro das discussões de um dos Grupos Temáticos de Trabalho (GTT) do congresso, pelo seu potencial de redução de produtividade nas lavouras de algodão. Diversas plantas são hospedeiras do fungo, como a soja, que vem, necessariamente, associada no sistema de rotação de culturas, com o algodão, no modelo brasileiro de produção da fibra. Segundo Portocarrero, estados como Mato Grosso, que fazem mais de uma safra por ano, na mesma área, são especialmente atingidos pelo problema.
O supervisor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Sergio Abud da Silva, também destacou a mancha alvo como uma espécie de efeito colateral do modelo diversificado do sistema produtivo de grãos no Brasil, que, por um lado, garante a sustentabilidade, e, por outro, favorece a disseminação do patógeno.
Fonte: Abrapa
Ferramenta na escolha dos melhores cruzamentos na pecuária
A Embrapa e a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) desenvolveram uma ferramenta informatizada para ajudar o pecuarista a selecionar os cruzamentos entre os touros reprodutores e as vacas matrizes, de forma a definir o melhor acasalamento para gerar progênies com características específicas desejadas pelo pecuarista. A tecnologia vai ser lançada durante a 46ª edição da Expointer em Esteio (RS) (veja abaixo).
A ferramenta permitirá que o criador selecione suas matrizes com base em informações das avaliações genéticas atualizadas, inclusive aprimoradas pela genômica quando for o caso, e escolha possíveis reprodutores para a cruza, tanto dentro de seu rebanho quanto entre touros de outros pecuaristas ou de centrais de inseminação. Assim, o produtor poderá visualizar quais resultados os cruzamentos irão gerar em relação a cada uma das DEPs (diferença esperada na progênie) disponíveis pelo programa de melhoramento genético da ANC (Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne, Promebo).
A Calculadora fornece, ainda, um algoritmo que propõe as melhores combinações para os animais selecionados pelo pecuarista. Ou seja, em vez de definir o acasalamento avaliando os dados manualmente, a ferramenta faz uma indicação de melhor cruza. “Essa indicação, logicamente, pode ser adotada ou não, afinal lá no campo, na prática, é o criador que decide o touro que ele vai acasalar com a vaca, mas nós provemos todo esse nível de informação para que ele possa tomar a melhor decisão possível”, completa Cardoso. Esse algoritmo foi desenvolvido no âmbito do mestrado em computação aplicada à agropecuária, desenvolvido por meio de parceria entre a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Embrapa.
Fonte: Embrapa
Intensificar e diversificar ao mesmo tempo é aumentar a eficiência agrícola
No segundo dia do II Simpósio de Sistemas Intensivos de Produção (II SIP), em Campo Grande, MS, na Uems, pela manhã de 16 de agosto, o tema do primeiro Painel foi “Importância, agronômica e econômica da diversificação dos cultivos nos sistemas de produção”. O moderador ao fim das quatro palestras foi o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia, da Embrapa Agropecuária Oeste.
A palestra inicial foi do professor Edicarlos Damasceno de Souza, da Unversidade Federal de Rondonópolis (UFR), com o tema “Rotação e diversificação de culturas como estratégia de intensificação e sustentabilidade”. Damasceno disse: “Sistemas de produção devem ser economicamente viáveis, mas também precisam promover benefícios ecossistêmicos. Entendemos o que é intensificar o sistema de produção sem deixar de melhorar a saúde do solo. Temos visto que há relação entre melhorar qualidade do solo e o rendimento dos cultivos”, afirmou.
Ele lembrou que, em 2050, o planeta deverá ter 10 bilhões de pessoas e será necessário em torno de 56% a mais de produção de alimentos. O desafio é aumentar a produção, diminuindo a pressão por abertura de novas áreas. “Também precisamos reduzir em 50% a emissão dos gases de efeito estuga (GEE) e mitigar o que já foi emitido. Por isso, é importante utilizar e criar sistemas de produção mais intensivos e com serviços ecosssitêmicos”.
Fonte: Embrapa
Monitoramento das lavouras
Milho (2ª safra) – 72,4% colhido
Em MT, restam apenas pequenas áreas a serem colhidas nos próximos dias. A qualidade e o rendimento dos grãos obtidos têm sido bem satisfatórios. No PR, houve incidência de chuvas volumosas que limitaram o progresso da colheita, que está atrasada em relação ao seu período ideal. Além disso, verificou-se o acamamento de plantas em algumas áreas pela ocorrência de ventos fortes, o que dificultou as operações de colheita. Em MS, houve grande evolução da colheita na região Centro-Norte, contudo na região Sudoeste as operações estão intermitentes devido à elevada umidade.
Em GO, a colheita está progredindo, sendo favorecida pela baixa umidade, que tem colaborado na secagem dos grãos. Os grãos apresentam boa qualidade e peso específico. Em SP, a colheita alcançou 40% da área total e está com bom ritmo. Observa-se bom rendimento dos grãos.
Em MG, os produtores têm aguardado a redução de umidade dos grãos para a realização da colheita, a fim de reduzir os custos com a secagem. No TO, restam pequenas áreas a serem colhidas, com previsão de finalização nos próximos dias. No MA, a colheita está em fase final. Faltam poucas áreas no Leste do estado que devem ser concluídas na segunda quinzena de agosto. No PA, as condições climáticas continuam favoráveis à secagem e à colheita dos grãos. No entanto, o avanço das operações é limitado conforme a capacidade estática para o armazenamento dos grãos.
Algodão – 55,2% colhido
Em MT, o período ensolarado e a baixa umidade foram favoráveis à abertura dos capulhos e proporcionaram a evolução da colheita. O controle de pragas está voltado para o pulgão e a mosca-branca. O bicudo exerceu alta pressão nas fases finais do ciclo de cultivo em algumas áreas, desta forma há também aplicação de inseticida, além da destruição das soqueiras. No Extremo-Oeste e no Centro-Sul da BA, as lavouras estão em colheita. No MA, a colheita das lavouras de primeira e de segunda safras está em andamento.
No Centro-Norte de MS, as condições climáticas continuaram excelentes para desfolha dos últimostalhões e para a colheita. Em GO, as lavouras de sequeiro estão finalizando a colheita, enquanto as irrigadas estão em maturação. Em MG, a colheita avança com boas produtividades e com qualidade das fibras. No PI, a colheita está progredindo sem intercorrências. Em SP, as lavouras do Sudoeste estão colhidas e nas demais regiões está em andamento.
Feião (2ª safra)
Na BA, a escassez de chuvas durante as fases críticas de desenvolvimento tem impactado as lavouras e sinalizado redução no potencial produtivo, principalmente, nas áreas no interior do estado. Em MG, o clima seco tem favorecido a colheita, ultrapassando 1/3 da área total. As condições gerais das lavouras e dos grãos obtidos são consideradas boas. Há áreas de semeadura mais tardia, que ainda estão em fase de enchimento de grãos. Estas áreas estão localizadas em regiões que não possuem vazio sanitário para a cultura, não gerando assim preocupação com a conclusão do ciclo. Em GO, a colheita avança em bom ritmo, dispondo de grãos com boa qualidade e rendimento. As áreas semeadas mais tardiamente estão em fase de enchimento de grãos e maturação, apresentando, no geral, boa sanidade. Em SP, o cultivo está concentrado nas microrregiões de Barretos e de São Joaquim da Barra e é cultivado com o uso de irrigação suplementar. Atualmente, cerca de metade das lavouras estão colhidas e as remanescentes estão em maturação, apresentando boas condições. No PA, o feijão cultivado nesse período é do tipo caupi e apresenta toda área prevista semeada. A maioria das lavouras está em fase vegetativa, porém as áreas de plantio mais precoce iniciaram a floração. No geral, as condições climáticas estão favoráveis à cultura, mesmo com a redução recente no volume de chuvas.
Trigo – 3,6% colhido
No Noroeste do RS, a chuva favoreceu o desenvolvimento das lavouras, que estão em condições satisfatórias. A semeadura mais tem compensado a redução de perfilhos. Na região Sul, a temperatura mais alta e a elevada radiação solar favoreceram o bom desenvolvimento, entretanto favorecem a ocorrência de doenças. Nas lavouras semeadas mais cedo, tem sido realizado o tratamento preventivo para doenças que atacam a espiga. Nas demais regiões, as chuvas e os ventos fortes prejudicaram o manejo de pragas e doenças. No PR, a maior parte das lavouras está em enchimento de grãos e em boas condições, mas há algumas falhas de germinação. Em SP, a colheita foi iniciada, mas a maioria das lavouras está em fase reprodutiva.
Em SC, o desenvolvimento das lavouras tem sido considerado satisfatório, mesmo com a instabilidade das condições climáticas. As lavouras estão nas fases de desenvolvimento vegetativo. A boa umidade do solo tem auxiliado a aplicação de adubação de cobertura. Em GO, as lavouras irrigadas estão em estágio de floração em boas condições. Em MS, as lavouras estão em fase de enchimento de grãos e foram beneficiadas pelas chuvas. Em MG, a colheita avança nas áreas de cultivo de sequeiro. A qualidade do trigo colhido é boa e as expectativas de produtividade também. Na BA, as lavouras estão em fase de enchimento de grãos com ótima qualidade.
Fonte: Conab
MERCADO
Indicadores Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
Soja
A firme demanda por parte de indústrias de biodiesel impulsionou os preços do óleo de soja no mercado brasileiro na última semana, segundo dados levantados pelo Cepea. Esse cenário acirrou a disputa com demandantes externos, uma vez que a procura global pelo óleo de soja do Brasil também está aquecida. De janeiro a julho de 2023, saíram dos portos brasileiros 1,6 milhão de toneladas de óleo de soja, de acordo com a Secex, um recorde.
Milho
O avanço da colheita da segunda safra brasileira de milho, novas estimativas oficiais indicando produção recorde no País e a melhora do clima nos Estados Unidos mantiveram compradores afastados do mercado spot nacional ao longo da semana passada. Segundo pesquisadores do Cepea, nesse cenário, os negócios estiveram em ritmo lento, e os preços, em queda. Vale lembrar que o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) opera nos menores patamares nominais desde agosto de 2020. No campo, em relatório divulgado nesta semana, a Conab reajustou positivamente a estimativa de produção para o milho segunda safra para 100,18 milhões de toneladas – um novo recorde. Com isso, a produção nacional de milho da safra 2022/23 é estimada em 129,96 milhões de toneladas, também recorde.
Algodão
Os valores do algodão se mantêm firmes no Brasil, apesar dos avanços da colheita e do beneficiamento da nova safra no Brasil. De acordo com informações do Cepea, a sustentação vem da alta nos valores externos e também do dólar frente ao Real. No spot nacional, muitos vendedores estão afastados, e parte dos demandantes está mais ativa, mas a “queda de braço” entre as partes limita os negócios. Vendedores se capitalizam com o cumprimento de contratos a termo, enquanto compradores com necessidades imediatas precisam elevar os valores de suas ofertas. MERCADO INTERNACIONAL – As valorizações da pluma no front externo estão relacionadas ao preço do petróleo – que está em movimento de alta desde abril – e aos ajustes negativos nos estoques mundiais de passagens, tendo em vista o maior consumo e a menor oferta globais.
Arroz
Os preços do arroz subiram nos últimos dias. De acordo com informações do Cepea, este cenário se deve à menor disponibilidade interna, resultado da redução da produção, ao bom fluxo de exportação do cereal e à estabilidade do consumo. A expectativa de baixa nos estoques de passagem no final do ano também reforça o movimento de recuperação dos valores. De acordo com pesquisadores do Cepea, as vendas do arroz beneficiado tiveram ligeira melhora na semana passada, levando as indústrias a efetuarem novas compras do casca, visando a renovação de seus estoques. Produtores, por sua vez, permaneceram firmes em relação aos preços pedidos.
Trigo
A colheita da nova safra de trigo foi iniciada no Paraná, um dos maiores produtores do cereal do Brasil. Por enquanto, as estimativas oficiais indicam que, apesar de o volume colhido no País poder ser menor que o da temporada passada, a disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) deve ser recorde, sobretudo devido às maiores importações. Segundo pesquisadores do Cepea, mesmo com os dados apontando aumento no consumo interno, os excedentes domésticos recordes exigirão que as exportações brasileiras do cereal também ocorram em bons volumes. Caso contrário, a pressão sobre os preços de comercialização do cereal pode ser reforçada – vale lembrar que levantamento do Cepea mostra que os valores do trigo estão em movimento de queda desde o encerramento de 2022. No Paraná, especificamente, dados do Cepea mostram que a tonelada do trigo operava na casa dos R$ 1.830 em dezembro de 2022, passando para R$ 1300 neste mês de agosto.
Açúcar
O preço do açúcar cristal branco caiu no mercado spot de São Paulo, voltando à casa dos R$ 132,00/saca. De acordo com dados levantados pelo Cepea, esse é o menor valor nominal desde abril deste ano, quando a safra 2023/24 foi iniciada. Importante ressaltar que, em 1º de junho, o Indicador atingiu o maior patamar nominal, quando fechou a R$ 150,84/saca de 50 kg. Segundo pesquisadores do Cepea, observa-se aumento nas exportações de açúcar cristal Icumsa 150, o que tem levado a uma restrição de oferta para o mercado interno. E, mesmo com a demanda doméstica se mantendo estável, compradores estão pressionando por preços mais baixos da saca de cristal, o que tem levado algumas usinas a ceder nos valores de venda.
Etanol
Com os compradores oferecendo valores mais baixos, o preço do etanol hidratado voltou a cair na semana passada em São Paulo, de acordo com informações do Cepea. A queda foi observada apesar da retração de algumas unidades produtoras. Entre 7 e 11 de agosto, o Indicador do etanol hidratado CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,0794/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), baixa de 2,36% frente à semana anterior. Para o etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2,4654/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), queda de 2,4% no mesmo período.
Boi
O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo) recuou 9,3% na primeira quinzena de agosto. Considerando-se a série histórica do Cepea, trata-se da queda mais intensa para uma primeira metade de mês desde dezembro de 2008, quando o recuo foi de significativos 9,64%. Segundo pesquisadores do Cepea, naquele período, os valores do animal para abate eram pressionados pela forte retração de agentes de frigoríficos, que reduziram as compras de novos lotes no spot nacional, devido sobretudo à expressiva diminuição das exportações em novembro de 2008. Já as fortes desvalorizações da arroba na primeira metade de agosto de 2023 estão atreladas à maior oferta de animais para abate e à – ainda – enfraquecida demanda interna pela carne – ressalta-se que, diferentemente do observado em 2008, as exportações da carne vêm apresentando bom desempenho nas últimas semanas.
CLIMA
Previsão de chuva
Na primeira, entre os dias 14 e 21 de agosto de 2023, os maiores acumulados são previstos no extremo norte do País (tons em laranja e vermelho no mapa da figura 1), além do sul do Brasil Central (tons em verde e amarelo no mapa da figura 1). Na porção central do Brasil, interior da Região Nordeste e sul da Região Norte, há previsão de predomínio de tempo seco em toda a semana (tons em branco e azul no mapa da figura 1). Confira, a seguir, a previsão do tempo detalhada para cada região do Brasil nas próximas duas semanas.
Previsão para a 1ª semana (14/08/2023 a 21/08/2023)
Região Norte
São previstos volumes de chuva maiores que 50 milímetros (mm) no noroeste do Amazonas e sul de Roraima, devido ao calor e alta umidade. Nas demais áreas, como em Rondônia, Acre e Tocantins e sul do Pará, haverá predomínio de tempo seco e sem chuvas.
Região Nordeste
O tempo segue com variação de nebulosidade e chuvas passageiras em toda a faixa litorânea mas, principalmente, no litoral baiano no decorrer da semana por conta do transporte de umidade vindo do oceano. Nas demais áreas, como no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e interior da região, a previsão é de tempo quente e seco.
Regiões Centro-Oeste e Sudeste
A persistência de uma massa de ar seco deixará o tempo estável e sem chuvas em praticamente todas as regiões. No entanto, entre os dias 14 e 15 de agosto, um sistema de baixa pressão na média e alta troposfera provocará instabilidade e chuvas em áreas de Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e São Paulo. A partir do dia 18 de agosto, volta a ficar instável nestas áreas, além do Rio de Janeiro, com acumulados de chuvas inferiores a 50 mm. Também poderão ser registrados baixos valores de umidade relativa do ar, principalmente, na Região Centro-Oeste e norte de Minas Gerais.
Região Sul
A previsão é de tempo seco e sem chuvas no início da semana. Porém, a atuação de uma frente fria entre os dias 18 e 19 de agosto, seguida pela persistência de áreas de instabilidade após a passagem do sistema frontal (frente fria), irão causar acumulados de chuva que podem ultrapassar os 30 milímetros (mm) no centro-sul do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina. Esses volumes poderão ser ainda maiores, chegando aos 50 mm em áreas do norte do Paraná. Já na faixa leste da região, pode ocorrer baixos acumulados de chuva.
Figura 1. Previsão de chuva para 1ª semana (14/08/2023 a 21/08/2023). Fonte: INMET.
Previsão para a 2ª semana (22/08/2023 a 30/08/2023)
Na segunda semana, entre os dias 22 e 30 de agosto de 2023, a semana poderá apresentar grandes acumulados de chuva maiores que 70 milímetros (mm) em áreas da Região Sul e leste da Região Sudeste do País. Já em grande parte do Brasil Central e interior do Nordeste, há previsão de tempo seco e sem chuva ao longo da semana. Veja a figura 2.
Região Norte
São previstos acumulados menores que 30 mm em praticamente todo extremo oeste da região. Já em áreas do norte da região, não há previsão de acumulados de chuva significativos.
Região Nordeste
São previstos baixos acumulados de chuva na faixa leste da região. Em áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), norte e no interior da região, não há previsão de chuvas, havendo predomínio de tempo estável e seco.
Regiões Centro-Oeste e Sudeste
A previsão é de tempo seco em praticamente toda a semana, exceto no leste da região Sudeste, especialmente, em São Paulo e Rio de Janeiro, com chuvas que podem ultrapassar os 80 mm.
Região Sul
A previsão é de acumulados de chuva significativos, maiores que 50 mm em grande parte da região, exceto no centro-sul do Rio Grande do Sul, onde são previstos volumes de chuva inferiores a 20 mm.
Figura 2. Previsão de chuva para 2ª semana (22/08/2023 a 30/08/2023). Fonte: GFS.
Fonte: INMET
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