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Primeiras cultivares de pitayas registradas no Mapa chegam ao mercado

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(Curadoria Agro Insight)

A Embrapa Cerrados (DF) desenvolveu cinco cultivares de pitaya geneticamente superiores: BRS Lua do Cerrado; BRS Luz do Cerrado; BRS Granada do Cerrado; BRS Minipitaya do Cerrado e BRS Âmbar do Cerrado. Essas são as primeiras cultivares de pitayas registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e chegam ao mercado para uniformizar e organizar a produção desse fruto que a cada dia conquista produtores e consumidores pelo País.

Resistentes a doenças, as novas cultivares apresentaram bom desempenho nos pomares, mesmo sem a aplicação de químicos. Essa característica as torna aptas para o cultivo orgânico, além de gerar menor impacto ambiental e financeiro na produção. Os frutos são bem doces, de polpa firme e as plantas apresentam manejo simples, boa produtividade e baixo custo de produção.

Histórico da pesquisa

Os lançamentos são resultado de um trabalho que se iniciou na década de 1990, a partir da seleção de espécies com maior potencial comercial e, também, de cruzamentos realizados entre e dentro de diferentes espécies. No início dos trabalhos, a Embrapa Cerrados chegou a formar um banco de germoplasma (coleção de diferentes acessos da espécie) com 400 genótipos diferentes.

O objetivo das pesquisas foi selecionar espécies com maior potencial comercial e, dentro delas, as plantas com maior produtividade, maior resistência a doenças, e melhor qualidade física e química dos frutos.

A fruta do dragão

Também conhecida como fruta-do-dragão, por causa de sua aparência escamosa, as pitayas têm origem na América tropical e subtropical, incluindo o Brasil. O País possui uma espécie nativa, a Selenicereus setaceus, conhecida como Saborosa, de sabor aprimorado, uma vez que combina doçura com acidez. Além dessa espécie nativa, temos a Selenicereus costaricensis, que possui a casca vermelha e a polpa roxa. Essa e a Selenicereus undatus, pitaya de casca vermelha e polpa branca, são as que possuem maior expressão comercial. Há, no entanto, uma diversidade grande de outras espécies, como a Selenicereus megalanthus, que é a pitaya de casca amarela e polpa branca, bem mais doce do que as demais.

O cultivo da pitaya é recente aqui e no mundo, mas está em franca expansão. Comercialmente, começou a ser plantada no País nos últimos 20 anos. Atualmente, o Brasil está entre os dez maiores produtores; no topo da produção estão o Vietnã e a China. Além de ser uma fruta bonita e vistosa, a pitaya também é funcional, por possuir características benéficas para a saúde. Ela é rica em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. O fruto pode ser consumido in natura e em diversas receitas. A casca também pode ser consumida e utilizada para extração de corantes e outros produtos agroindustriais. A planta produz uma flor grande e bonita, que abre à noite e que possui potencial ornamental.

Foto: Alexandre Veloso

Sem necessidade de polinização cruzada

A autocompatibilidade, ou seja, a capacidade de a planta produzir frutos sem a necessidade da polinização cruzada, foi um ponto importante da pesquisa. Todas as cinco cultivares que estão sendo lançadas possuem essa característica. Isso representa um aspecto muito positivo no manejo da cultura.

As linhas de pesquisa com pitaya seguiram durante esses últimos anos em duas frentes. A primeira relacionada ao desenvolvimento de variedades geneticamente superiores, ou seja, mais produtivas, mais resistentes a pragas e doenças, teor de açúcar que atenda ao gosto do consumidor, além da autocompatibilidade. Já a segunda frente desenvolveu o sistema de produção, cujos resultados geraram um conjunto de recomendações relacionadas a produção de mudas, plantio, podas de formação e produção, sistemas de tutoramento das plantas, adubações de plantio e de cobertura, além da irrigação, colheita e processamento dos frutos.

Validação de norte a sul do País

As cultivares desenvolvidas pela Embrapa foram validadas em todas as regiões do Brasil, com base numa rede de parceria público-privada. De acordo com Faleiro, os trabalhos são muito importantes para confirmar o potencial agronômico dessas cultivares em variados tipos de solo, de clima, e em sistemas de produção convencionais e orgânicos.

A experiência positiva com as novas cultivares tem se repetido de sul a norte do País. “As variedades da Embrapa têm se adaptado bem à nossa região e estão se tornando mais uma opção para os fruticultores do Vale do São Francisco”, destaca Éder Inácio, engenheiro-agrônomo e fruticultor em Petrolina (PE). O extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) Geraldo Magela concorda. “A pitaya é uma alternativa para aumentar a renda da propriedade rural. As cultivares desenvolvidas pela Embrapa são mais produtivas e de sabor diferenciado; além disso, não necessitam de polinização manual, o que é uma característica muito buscada pelos produtores”, salienta.

Foto: Alexandre Veloso

 

Como reproduzir e onde encontrar

A pitaya pode ser propagada por semente e por mudas (cladódios ou estacas). O método por estaca é o mais usado comercialmente porque ele permite produção mais rápida e mantém integralmente as características genéticas das plantas matrizes. Cladódios e mudas das novas cultivares geneticamente superiores serão produzidos por viveiristas e produtores de material propagativo de pitaya parceiros da Embrapa.

Os produtores rurais interessados em produzir as cultivares de pitayas lançadas pela Embrapa podem adquirir cladódios ou mudas enraizadas dos produtores e viveiristas parceiros da Embrapa que produzem o material propagativo com garantia de origem genética. O contato desses produtores pode ser obtido na Página de Cultivares da Embrapa.

Foto: Alexandre Veloso

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

Embrapa/Notícias – Cientistas desenvolvem cultivares de pitaya geneticamente superiores. Biodiversity  Research. Embrapa, maio de 2023.

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