Praga quarentenária da mandioca é detectada pela primeira vez no Brasil no norte do estado do Amapá
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a detecção do fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae) em lavouras de mandioca no norte do estado do Amapá. Esta é a primeira vez que essa praga é registrada no Brasil. Conhecida como “vassoura de bruxa” da mandioca, a doença é uma praga quarentenária ausente, ou seja, não estava presente no país, mas pode causar grandes prejuízos econômicos. A praga foi inicialmente identificada por técnicos da Embrapa em terras indígenas de Oiapoque e já se espalhou para os municípios de Calçoene e Amapá.
Os sintomas incluem ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos. Com o avanço da doença, ocorre clorose, murcha das folhas e morte das plantas. A dispersão pode se dar por material vegetal infectado, ferramentas de poda, solo e água. Com a confirmação oficial da praga, o Mapa e a Embrapa implementaram ações fitossanitárias, como monitoramento das áreas afetadas, restrições na movimentação de plantas, uso de manivas saudáveis e aplicação de fungicidas específicos, além da eliminação das plantas doentes.
As pragas quarentenárias ausentes são definidas como aquelas com potencial econômico, mas que ainda não estão presentes em uma área. No Brasil, cerca de 700 espécies ou gêneros estão regulamentados como pragas quarentenárias ausentes. Cada praga apresenta características diferentes, exigindo ações específicas de controle. Para isso, o Brasil conta com o Programa Nacional de Prevenção e Vigilância de Pragas Quarentenárias Ausentes, que busca prevenir e monitorar essas ameaças.
Com a presença confirmada do fungo no Amapá, o programa intensificou as ações de vigilância, aplicando medidas para evitar a disseminação da praga e mitigar os riscos. A situação requer atenção para evitar que o fungo se espalhe para outras regiões, o que poderia causar graves impactos na produção de mandioca no Brasil.
Fonte: MAPA 15/08/2024