(Curadoria Agro Insight)
Na curadoria de hoje, trouxemos os resultados da análise do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro em 2021, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 8,36% em 2021. Ressalta-se que, no último trimestre de 2021, especificamente, o PIB do agronegócio brasileiro chegou a cair, 2,03%, influenciado sobretudo por uma piora nos preços reais do setor. Diante do bom desempenho do PIB agregado do agronegócio em 2021, o setor alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 (quando foi de 27,53%).
Segundo pesquisadores do Cepea, os segmentos primário e de insumos se destacaram em 2021, com aumentos de 17,52% e 52,63%, respectivamente. O PIB também cresceu para os outros dois segmentos, 1,63% para a agroindústria e 2,56% para os agrosserviços. Dentre os ramos, enquanto o PIB do agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021, o PIB do pecuário recuou 8,95%.
RAMO AGRÍCOLA
O forte crescimento do PIB do segmento primário agrícola decorreu especialmente do alto patamar real dos preços, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas, devido ao clima desfavorável. Ressalta-se que o avanço da renda nesse segmento não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos custos de produção – o que pode ser verificado no avanço do PIB dos insumos agrícolas. Esse crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de fertilizantes e de máquinas agrícolas (mas o aumento da produção nacional de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas também impulsionou os resultados).
Pesquisadores destacam a importante desaceleração da agroindústria ao longo do segundo semestre de 2021, após sucessivas recuperações observadas ao longo do primeiro semestre. Ainda assim, sobretudo devido ao avanço real dos preços, a indústria agrícola finalizou 2021 com alta no PIB. E com os bons resultados nos segmentos a montante, os agrosserviços prestados ao ramo também avançaram no ano passado.
RAMO PECUÁRIO
O fraco desempenho do ramo pecuário teve como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços do ramo. No segmento primário, o PIB cresceu, mas com resultado bem modesto tendo em conta as fortes elevações dos preços dos animais vivos e do leite. Em 2021, o aumento do faturamento nas atividades pecuárias não se transformou em aumento do PIB, tendo em vista o avanço ainda mais expressivo do custo com insumos nessas atividades. Ademais, a menor produção de boi gordo também influenciou negativamente o PIB pecuário. Na agroindústria, a relação entre faturamento e custos com insumos foi ainda mais desfavorável, diante das dificuldades de repasse das elevações das matérias-primas ao consumidor final devido a fragilização da demanda doméstica. Com isso, o PIB recuou no ano.
CONCLUSÕES
Após apresentar desempenho modesto no terceiro trimestre de 2021, o PIB do agronegócio brasileiro recuou no quarto trimestre – refletindo sobretudo uma piora nos preços reais do setor. Mas, apesar das quedas verificadas no segundo semestre, no fechamento de 2021 o PIB cresceu para todos os segmentos do agronegócio, acumulando
alta importante de 8,36%. Os segmentos primário e de insumos mantiveram destaque em 2021, com crescimentos de 17,52% e 52,63%, respectivamente; e o PIB também cresceu para os outros dois segmentos, 1,63% para a agroindústria e 2,56% para os agrosserviços.
Como visto nos relatórios anteriores, a oposição entre os resultados do ramo agrícola e do ramo pecuário se manteve. Entre 2020 e 2021, o PIB do ramo agrícola cresceu 15,88% e o PIB do ramo pecuário recuou 8,95%.
No ramo agrícola, no geral, os destaques foram a agricultura e o segmento de insumos agrícolas. O forte crescimento do PIB agrícola decorreu especialmente do alto patamar real dos preços, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas em resposta às condições climáticas desfavoráveis. Ressalta-se que o
avanço da renda nesse segmento não foi ainda maior em virtude do também expressivo incremento dos custos de produção – o que pode ser verificado no crescimento do PIB dos insumos agrícolas. Esse crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de fertilizantes e de máquinas agrícolas (mas o crescimento da produção nacional de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas também impulsionou os resultados).
Ainda nesse ramo, destacou-se a importante desaceleração da agroindústria ao longo do segundo semestre de 2021, após sucessivas recuperações observadas ao longo do primeiro semestre. No fechamento do ano, houve queda de produção para as seguintes atividades industriais: biocombustíveis, açúcar, moagem e fabricação de produtos amiláceos,
conservas de frutas/legumes/outros vegetais, móveis de madeira e outros produtos alimentares; ademais, os níveis de processamento de café, fumo e óleos vegetais se mantiveram praticamente estagnados. Ainda assim, sobretudo devido ao avanço real dos preços, a indústria agrícola finalizou 2021 com alta no PIB. E com os bons resultados nos segmentos a montante, os agrosserviços prestados ao ramo também avançaram no ano passado.
Por sua vez, como evidenciado nos relatórios anteriores, o fraco desempenho do ramo pecuário teve como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços do ramo.
No segmento primário, o PIB cresceu, mas com resultado bem modesto tendo em conta as fortes elevações dos preços dos animais vivos e do leite. Em 2021, o aumento do faturamento nas atividades pecuárias não se transformou em aumento do PIB tendo em vista o avanço ainda mais expressivo do custo com insumos nessas atividades. Ademais, a menor produção de boi gordo também influenciou negativamente o PIB pecuário. Na agroindústria, a relação entre faturamento e custos com insumos foi ainda mais desfavorável, diante das dificuldades de repasse das elevações das matérias-primas ao consumidor final devido a fragilização da demanda doméstica. Com isso, o PIB recuou no ano.
Em geral, considerando o bom desempenho do PIB agregado do agronegócio em 2021, o setor alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 (quando foi de 27,53%).
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