Importância de uma pastagem rica em proteína
Na pecuária, os custos com alimentação podem representar de 70 a 90% dos custos operacionais totais. Assim, o pecuarista deve maximizar a utilização do pasto para aumentar a rentabilidade do sistema produtivo.
O desempenho animal depende da quantidade e qualidade da forragem disponível. Entretanto, no Brasil cerca de 70% apresenta baixa capacidade produtiva ou qualidade nutricional, resultando em baixa produção de carne e leite.
Para que a pecuária atinja seus objetivos, a base fundamental da atividade é a construção de pastagens que forneçam forragem de qualidade nutricional que satisfaça as necessidades dos animais.
A qualidade de uma pastagem significa fornecer no momento certo, a quantidade de nutrientes necessários para que a genética animal expresse o seu máximo potencial produtivo, seja de carne ou leite.
Entre os componentes da qualidade das pastagens, a concentração de proteína ou proteína bruta (PB) recebe grande destaque, isso se deve aos seguintes aspectos:
- há muitas situações em que a proteína é o nutriente mais limitante à produção, permitindo respostas de aumento de produção através da sua suplementação;
- é um nutriente de alto custo por unidade (R$/ponto percentual de proteína);
- a nutrição energética depende da nutrição proteica, isto é, deficiências de energia podem ocorrer em função da deficiência proteica ou pela falta de balanceamento das várias frações da proteína.
Desta forma, é fundamental para sucesso da atividade pecuária que as pastagens forneçam concentrações adequadas de proteína durante todo o seu ciclo de produção.
Como obter uma pastagem com alto teor de proteína?
A obtenção de uma pastagem de alta qualidade proteica depende de vários aspectos que devem ser levados em conta, sendo que os mais destacados são:
i) a escolha da espécie com qualidade nutricional adequada;
ii) correção da fertilidade de área, principalmente em relação à acidez do solo e à adubação nitrogenada e o
iii) manejo do pastejo.
Além desses, pode-se lançar mão de algumas alternativas para incrementar o teor de proteína das pastagens, como por exemplo, através do consórcio de espécies e do banco de proteína.
1) ESCOLHA DA ESPÉCIE
Como regra geral, a escolha da espécie deve ser feita levando em consideração as características da área, como, fertilidade do solo, clima, a topografia, presença de invasoras e histórico da área. Assim como, a produtividade desejada, o nível tecnológico a ser usado, o objetivo que se busca na produção e a época do ano que se pretende utilizar a forragem.
Quanto à qualidade, a escolha da espécie é de fundamental importância na busca de uma pastagem, pois as plantas forrageiras diferem amplamente em sua composição química.
As variações na composição ocorrem como resultado da diversidade genética das plantas. Em geral, as leguminosas são mais ricas em PB do que as gramíneas, daí o seu valor nutritivo mais elevado.
As leguminosas de clima temperado ou tropical, possuem valores semelhantes de PB, enquanto que as gramíneas de clima tropical apresentam, geralmente, teores mais baixos de PB do que as temperadas.
Na Tabela 01, são apresentados valores orientadores de PB de algumas espécies de pastagens. Essa informação, aliada ao conhecimento da necessidade proteica dos animais, pode resultar em economia nos custos com formulação de dietas, pois as fontes proteicas são as de custo mais elevado.
Tabela 1. Teor de proteína médio de espécies forrageiras.
Espécie | Teor de proteína bruta (PB) |
Clima temperado e Subtropical | |
Aveia-preta (Avena brevis cv. BRS Centauro) | 20-23.4% |
Azevém (Lolium multiflorum) | 8-16% |
Trigo duplo propósito | 21,98% |
Capim-elefante cv. BRS Kurumi | 18-20% |
Trevo vermelho (Trifolium pratense) | 12-16% |
Trevo-vesiculoso (Trifolium vesiculosum) | 20,80% |
Trevo branco (Trifolium repens) | 26,50% |
Milheto (Pennisetum glaucum) | 17-18% |
Aveias e cereais de duplo-propósito | 11-25% |
Clima Tropical | |
Capim andropogon (Andropogon gayanus) | 8-10% |
Tifton 85 (Cynodon spp.) | 13,70% |
Capim-tanzânia (Panicum maximum) | 12,2% |
Capim-mombaça (Panicum maximum) | 11,3% |
Brachiarão (Brachiaria brizantha c.v. Marandu) | 10% |
Brachiarinha (Brachiaria decumbens c.v. Basilisk) | 7-9% |
Quicuio da Amazônia (Brachiaria humidicola) | 3-6% |
Estilosanthes cv. Campo Grande | 15-18% |
Amendoim forrageiro (Arachis glabrata) | 10-18% |
É importante destacar, que esses teores podem variar, principalmente em função da fertilidade do solo e do sistema de pastejo adotado (folhas mais jovens possuem maior teor de proteína e menos fibras.
Material indicado para consulta
Para regiões de clima temperado e subtropical, a pesquisadora da Embrapa, Dra Andrea Mittelmann, descreve as principais características de uma série de espécies com potencial de incrementar o teor de proteína das pastagens (https://www.embrapa.br/clima-temperado/forrageiras).
No caso das regiões tropicais, mais detalhes sobre as características das principais espécies podem ser obtidas no documento da Embrapa intitulado “Passo a Passo para a Formação de uma Boa Pastagem”, disponível no link: http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/naoseriadas/portifolio2008/Portfolio_folhas_correcoes.pdf.
2) FERTILIDADE DO SOLO
Após identificarmos as espécies mais adequadas para a nossa região e para a finalidade desejada, é necessário identificar e corrigir as deficiências do solo, pois a qualidade nutricional da pastagem será reflexo da fertilidade do solo.
Pode-se dizer que a condição nutricional da pastagem é o espelho da fertilidade do solo.
A disponibilidade de nutrientes do solo exerce influência sobre a produção e a composição química das pastagens, com impacto direto nos teores de PB, digestibilidade e consumo das forrageiras.
O primeiro aspecto que deve ser considerado no preparo de uma área de pastagens é o diagnóstico da fertilidade do solo.
- Diagnóstico
Análise de solo – A análise química do solo é o principal instrumento utilizado para avaliação da fertilidade e para a recomendação de corretivos e fertilizantes.
Nesse tipo de análise, são avaliadas a disponibilidade de nutrientes e a presença de elementos tóxicos no solo, que podem prejudicar o crescimento das plantas e, consequentemente, a produtividade das forrageiras.
Os principais parâmetros do solo analisados são: pH (medida da acidez do solo), teor de matéria orgânica, fósforo disponível, potássio, cálcio e magnésio trocáveis, além dos micronutrientes, boro, cobre, ferro, manganês e zinco e do alumínio trocável (elemento potencialmente tóxico às plantas).
Em situações em que se deseja identificar condições de deficiência em pastagens já estabelecidas e que apresentam desempenho abaixo do esperado, pode-se lançar mão da análise foliar.
Análise foliar – Os resultados obtidos pela análise foliar permitem a identificação de problemas pontuais de deficiência. Para as gramíneas, a amostragem deve ser realizada através da coleta de aproximadamente 30 folhas recém maduras por talhão, enquanto que para as leguminosas, são amostradas 30 folhas completamente expandidas e recém maduras, durante o período de floração.
Com os resultados da análise de solo e/ou foliar em mãos, deve-se ter especial atenção com problemas de acidez e baixos teores de matéria orgânica do solo (indicador da disponibilidade de nitrogênio).
- Calagem
Os solos brasileiros são em geral ácidos, tornando fundamental a realização de calagem para a obtenção de pastagens com alta qualidade nutricional e elevada produção de massa seca.
A calagem eleva o pH do solo, eliminando problemas com elementos tóxicos, como o alumínio, bem como, supre a necessidade das pastagens em cálcio e magnésio.
A calagem das pastagens é realizada sem considerar as características próprias das espécies, à exceção da alfafa. Esta é sensível à acidez do solo e enquadra-se no grupo de culturas com indicação de calagem para o solo atingir pH 6,5 com incorporação do corretivo na camada de zero a 20 cm de profundidade.
Nas demais espécies, a calagem deve ser feita em doses e formas de aplicação conforme o sistema de cultivo.
No sistema convencional de manejo do solo, dependendo da espécie ou sistema, recomenda-se a incorporação de calcário na quantidade adequada para elevar o pH do solo a 5,5 ou 6,0 na camada de zero a 20 cm; para o sistema plantio direto deve ser utilizada a dose equivalente à metade da quantidade indicada para elevar o pH a 5,5, não sendo necessária a incorporação no solo.
A implantação de pastagens perenes deve ser feita no sistema de cultivo convencional e o calcário deve ser incorporado. Nos anos subsequentes, caso constatada a necessidade de reaplicação de calcário, utilizar a metade da dose indicada para pH 5,5, sem incorporação.
- Adubação nitrogenada
O nitrogênio é o principal nutriente para manutenção da produtividade das pastagens, sendo essencial na formação das proteínas e responsável por características ligadas ao porte da planta, tais como o tamanho das folhas, tamanho do colmo, formação e desenvolvimento dos perfilhos.
Apesar de presente no solo, como constituinte da matéria orgânica ou na forma de amônio e nitrato, tem seu suprimento limitado, podendo ser esgotado rapidamente pelos cultivos.
Em regiões como o cerrado, as condições de temperatura e de umidade predominantes aceleram os processos de decomposição da matéria orgânica cerca de cinco vezes mais rápido que sob um clima frio. Desta forma, precisa-se produzir muita matéria orgânica para se manter o solo com um bom suprimento de nitrogênio.
O uso de fertilizantes nitrogenados determina um aumento no teor de PB nas pastagens, sendo fundamental para o incremento da sua qualidade. Aspecto importante principalmente nas gramíneas, que naturalmente apresentam menor teor de proteína.
A velocidade de absorção do nitrogênio pelas gramíneas é mais rápida que a resposta em crescimento. Desta forma, quanto mais rapidamente à pastagem for utilizada, maiores as quantidades de nitrogênio e proteína na planta.
Uma vez estabelecida, a pastagem deve receber sua primeira adubação nitrogenada aos 30 e 40 dias após a emergência, considerando que a forrageira esteja cobrindo cerca de 60 a 70% da área, visando maior aproveitamento do fertilizante.
Existem várias fontes de nitrogênio que podem ser usadas em pastagens, contudo, as mais comuns são a ureia, o sulfato de amônio e o nitrato de amônio.
A forma de aplicação do nitrogênio é a de cobertura a lanço, quando o solo está retendo níveis de umidade que favorecem a solubilidade e distribuição do fertilizante contendo nitrogênio, que é um elemento móvel muito suscetível a perdas no solo.
O número de vezes em que se parcela a dose anual de fertilizante nitrogenado varia com a dose de aplicada e com os objetivos do sistema.
Em situações de pastejo, quando pequenas quantidades de fertilizante nitrogenado são utilizadas (< 60 kg ha/ano), a aplicação pode ser feita de uma vez só. Assim, seria interessante que doses entre 80 a 120 kg ha/ano sejam parceladas em duas vezes. Com doses mais elevadas, na faixa de 120 a 180 kg ha/ano de N, seria aconselhável dividir essa quantidade em três ou quatro vezes.
Nas situações em que as adubações ultrapassam a 200 kg/ha/ano de N, o mais indicado seria parcelar a quantidade de acordo com os ciclos de pastejo.
Normalmente, praticam-se cinco a oito ciclos de pastejo durante o verão. Nesse caso, seria possível aplicar cinco a oito parcelas de 40 a 60 kg/ha/ano de N, depois da saída dos animais dos piquetes, totalizando doses anuais de N de 200 a 480 kg/ha/ano de N, conforme o número de ciclos de pastejo e a dose de N-fertilizante utilizada por ciclo.
O parcelamento reduz a quantidade de N aplicada de cada vez, diminuindo o risco de perda e aumentando a eficiência da adubação nitrogenada.
Material indicado para consulta
No documento da Embrapa intitulado “Adubação Nitrogenada para Pastagens do Gênero Brachiaria em Solos do Cerrado”, os pesquisadores abordam a importância da adubação nitrogenada na produção e qualidade das pastagens. (https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/215338/adubacao-nitrogenada-para-pastagens-do-genero-brachiaria-em-solos-do-cerrado)
3) MANEJO DO PASTEJO
O principal problema de manejo das pastagens é o uso de taxas de lotação ou períodos de descanso que não levam em conta o ritmo de crescimento da forrageira.
Toda planta forrageira possui um limite morfofisiológico que estabelece a capacidade dessa planta em se recuperar do estresse da desfolhação e do pisoteio resultantes do pastejo.
As maiores mudanças nos teores de proteína das forrageiras acompanham sua maturação. À medida que a planta amadurece, a concentração de proteínas tende a decrescer e a de fibras a aumentar, sendo esperados consequentemente, declínios na qualidade e no consumo.
Além disso, o manejo inadequado da pastagem pode causar o superpastejo ou o subpastejo.
No superpastejo ocorre o consumo do rebrote a nível acima do tolerado pela espécie forrageira, causando rápido declínio da produtividade e na qualidade da pastagem. Por outro lado, o subpastejo permite acúmulo de forragem que rapidamente perde o seu valor nutritivo, por se tomar fibrosa, com baixos teores de proteína e baixa digestibilidade.
Atualmente, os principais métodos de pastejo são o pastejo contínuo e o pastejo rotacionado.
Com taxas de lotação inferiores a 1,5 UA/ha/ano, o pastejo com lotação contínua e o pastejo rotacionado podem ser recomendados e apresentam desempenho similar.
Mas com o aumento da taxa de lotação o pastejo rotacionado é mais recomendado, pois possibilita o melhor controle da intensidade de desfolha e do período de rebrota da planta. Além disso, possibilita ao produtor, um maior controle da qualidade da pastagem fornecida aos animais, proporcionando uma forragem mais rica em proteína e com menos fibras.
O pastejo rotacionado é mais indicado para pastagens consorciadas de gramíneas com leguminosas e para situações em que se utiliza espécies forrageiras cespitosas e eretas (capim-elefante e Panicum maximum) que quando submetidos a períodos curtos de rebrota, têm sua perenidade comprometida e em períodos longos tem perda de qualidade com redução do teor de proteína , devido a elevada formação de hastes e material morto.
Diversos métodos podem ser usados para estimar a taxa de lotação, mas o método baseado na oferta de forragem em sido bastante eficiente.
Para sistemas extensivos e semi-extensivos, a oferta de forragem deve variar de 7 a 12 % de massa seca de forragem por 100 kg de peso vivo. Para sistemas intensivos, ofertas de forragem de 6 a 9% têm sido indicadas.
O produtor deve ser capaz de utilizar suas pastagens com taxas de lotação corretas, ou seja, ajustá-las de acordo com a quantidade e qualidade da forragem disponível.
Material indicado para consulta
Para esse tópico indicamos uma leitura adicional das seguintes publicações:
Documento da Embrapa: Área do Piquete e Taxa de Lotação no Pastejo Rotacionado. (https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/569854/1/comtec101.pdf)
Publicação da USP: Princípios básicos do manejo de pastagens (https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4671031/mod_resource/content/1/Prnc%C3%ADpios%20do%20manejo%20de%20pastagens.pdf)
4) CONSÓRCIO GRAMÍNEA X LEGUMINOSA
Pastagens formadas por consórcios de gramíneas e leguminosas proporcionam maior produtividade animal e maior sustentabilidade na produção de forragem.
Além de elevar a qualidade nutricional das pastagens, devido ao aumento do teor de proteína, as leguminosas em consorcio com gramíneas aportam grandes quantidades de nitrogênio ao sistema, baixando drasticamente os custos com a compra de fertilizantes e reduzindo a degradação das pastagens e do solo.
A superioridade nutricional das leguminosas é vantajosa, sobretudo na época em que o valor nutritivo dos capins diminui consideravelmente ou quando a gramínea é naturalmente de menor valor alimentício (Ex. Andropogon, Brachiaria humidicola, Capim-Massai).
As leguminosas em consórcio são verdadeiramente suplementos proteicos de baixo custo. O impacto das consorciações na produção animal a pasto dá-se pelo aumento no desempenho ou ganho por animal, sendo 30% superior em relação aos pastos puros ou não consorciados.
Entretanto é importante ressaltar que não há aumento substancial na taxa de lotação das pastagens consorciadas, uma vez que a produtividade de forragem das leguminosas é menor que a das gramíneas.
As leguminosas arbustivas (ex. Leucena, Guandu, gliricidia), por conta de seu porte mais alto são mais indicadas para consórcio com gramíneas de porte mais alto e que são fortes competidoras por luz. Também são recomendadas para propriedades em que o manejo do pastejo animal não é bem controlado, haja vista serem mais resistentes ao pastejo mais severo.
Leguminosas herbáceas, como o estilosantes, são mais adequadas para consórcio com capins menos agressivos e de porte mais baixo, exigindo maior controle da quantidade de animais no pasto e da competição com a gramínea.
Para a época seca são recomendados consórcios com plantas com maior tolerância à seca e com menor aceitação e consumo na estação chuvosa (Cratylia argentea, estilosantes, calopogônio).
Em todas as situações, o maior compromisso a ser estabelecido pelos pecuaristas deve ser com o bom gerenciamento do pastejo, crucial para a produtividade e a persistência da leguminosa.
Material indicado para consulta
Para esse tópico indicamos a leitura da seguinte publicação:
Documento da Embrapa: Semeadura de Amendoim Forrageiro BRS
Mandobi em Pastagens Estabelecidas (https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1085113/1/26466.pdf)
5) FORMAÇÃO DE UM BANCO DE PROTEÍNA
As pastagens de gramíneas apresentam um alto potencial de produção, mas seu valor nutritivo cai rapidamente com a maturidade, limitando a produção de carne ou leite.
Uma das opções para minimizar esse problema é o uso de pastagens de leguminosas que, além de retirarem do ar o nitrogênio de que necessitam, produzem uma forragem de melhor valor nutritivo, com alto teor de proteína.
Em casos em que o consórcio entre gramíneas e leguminosas é de difícil execução, a formação de pastagens apenas com leguminosas, denominados bancos de proteína, pode garantir uma dieta com alto teor de proteína.
Escolha da leguminosa – A leguminosa para formação do banco de proteína deve ser adaptada às condições edafoclimáticas locais, tolerante à seca, ter elevado teor proteico, produzir forragem em quantidade adequada, ter boa recuperação pós-pastejo e, principalmente, ser bem consumida pelos animais, de forma a complementar as deficiências dos animais mantidos em pastagem de gramíneas.
Tamanho da área – O tamanho da área para um banco de proteína pode ser de 10% a 15% do total da área de pastagem. Entretanto, deve ser levado em conta que a recuperação das leguminosas, após o pastejo, normalmente é mais lenta que a das gramíneas, diminuindo a sua capacidade produtiva.
Plantio – O banco de proteína deve ser plantado no início do período chuvoso, sendo realizado através de plantio direto ou semeadura a lanço e posterior gradagem, conforme disponibilidade de equipamentos.
Pastejo – Deve-se proporcionar uma maior frequência possível do animal ao banco de proteína. Longos intervalos entre pastejos do banco diminuem a eficiência do sistema.
Desta forma, uma sugestão com maior frequência seria de acesso diário dos animais ao banco de proteína, por aproximadamente 1 a 2 horas. Já uma situação de menor frequência pode ser o acesso dos animais ao banco de proteína apenas a cada 2 ou 3 dias, por aproximadamente 1 a 2 horas.
Material indicado para consulta
Como leitura complementar, indicamos as seguintes publicações:
Banco de proteína de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão: Maneira simples e de baixo custo para fornecer proteína ao gado na seca. (https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAC-2009/24068/1/cirtec_14.pdf)
Criação de gado leiteiro na zona Bragantia. (https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/126376/1/Cap10.pdf)
Considerações finais
A utilização de espécies ou combinações de espécies, com elevado teor de proteína, na formação de pastagens, é fator determinante do sucesso da atividade pecuária, seja para a produção de carne ou de para leite.
O cuidado com a fertilidade do solo é fundamental no sentido que as forrageiras necessitam retirar do solo os nutrientes que lhe irão conferir todas as qualidades nutricionais esperadas, em especial o teor de proteína.
Concentração de proteína que também irá depender do manejo adequado do pastejo, afinal, plantas senescentes, devido ao subpastejo, possuem menor teor de proteína. Por outro lado, o superpastejo causa a morte de plantas e a falta de alimento.
Por fim, é importante destacar a importância das leguminosas nos sistemas de pastejo, pois são verdadeiras fábricas de proteínas.