O primeiro e único centro de educação socioambiental do Oeste da Bahia utiliza pela 1ª vez a metodologia Global Reporting Initiative, com o que eleva mais ainda o nível de transparência nos resultados.
Legenda da imagem: Parque Vida Cerrado desenvolveu protocolo inédito de soltura de lobos-guarás na natureza. Crédito: Calan Sanderson
Parque Vida Cerrado, idealizado e criado pela Galvani Fertilizantes, lançou nesta semana o Relatório de Sustentabilidade – ciclo 2022/2023. O documento reúne os resultados dos impactos das atividades da instituição nos aspectos ambientais, sociais e de governança, e pode ser acessado no link.
A novidade nesta nova edição é a aplicação da metodologia internacional de coleta e comunicação de dados do Global Reporting Initiative (GRI) e a adequação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Estamos adequando a forma como apresentamos os nossos resultados a um padrão reconhecido mundialmente. A vantagem deste novo formato é que se permite uma compreensão universal do trabalho realizado pelo Parque, com mais transparência, melhorias contínuas, engajamento dos nossos parceiros e a possibilidade de abrir portas para novas parcerias sem limites de fronteiras”, afirma Cleber Andrioli, diretor-executivo da instituição.
Localizado no município de Barreiras, o Parque Vida Cerrado já beneficiou mais de 30 mil pessoas com mais de 10 projetos voltados para a educação socioambiental; contribuiu para a restauração de mais de 135 hectares (o equivalente a 135 campos de futebol), produziu e distribuiu mais de 200 mil mudas nativas do Cerrado e colaborou para o nascimento de mais de 40 animais silvestres, alguns deles, incluídos na lista de espécies em extinção.
Mais recentemente, foi destaque pelo desenvolvimento de um protocolo de soltura de lobos-guará inédito no mundo, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), quando foram soltos dois destes animais, e já se prepara para uma terceira soltura, ainda em 2024.
“Em 2024, daremos continuidade ao compromisso de conservação da biodiversidade e desenvolvimento da comunidade, por meio do monitoramento constante da fauna, aprimoramento de projetos de restauração ecológica e educação ambiental, disponibilidade de cursos de capacitação para ampliação da rede de coletores de sementes e um inventário de polinizadores presentes nas fazendas de soja da região, uma novidade que será divulgada em breve”, explica Gabrielle Rosa, coordenadora do Parque Vida Cerrado.
O Relatório de Sustentabilidade também traz os resultados das ações realizadas pelo Parque que tiveram como norteadores os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Assim, as metas das atividades da instituição foram ampliadas com foco na erradicação da pobreza, redução da desigualdade, sustentabilidade da comunidade, consumo e produção responsáveis, ações contra as mudanças climáticas, colaboração para vida marítima e terrestre, paz, justiça e parcerias – que devem ser alcançadas até 2030, conforme estabelecido pela ONU.
Mais ações
Como parte dos esforços para promover a qualidade de vida na região, o Parque foi reconhecido internacionalmente com o selo digital da CAF (Charities Aid Foundation America) – do Banco de Desenvolvimento da América Latina, em 2022. No mesmo ano, participou também de uma iniciativa, apresentada na COP27 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) e liderada pelo Soft Commodities Forum (SCF), para desenvolver soluções que aliam a conservação da biodiversidade com a produção sustentável de soja de modo a ajudar a combater a degradação do Cerrado.
Entre os destaques de 2023, o Parque comemora a ocorrência de uma prenhez de sucesso dentro do criadouro, em abril. A loba Elke, resgatada órfã pela instituição em 2016, deu à luz duas fêmeas batizadas como Bergamota e Tangerina. O pai, Vitor, foi o primeiro lobo-guará nascido no Parque. Já em outubro, pesquisadores do local confirmaram o nascimento de três filhotes da espécie, resultantes da reprodução bem-sucedida entre Caliandra, primeira loba-guará solta na natureza pelo PVC, e José Bonifácio, outro lobo de vida livre monitorado pelo projeto. O acontecimento, um marco para a espécie, reafirma o sucesso da proposta e o compromisso do Parque com a sustentabilidade.
Para ampliar seus trabalhos e atuar de forma direta com uma ampla rede de parceiros, o Parque criou o Programa Conecta Cerrado – que contempla ações de restauração, monitoramento de fauna em propriedades agrícolas e educação ambiental e tem por objetivo levantar informações relevantes sobre o status de conservação da biodiversidade no Oeste da Bahia, por meio da identificação das áreas prioritárias de conectividade e da capacidade de suporte das APPs (Áreas de Preservação Permanente) e RLs (Reservas Legais) existentes.
Confira abaixo alguns projetos de destaque do Parque Vida Cerrado:
- Protocolo de reintrodução e soltura de lobos-guarás, símbolo do Cerrado, na natureza: desde 2020, o Parque passou a realizar projetos in situpara fortalecimento da cadeia da restauração, ampliação da rede de parceiros, monitoramento de fauna em Reservas Legais e Áreas de preservação permanente de fazendas. A mudança possibilitou a escolha de uma área na região para realizar o protocolo inédito de reabilitação de lobos-guarás na natureza, conduzido pelo Parque Vida Cerrado, com o apoio técnico do ICMBio/CENAP, Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem. A primeira soltura, da loba Caliandra, completará dois anos em maio deste ano. Recentemente, Caliandra deu à luz três filhotes em vida livre.
- Investigando o Cerrado: realizado em parceria com a ADM, o projeto monitorou mamíferos em cinco fazendas da região, com 35 espécies registradas, e promoveu ações de educação ambiental em duas escolas da região para mais de 500 estudantes. Realizou campanhas de saúde de canídeos silvestres com amostragem dos animais e colocação de rádio colar em um dos lobos-guará para estudo de paisagem.
- Casa de Sementes: a primeira casa de sementes no Assentamento Rio de Ondas, a Casa Jatobá, localizada em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, é um espaço dedicado à conservação de sementes do Cerrado e à formação de novos coletores, pela promoção da biodiversidade da região. Foi idealizada em parceria com o fundo de investimento Nuveen, em parceria com a Rede de Coletores de Sementes do Oeste da Bahia. O Parque tem como objetivo escalar a restauração ecológica para 400 hectares em 2023/2024. No ciclo de 2022/2023, a instituição auxiliou a comercialização de 656 kg provenientes da Associação Rede de Coletores de Sementes, quando foram gerados cerca de R$32 mil para a rede, formada em 2021. Hoje, o grupo conta com um potencial de coleta de 70 espécies diferentes, que somam aproximadamente 3 mil quilos de sementes por ano, e estima-se que poderá atender a um total de 75 hectares de restauração por semeadura direta nos próximos anos.
- Projeto de Desenvolvimento Comunitário do Assentamento Rio de Ondas: em parceria com a Cargill, empresa que oferece serviços e produtos alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais, foi promovido o desenvolvimento comunitário do Assentamento Rio de Ondas, que conta com mais de 300 famílias e está situado em parte da cidade de Luís Eduardo Magalhães e em Barreiras. O projeto foi idealizado para fazer um mapeamento da comunidade e, de forma colaborativa, estabelecer soluções de melhoria. Ele atende às quatro vilas, em segmentos como fortalecimento das associações, capacitação de pessoas, assistência técnica rural, restauração e educação ambiental.
O parque ainda desenvolve um projeto de compostagem em parceria com a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Galvani, pelo qual 100% dos resíduos orgânicos da fábrica da Galvani são destinados à instituição e passam por processo de compostagem. Ao todo, 10.900 quilos foram transformados em composto orgânico para a fazendinha e para as mudas, de julho de 2022 a junho de 2023.
Sobre o Parque Vida Cerrado
Fundado em 2006, como resultado de uma iniciativa do Grupo Galvani – sua principal mantenedora atualmente, o Parque Vida Cerrado é o primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano. Localizado entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, mantém um criadouro científico para fins de conservação de animais silvestres, um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado e um núcleo para realização de projetos e atividades socioambientais. Em 17 anos de atuação, envolveu mais de 30 mil pessoas em suas ações, distribuiu milhares de mudas para reflorestamento urbano e rural, capacitou centenas de coletores de sementes nos assentamentos e conduziu a reprodução, com sucesso, de mais de 40 animais silvestres. O Parque Vida Cerrado conta ainda com o apoio de parceiros como BrasiTrans, Mauricéa alimentos, Hotel Solar Rio de Pedras, Sementes Oilema, Condomínio Irmãos Gatto Agro, Condomínio Santa Carmem, ADM, Nuveen e Cargill, Ministério Público da Bahia, JCO, AvantiAgro e Synagro