Panorama do mercado de Hortifrutigraneiros: Junho de 2023

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(Curadoria Agro Insight)

A conjuntura mensal é realizada para as hortaliças e as frutas com maior representatividade na comercialização efetuada nas Centrais de Abastecimento-Ceasas do país e que possuem maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Assim, os produtos analisados são: alface, batata, cebola, cenoura, tomate, banana, laranja, maçã, mamão e melancia.

RESUMO

HORTALIÇAS 

Em maio, o movimento preponderante de preços para batata e cenoura foi de baixa nos preços. A alface, a cebola e o tomate não tiveram movimento uniforme entre os mercados.

Tabela 1: Preços médios em maio de 2023 das principais hortaliças comercializadas nos entrepostos selecionados.

Produto Alface Batata Cebola Cenoura Tomate
Ceasa Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr
CEAGESP – São Paulo 4,53 3,19% 4,31 6,30% 2,97 2,85% 3,57 -18,64% 5,03 -9,44%
CEASAMINAS – Belo Horizonte 9,06 -20,39% 2,94 -5,11% 2,81 1,66% 2,76 -26,82% 3,75 12,64%
CEASA/RJ – Rio de Janeiro 3,98 8,27% 1,55 -17,37% 2,73 -4,13% 4,62 -20,76% 5,45 9,26%
CEASA/ES – Vitória 4,15 19,57% 2,55 -20,81% 3,29 17,80% 4,03 -26,13% 5,65 8,94%
CEASA/PR – Curitiba 4,18 -5,97% 2,89 -10,84% 2,96 4,52% 2,19 -29,68% 4,64 -8,35%
CEASA/SC – São José 5,00 0,00% 2,69 3,42% 2,57 0,40% 2,98 -28,87% 5,12 3,92%
CEASA/GO – Goiânia 3,85 -13,34% 2,91 -15,54% 3,18 -3,86% 3,33 -20,75% 5,10 -21,08%
CEASA/DF – Brasília 8,15 -17,94% 4,17 -12,42% 4,68 2,93% 5,20 -18,27% 5,61 5,42%
CEASA/PE – Recife 5,38 0,00% 2,85 -27,73% 2,73 1,49% 4,55 -23,79% 3,16 2,78%
CEASA/CE – Fortaleza 8,20 5,13% 4,58 -6,72% 3,61 -10,39% 5,35 -6,96% 4,33 14,25%
CEASA/AC – Rio Branco 11,31 -3,52% 7,15 34,91% 3,64 -16,31% 7,00 -9,33% 9,39 37,89%
Média Ponderada 5,20 1,04% 3,01 -8,37% 3,02 -0,05% 3,60 -21,23% 4,74 -3,82%

Fonte: Conab

Alface 

Sem uma tendência uniforme, os preços em maio subiram em quatro Ceasas, ficaram estáveis em duas e decresceram em cinco. Os maiores percentuais foram de queda, como na CeasaMinas – Belo Horizonte (-20,39%), na Ceasa/DF – Brasília (-17,94%) e na Ceasa/GO – Goiânia (-13,34%). Pelo lado da oferta, essa a nível nacional apresentou aumento na comparação com abril de 7,90%. Tal fato foi provocado pela boa performance de quase todas áreas produtoras no País, que na maioria delas aumentou sua oferta ao mercado.

Batata 

Após alta em abril, observou-se em maio nova queda de preços, retomando o movimento verificado no mercado desde o início do ano. A média ponderada ficou 8,37% abaixo da de abril. As maiores quedas ocorreram na Ceasa/PE – Recife (-27,73%) e na Ceasa/ES – Vitória (-20,81%). A principal causa desse descenso de preço foi o nível de oferta registrado nas Ceasas. Em maio, o total de oferta foi o segundo maior nível dos últimos anos, só superado pela de março.

Cebola 

Estabilidade de preços em maio para a cebola. Não houve variação na média ponderada quando comparada a abril. O movimento de queda de preços, que vinha se apresentando nos mercados desde dezembro de 2022, não mais se verificou em maio. Porém, em importantes Ceasas, a diminuição ainda aconteceu. A oferta continua em níveis elevados, sendo a do mês em análise a maior deste ano, inclusive, com alta em relação a abril de 6,4%.

Cenoura

Depois de um período ascendente, as cotações da cenoura voltaram a cair em todas as Ceasas. A média ponderada desceu -21,23% em relação a abril, sendo que a variação negativa foi entre -6,96% na Ceasa/CE – Fortaleza e -29,68% na Ceasa/PR – Curitiba. O total movimentado nas Ceasas consideradas no boletim aumentou 16,5%, em maio, em relação a abril, reflexo do aumento da oferta nos estados da Bahia, de Goiás, de Minas Gerais, do Paraná e de São Paulo.

Tomate

Quando se observa o comportamento de preços do tomate nas Ceasas, em maio, pode-se inferir que não houve uma tendência preponderante. A média ponderada caiu 3,82%, mas na maioria das Ceasas os preços subiram, porém sem muita intensidade. A oferta a nível nacional evoluiu 10% em relação a abril, impulsionado pela aceleração da safra de inverno, que abastece os mercados atualmente. A maior alta ocorreu nos envios a partir de São Paulo, percentual de 30%.

FRUTAS

Em maio, o movimento preponderante de preços para laranja e mamão foi de baixa nos preços. A maçã e a melancia tiveram movimento de alta entre a maioria dos mercados. Já a banana não tive movimento uniforme entre os mercados.

Tabela 2: Preços médios em maio de 2023 das principais frutas comercializadas nos entrepostos selecionados.

Produto Banana Laranja Maçã Mamão Melancia
Ceasa Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr Preço Mai/Abr
CEAGESP – São Paulo 3,26 -4,16% 2,36 -8,96% 6,49 3,58% 5,32 -13,65% 2,23 0,18%
CEASAMINAS – Belo Horizonte 2,78 -4,04% 2,11 -11,59% 7,37 3,46% 5,47 -27,52% 2,41 1,92%
CEASA/RJ – Rio de Janeiro 3,73 -2,63% 2,42 -4,51% 6,57 2,03% 8,01 -13,59% 2,50 -0,38%
CEASA/ES – Vitória 3,31 -2,97% 2,27 -7,15% 6,99 5,74% 6,28 25,91% 2,53 15,75%
CEASA/PR – Curitiba 2,93 -0,53% 2,64 -2,53% 6,52 7,45% 6,84 -16,13% 2,50 -1,14%
CEASA/SC – São José 3,69 -4,32% 3,01 -12,35% 7,18 10,46% 8,10 -17,64% 2,57 9,58%
CEASA/GO – Goiânia 3,98 -4,60% 2,20 -12,77% 6,09 3,35% 5,32 -20,71% 3,44 -2,64%
CEASA/DF – Brasília 5,19 3,77% 2,99 6,10% 5,88 1,06% 8,06 -2,83% 2,78 19,71%
CEASA/PE – Recife 2,27 9,28% 1,94 -5,32% 7,02 -3,93% 3,11 -21,12% 1,89 32,17%
CEASA/CE – Fortaleza 2,03 4,10% 2,29 -1,48% 7,66 -1,68% 2,79 -17,65% 2,32 13,19%
CEASA/AC – Rio Branco* 3,08 72,35% 2,15 -18,93% 9,59 -4,10% 4,71 -12,72%
Média Ponderada 3,18 -0,37% 2,34 -6,99% 6,71 2,88% 5,59 -17,09% 2,39 3,43%

*Melancia sem preço por quilo                                                                                                                  Fonte: Conab

Banana

 Ocorreu pequeno aumento da oferta da variedade prata e nanica em diversas regiões produtoras, principalmente no norte mineiro, norte catarinense e no meio- oeste baiano, mesmo que a diminuição das temperaturas tenha atrasado o amadurecimento das frutas no Centro-Sul do Brasil. As exportações diminuíram em meio a menores investimentos, queda das temperaturas e restrições na Argentina à compra da fruta.

Laranja 

Foi registrada queda das cotações e elevação da oferta, com crescimento da colheita de laranjas precoces que compensou a queda da variedade pera. A moagem das laranjas precoces foi intensificada, assim como o combate ao greening, doença que acomete os pomares. As exportações de suco foram positivas e possuem espaço para expansão, levando-se em conta o razoável cálculo do volume produzido para a safra 23/24.

Maçã 

Com o fim da colheita da safra de maçã fuji, houve aumento da quantidade comercializada e do acondicionamento nas câmaras frias. Assim, o controle de oferta passou a ser feito mais incisivamente para essa variedade, já que para a variedade gala esse processo foi consolidado no mês anterior. Tendo em vista que o fruto não apresentou problemas de qualidade, a demanda absorveu o aumento da comercialização e preços apresentaram elevação. As exportações caíram porque as classificadoras seguraram parte das frutas para serem vendidas no segundo semestre.

Mamão 

A oferta do mamão subiu em todas as Ceasas e os preços caíram em quase todas; isso foi decorrente do aumento da oferta do mamão formosa, da queda da qualidade por causa do frio e da concorrência com outras frutas. As cotações da variedade papaya também diminuíram, mas em menor intensidade. As exportações caíram por causa do direcionamento da fruta para o mercado interno.

Melancia 

Ocorreu alta de preços na maioria das Ceasas, queda da demanda (tempo mais frio no fim do mês) e da comercialização na maioria das Ceasas, com o fim da oferta baiana e paulista não compensada pela ascensão da produção na microrregião de Ceres (GO). As exportações, oriundas na maior parte do Nordeste, tiveram números positivos frente à sua finalização, assim como o faturamento dos exportadores.

Exportação Total de Frutas 

Nos primeiros cinco meses de 2023, o volume total de frutas enviado ao exterior foi de 420,3 mil toneladas, superior em 3,61% em relação ao mesmo período de 2022; e o valor foi de US$ 453,3 milhões, superior em 18,1% na mesma comparação. Em comparação com o mesmo período de 2021, as exportação desse ano foram menores em quantidade, porém, maiores no valor aferido em dólar. As principais frutas exportadas foram melões, limões e limas, mangas, melancias, bananas, maças, mamões, abacates e uvas.

Banana 

Ocorreu pequeno aumento da oferta da variedade prata e nanica em diversas regiões produtoras, principalmente no norte mineiro, norte catarinense e no meio- oeste baiano, mesmo que a diminuição das temperaturas tenha atrasado o amadurecimento das frutas no Centro-Sul do Brasil. As exportações diminuíram em meio a menores investimentos, queda das temperaturas e restrições na Argentina à compra da fruta.

Laranja 

Foi registrada queda das cotações e elevação da oferta, com crescimento da colheita de laranjas precoces que compensou a queda da variedade pera. A moagem das laranjas precoces foi intensificada, assim como o combate ao greening, doença que acomete os pomares. As exportações de suco foram positivas e possuem espaço para expansão, levando-se em conta o razoável cálculo do volume produzido para a safra 23/24.

Maçã 

Com o fim da colheita da safra de maçã fuji, houve aumento da quantidade comercializada e do acondicionamento nas câmaras frias. Assim, o controle de oferta passou a ser feito mais incisivamente para essa variedade, já que para a variedade gala esse processo foi consolidado no mês anterior. Tendo em vista que o fruto não apresentou problemas de qualidade, a demanda absorveu o aumento da comercialização e preços apresentaram elevação. As exportações caíram porque as classificadoras seguraram parte das frutas para serem vendidas no segundo semestre.

Mamão 

A oferta do mamão subiu em todas as Ceasas e os preços caíram em quase todas; isso foi decorrente do aumento da oferta do mamão formosa, da queda da qualidade por causa do frio e da concorrência com outras frutas. As cotações da variedade papaya também diminuíram, mas em menor intensidade. As exportações caíram por causa do direcionamento da fruta para o mercado interno.

Melancia 

Ocorreu alta de preços na maioria das Ceasas, queda da demanda (tempo mais frio no fim do mês) e da comercialização na maioria das Ceasas, com o fim da oferta baiana e paulista não compensada pela ascensão da produção na microrregião de Ceres (GO). As exportações, oriundas na maior parte do Nordeste, tiveram números positivos frente à sua finalização, assim como o faturamento dos exportadores.

Exportação Total de Frutas 

Nos primeiros cinco meses de 2023, o volume total de frutas enviado ao exterior foi de 420,3 mil toneladas, superior em 3,61% em relação ao mesmo período de 2022; e o valor foi de US$ 453,3 milhões, superior em 18,1% na mesma comparação. Em comparação com o mesmo período de 2021, as exportação desse ano foram menores em quantidade, porém, maiores no valor aferido em dólar. As principais frutas exportadas foram melões, limões e limas, mangas, melancias, bananas, maças, mamões, abacates e uvas.

ConabCast

A seguir, são apresentadas as conjunturas mensais para as cinco hortaliças analisadas neste Boletim

ALFACE

 Sem uma tendência uniforme, os preços em maio subiram em quatro Ceasas, ficaram estáveis em duas e decresceram em cinco. Os maiores percentuais foram de queda, como na CeasaMinas – Belo Horizonte (-20,39%), na Ceasa/DF – Brasília (-17,94%) e na Ceasa/GO – Goiânia (-13,34%). Na Ceasa/PR – Curitiba e na Ceasa/AC – Rio Branco a variação negativa foi menor, 5,97% e 3,52%, pela ordem. Estabilidade ocorreu na Ceasa/SC – São José e na Ceasa/PE – Recife. Aumento de preços foi verificado na Ceasa/ES – Vitória (19,57%), na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (8,27%), na Ceasa/CE – Fortaleza (5,13%) e na Ceagesp – São Paulo (3,19%). Esse último aumento, no entreposto atacadista paulistano, influenciou a média ponderada, pelo seu volume de comercialização. A média ponderada subiu 1,04% em relação a abril.

Pelo lado da oferta, essa a nível nacional apresentou aumento na comparação com abril de 7,90%. Tal fato foi provocado pela boa performance de quase todas áreas produtoras no País, que na maioria delas aumentou sua oferta ao mercado. Destaca- se a oferta pernambucana com alta de quase 50% e, em segundo plano, a paulista e paranaense, com altas de 3 % cada em relação a abril. De uma maneira geral, o que se verifica atualmente como um dos fatores principais no mercado é uma demanda reduzida em função das temperaturas amenas. Com a entrada do inverno, com temperaturas mais baixas, o consumo, na maioria das vezes, se reduz, sendo fator de queda dos preços e, muitas vezes, aviltamento dos mesmos. Por outro lado, com temperaturas mais baixas o controle da oferta pode ocorrer, com o ciclo mais longo da folhosa e a possibilidade de reter a alface no solo. Porém, nem sempre isto é possível dada a perecibilidade do produto. É preciso ressaltar que os mercados são, na maioria das vezes, abastecidos pela produção local e a comercialização tem características próprias de cada mercado.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

O que se verifica até o momento é a queda de preços na maioria dos mercados. Na Ceasa/ES – Vitória o preço na média do começo de junho caiu 26% em relação a média de maio. Na mesma comparação, na CeasaMinas – Belo Horizonte o preço teve queda de 20% e na Ceasa/RS – Porto Alegre a diminuição foi de 30%. Em algumas Ceasas os preços ainda não cederam de forma significativa, como na Ceagesp – São Paulo e na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro que apresentam variação de pequena intensidade. Na primeira o preço teve queda de 2,7% e na segunda alta de 3,8%.

CEBOLA

 Estabilidade na média ponderada de preços da cebola quando comparada a abril. Altas de preços ocorreram na Ceasa/ES – Vitória (17,80%), na Ceasa/PR – Curitiba (4,52%), na Ceasa/DF – Brasília (2,93%), na Ceagesp – São Paulo (2,85%), na CeasaMinas – Belo Horizonte (1,66%) e na Ceasa/PE – Recife (1,49%), portanto, em seis dos onze mercados atacadistas considerados neste boletim. Na CeasaSC – São José, houve estabilidade de preço (0,40%) e queda nas demais, como na Ceasa/CE – Fortaleza (-10,39%), na Ceasa/AC – Rio Branco (-16,31%), Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (-4,13%) e na Ceasa/GO – Goiânia (-3,86%).

O movimento de queda de preços que vinha se apresentando nos mercados desde dezembro de 2022, não mais se verificou em maio. Porém em importantes Ceasas a diminuição ainda aconteceu, como descrito anteriormente. A oferta continua em níveis elevados, sendo a do mês em análise a maior deste ano, inclusive, com alta em relação a abril de 6,4%. O que se coloca para o abastecimento a partir de agora é a pulverização da oferta, o que em muitas vezes afeta os envios a partir das novas áreas produtoras, ocasionando altas de preços locais e pontuais. Com o término da safra de Santa Catarina, que juntamente com a do Rio Grande do Sul, ainda representou 50% do abastecimento em maio (esta oferta sulista chega a abastecer cerca de 80% dos mercados no início do ano), os envios em junho passarão a ser de áreas produtoras do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. As três regiões dividirão o

abastecimento nacional, que também é composto pela cebola importada, sendo sua quantidade dependente das condições de preço interno e da disponibilidade internacional. Em maio, assistiu-se maiores entradas no País de cebola, principalmente da Argentina, podendo verificar tal incremento no gráfico de importação. Em relação a abril, houve aumento de 33% do volume importado, porém na comparação com maio de 2022, ele ainda ficou 30% abaixo.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

 Neste início de junho, os preços sinalizam queda na maioria dos mercados atacadistas. Como descrito, com a finalização da safra do Sul, o abastecimento fica mais pulverizado, com origem nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Parece que a oferta está sendo suficiente para forçar o movimento descendente dos preços. Na Ceasa/DF – Brasília, a queda do preço alcança variação de 30% em relação a média de maio, refletindo o incremento da produção na região, mais precisamente em Goiás. Também se verificou queda de preço na Ceagesp – São Paulo (-10%), na CeasaMinas – Belo Horizonte (-5%) e na Ceasa/PR – Curitiba (-10%). Na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro e na Ceasa/PE – Recife, os preços estão em alta de 4% e 7%, respectivamente.

CENOURA

 Depois de um período ascendente de preços, conforme pode-se visualizar no gráfico 10, as cotações da cenoura voltaram a cair em todas as Ceasas. A média ponderada desceu -21,23% em relação a abril, sendo que a variação negativa foi entre de -6,96% na Ceasa/CE – Fortaleza e -29,68% na Ceasa/PR – Curitiba. Também, com diminuição superior a 20% na Ceasa/SC – São José (-28,87%), na CeasaMinas- Belo Horizonte (-26,82%), na Ceasa/ES – Vitória (-26,13%), na Ceasa/PE – Recife (-23,79%) e nas Ceasas de Goiânia e Rio de Janeiro com percentual negativo de -20,76% e -20,75%, pela ordem. Os menores percentuais de queda de preços registraram-se na Ceagesp – São Paulo (-18,64%), na Ceasa/DF – Brasília (-18,27%) e na Ceasa/AC – Rio Branco (-9,33%).

O movimento de preço deste ano se mostra, por enquanto, nas mesmas tendências do ano de 2022. No gráfico 10, pode-se visualizar a trajetória ascendente de 2022 até março, para iniciar a queda em abril até atingir seus níveis mais baixos no começo do segundo semestre. Em 2023, o movimento é o mesmo, apesar de menos acentuado. Alta até março/abril para iniciar a trajetória descendente em maio. O movimento ascendente nos dois anos tem como causa principal os problemas na produção com as chuvas constantes e, muitas vezes, intensas. Com a regularização das chuvas, as áreas produtoras se recuperam, voltando a colheita sem interrupção e oferta a níveis

que pressionem o preço para baixo. Tanto em 2022 como em 2023, a oferta em maio registra ascensão, atingindo seus maiores níveis entre os cinco primeiros meses do ano. Neste ano, o total movimentado nas Ceasas consideradas no boletim aumentou 16,5% em maio em relação a abril, reflexo do aumento da oferta nos estados da Bahia (alta de 20% em relação a abril), de Goiás (22%), de Minas Gerais (10%), do Paraná (10%) e de São Paulo (incremento de 26%), ou seja, todos os maiores estados abastecedores do mercado tiveram boa performance em maio.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

 Na maioria das Ceasas, os preços no início de junho estão em queda, com a recuperação da oferta. Por enquanto, o comportamento está parecido com de 2022. Por exemplo, na Ceagesp – São Paulo a queda de preço atinge -10%, na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro e na CeasaMinas – Belo Horizonte a diminuição é de -5%.

TOMATE 

Quando se observa o comportamento de preços do tomate nas Ceasas em maio, pode-se inferir que não houve uma tendência preponderante. A média ponderada caiu 3,82%, mas os preços subiram na maioria das Ceasas, porém sem muita intensidade. É certo que o preço teve queda de 9,44% na Ceagesp – São Paulo, mercado atacadista com maiores volumes de comercialização, como também em outras duas Ceasas, na Ceasa/GO – Goiânia (-21,08%) e na Ceasa/PR – Curitiba (-8,35%). Nas demais Ceasas que fazem parte deste boletim, os preços se apresentaram em elevação, na comparação com abril. Apenas na Ceasa/AC – Rio Branco, o percentual foi bastante elevado (37,89%). Com percentuais menores de variação positiva aparece a alta na Ceasa/CE – Fortaleza (14,25%) e a CeasaMinas – Belo Horizonte (12,64%). Nas outras Ceasas, o aumento foi entre 2,78% na Ceasa/PE – Recife e 9,26% na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro.

A oferta a nível nacional evoluiu 10% em relação a abril, impulsionado pela aceleração da safra de inverno, que abastece os mercados atualmente. A maior alta ocorreu nos envios a partir de São Paulo, percentual de 30%. Essa maior oferta paulista, foi o principal fator para que os preços na Ceagesp – São Paulo caíssem, como descrito anteriormente. Neste entreposto, a movimentação de tomate em maio teve aumento de 24%, pressionando os preços para baixo. Nas outras áreas produtoras, em sua maioria, a oferta também teve acréscimo, com exceção dos envios a partir do Ceará e Santa Catarina. É necessário frisar que a produção de tomate é pulverizada no País e cada mercado tem em sua comercialização características próprias que influenciam o comportamento dos preços. Mas, de modo geral, pode-se dizer que, nesta época do ano, com temperaturas mais baixas, existe o retardamento da maturação do fruto, possibilitando ao produtor um controle melhor sobre sua oferta.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

 A tendência declinante iniciada no fim de maio continua em junho. Na maioria das Ceasas, os preços vêm caindo, com exceção da CeasaMinas – Belo Horizonte que registra aumento de quase 30% e de algumas Ceasas localizadas no Nordeste, como a Ceasa/BA – Salvador (alta de 50%). Nas demais, pode-se destacar a continuação da diminuição dos preços na Ceagesp – São Paulo (-17%), como também a queda das cotações na Ceasa/DF – Brasília (-25%) e na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (-10%). 

A seguir, são apresentadas as conjunturas mensais para as cinco frutas analisadas neste Boletim

BANANA

 No mercado da banana, as cotações sofreram pequenas quedas na maioria das Ceasas, consistente com o histórico da curva de preços no primeiro semestre do ano, e o destaque ficou para a Ceagesp – São Paulo (-4,16%), Ceasa/SC – São José (-4,32%) e Ceasa/GO – Goiânia (-4,6%). Ocorreram altas relevantes na Ceasa/CE – Fortaleza (4,1%) e Ceasa/PE – Recife (9,28%). Pela média ponderada entre as Ceasas analisadas, houve queda de -0,37% (quase estabilidade).

Em relação à comercialização, aconteceram elevações em todas as Ceasas, a exemplo da Ceagesp – São Paulo (12%), Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (14%), Ceasa/PR- Curitiba (13%), Ceasa/GO – Goiânia (36,2%) e Ceasa/SC – São José (91%). Já em relação a maio de 2022, em relevo a queda na Ceasa/ES – Vitória (-21%) e a alta na Ceasa/PE – Recife (11,4%).

Em maio, o mercado atacadista de banana registrou elevação da comercialização na maioria dos entrepostos atacadistas e preços eivados de pequenas quedas. Isso se deveu ao aumento da oferta, principalmente dos carregamentos da variedade prata em todas as regiões mineiras, destacadamente Januária, Janaúba, Belo Horizonte e Uberlândia – mesmo que no início do mês a produção no norte mineiro, maior fornecedor de banana prata do Brasil para as Ceasas, tenha começado lenta –. Houve também elevação da produção na região de Bom Jesus da Lapa (BA) com banana prata, além da elevação da banana nanica originária do norte catarinense. Além disso, a queda da demanda no fim do mês, por causa da queda do poder aquisitivo nesse período, também contribuiu para o resultado.

O envio das regiões produtoras aos entrepostos atacadistas foi superior a 6% em relação a abril. Esse número poderia ter sido maior se os investimentos em aplicações de insumos para correção do solo e para aumento da produtividade (adubo) tivessem ocorrido em várias regiões de Minas Gerais, Bahia e São Paulo e se o frio não tivesse limitado a velocidade do amadurecimento em Santa Catarina (polo produtor de banana nanica tanto para o mercado interno quanto para o Mercosul), no Vale do Ribeira (SP) e no sul mineiro. Mesmo assim, é esperada a continuidade do aumento da oferta das duas variedades de banana no próximo mês e, dessa forma, os preços ao consumidor não devem se elevar no período.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

 No intervalo de tempo considerado, o preço da banana nanica foi estável ou caiu na maioria das Ceasas; destaque para a movimentação de queda na CeasaMinas – Belo Horizonte, Ceagesp – Araraquara e Ceasa/AL – Maceió. No que diz respeito à banana prata, ocorreu estabilidade de preços na maioria das Ceasas; destaque para elevação na CeasaMinas – Belo Horizonte, Ceasa/MA – São Luís e queda na Ceasa/PR – Curitiba.

De acordo com o Boletim Agroclimatológico do INMET, para o trimestre junho/julho/agosto, haverá precipitações dentro ou minimamente abaixo da média climatológica nas principais regiões produtoras (norte mineiro, São Paulo, Santa Catarina e praças nordestinas), e a temperatura média do ar estará dentro (especificamente no norte mineiro) ou minimamente acima da média. Com isso, a produção e a colheita deverão seguir sem grandes oscilações, a não ser que intempéries climáticas mais severas se abatam em uma das regiões (vendavais e geadas, por exemplo).

Exportação

 As vendas externas, até maio de 2023, tiveram um volume de 36,1 mil toneladas, número inferior 23,8% em relação ao mesmo período de 2022. O volume comercializado em maio subiu 1% em relação a abril desse ano e caiu 44% no que se refere a maio de 2022. Isso ocorreu na esteira dos menores investimentos na produção e tratos culturais para a variedade nanica, à queda das temperaturas (o que atrasou o amadurecimento das frutas), das cotações mais atrativas no mercado interno, da redução do volume embarcado para o Mercosul por causa da continuidade de restrições na Argentina, e da queda das exportações de banana no âmbito mundial. Existe ampla possibilidade de crescimento para a exportação de banana no médio prazo, segunda fruta mais produzida no Brasil e uma das mais consumidas no mundo. Mas para isso, incentivos de capacitação, financiamento e investimentos para a abertura de mercados deve ocorreu no setor.

Os principais estados exportadores foram Santa Catarina (48%), Ceará (22%), Rio Grande do Sul (12%) e Rio Grande do Norte (8%), e os principais compradores Uruguai (39%), Argentina (39%), Países Baixos (9%) e Polônia (4%).

LARANJA

 Em relação ao mercado de laranja, ocorreram quedas das cotações em quase todas as centrais de abastecimento analisadas, destacadamente na CeasaMinas – Belo Horizonte (-11,59%), na Ceasa/SC – São José (-12,35%), na Ceasa/GO – Goiânia (-12,77%) e na Ceasa/AC – Rio Branco (-18,93%). A exceção da alta foi de 6,1% na Ceasa/DF – Brasília. Pela média ponderada entre as Ceasas analisadas, ocorreu queda de preços de -6,99%.

Já a comercialização subiu na maioria dos entrepostos atacadistas, com destaque para a Ceagesp – São Paulo (10%), CeasaMinas – Belo Horizonte (12,6%), Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (21%) e Ceasa/DF – Brasília (16,7%). Queda ocorreu na Ceasa/GO – Goiânia (-12%). Na comparação com maio de 2022, em relevo a alta na CeasaMinas – Belo Horizonte (18,4%) e Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (7,9%) e queda na Ceasa/CE – Fortaleza (-15,8%).

Para o mercado de laranja, maio foi caracterizado pela concorrência com a mexerica poncã, pela queda da demanda decorrente do frio – que inibe o consumo – e pela menor qualidade das laranjas, notadamente as variedades precoces, boa parte comercializada ainda fora da maturação ideal para atender o varejo, já que a laranja pera está com em falta no mercado e deve voltar a ser colhida com maior intensidade em fins de junho/início de julho. Preços baixos pagos no atacado e varejo tendem a favorecer o envio de laranjas para a moagem junto à indústria produtora de suco, menos exigente em relação ao mercado de mesa.

Produtores provavelmente terão que gastar mais recursos com os tratos culturais decorrentes do greening no cinturão, uma praga que acomete várias propriedades na região, apesar dos esforços do setor quanto ao controle do vetor (inseto psilídeo) e da doença, pois consoante dados do Fundecitrus, em média, 24,42% das plantas registrou o problema, contra 17% em 2016. Este foi o quinto ano consecutivo de avanço na incidência da doença, que tem taxa de incidência maior nas plantas com mais de 10 anos. A doença provoca queda precoce dos frutos, e incita o corte das árvores.

O cinturão citricola forneceu 38,2 mil toneladas para as Ceasas em maio, aumento de 8,5% em relação àquilo que foi fornecido em abril, ratificando o aumento do envio das laranjas precoces aos entrepostos atacadistas. Lembremos que desse número excetua-se aquilo que foi para a indústria produtora de suco. Boquim (SE) foi a segunda principal região produtora, com 6,5 mil toneladas, seguidas por praças paranaenses, mineiras, cariocas e baianas que forneceram cada uma um quantitativo próximo a mil toneladas.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

 No período considerado, para o preço da laranja pera, houve tendência à estabilidade na maioria das Ceasas. Destaque de variação nas cotações é a elevação na Ceagesp- Ribeirão Preto e Ceasa/CE – Fortaleza e queda na Ceasa/PR – Curitiba e Ceasa/PR – Maringá.

Para o trimestre junho/julho/agosto, consoante o Boletim Agroclimatológico do INMET, a temperatura média do ar deverá ficar acima da média climatológica no cinturão citrícola e as precipitações abaixo da média no cinturão citrícola e no norte baiano e Sergipe. Isso pode denotar razoável produção, com gastos culturais a mais por causa da presença de ácaros e do greening. Se essa configuração se estender no segundo semestre, o período da florada poderá ser afetado.

Exportação

 As vendas externas de laranja nos primeiros cinco meses de 2023 tiveram um volume de 2,32 mil toneladas, número superior em quase 545% em relação ao mesmo período de 2022. O volume comercializado em maio caiu 73% na comparação com abril desse ano e subiu 450% no que diz respeito a maio de 2022. A queda em relação ao mês passado é explicada pelo direcionamento da laranja para o varejo e a indústria.

As exportações brasileiras de suco de laranja também estão em alta no ano atual, com um volume de 1.121 mil toneladas, 25% superior em relação aos primeiros cinco meses de 2022, além da alta de 42% no que diz respeito a maio de 2022 e de 17% em relação ao mês passado. Os principais destinos das vendas continuaram sendo a Europa e os EUA. Com as indústrias produtoras de suco trabalhando a plena capacidade, a temporada deve terminar em alta para as vendas externas do produto. Há que se notar que a safra no cinturão citrícola ficará próxima do nível da anterior, estimada pelo Fundecitrus (queda de 1,5% apenas), e o Brasil é o maior produtor de suco de laranja do mundo, com mais de 60% do suco comercializado no planeta; assim, a tendência é a expansão e a maior venda externa, principalmente para a Europa, que consome 54% do suco brasileiro, e a China.

Os EUA, com 35% do consumo do suco brasileiro (consoante dados da CitrusBr), embora estejam experimentando queda do consumo de suco de laranja por causa de mudanças de hábitos de consumo (no último trimestre o descenso se deu à média de 12%, segundo a consultoria Nielsen), podem aumentar as importações para com os produtos do Brasil pelo fato de a produção na Flórida ser a menor em 80 anos. Além disso, como a safra prevista no cinturão citrícola será satisfatória por causa da volta do volume normal de chuvas na região (embora muitas chuvas possam aumentar a incidência de podridão floral e fungos, aumentando os gastos com tratos culturais), o mercado já está precificando a futuro a queda do preço do suco de laranja nos contratos para o segundo semestre, já que no ano passado o produto em questão atingiu um alto nível nas cotações na Bolsa Ice Futures de Nova Iorque, justamente por causa da escassez de matéria prima para sua fabricação e por conta da queda dos estoques. Diga-se de passagem, esses deverão aumentar somente na temporada 23/24.

MAÇÃ

No que tange ao mercado de maçã, ocorreram pequenas altas das cotações na maioria das Ceasas, em relevo a Ceagesp – São Paulo (3,58%), Ceasa/ES – Vitória (5,74%), Ceasa/PR – Curitiba (7,45%) e Ceasa/SC – São José (10,46%). Pequena queda aconteceu na Ceasa/PE – Recife (-3,93%). Pela média ponderada entre as Ceasas analisadas, a alta foi de 2,88%.

Já a quantidade comercializada subiu na maioria das Ceasas, a exemplo da Ceagesp- São Paulo (24,4%), Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (17%), Ceasa/PR – Curitiba (12,1%) e Ceasa/CE – Fortaleza (47%). Baixa de destaque ocorreu na CeasaMinas – Belo Horizonte (-15%). Em relação a maio de 2022, destaque para a alta na Ceagesp – São Paulo (16,5%) e a queda na Ceasa/GO – Goiânia (-53%).

No mercado de maçã – após abril já mostrar inflexão na curva de preços –, houve consolidação da alta das cotações com o fim da colheita da maçã fuji e o acondicionamento das frutas nas câmaras frias, junto à razoável demanda nos primeiros vinte dias do mês. Ao final de maio, a maior parte das maçãs estava guardada, com os produtores a optarem por segurar a máxima quantidade da fruta nas câmaras de armazenagem em meio ao planejamento de venda para o segundo semestre, principalmente em relação àquele perfil de fruta mais graúdo; assim, os preços começaram a estabilizar e depois subir devagar na última quinzena do mês. Já a variedade gala, com um índice de estoque de 100%, apresentou pequena e sustentada alta das cotações. Todo esse processo demonstrou o poder possuído pelas companhias classificadoras em relação ao controle de preços e aumento da rentabilidade. Até o fim do ano, a tendência é que esse mercado tenha suave trajetória de alta das cotações.

Para a próxima temporada, é esperada safra do mesmo nível ou maior do que a atual, com a volta da regularidade do volume de chuvas no sul do Brasil, notadamente os principais estados produtores, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O período de limpeza e poda dos pomares começou em junho e será sucedido pela fase da dormência, em que as plantas acumularão quantidade de horas-frio para o ciclo de produção subsequente. Se o aumento de temperatura não for tão elevado nesse período, expectativas positivas tenderão a se concretizar.

Os principais polos fornecedores para as Ceasas foram as regiões catarinenses, com mais de 14,2 mil toneladas, queda de 6% em relação a abril; e as praças gaúchas lideradas por Vacaria, com 10,4 mil toneladas (queda de 10% na comparação com o mês anterior, com o avanço do armazenamento da maçã fuji). Isso ratifica o controle de oferta sendo colocado em prática com o uso das câmaras frias.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

Para o período considerado, os preços permaneceram estáveis na maioria dos entrepostos atacadistas; em evidência, as elevações na Ceagesp – Araraquara e Ceasa/DF – Brasília, além de queda na Ceasa/PB – João Pessoa e Ceasa/MA – São Luís. Esse comportamento ratifica os efeitos do controle da oferta pelas classificadoras das variedades fuji e gala, que estarão presentes até o fim do ano nesse mercado.

Em relação ao trimestre junho/julho/agosto, a tendência é de presença de chuvas abaixo da média e de temperaturas acima da média climatológica na Região Sul, o que contribui para o período da poda, mas pode afetar o período de dormência, em que as plantas precisam de bom número de horas-frio para o início do próximo ciclo de produção.

Exportação

As vendas externas de maçã nos primeiros cinco meses de 2023 tiveram um volume de 32,6 mil toneladas, número 7,1% inferior em relação ao mesmo período de 2022 e menor 59% em relação aos cinco primeiros meses de 2021. O volume subiu 46% na comparação com maio/22 e caiu 22% em relação a abril/23. Os estados exportadores no mês foram Rio Grande do Sul (81%) e Santa Catarina (18%), e os principais compradores Índia (42%), Bangladesh (20%), Emirados Árabes (10%) e Portugal (7%).

As importações comercializadas pelas Ceasas somaram 2,04 mil toneladas, alta de 50% em relação a abril. Motivo crucial tanto para a queda das exportações como alta das importações foi o fato das classificadoras segurarem parte da oferta armazenada dentro das câmaras frias, com o intuito de conseguirem maior rentabilidade no segundo semestre no mercado interno.

MAMÃO

 No que diz respeito às cotações para o mercado do mamão, ocorreram quedas em quase todas as Ceasas, destacando-se a CeasaMinas – Belo Horizonte (-27,52%), Ceasa/SC – São José (-17,64%), Ceasa/GO – Goiânia (-20,71%) e Ceasa/PE – Recife (-21,12%). A exceção foi a elevação de 25,91% na Ceasa/ES – Vitória. Pela média ponderada entre as Ceasas analisadas, a queda foi de -17,09%.

Já a quantidade comercializada subiu em todos os entrepostos atacadistas, a exemplo da Ceagesp – São Paulo (26%), Ceasa/ES – Vitória (42,7%), Ceasa/GO – Goiânia (80%), Ceasa/CE – Fortaleza (22%) e Ceasa/SC – São José (24%). Pelo cálculo da média ponderada a elevação foi de 12%. Em relação a maio de 2022, destaque para as quedas na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (-22,8%), Ceasa/DF – Brasília (-28%) e alta na Ceasa/GO – Goiânia (60,4%).

Os preços caíram e a quantidade comercializada aumentou em virtude, principalmente, da queda de preços da variedade formosa decorrente da diminuição de seu tamanho, da queda da demanda, da qualidade (o frio nas principais regiões produtoras comprometeu o amadurecimento das frutas) e do aumento da oferta do mesmo em diversas regiões. Essa queda de preços da variedade formosa influenciou também no descenso para o mamão papaya, porém em menor intensidade, já que a disponibilidade dessa variedade esteve baixa durante todo o mês, influenciada pelos baixos investimentos anteriores e pela presença do frio nas plantações.

A demanda por mamão, após diminuição por causa não só dos altos preços anteriores, que desestimularam o consumo, mas também por causa da concorrência com frutas da época (como caqui e mexerica poncã) e da  presença de feriados prolongados, aumentou durante o mês seguindo a esteira da queda de preços do produto. Se as baixas temperaturas continuarem por muito tempo, manchas na casca poderão aparecer e ajudar a impedir elevações momentâneas de preços.

Podemos perceber, ao analisarmos a tabela acerca das origens das frutas para os entrepostos atacadistas e compararmos com o mês anterior, que ocorreu aumento, para as Ceasas, dos envios baianos de Porto Seguro (BA) em 1%, queda de 12% em Mossoró (RN), e subiram quase 5% nas praças capixabas e em outras localidades com produção menor, mas que somadas incrementaram bastante os envios às centrais de abastecimento. No cômputo geral houve aumento de 12,7% em relação ao mês anterior nos envios para as Ceasas.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

No período considerado, para o mamão formosa, as cotações foram estáveis ou caíram na maioria das Ceasas; destaque para o descenso na Ceasa/ES – Vitória, Ceasa/PR – Foz do Iguaçu. Alta ocorreu na CeasaMinas – Belo Horizonte. Para o mamão papaya os preços também caíram na maior parte das centrais de abastecimento. Destaque para a queda na CeasaMinas – Belo Horizonte, Ceagesp – Ribeirão Preto e Ceasa/CE – Fortaleza.

A previsão de chuvas no trimestre junho/julho/agosto estará dentro ou abaixo da média histórica no sul baiano, norte capixaba, norte mineiro, meio-oeste baiano, Ceará e Rio Grande do Norte, e as temperaturas estarão dentro da média, consoante o Boletim Agroclimatológico do INMET. Isso poderá favorecer o desenvolvimento e amadurecimento das frutas, se não ocorrer alguns dias de frio intenso no Sudeste, acontecimento que costuma retardar a colheita.

Exportação

 As exportações de mamão nos primeiros cinco meses de 2023 tiveram um volume de 15,7 mil toneladas, número inferior 15,6% em relação ao mesmo período de 2022. O volume caiu 2,5% em relação a abril desse ano e 21,2% na comparação com maio do ano anterior. Como explicado no Boletim anterior, a oferta da fruta e, por consequência, sua disponibilidade para a exportação está reduzida e controlada, seja por causa dos preços melhores no mercado interno, seja em decorrência de restrições por parte do consumidor europeu, principal comprador, seja porque a produção de mamão potiguar e cearense, grande região produtora para exportação, está fragilizada por doenças e pragas no último mês. Em abril, a chuva foi o principal motivo, pois causaram doenças fúngicas, como antracnose, segundo a Esalq/Cepea.

Assim, as vendas externas devem ser menores esse ano, mas com boas perspectivas em médio prazo com a abertura de novos mercados (Europa e Mercosul) e a elevação da produção da variedade papaya no segundo semestre. Os principais estados exportadores foram o Rio Grande do Norte (35%), Espírito Santo (34%), Paraíba (12%) e Bahia (12%), e o destino principal foi a Europa, principalmente Portugal, Espanha, Reino Unido, Alemanha e Países Baixos, com 74% do consumo da fruta brasileira exportada.

MELANCIA

Em relação ao mercado da melancia, as cotações ficaram praticamente estáveis na Ceagesp – São Paulo e Ceasa/RJ – Rio de Janeiro e sofreram elevações na Ceasa/ES- Vitória (15,75%), Ceasa/SC – São José (9,58%), Ceasa/DF – Brasília (19,71%) e Ceasa/PE – Recife (32,17%); pequena queda foi registrada na Ceasa/GO – Goiânia (-2,64%). Pela média ponderada entre as Ceasas, a elevação foi de 3,43%.

A comercialização caiu na maioria das Ceasas, como no mês anterior; em relevo as variações negativas na CeasaMinas – Belo Horizonte (-22,1%), Ceasa/ES – Vitória (-20%), Ceasa/PR – Curitiba (-14,3%) e Ceasa/SC – São José (-19%). Alta ocorreu na Ceasa/PE – Recife (12%) e Ceasa/AC – Rio Branco (132%). Já em relação a maio de 2022 temos, em destaque, a alta na Ceagesp – São Paulo (9,4%) e a queda na Ceasa/CE – Fortaleza (-29%).

Em maio, o movimento do mercado nos entrepostos atacadistas foi de comercialização com sentido de queda e variação das cotações no sentido de alta, com inversão da curva de preços, e o motivo principal foi a queda da oferta: como a colheita se encerrou em fins de abril no sul baiano e em maio nas praças paulistas, a principal microrregião fornecedora da fruta foi Ceres (GO), com boa produtividade e dotada de melancias graúdas de boa qualidade (fruto do calor intenso e de pouca chuva). Por conta da restrição da oferta, produtores devem auferir boa rentabilidade nos próximos meses, até que a região goiana atinja o pico da colheita e a melancia tocantinense plantada no oeste do estado comece a abastecer também os mercados.

Inclusive algumas lavouras do Tocantins começaram a ser colhidas em maio, como Rio Formoso e Gurupi (1.538 mil e 800 toneladas, respectivamente). Pra confirmar o exposto acima, o carregamento de melancias para as Ceasas advindo de Porto Seguro diminuiu 85% de abril para maio, e de Ceres subiu 196% no mesmo período (6,8 mil toneladas). O total das frutas fornecidas às Ceasas pelas regiões produtoras caiu 13%. Os preços não dispararam por causa da demanda contida na maior parte dos centros consumidores por causa do frio. Deve-se notar que o frio também começou a atrasar o amadurecimento das frutas no estado goiano, o que pode impactar a oferta final em junho.

Comportamento dos preços no 1º decêndio de junho/23

Para esse período não houve tendência marcante para oscilação dos preços, sendo a estabilidade o estado predominante na maioria as Ceasas. Destaque para as elevações na Ceasa/PR – Foz do Iguaçu e Ceasa/DF – Brasília, além de quedas na Ceasa/PE – Recife e Ceagesp – São Paulo.

Consoante o Boletim Agroclimatológico do INMET, a temperatura média do ar estará acima da média climatológica para o trimestre junho/julho/agosto, e o volume de precipitações estará dentro ou abaixo da média, no que se refere às principais regiões produtoras para o período (meio-norte goiano e oeste tocantinense). Isso poderá significar bom meio de safra em Goiás e bom início no Tocantins, mesmo com armazenamento hídrico do solo declinante.

Exportação

O quantitativo para as exportações de melancia até maio de 2023 registrou um volume de 41 mil toneladas, número superior 17% em relação ao mesmo período de 2022. O volume subiu 21% na comparação com o mês anterior e subiu 600% na comparação com maio de 2022. Essa alta ocorreu pelo fato de que a temporada de vendas externas, que está chegando ao fim, se estendeu em um mês por conta de também ter atrasado os envios no seu início. As perspectivas para o segundo semestre são boas, para a nova temporada que se inicia em agosto, grande parte composta de minimelancias potiguares e cearenses. Deve-se salientar também que, apesar de o faturamento ter aumentado, a rentabilidade não acompanhou essa variação por causa do aumento dos custos de produção.

No mês, os países que mais compraram a fruta brasileira foram os Países Baixos (47%) e Reino Unido (46%), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). O volume exportado se originou primordialmente do Rio Grande do Norte (57%), Ceará (31%) e Pernambuco (10%).

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Boletim Hortigranjeiro, Brasília, DF, v. 9, n. 6, junho. 2023.

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Tags: Conab, frutas, hortaliças

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