O Brasil pode ser o espelho para o mundo no debate ambiental

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Uma matriz limpa com mais de 75% da energia proveniente de fontes renováveis/hidrelétricas; uma imensa floresta, em sua maioria, ainda, em pé e preservada; 80 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser recuperadas para uso produtivo; bioenergia sustentável e know how agrícola; além de metais de baixo carbono e recursos minerais necessários à transição para carbono zero. Esses são os cinco principais ativos que que tornam o Brasil potencial vencedor na mudança para uma economia carbono zero, segundo a “A maratona da Amazônia”, desenvolvida pela AYA Earth Partners, o primeiro e maior ecossistema dedicado a acelerar a economia regenerativa e carbono zero do Brasil.

                                                                                               Congresso Brasil Competitivo 2023 | Foto Tiago Mendes

“Existe a necessidade de enfrentar a crise climática, isso está evidente na cabeça das pessoas. E a posição única que o Brasil tem nesse debate é consensual. O mundo descobriu uma demanda, que o Brasil sempre teve, recursos naturais que são a base para resolver os problemas climáticos”, explica João Paulo de Resende, assessor Especial do Ministro da Fazenda, reafirmando o potencial da agenda verde para o país. “Podemos resolver a questão climática mais rápido e ser espelho para o restante do mundo”, finaliza.

E para que o Brasil alcance toda essa potencialidade o governo, a iniciativa privada e a sociedade civil precisam atuar em sinergia e com os mesmos objetivos. No âmbito federal, o Ministério da Fazenda está desenvolvendo o plano de transformação ecológica quem, em sua primeira etapa, visa cumprir “o dever de casa” de descarbonização, tendo como principal bandeira a queda do desmatamento, com políticas públicas, algo que já obteve resultados importantes. Entre janeiro e agosto deste ano, por exemplo, a redução foi de 48%, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo dados oficiais.

A segunda etapa do plano é permitir que o país possa produzir e exportar soluções energéticas. O país pode subsidiar energia para o restante do mundo, como biomassa e hidrogênio, ambos feitos de forma mais barata no Brasil, mas, pela falta de incentivos fiscais, esta produção está sendo feita nos Estados Unidos.

Dentro do Congresso, segundo o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, Arnaldo Jardim, ainda esse ano serão analisados temas importantíssimos da chamada agenda verde, como o marco de mercado de carbono, o combustível do futuro, as eólicas offshore e, mais recentemente, o programa de aceleração da transição energética.

“O Parlamento está sintonizado na questão ambiental. Avançamos bastante através da lei de crimes ambientais e do código florestal, por exemplo. A situação no mundo favorece o investimento no Brasil. Cabe a nós garantir regras estáveis e segurança jurídica”, comenta o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

O debate sobre a economia verde é ampliado quando entra em questão a atuação do setor produtivo brasileiro. Dentro do setor de cosméticos, assim como em parte da indústria química, a sustentabilidade começa por manter a floresta em pé. “A indústria de cosméticos veio da Amazônia, ela está no centro das nossas ações de descarbonização e bioeconomia. Social e ambiental têm de andar juntos para gerar desenvolvimento para a cadeia. Precisamos ter uma discussão clara sobre como gerar renda com os serviços ambientais”, justifica Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Comunicação Corporativa da Natura & Co América Latina.

Agenda verde não é exclusiva ou “um problema” apenas do agronegócio. Ela também tem extrema relevância em outros setores, como construção civil e siderúrgico, dentro da discussões da agenda ESG, seja através de programas de conscientização de desperdícios, valorização da economia circular ou no uso de tecnologias para criar produtos baixo carbono.

“Precisamos valorizar o que temos hoje, mesmo se não for a solução final, como o etanol, que já está disponível em todo o país, e é viável para a economia e para o planeta. Conseguimos aumentar 50% da produção de etanol na mesma área plantada que temos hoje”, exemplifica o Leonardo Pontes, CEO da Cosan Investimentos.

“Não podemos seguir alheios às mudanças climáticas e suas consequências. O Brasil tem uma chance única de mudar essa realidade, não só brasileira, mas também mundial. Cerca de 25% dos desafios que nós temos para a redução de carbono estão ligados especificamente ao nosso modelo de geração de energia internacional, onde o Brasil já é referência. Essa é uma das razões pela qual a AYA Earth Partners atua para articular a união entre os setores públicos e privados no Brasil: para que possamos cumprir o potencial de ser a única grande nação carbono zero antes de 2050. Para chegar lá, precisamos nos unir no compromisso de buscar uma economia mais verde,” declara a cofundadora da AYA Earth Partners Patricia Ellen.

Todo esse debate sobre papel do Brasil na economia verde mundial aconteceu durante evento promovido pelo Movimento Brasil Competitivo, que tem o tema da sustentabilidade como seu quinto pilar de atuação. O MBC entende a importância da agenda para a sociedade, para a economia e para a competitividade, além de enxergar o grande potencial de dar ao Brasil o protagonismo num tema que se ainda não é, logo será o mais importante do mundo.

“Hoje temos uma condição extraordinária, precisamos usar nossa capacidade e não perder essa oportunidade. E se não tivermos a participação do Congresso, do Executivo, do empresariado e da sociedade civil, não iremos avançar. O compromisso do MBC é atuar junto a todas essas frentes para realizar um trabalho em conjunto e que traga resultados fantásticos”, finaliza Jorge Gerdau, presidente do conselho superior do MBC.

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Tags: agenda verde, agronegócio, Bioenergia, Congresso Brasil Competitivo 2023, Desmatamento

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