(Curadoria Agro Insight)
A produção brasileira de frutas e hortaliças enfrenta os efeitos das precipitações abaixo da média nos meses de julho e agosto, e a ocorrência de geadas em importantes regiões produtoras. Mesmo com o início das chuvas, os preços de alguns produtos tiveram aumento nas Centrais de Abastecimento.
As cotações referentes ao mês de outubro foram publicadas no Boletim Hortigranjeiro Nº 11, divulgado na última quinta-feira pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
A conjuntura mensal é realizada para as hortaliças e as frutas com maior representatividade na comercialização efetuada nas Centrais de Abastecimento – Ceasas do país e que possuem maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Assim, os produtos analisados são: alface, batata, cebola, cenoura, tomate, banana, laranja, maçã, mamão e melancia.
Na comparação do mês de outubro com setembro, dentre as hortaliças comercializadas na Ceagesp – São Paulo, destacaram-se na redução da média de preços a abobrinha (56%), o pepino (49%), o chuchu (43%), a berinjela (40%), a vagem (32%) e o manjericão (21%). Em relação às frutas comercializadas na Ceagesp – São Paulo, comparando-se os mesmos períodos, destacaram-se na redução das cotações o pêssego (32%), a nectarina (31%), a romã (28%), a acerola (26%), a ameixa (21%) e o limão (18%).
1. HORTALIÇAS
Em outubro, o movimento preponderante de preços para as hortaliças estudadas neste boletim foi de aumento na maioria das Centrais de Abastecimento. Em relevo as altas variações positivas para o tomate e a batata. As chuvas em grande parte do país comprometeram o ritmo de colheita, reduzindo a disponibilidade dos produtos nos mercados.
a) Alface
Movimento preponderante de queda nas cotações. Temperaturas amenas reduziram a demanda por folhosas. Chuvas causaram prejuízos em algumas regiões produtoras. Início de novembro com tendência de alta.
b) Batata
As cotações ficaram em alta. Movimento altista de preços vem ocorrendo desde julho, influenciado por: geadas e as chuvas (recentes) que comprometeram a colheita. Outubro com menor oferta a partir de São Paulo e pressão de demanda sobre outros estados produtores.
c) Cebola
Movimento de reversão das quedas nos preços do bulbo, contudo ainda em patamares baixos. Chuvas no Sudeste e Centro-Oeste prejudicaram a colheita, ocasionando aumentos nos preços. Tendência de continuidade da alta das cotações.
d) Cenoura
Aumento de 4% na oferta a partir de Minas Gerais. Chuvas favoreceram a qualidade da hortaliça no estado mineiro, mas dificultaram a colheita em outras regiões. Volta às aulas presenciais deve provocar aumento da demanda para alimentação escolar.
e) Tomate
Preços em patamares elevados. Menor oferta do produto no ano, continuando a tendência de queda desde junho. Chuvas prejudicaram a colheita e as temperaturas mais amenas retardaram o amadurecimento causando redução da oferta.
2. FRUTAS
No mês de outubro, dentre as frutas analisadas destaca-se o aumento nas cotações da laranja em todos os mercados atacadistas estudados. A banana, a maçã, o mamão e a melancia não tiveram um comportamento uniforme.
a) Banana
Queda de preços na maioria dos mercados atacadistas. Menor qualidade, em decorrência das chuvas e feriados ao longo do mês, reduziram a demanda. Exportações em 2021 somaram 90,04 mil toneladas, tendo como principais destinos Argentina e Uruguai.
b) Laranja
Majorações de preços em todas as Ceasas analisadas. Cotações recordes na série histórica dos últimos dois anos em vários mercados. Reflete os efeitos das geadas e das chuvas abaixo da média, nos meses de julho e agosto, que comprometeram a oferta da fruta e sua qualidade.
c) Maçã
Movimento de preços desuniforme. Oferta estável ao longo do mês, em função da possibilidade de controle por meio do uso de câmaras frias. As exportações acumulam aumento de 58%, em relação a 2020.
d) Mamão
Oscilação de preços. Maior oferta da variedade papaya e o formosa com níveis mais baixos. Chuvas dificultaram o ritmo de colheita, logística de distribuição e ocasionaram o aparecimento de doenças. Exportações somaram 42,51 mil toneladas, aumento de 19% em relação ao ano passado.
e) Melancia
Preços com variações desuniformes. No geral, houve redução de 8,2% na oferta, explicada pelo pico da produção goiana no mês de setembro. Exportações de 79,7 mil toneladas em 2021.
3. EXPORTAÇÃO TOTAL DE FRUTAS
O volume exportado, na parcial do ano até outubro, alcançou 943,26 mil toneladas, 19,45% maior em relação ao mesmo período do ano passado, com valor auferido de mais de US$ 925 milhões, 22,89% mais elevado. Destaque para os envios de mangas, melões, limões e limas, maçãs e bananas. A demanda externa aquecida e a interna restrita, o dólar em níveis elevados, a boa produtividade e qualidade das frutas brasileiras são fatores que ajudam a explicar os vultosos números da exportação desse segmento pelo Brasil.