(Curadoria Agro Insight)
Na curadoria de hoje, trouxemos uma entrevista com o pesquisador Moacyr Bernardino Dias Filho, que explica como manejar a pastagem de forma sustentável e evitar a degradação.
Manejar preventivamente a pastagem traz lucro e sustentabilidade à pecuária
No Brasil existem aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens naturais ou plantadas, dos quais estima-se que cerca de 130 milhões, mais de 60% do total, estejam em algum grau de degradação e necessitam de alguma intervenção para reverter o estado em que se encontram. Pasto degradado reflete em baixa produtividade agropecuária e possíveis pressões na abertura de novas áreas impactando negativamente sobre o desmatamento. Por outro lado, o setor agropecuário demanda cada vez mais tecnologias sustentáveis para solucionar seus passivos ambientais e ganhar mercado.
Por meio das estratégias da implantação da chamada pastagem empresarial, ou pastagem sob manejo profissional, é possível evitar a degradação da pastagem, otimizar recursos, gerar lucros e barrar o aumento do desmatamento aliando a atividade pecuária à sustentabilidade ambiental.
A partir dessa essa estratégia profissional e preventiva de manejo, a necessidade de recuperações ou reformas recorrentes da pastagem é praticamente nula pois ao manejar corretamente a pastagem, desde a sua formação, com práticas simples e coordenadas, o produtor estará prevenindo a degradação e consequentes quedas de produtividade da pastagem, evitando os ônus econômico, ambiental e social, típicos da existência de uma área de pastagem degradada na propriedade rural.
O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Moacyr Bernardino Dias Filho, defende um conjunto de práticas agropecuárias como uma das soluções para a degradação. Consiste entre outras ações, orientar a condução do manejo da pastagem, desde a sua formação, isto é, desde a escolha das sementes, o controle rotineiro da taxa de lotação (número de animais por área de pasto), analise anual do solo, manutenção periódica da fertilidade e controle das plantas daninhas e insetos-praga. “O custo desse sistema é mais elevado que os tradicionais, mas o pecuarista tem retorno em médio prazo de até R$ 4 para cada real investido em pastagem profissional”, garante o pesquisador.