Olá a todos, segue mais um artigo sobre dicas de economia e gestão de finanças a quem produz. Vamos lá?
No artigo de hoje, vou falar um pouco sobre alguns princípios da educação financeira, a qual devem perfazer sobre suas escolhas, considerando o “capital” como resultado do esforço do trabalho e também recurso escasso na economia, bem como a possibilidade de perceber que o dinheiro possui valor ao longo do tempo e a rentabilidade não é o único fator a ser considerado. Afinal, ‘é relevante administrar finanças pessoais para evitar que uma suposta situação de endividamento venha a ocorrer ao produtor rural, prejudicando todo seu planejamento de safra’.
Um ponto de análise inicial é que, ao pensar em investir, existem três principais parâmetros a considerar: segurança, rentabilidade eliquidez; entretanto, não se consegue de fato obter ao mesmo tempo todas as condições atendidas. Vou exemplificar: se o produtor investe uma determinada quantia monetária, de forma a obter segurança em relação ao produto e instituição emitente, bem como a necessidade imediata de poder resgatar o dinheiro a qualquer momento, é possível, porém, com uma rentabilidade baixa.
Não entrarei em detalhes sobre a caderneta de poupança (como o próprio nome sugere, é poupar e não investir), pois desde sua nova modalidade “nova poupança’, com rendimento de apenas 70% da taxa Selic (taxa básica de juros da economia), perde-se para a inflação, a qual o dinheiro gradativamente perde seu valor de compra!
Por outro lado, segurança com rentabilidade muitas vezes não proporciona liquidez imediata, ou seja, alguns produtos como o LCA (letras de crédito do agronegócio), CDB’s (certificados de depósito bancários) e o tesouro direto, torna-se necessário manter o dinheiro por um período sem poder resgatar para obter liquidez somente na data do vencimento do referido título, por 90 dias, 6 meses, 1 ano ou mais. Vale destacar que as taxas de rentabilidade em bancos digitais (fintechs) são maiores, em comparação aos bancos tradicionais, podendo haver taxas pré-fixadas (já sabe o quanto irá render o dinheiro, porém com o risco de perder com a inflação no período), pós-fixadas (que podem estar atreladas ao CDI, ou seja, havendo variação conforme oscilação da taxa básica de juros), bem como as aplicações híbridas (que são bem promissoras, mesmo porque cobrem a inflação, medida pelo IPCA, com adição de uma taxa fixa a mais a ser paga). Em linhas gerais, diversificar investimentos é fundamental ao produtor rural, conforme suas necessidades e objetivos em curto, médio e longo prazos, sempre com o propósito de criar inicialmente uma reserva de emergência, lembrando que esta não é para deixar rico, mas sim para não deixar pobre em situações adversas!
Cabem aqui duas importantes observações: a rentabilidade é o rendimento total que o produtor obtém com um investimento. Por exemplo, investindo R$1.000,00 e resgatando R$1.250,00, a rentabilidade foi de 25% para um determinado período. Já a lucratividade é o ganho obtido descontando-se do valor do capital inicial os impostos e demais taxas, ou seja, no rendimento de R$250,00, obteve-se um retorno líquido de R$220,00 (com a incidência de desconto em R$30,00 sobre o rendimento bruto).
Neste sentido, algumas características para o investidor são importantes a destacar, dentre as quais: a renda fixa não morreu, ou seja, com a perspectiva de um aumento da inflação e consequente taxa de juros, com relatórios de previsão elaborados pelo Banco Central, é interessante possuir parte do capital aplicado em produtos desta modalidade.
Outro ponto de destaque é o longo prazo, afinal trabalha-se em finanças com capitalização composta (juros compostos), ou seja, quanto maior o período de aportes a determinada taxa e período, o montante (valor futuro da aplicação inicial) será maior!
Ainda assim, deve-se lembrar que o dinheiro não é a raiz do mal; pelo contrário, é a solução dos problemas, quando bem administrado, de forma consciente a compreender a aplicação em diferentes produtos, corroborando os investimentos diversificados. Isso sem falar na compra de ativos para poder gerar renda passiva ao investidor, como terras (para arrendamento), imóveis, máquinas e implementos para locação, incluindo-se ativos de renda variável, considerando neste cenário melhores retornos a quem produz.
Em minhas leituras e conhecimento sobre o mundo das finanças, deixo aqui duas premissas para reflexão: “dinheiro não compra felicidade, porém a pobreza não compra nada, bem como a humildade não tem correlação com patrimônio – existe pobre soberbo e rico humilde”.
Muito obrigado pela atenção. Um agro abraço!