Neste post publicamos itens gerais referentes ao mundo do agronegócio, entre eles: monitoramento das lavouras, informações sobre mercado e economia, previsões de chuva e clima em todas as regiões do Brasil, diversos cursos e eventos agro.
GERAIS
Monitoramento Semanal das Condições das Lavouras (atualizado em 29 de janeiro de 2024)
Fonte da imagem: udop 31/01/2024
Destaques da semana
Arroz – No Rio Grande do Sul, com o incremento da luminosidade e a aprimoração das condições climáticas, as plantações estão florescendo vigorosamente. Em Santa Catarina, já se iniciou a colheita em certas regiões que optaram por plantios mais precoces. No Maranhão, nas áreas sem irrigação, a semeadura prossegue, especialmente nas zonas Central e Setentrional. Contudo, em outras regiões, o plantio está em atraso. Em Goiás, nas áreas irrigadas, os agricultores estão em plena colheita. No Tocantins, nota-se um aumento na aplicação de medidas fitossanitárias em plantações com estágios avançados, devido a problemas com brusone. Em Mato Grosso, as chuvas beneficiaram a semeadura e o desenvolvimento das culturas. Já se iniciou a colheita em plantações implantadas mais cedo.
Algodão – Em Mato Grosso, apesar do volume substancial de chuvas, a implantação das culturas segue em ritmo constante. As plantações estão exibindo um desenvolvimento notável. Na Bahia, as plantações estão se desenvolvendo bem e a semeadura das áreas irrigadas está em andamento. Em Mato Grosso do Sul, as lavouras estão apresentando um crescimento excelente. No Maranhão, deu-se início ao plantio da segunda safra, aproveitando o clima favorável. Em Goiás, algumas plantações estão começando a emitir botões florais. Em Minas Gerais, as plantações estão começando a florescer com uma porcentagem menor em comparação com o ano anterior. Em São Paulo, as altas temperaturas e a escassez de chuva estão prejudicando o desenvolvimento das plantações.
Feijão 1ª safra – No Paraná, as precipitações ocorreram de forma mais dispersa e as temperaturas permaneceram mais amenas, impulsionando o progresso da colheita e também beneficiando as plantações que estão em fase de enchimento de grãos e maturação. Na Bahia, as chuvas mais abundantes e bem distribuídas permitiram avanços significativos no plantio e replantio, que estava atrasado. Em Minas Gerais, a colheita está progredindo, abrangendo também as áreas de sequeiro. No entanto, a qualidade dos grãos tem ficado aquém do esperado devido à ocorrência de chuvas durante o período de colheita. Em Goiás, as chuvas recentes diminuíram o ritmo da colheita e também prejudicaram a qualidade dos grãos. No Piauí, a semeadura atingiu metade da área prevista. As áreas da região Norte ainda não foram semeadas. O déficit hídrico também tem afetado a semeadura e o desenvolvimento das culturas. No Rio Grande do Sul, houve avanço na colheita de feijão preto, restando apenas as áreas mais tardias no Sul. As condições gerais das plantações e dos grãos são satisfatórias, beneficiadas pelas melhores condições climáticas.
Milho 1ª Safra – Em Minas Gerais, as plantações estão mostrando um desenvolvimento mais lento em comparação com a safra anterior. No Rio Grande do Sul, a colheita está avançando nas principais regiões produtoras. As plantações em fase vegetativa estão em melhores condições. Na Bahia, o plantio avançou devido à regularidade mais consistente das chuvas. No Piauí, o plantio foi concluído no Oeste e está em andamento nas áreas de agricultura familiar. No Paraná, as condições climáticas permitiram avanços na colheita e beneficiaram as áreas em enchimento de grãos. Em Santa Catarina, as chuvas reduziram a velocidade da colheita, mas beneficiaram as plantações em outros estágios de desenvolvimento. Em São Paulo, a colheita foi iniciada, porém em ritmo lento devido às chuvas e à competição com a colheita da soja. No Maranhão, o plantio está em andamento e com atraso devido à irregularidade das chuvas. Em Goiás, as chuvas estão beneficiando as plantações em fase de enchimento de grãos. No Pará, o plantio está acelerando devido à regularidade das chuvas nas regiões de Santarém e Paragominas.
Soja – Em Mato Grosso, apesar do clima chuvoso, a colheita continua em ritmo acelerado. As produtividades nas áreas colhidas inicialmente ficaram aquém do potencial esperado. No Rio Grande do Sul, o plantio foi concluído e as plantações estão apresentando um desenvolvimento satisfatório. No Paraná, a colheita está concentrada principalmente na região Oeste, e as chuvas têm beneficiado as plantações em fase de enchimento de grãos. Em Goiás, a colheita está ocorrendo principalmente nas áreas onde foram semeadas variedades precoces, e as baixas produtividades refletem as condições climáticas desfavoráveis durante o ciclo. No entanto, as variedades médias e tardias estão apresentando um desempenho satisfatório na maioria das regiões. Em Mato Grosso do Sul, as precipitações têm favorecido as plantações em fase de enchimento de grãos. Em Minas Gerais, a colheita teve início, mas as primeiras áreas colhidas apresentaram rendimento aquém do potencial. Na Bahia, a colheita começou nas áreas irrigadas, com rendimentos inferiores aos da última safra. As chuvas têm favorecido o desenvolvimento vegetativo e o enchimento de grãos das plantações. No Tocantins, a colheita teve início, com produtividades abaixo do potencial. No Maranhão, a colheita começou na região de Balsas, enquanto o plantio continua nas regiões Centro e Oeste. No Piauí, o plantio foi interrompido no Norte devido à falta de chuvas. No Pará, o plantio continua no Nordeste. A irregularidade das chuvas está comprometendo o potencial produtivo de algumas áreas. No polo de Redenção e na região da BR-163, a colheita começou, mas o excesso de precipitações está atrapalhando os trabalhos de campo.
Fonte: CONAB. Boletim de monitoramento semanal das condições da lavoura de 29/01/2024
Mercado e Economia Agro: Abordagem panorâmica
Nos últimos quatro décadas, o cenário da produção agropecuária brasileira evoluiu de forma notável, posicionando o Brasil como o principal fornecedor de alimentos do futuro.
Hoje, contamos com uma agricultura adaptada às diversas regiões tropicais do país e uma comunidade de produtores rurais conscientes de sua responsabilidade ambiental, aliando-a à produção de alimentos. Esses indivíduos constituem o setor produtivo mais avançado do mundo, que tem remodelado a economia brasileira.
Ao aumentar constantemente sua produção, o agronegócio brasileiro conseguiu reduzir significativamente o custo dos alimentos, contribuindo para a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população urbana. Isso liberou o poder de compra das pessoas para bens produzidos pela indústria e pelo setor de serviços.
Ao gerar excedentes cada vez maiores, o agronegócio expandiu suas exportações para o mundo, conquistando novos mercados e gerando superávits cambiais que impulsionam a economia brasileira. O impacto transformador da revolução agrícola das últimas quatro décadas é, sem dúvida, o acontecimento mais significativo da história econômica recente do Brasil, e continua a abrir perspectivas para o desenvolvimento futuro do país.
O agronegócio tem sido reconhecido como um dos principais motores do crescimento econômico brasileiro. Em 2020, a contribuição do agronegócio para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil totalizou R$ 1,98 trilhão, equivalente a 27% do PIB nacional. Dentro desse segmento, o ramo agrícola responde por 70% desse valor, totalizando R$ 1,38 trilhão, enquanto a pecuária corresponde a 30%, ou R$ 602,3 bilhões.
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária alcançou R$ 1,10 trilhão em 2020, com R$ 712,4 bilhões provenientes da produção agrícola e R$ 391,3 bilhões do segmento pecuário. Estimativas indicam que o VBP em 2021 deverá atingir R$ 1,20 trilhão, com R$ 792,0 bilhões provenientes da produção agrícola e R$ 406,3 bilhões do segmento pecuário, representando um aumento de 8,6% em relação a 2020.
Como mostra a figura 1, a soja é o principal destaque da produção agropecuária brasileira, respondendo por aproximadamente R$ 1,00 de cada R$ 3,55 gerados pelo setor no Brasil. Em segundo lugar, está a pecuária de corte, com um VBP de R$ 192,6 bilhões em 2020. O milho ocupa o terceiro lugar, com R$ 129,4 bilhões, seguido pela pecuária leiteira (R$ 79,0 bilhões) e pela cana-de-açúcar (R$ 67,2 bilhões). O frango aparece em sexto lugar, com R$ 65,6 bilhões, seguido pelo café (R$ 34,5 bilhões) e pela carne suína (R$ 33,7 bilhões).
Figura 1: Valor Bruto da Produção no Brasil em 2020 e 2021 (em R$ bilhões)
O setor agropecuário absorve aproximadamente um terço da força de trabalho brasileira. Em 2015, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 32,3% (equivalente a 30,5 milhões) do total de 94,4 milhões de trabalhadores brasileiros estavam envolvidos no agronegócio. Dentro desse contingente, 13 milhões (42,7%) estavam envolvidos em atividades agropecuárias, 6,43 milhões (21,1%) no comércio agropecuário, 6,4 milhões (21%) em serviços relacionados ao agronegócio e 4,64 milhões (15,2%) na agroindústria.
No que diz respeito ao comércio internacional, em 2020, 48% das exportações brasileiras foram de produtos originados do agronegócio. Além disso, o agronegócio tem uma contribuição significativa para o desempenho geral da economia brasileira. Isso é evidenciado na figura 2 abaixo, que mostra que desde 2010, o superávit comercial do agronegócio brasileiro tem superado consistentemente o déficit comercial de outros setores da economia brasileira, garantindo sucessivos superávits na Balança Comercial Brasileira.
Figura 2: Saldo da Balança Comercial Brasileira de 2010 a 2020 (em US$ bilhões)
Apesar dos desafios presentes nos mercados doméstico e internacional, os destinos e a gama de produtos exportados pelo agronegócio brasileiro têm visto um aumento significativo. Conforme ilustrado na figura 3 abaixo, o Brasil é atualmente o principal exportador global de açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos, carne bovina e de frango. Além disso, figura como o terceiro maior exportador de milho e o quarto de carne suína. No cenário da produção, o Brasil lidera como o maior produtor mundial de soja em grãos, café, suco de laranja e açúcar, enquanto ocupa o segundo lugar na produção de carne bovina e o terceiro na de frango. Ademais, é o terceiro maior produtor global de milho.
Figura 3: Produção e Exportações Brasileiras no Ranking Mundial em 2020
Hoje, o Brasil é o quarto maior exportador mundial de produtos agropecuários, aproximadamente USD 100,7 bilhões, atrás apenas da União Europeia, EUA e China. Até outubro de 2021 – comparativamente ao mesmo período do ano anterior -, o volume das exportações do agronegócio cresceu 20,6% e suas receitas em dólar 5,9%. Só para a China, o crescimento foi de 28% em volume, e 26% em receita.
Fonte da imagem: startagro 31/01/2024
Fonte do texto: cnabrasil 31/01/2024
CLIMA: Boletim metereológico INMET
O mapa abaixo expressa a previsão de chuvas para o período de 29/01 a 05/02/2024