Projeto da startup franco-brasileira Morfo restaura área degradada com espécies nativas e é financiado pela pré-venda de parte dos créditos
São Paulo, 10 de janeiro de 2024 – A restauração de solos degradados em áreas privadas com o objetivo de entrar no mercado de crédito voluntário de carbono é uma possibilidade que adiciona retorno financeiro à adequação ambiental de diretrizes ESG. A Fazenda das Palmas, na região de Vassouras, é uma das primeiras a entrar nessa via em parceria com a startup franco-brasileira Morfo e a organização não governamental Instituto Terra e Preservação – ITPA. Os proprietários destinaram 20 hectares para receber mudas e sementes nativas da Mata Atlântica sem investimento inicial, já que o plano é financiado com parte da pré-venda dos créditos de carbono.
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A área destinada à restauração foi exaurida muito antes da aquisição da fazenda pelos donos atuais, durante o uso das terras para pasto, e não chega a ter o solo descoberto, mas a vegetação que sobrou não deixa que outras espécies se desenvolvam. Além disso, parte está em uma área de encosta, o que leva a risco de erosão. O projeto da Morfo é feito em quatro etapas. A primeira consiste em uma análise criteriosa do solo, com informações de imagens obtidas por satélite e drones processadas por Inteligência Artificial. Na segunda são definidas em testes de laboratório quais as espécies nativas que serão usadas. Entre elas, ainda há testes para saber quais possuem sementes que podem ser lançadas in natura e aquelas em que os grãos precisam ser pré-germinados e envoltos em cápsula nutritiva. A terceira etapa é o plantio propriamente dito, com a dispersão das sementes por meio de drone. “Nós usamos os drones para dispersar as sementes, algumas envolvidas por uma cápsula desenvolvida por nós, que vai nutrir, proteger e reter umidade aumentando a taxa de germinação”, explica Grégory Maitre, CEO da Morfo no Brasil.
O plano de restauração destinou 5 hectares para o plantio manual de mudas feito pelo ITPA. Parceira da Morfo, a ONG atua há mais de 25 anos no Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaina, uma área de 195 mil hectares onde está localizada a Fazenda das Palmas. Nesse tempo, plantou cerca de 4,5 milhões de árvores e vê na colaboração entre proprietários privados, comunidade local e inovações tecnológicas o caminho para dar escala à recuperação da Mata Atlântica.
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Solução da Morfo usa drones nas etapas de análise de solo, dispersão de sementes e monitoramento. Foto: Will Thaw/Divulgação/Morfo |
A equipe da ITPA também atuou na preparação do solo e estará presente na última etapa do projeto: o monitoramento. Assim como a análise de solo, ele usa dados de imagens de satélite e de drone dentro de uma plataforma baseada em Inteligência Artificial que identifica não só a taxa de cobertura vegetal, mas também a biomassa, a biodiversidade e o estoque de carbono. O acompanhamento da evolução da nova floresta ainda permite fazer um diagnóstico precoce de eventuais problemas e encaminhar a correção, além de ficar disponível para o dono da terra.
Nesse caso, a inovação contrasta com a paisagem da centenária Fazenda das Palmas. Uma década atrás, o casal Luiza Konder e Antônio Carlos de Almeida Braga – o banqueiro e mecenas do esporte brasileiro Braguinha, falecido em 2021 – compraram a propriedade e descobriram no local o terceiro alambique comercial do Rio de Janeiro. Decidiram restaurar o local transformando o casarão principal em hospedagem e reativando a produção de cachaça.
Construído originalmente em 1855, o alambique ainda mantinha a caldeira inglesa, importada via Alemanha no começo do século XX. A estrutura foi totalmente reformada, a cana-de-açúcar começou a ser plantada na própria fazenda e a cachaça, destilada. Foi através da colaboração familiar entre Luiza, as duas filhas, Joana e Maria Almeida Braga, e do genro, Rafael Daló, que nasceu a Pindorama. A marca fez sua estreia inicial, em 2017, no mercado português, devido às facilidades iniciais oferecidas pelo país onde, atualmente, uma dose chega a custar 9 euros (por volta de R$ 51) em restaurantes de Lisboa.
A comercialização no Brasil começou em 2021, chegando a pontos de venda no Rio de Janeiro e São Paulo. “Através da agricultura sintrópica realizamos o plantio de cana de açúcar e milho não transgênico em consórcio próximo ao alambique, como forma de proteção do solo, além da criação de uma estrutura para produção de energia através do bagaço da cana. A produção atualmente está em torno de 40 mil litros por ano. A ideia é chegar em 2028, aos 75 mil litros, o equivalente a 100 mil garrafas.”, avalia Rafael Daló, um dos sócios e diretor criativo da marca.
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