Na safra 2022/2023, segundo a UNICA, o Brasil foi o responsável por produzir aproximadamente 37 milhões de toneladas de açúcar. Elevando o país como um dos maiores, senão o maior produtor de açúcar do mundo. Hoje, estima-se que mais de 30% do açúcar consumido em todo mundo é de origem brasileira.
Além de contar com uma previsão de alta produtividade de cana-de-açúcar para a safra 2023/2024, no mercado internacional, o açúcar vem em uma crescente de preços. Impulsionados por fatores como a crescente demanda no consumo, a quebra de produtividade de grandes produtores (como Tailândia e Índia), o recente anúncio do governo indiano em incentivar o mercado de biocombustíveis do país e a redução da exportação do açúcar em 2023, as estimativas são de que os preços dessa commodity – que está no nível mais alto dos últimos 5 anos – continuem crescendo, como pode ser observado no gráfico abaixo (UNICA, 2023).
Cenário que está elevando o humor das usinas, principalmente com a capitalização financeira e, dessa maneira, fomentando uma nova onda de investimentos. Após passar por 3 anos consecutivos de queda na produtividade, devido a fatores climáticos, muitas usinas resolveram investir na irrigação, principalmente no método por gotejamento, devido à alta eficiência de aplicação de água e maior sustentabilidade ambiental, como uma solução que aumenta e estabiliza a produtividade em altos níveis, sem depender das variáveis climáticas.
Através da experiência com a adoção do gotejamento, muitas usinas não somente conseguiram aumentar a sua produtividade em toneladas de cana de açúcar por hectare (T.C.H), mas também aumentaram o seu T.A.H. (toneladas de açúcar por hectares), que basicamente é a multiplicação entre produtividade e da sacarose produzida em um hectare . Conforme indica o gráfico abaixo (Netafim, 2022).
No entanto, quando falamos de irrigação em cana-de-açúcar, uma dúvida paira no ar: “se a planta de cana-de-açúcar, fisiologicamente, necessita de estresse hídrico para realizar o acúmulo de sacarose, como um canavial irrigado pode ‘maturar’?”. Essa resposta é muito simples, e praticamente é definida por uma técnica de manejo conhecida como “drying off”. Esse método consiste na retirada de água – ou seja, uma interrupção da irrigação – para que a planta entre em estresse e, dessa forma, passe a acumular sacarose em seus colmos.
No meio irrigante, existem diferentes abordagens sobre como realizar essa operação e muitos ainda se perguntam: “a água deve ser retirada de uma única vez?” e “quanto tempo deve durar esse estresse?”, no entanto, para o meio agrícola não há ‘receita de bolo’ e esse manejo deve ser definido e acompanhado localmente e ano a ano. Trabalhos práticos realizados em várias usinas em todo o Brasil, demonstram que o “drying off”, deve ser realizado por um período mínimo de 30 dias e que a retirada de água deve ser realizada gradualmente, evitando-se a retirada de uma única vez.
Segundo informações de um experimento de “drying off” realizado em um projeto de irrigação por gotejamento em uma usina, onde foi realizado o corte total da água, o ATR produzido foi de 136,6 kg/ton de cana-de-açúcar, enquanto, onde foi seguido a sistema de diminuição gradual da irrigação em 50%, 25% e 0% da ETc (evapotranspiração da cultura), foi de 141,1 kg/ton de cana, com a mesma produtividade. O que demonstra que a redução de água é muito mais indicada que o corte abrupto quando a finalidade é o ganho de sacarose. Outro fator a ser pensar é o uso dos maturadores. Em canaviais de sequeiro, principalmente os que são colhidos em meio ou finais de safra, essa operação não é realizada pois o canavial não está fisiologicamente receptivo a receber o maturador, situação que não ocorre em canaviais irrigados. Questionamentos e experimentos nesse sentido são importantes e seguem contribuindo para elevar a produção de açúcar nos canaviais irrigados e, dessa maneira, aproveitar o excelente momento pelo qual esse mercado está passando.
Sobre a Netafim
Fundada em um pequeno kibbutz em Israel há mais de 50 anos, a Netafim é pioneira e líder mundial em soluções para irrigação. Com atuação em mais de 110 países, chegou ao Brasil na década de 1990, com um portfólio completo de produtos e soluções inovadoras de irrigação por gotejamento, que visam contribuir com o eficiente uso da água, aumentando a produtividade na agricultura e trazendo mais tranquilidade ao produtor rural.
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